Índice de Capítulo


    ❖ ❖ ❖

    Kazuki não conseguiu esconder os verdadeiros sentimentos nesse momento. Seu rosto ficou vermelho de ciúmes e ele puxou a mão do estudante apenas para colocá-la em seu abdômen. 

    Levantou a camisa com a boca e manteve ela levantada com os dentes, enquanto locomovia os dedos de Rei através da parte de baixo até chegar aos bicos do peitoral. 

    Nesse instante, o garoto não soube como reagir, — embora estivesse sendo influenciado, isso não tirava o fato de estar agindo como um pervertido.

    Ele abaixou o olhar para o chão, mas não pode esconder a vergonha que sentiu ao sentir a contração e calor ao deslizar os dedos pelos músculos firmes de Kazuki. 

    Em comparação com os músculos definidos e rígidos de Matsuno, os de Kazuki eram firmes, mas ao mesmo tempo, macios e suaves. 

    Diferente de antes, existiam cicatrizes no abdômen e o peitoral de Matsuno, o que não tornou desagradável o percurso da mão de Rei naquela hora, mas passou uma sensação de agressividade em seus pensamentos. 

    Nesse instante, Rei não sabia se olhava para o lado ou apenas fingia estar passando mal, para sair daquela situação ridícula.

    Caso inclinasse seu olhar para um lado, veria a reação de Matsuno. Se inclinasse para outro, possivelmente avistaria a reação de Rina e Tyrant.

    Antes mesmo de apertar os bicos do peitoral de Kazuki, o garoto afastou sua mão daquela região. Ele se lamentou internamente por não prosseguir, porém, aquele não era um momento apropriado para fazer aquele tipo de coisa. 

    O comportamento do homem-fera estava diferente de antes, não se encaixava com sua personalidade calma e casual, mas o estudante ignorou esse fato. 

    — Vamos rolar o dado de novo, rapazes. 

    Ele disse com o dado na mão, jogando-o no chão sem olhar para o rosto dos dois homens ao seu lado, que a cada momento que passava, pareciam fazer mais contato físico. 

    O rosto de Matsuno parecia irritado com aquela demonstração de possessividade de Kazuki. Entretanto, nenhum comentário saiu de sua boca. 

    Ele apenas soltou um sorriso irônico de seus lábios e fez um movimento silencioso com a boca que parecia dizer diretamente para Kazuki: “os meus são maiores.”

    Em resposta, o homem-fera sorriu, — quase como se estivesse duvidando daquela afirmação. 

    “Malditinho arrogante.”

    Kazuki pensou por um momento, vendo como aquele sorriso irônico não desaparecia no rosto de Matsuno. A princípio, ele ficou com raiva, mas então pensou consigo mesmo que essa era a intenção por trás daquela expressão. 

    A única coisa que Matsuno queria era competir. 

    — Número 6. Matsuno. 

    O estudante disse após o dado rolar no chão e parar entre os números 4 e 6, mas no final ele fixou-se no último número.

    — É minha vez? Hehe. Quero saber qual a pergunta você me fará. 

    Respondeu com confiança a altura Matsuno, colocando o braço em torno do ombro do estudante logo em seguida. 

    Quando recebeu o comando, o garoto abriu a boca para perguntar, mas foi interrompido por Kazuki. 

    — Deixa que eu faço a pergunta, na próxima você vai, Rei. 

    — Bem, beleza.

    O estudante respondeu com um pouco de estranheza, pois não sabia ao certo o que isso significava, mas deixou de lado. 

    — Por mim tudo bem.

    Matsuno disse momentos depois. 

    — Você é virgem, não é? 

    Na hora em que perguntou, até mesmo o ar na atmosfera parou de movimentar pela região. A fogueira próxima parou de queimar as lenhas, e até mesmo a atenção de Tyrant e Rina, que não estavam ligados nos assuntos, se voltaram para aquele questionamento.

    — Ei, Kazuki. Que tipo de pergunta é essa…?

    O estudante até tentou intervir. 

    — Não era para fazer perguntas ousadas? Eu só fiz como você disse. 

    Retrucou o homem-fera, com o olhar fixo nos olhos do cavaleiro negro, quase como se estivesse falando indiretamente: “vai responder ou não?”

    Matsuno deu uma risada leve e abaixou o tom de voz novamente. 

    — Está tudo bem, eu respondo. Vou escolher a verdade.

    Ele complemento então: 

    — Diferente do que você pensa, não. Eu não sou. — Soltou um suspiro pela boca, então virou o rosto. — Teria algum problema se eu não fosse? 

    Quando recebeu aquela pergunta, os olhos dos dois chamejaram, era quase como se saíssem lazeres de seus globos oculares. 

    A esse ponto, o estudante colocou a mão no rosto e balançou a cabeça, pois aqueles dois estavam agindo como duas crianças. 

    “Droga, esses dois estão competindo de novo. Preciso fazer alguma coisa para intervir, nunca pensei que Kazuki agiria dessa forma…”

    “Pensando bem, se eu deixasse esses dois sozinhos, eles não tentariam se matar? Poha…”

    “Esse é o pior cenário possível.”

    Rei disse em pensamentos, sem saber ao certo o que fazer.

    Enquanto o confronto entre Kazuki e Matsuno acontecia, o garoto podia ouvir de longe alguns risos e gargalhadas baixas do outro lado da fogueira.

    Assim que inclinou-se para olhar, notou que Rina, Takayo e Mia estavam rindo de toda aquela situação. Eles não fizeram questão sequer de esconder as expressões em seus rostos. 

    Por outro lado, Tyrant estava observando toda a cena, ela até tentava intervir para que as crianças não rissem, mas a expressão em seu rosto não era convincente, — seus lábios estavam levemente tortos para cima, em uma tentativa falha de não conseguir rir. 

    “Não era isso que eu estava pensando quando comecei esse jogo…” 

    — O que estão fazendo? Vamos continuar. 

    Ele disse pouco antes de pegar o dado do chão, quebrando o clima levemente tenso. 

    Antes que pudesse informar o número que estava no dado para os dois rapazes, Kazuki interveio para dizer: 

    — Você notou? 

    O garoto ficou em dúvida; “notou o quê?” 

    — Sim. 

    Matsuno respondeu em seguida, levantando-se e vestindo sua armadura e capacete. 

    Shhhhh! 

    O vento cortou o ar nesse momento, fazendo os arbustos e folhas das árvores balançarem rapidamente. 

    — O que vocês estão falando? 

    Rei indagou, então sentiu segundos depois que a atmosfera de repente mudou.

    Barulhos metálicos foram ouvidos de longe, — ouvindo-os à distância, assemelhavam-se ao som de um metal pesado sendo pressionado contra uma parede de pedra. 

    O barulho se intensificou e um dos oficiais, que antes estavam na reunião com Matsuno, se aproximou correndo da barraca.

    Continua…

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