Capítulo 21 - Apresto X
— Você está bem? Isso não parece legal, você se machucou em algum lugar? — Kazuki diz, enquanto examina todo o centímetro do corpo do garoto.
— Relaxa, eu estou bem! Não precisa se preocupar — responde, em seguida.
— Vê? — levanta a parte de baixo da camisa, mostrando que todo o possível hematoma, na realidade, são apenas rasgos causados por galhos ou coisas relativas da floresta. E o sangue seco, pertencente à criatura.
Com um sorriso maroto no rosto, aproveita-se da situação e continua a dizer: — Você realmente acha que eu me machucaria facilmente?
— Assim… sabe, preciso admitir. Não esperava que estivesse tão preocupado comigo — declara, com o tom de voz suave e provocativo.
— (…)
Confuso com a fala, e o rumo que a conversa parece ir, Kazuki ruboriza, e desvia seu olhar do corpo de Rei.
— Gngh… Eu não… não foi isso o que eu quis dizer — explica, envergonhado com a insinuação de duplo sentido. — Eu só estava… preocupado.
Kazuki sabe que o garoto só está brincando com ele, mas mesmo assim… aquilo parece ir longe demais.
— Pffhahawahahaha.
— Sério, cara… Kazuki, você é o melhor. Você tinha que ver sua reação agora pouco — diz entrecortadamente, ao limpar algumas lágrimas que escorrem dos olhos.
Rei sempre gostou de pregar peças em situações parecidas, mesmo na época do ensino médio, ele fazia isso com colegas e pessoas de ganks opostas.
Saber a reação inesperada dos amigos próximos, ou até mesmo inimigos jurados de seu antigo distrito.
— Bem, por que não vamos até onde o pessoal está? Eu consegui encontrar essa comida bem fresquinha. Literalmente. — Rei finaliza a conversa, movendo-se até a fogueira.
Mesmo que estivesse envergonhado, Kazuki apenas assente.
— C-certo.
O homem sabe que Reiji é uma pessoa imprevisível… Ele nunca sabe dizer completamente o que está a acontecer em sua cabeça.
(…)
Antes de chegarem na fogueira, o garoto vira-se até o homem que o segue, e sussurra em sua direção.
— Ei, Kazuki. Você tem alguma ideia de como tirar o sangue do javali, cortar a carne e talzs, esses processos chatos? — indaga, assim que pensa afundo sobre essas questões desinteressantes.
Afinal, não é somente cortar a carne e fritá-la.
Há processos a serem efetuados, como o escoamento do sangue que precisa ser retirado, a gordura em excesso, esfolamento da pele, retirada dos ossos, remoção dos vasos internos e etc.
— Claro! Pode deixar isso comigo, estou acostumado a fazer esse tipo de trabalho.
— Certo, fechado! Vou deixar isso com você.
— Beleza, combinado — confirma novamente Kazuki, com um pequeno sorriso à vista.
O homem retira sua espada da bainha na cintura, e prepara-se para cortar a criatura em cima da pedra, porém é impedido repentinamente por Rei.
— Opa, opa, opa! calma aí. Aqui. Você não pretendia usar essa espada gigante para cortar, certo? — entrega a faca de ferro em suas mãos, a mesma que cortara o pescoço da criatura.
— Ah, sim. Obrigado! Bem… de certo modo, eu acho.
“De certo modo? Isso iria virar um massacre…”
Pensa, tentando segurar as risadas ao pensar qual seria a possível reação de Mia e Takayo que estão por perto. Sem dúvidas estariam assustados, e tremendo de medo.
Com uma de suas mãos ainda na boca, impedindo alguns pequenos risos de escaparem, acrescenta: — Espera, não começa a cortar ainda. Vou criar uma mesa para facilitar.
— Você vai usar sua habilidade de criação? Mas e quanto ao efeito colateral?
Na época em que esteve hospedado na casa de Kazuki, após contar que era um transmigrante, pouco tempo depois, relatou sobre algumas de suas habilidades.
— Bom, pra começar — diz Rei enquanto se vira para o lado e estica o corpo. — Não é um efeito colateral, está mais para um tipo de enxaqueca crônica. Além disso, a única coisa que pode acontecer é eu me sentir sobrecarregado. E, no máximo, posso chegar a desmaiar, mas deixa de medo! Não precisa se preocupar.
— Eu sei os meus limites! Tenho minha habilidade de cura qualquer coisa.
Observando o seu entusiasmo, e a sua persistência, o homem apenas assente com a cabeça.
Mesmo que estivesse preocupado com a possibilidade de efeitos colaterais, discutir sobre isso não o levaria a lugar algum.
— Só não se deixe levar, ainda lembra do conto da princesa Molly?
Molly é a 13° princesa do reino dos humanos, por ser uma mestiça, de uma mãe elfa e pai humano, ela é dotada de grande poder e afinidade mágica.
A magia, mesmo que seja considerada exponencial e acessível, é um risco para aqueles que a utilizam de forma leviana, sem um breve conhecimento.
Usá-la de forma imprudente pode acarretar sérios riscos e efeitos colaterais, assim como o caso da 13° princesa, que foi afetada e está em estado vegetativo. Como descrito no conto dos 102 arcos celestes.
Resolvendo ignorar a ideia de dizer que não é nada, o estudante lança uma indagação em confirmação: — Sim, claro. Como eu poderia esquecer?
“Bem, que seja.”
Criação
❁Bancada de cozinha❁
■Item criado com sucesso■
— Pronto! A bancada tá aí Kazuki, pode começar a cortar a carne agora.
— Ok.
“Pensando agora, vou ter que criar mais algumas coisas. Bem, já que chegamos a isso, por que não fazer um churrasco…hehe.”
— Criação.
❁Criação❁
❁Churrasqueira com carvão❁
■Item criado com sucesso■
❁Bancada de cozinha❁
■Item criado com sucesso■
❁Utensílios de cozinha❁
■Item criado com sucesso■
❁Sal e alho❁
■Item criado com sucesso■
“Agora sim, mãos a obra.”
Após a criação dos itens, Rei posiciona a churrasqueira de modo a deixá-la perto da banca de cozinha, e os ingredientes e utensílios sobre ela.
Continua…
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