Capítulo 30 - Boa noite de sono X
No momento em que termina de criar a vestimenta, Rei pôs-se a vesti-la imediatamente. Ainda que pudesse se lavar na cachoeira próxima e limpar a sujeira do corpo, ele decide não ir, devido ao anoitecer.
Enquanto retira parte de sua roupa, Kazuki, que espera do lado de fora, vagamente olha para trás, em direção à barraca.
Quando dirige sua visão para o lado, nota uma brecha aberta em sua entrada, que expõe parte do corpo de Rei, que está se trocando.
Sem perceber, o rosto de Kazuki fica vermelho ao imaginar os músculos e o corpo firme existentes embaixo das roupa de Rei.
Ele desvia o olhar rapidamente para outro lugar, ainda que sua mente pudesse imaginar claramente a cena que acabara de ver.
“Devo ter perdido a cabeça… O que está acontecendo comigo?”
Declara ele em pensamentos, tentando ignorar o seu coração ligeiramente acelerado.
O estudante, assim que termina de se vestir, abre a entrada da barraca e caminha até Kazuki, sentado no chão, de guarda.
— Estou pronto. Eai, gostou da minha roupa?
No momento em que pergunta, o garoto aproxima-se de Kazuki, e aloca as suas duas mãos na cintura.
O homem-fera assim que vira sua cabeça para trás, detém seu olhar em Rei.
Apesar de sua estranha vestimenta, algo que certamente nunca havia visto antes, ele a observa com certa singularidade e elegância.
Um tipo de roupa azul marinho com detalhes de azul escuro, enquanto parte inferior é revestida e desenhada de nuvens brancas.
No momento em que vislumbra a sua roupa, o homem acaba deixando algumas palavras saírem involuntariamente.
— Você está tão… bonito.
Em conjunto com a roupa, o cabelo de Rei naquele momento parecia como um céu sem estrelas em uma noite limpa, esvoaçando ao vento.
Debaixo de seu cabelo de um preto vivido, Kazuki pôde ver olhos profundos e brilhantes, que parecem ouro derretido.
Ele não pôde sequer olhar para nada além da figura de Rei à frente, depois de seus olhos terem se encontrado, olhos que cintilam mais do que a própria superfície da água.
Assim que nota as palavras que saíram da sua boca de forma automática, Kazuki vira seu rosto para o lado, envergonhado com o seu próprio comentário.
— D-Desculpa, eu a-acabei falando de forma despreocupada, não confunda as coisas…
Após ouvi-lo, Rei contém parte de suas risadas ao cobrir sua mão levemente na boca.
“O que foi isso agora? Como é possível alguém ficar envergonhado apenas elogiando?”
“Isso realmente foi… ~ hahahaha ~ hahaha.”
“Relaxa, Rei! Se eu rir agora as coisas vão ficar bem mais vergonhosas… Pensando agora… até que a sua reação foi meio fofa.”
Quando termina de imaginar, o garoto apenas resolve mudar de assunto, assim que nota que a atmosfera havia começado a ficar estranha em refletir sobre essas questões.
— Valeu pelo elogio, cara! Sabe, tem como você entregar isso para o Takayo e a Mia? — pergunta Rei, ao se aproximar de Kazuki e o entregar algumas cobertas.
— Quando criei a minha roupa, acabei pensando que seria legal criar também algumas cobertas para passarmos a noite.
— Por que não vai até eles e entrega?
Ouvindo suas palavras, Kazuki acena com a cabeça e pega os cobertores. Momentos depois, ele se aproxima da barraca que está encostada à sua, abre a sua entrada e entrega os cobertores para as crianças.
Por um breve instante, Kazuki percebe como Rei consegue ser tão atencioso. Apesar de demonstrar insensibilidade às vezes, o garoto nunca deixara de pensar na situação ao todo.
— Vou ficar de guarda enquanto isso, pode dormir se quiser — comenta Kazuki.
Por fim, ele senta no chão do lado de fora da barraca e observa toda a região.
— Tem certeza? Você ainda sabe que posso conjurar a habilidade de barreira angelical — indaga Rei, próximo de Kazuki.
— Está tudo bem, eu ainda prefiro ficar de guarda. Vai ser o melhor para todos, você não precisa se sobrecarregar usando sua habilidade.
— Certo então. Não vou mais persistir já que é a sua decisão, mas quando estiver cansado, me avisa, beleza? — declara Rei.
Após a indagação, o garoto retorna para o interior da barraca novamente. Mesmo que estivesse cansado, ele abre parte da entrada da barraca, para que assim pudesse conversar com Kazuki à medida que o tempo passasse.
Os dois conversam por algumas horas, até que Rei em fim adormece.
Antes de fechar os seus olhos, o garoto pôde observar logo à frente que os companheiros de Laili também estavam de guarda, defendendo a entrada de suas respectivas barracas.
…
Após esfregar os seus olhos cansados, preguiçosamente, Rei endireita seu corpo enquanto recobra parte de sua consciência.
Depois de uma boa noite de sono, ele sente-se muito melhor após acordar.
Quando abre seus olhos, com a sua vista ainda embaçada, logo pôde sentir algo em seu corpo.
Quando vira sua cabeça para o lado, nota que está próximo de Kazuki, do lado de fora da barraca. Suas pernas estão em cima de seu peito, que são firmes como um rocha.
“… Será que aconteceu de novo?”
“Droga… Por quê sempre tem que acontecer isso? ”
“Bem, já estou acostumado…”
Declara em pensamentos, após analisar o que tinha acontecido.
Os hábitos de sono de Rei são bastante complicados. Ele é o tipo de pessoa que se revira na cama enquanto dorme.
Às vezes, quando isso acontecia, o garoto não mais se surpreendia. Certa vez, ele chegou até mesmo a cair da cama, não uma cama normal, mas sim uma de casal.
No momento em que vê Kazuki, que o observa de perto, o estudante tenta se afastar dele imediatamente, envergonhado com toda a ocasião.
Sentindo-se um pouco constrangido, ele comenta de maneira nervosa: — Bom dia, Kazuki… Você tá bem?
O homem-fera que ainda o fixa com olhos cansados, com um sorriso no rosto o responde de volta: — Bom dia, Rei.
— Estou um pouco exausto, mas tirando isso, estou bem.
Kazuki disse de forma seca e ríspida, dando a entender que sua noite não foi das melhores.
Continua…
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