Índice de Capítulo

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    — Para ser sincera com vocês, ser altruísta sempre fugiu dos padrões da nossa raça. Os elfos sempre foram egoístas, mas tínhamos em contrapartida, competência política e intelectual. 

    — A ideologia de consolidação de raças de Círdan nos tornou até certo ponto altruístas, mas não conseguimos perder a essência da nossa natureza. 

    — Em que ponto você quer chegar com essa explicação? — perguntou Rei, sem entender ao certo o que Alania queria dizer com essa história.

    — Assim como os humanos que normalmente são cegos por suas emoções e características comuns, como inveja, ganância, luxúria e soberba, os elfos possuem também as suas características negativas. 

    Após dizer isso, inadvertidamente o rosto de Alania se contorceu em uma expressão de desgosto, mas ela não perdeu o ritmo da sua explicação e continuou. 

    — O que eu quero dizer com tudo isso? Bem, depois que a barreira sagrada desfez-se, a maioria dos elfos do refúgio pensam em deixar este lugar. 

    Havia muito barulho nos corredores, enquanto a discussão da Alania prosseguia. As conversas altas de outras pessoas parecia deixar a atmosfera ainda mais caótica do que deveria ser. 

    No momento em que escutou o comentário da elfa, o estudante perguntou: — É sério que eles pensam em deixar esse lugar? 

    — Sim. Os elfos estão com medo do que possa acontecer com Svishtar caso permaneçam aqui, então preferem encontrar outra região que possam se abrigar. 

    — Os elfos irão renunciar o local em que vivem simplesmente por medo do que possa acontecer? Vocês estão sendo radicais demais nesse ponto. — Rei respondeu com as sobrancelhas arqueadas, e uma expressão fechada no rosto. 

    Alania entendia o quão irracional os elfos estavam sendo em tomar essa decisão. No entanto, levando em consideração que a maioria dos elfos que estavam no refúgio não tinham habilidades ou capacidades para combate, essa justificação era mais do que o suficiente para ser levada em consideração. 

    — Embora os elfos pensem em auxiliar o máximo de indivíduos possíveis através da ideologia de Círdan, ainda somos suscetíveis às nossas naturezas contraditórias. Além disso, a barreira sagrada caiu por outros motivos, o que só reforçou a hipótese dos elfos abandonarem Svishtar.  

    — Não foram os demônios? 

    Assim que escutou a pergunta do estudante, a expressão no rosto de Alania tornou-se tensa — como se tivesse contado coisas que deveriam ter sido mantidas em segredo. 

    Tyrant e Rina ficaram surpresas com aquela indagação, e ainda mais com a expressão perplexa no rosto da elfa, que só serviu para reforçar a ideia que algo tinha realmente acontecido. 

    As duas meninas se entreolharam rapidamente, e Tyrant balançou a cabeça rapidamente — era quase como se as duas meninas estivessem falando por sinais. 

    Em meio a esses sinais, Rina murmurou baixinho sem que ninguém exceto a vidente pudesse ouvir: — Não pode ser… 

    A elfa soltou uma voz abafada. Sua respiração estava um pouco áspera também. De repente, Alania virou a cabeça na direção de Rei. 

    — Você deveria ver o Círdan. Se eu não estiver enganada, ele estava te procurando a manhã toda, mas não o encontrou em canto algum. 

    — Círdan estava me procurando…? O que deve ser dessa vez. Você não tem ideia do que possa ser? 

    — Não. Mas era urgente, pelo que fiquei sabendo.

    Após ouvi-la, o estudante imaginou que Círdan talvez estivesse o procurando por causa dos acontecimentos da última noite. Especificamente falando, no exato momento em que revelou a sua habilidade de cura e salvou a maioria dos refugiados.

    “No fim, não sei o que pensar dessa situação. Se o que Alania acabou de dizer estiver correto, isso significa que os demônios não foram os responsáveis pela queda da barreira sagrada, mas sim outra pessoa…”

    “Sendo assim, faz mais sentido a decisão dos elfos de saírem do refúgio. Quando as pessoas são confrontadas por algo desconhecido, esse seria o comportamento mais previsível possível.”

    “Bem, de qualquer forma, Círdan está me procurando, né? Então, vamos perguntar diretamente. Afinal de contas, é ele quem está no comando de todo esse local.”

    “Ele deve saber o que está acontecendo, ainda mais em relação com o acampamento do reino humano que está se preparando para sair dessa região.”

    — Certo, certo ~ Seu nome é Alania, né? Valeu pela informação, vou ficar te devendo um favor por isso. — respondeu o estudante, com um sorriso no rosto. 

    Em seguida, ele lembrou-se do que tinha ocorrido a poucos minutos atrás, quando encontrou a elfa e interpretou toda a situação de maneira errada. 

    — Bem, então… eu vou nessa. — Rei até tentou escapar, virou de costas e deu alguns passos firmes para frente. 

    Todavia, Alania agarrou o seu braço de repente e declarou grosseiramente: — Espera! Espera! Você está saindo agora? 

    — Sim? Você disse que Círdan estava me procurando. Caso seja algo urgente, eu não deveria ver ele agora? — Ele respondeu um pouco nervoso, seus olhos tremeram enquanto a encarava. 

    — Huh? Não. Você não deveria. Por que você não fica comigo por um tempo? Você não disse que estava me devendo um favor? Pois bem, olhando para trás as coisas que você falou, acho que você deveria ser consultado por mim. — Quando terminou de falar, uma expressão assustadora estava em seu rosto, e seus olhos pareciam ligados com eletricidade. 

    — Qual é, tá me zoando? Do que você tá falando? Por que eu deveria ser consultado por você? Eu não preciso desse tipo de coisa. — Ele respondeu com medo da expressão repentina da elfa, em seguida seus pensamentos correram soltos. 

    “Ela parece feliz por fora, mas que verdade ela está escondendo?”

    Alania estava verdadeiramente feliz. 

    “Isso seria uma tentativa de me perturbar por tê-la ofendido?”

    Alania só queria que ele abaixasse a conversa com a conversa. 

    Como se soubesse como ele iria responder, a elfa inclinou um pouco o rosto em direção ao homem-fera, momentos depois começou a rir. 

    — Vamos ser diretos, você não quer saber o que eu disse com Kazuki em nossa sessão? 

    Rei vacilou, como se estivesse surpreso com aquela súbita revelação, então respondeu após a surpresa: 

    — Se é sobre isso… bem, vamos conversar sobre isso depois. Tenho que ver o Círdan agora. 

    A expressão do rosto de Kazuki estava irritada, pois ele não esperava que a elfa levantasse a ideia de falar sobre a sessão que ambos tiveram anteriormente. 

    Continua…

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