Capítulo 37 - Svishtar X
Após a resposta educada de Hert, o elfo olha para os lados e percebe que a noite já havia caído em toda a região. Grande parte dos elfos e pessoas que antes estavam aos arredores estão distantes do local.
Apressadamente, ele acaba deixando um comentário sair enquanto caminha adiante de Kazuki, Rei, Mia e Takayo.
— Por que não me acompanham? Ainda precisamos entrar em Svishtar, viajantes. Assim como os outros, que apenas estavam por perto devido às suas péssimas condições físicas.
— Apenas me sigam, não vai demorar — acrescenta por fim, ao tomar a liderança e caminhar sem delongas.
No momento em que Rei acompanha o elfo, ele percebe que tanto a sua postura quanto o seu modo de andar é firme, assim como a forma que Kazuki caminha, mas com uma ligeira diferença.
Seria essa a forma que todos os elfos andam? Pensa o garoto por um instante ao notar certa peculiaridade, como se ele andasse de uma maneira elegante e firme, enquanto mantém o ritmo dos passos.
Com alguns minutos passados, eles conseguem por fim chegar ao destino, e deparam-se com uma enorme porta rústica, de aproximadamente 5m de altura.
Porta rústica de madeira esta, que está ligada a uma montanha, como se fosse um meio de estrada para uma mina.
Atrás da porta, há enormes cadeias montanhosas elevadas que parecem se entender por uma vasta área, de maneira a ganhar forma e expandir ainda mais pelo relevo a frente.
Ao redor da porta, estão alguns elfos de guarda que guiam outras pessoas próximas para o seu interior. Onde está localizado o refúgio, também denominado Svishtar, assim como descrito nos avisos e recados nas placas por perto.
— Viajantes, como conseguem ver, a entrada de Svishtar é ligada ao interior de uma montanha, isso está relacionado a uma história bem antiga dos nossos ancestrais — declara Hert, enquanto acena para os demais elfos da área para abrirem o portão.
— Mas acredito que esse não é um momento oportuno para explicar tais coisas. Vamos entrar primeiro — complementa.
Quando terminar de falar, uma pequena brecha do portão se abre, sendo o suficiente para que duas a três pessoas pudessem passar. Ele não abre em sua totalidade, somente o necessário para que todos os refugiados e pessoas passassem.
No momento em que adentram, percebem que pequenas tochas envoltas em jóias azuis estão posicionadas por toda a região. Tornando a área ligeiramente clara, devido a forte iluminação.
No entanto, o que mais surpreende o estudante e seus companheiros é a vasta região aberta que há no interior do local, sendo possível ver inúmeras casas e pessoas.
No meio daquela região, há uma imensa árvore branca com folhas azuis que parece repousar e dar destaque em todo o cenário.
Em torno dela, estão cômodos e pequenas casas de madeira e pedra, que apesar de próximas da árvore, ainda estão afastadas o suficiente.
O lugar parece inteiramente trabalho e assimétrico, como um projeto de arquitetura que demorou anos para estar finalmente completo.
A visão do estudante cobre de entusiasmo e surpresa, as pequenas casas e cômodos, a enorme árvore branca com pétalas azuis que está no centro de toda a região, os pisos de mármore que cobrem o chão e até mesmo as plantas que revestem o caminho. Tudo parece se complementar e tornar o cenário ainda mais incrível, em seus mínimos detalhes.
“Esse lugar é incrível! Que daora. É como uma base no interior de uma montanha, como eles conseguiram fazer isso… quer dizer, isso é realmente possível?”
“Que cenário foda. Então o refúgio é assim? Incrível.”
Declara em pensamentos Rei, à medida em que caminho, guiado por Hert.
Com um enorme sorriso no rosto, enquanto aponta para a árvore no centro, Mia que está apoiada no ombro de Kazuki, solta um comentário em extrema empolgação.
— Olha tio, que árvore bonita! Ela é de verdade?
Percebendo a animação da sobrinha, Kazuki apenas acena com a cabeça e responde com empolgação também.
— Sim, ela é de verdade, incrível.
É nesse momento que Hert vira seu olhar para eles, e um profundo suspiro sai de sua boca ao notar a surpresa em seus rostos.
Com tantas coisas acontecendo do lado de fora, ele até esquece que muitas das pessoas que adentram o refúgio, não demonstram uma reação ao verem todo o cenário.
Por causa do impacto da guerra, das feridas físicas e mentais deixadas por ela, grande parte dos indivíduos que adentram o local, apenas tratam de forma indiferente, sem demonstrar um pingo de surpresa.
Os olhos dessas pessoas parecem sem vida, como se a motivação de suas vidas e seus sonhos fossem destruídas. Uma visão que antes, deixou Hert abalado e angustiado.
— Ela é realmente magnífica, não acham? — diz o elfo, com um sorriso no rosto.
— Está é uma árvore nativa do reino élfico! Vocês sempre encontraram algumas de diferentes espécies e formatos lá.
— Algumas são avermelhadas, outras são claras com um tom de lilás. Enfim, existem de todos os tipos, no nosso povo essa árvore simboliza prosperidade e harmonia. — No momento em que termina de falar, ele abre um pequeno sorriso no rosto, e olha para a árvore também.
Uma vez terminado de explicar a história, o garoto nota que há certa tranquilidade no rosto de Hert, diferente de antes, quando parecia não se expressar.
Subitamente, neste momento um elfo aproxima-se deles, e quando Hert percebe, abaixa apressadamente a sua cabeça.
— Condolências, meu senhor Círdan — diz Hert, com um semblante ligeiramente resignado, e uma voz calorosa e formal.
Continua…
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