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    — Eai Círdan, qual a boa — comenta Rei, com um pequeno sorriso no rosto. 

    Dito isso, o estudante então adentra no cômodo sem demora e olha para os arredores, notando de longe o estado em que está Terqueo na cama, sendo enfaixado e tratado por um dos ajudantes de Círdan. 

    Nesse momento, os elfos começam a discutir e sussurrar uns com os outros, sem entender o comportamento do garoto e do homem-fera ao seu lado.

    — Rei, o que você está fazendo aqui? — pergunta Círdan, mas com o tom de voz deliberadamente baixo e uma expressão de insatisfação. 

    — Eu estava junto com meu amigo na área de alimentação quando vimos o que aconteceu com aquele carinha bem ali — aponta para o homem inconsciente na cama. 

    — Puta merda, você tinha que ver a comoção que estava lá… O pessoal não parava de falar sobre isso, disseram até mesmo que esse cara não iria conseguir sobreviver devido às lesões graves.

    Após notar que é encarado por todos na sala que estão com semblantes estampados de tristeza e raiva, o estudante solta um suspiro e começa a explicar. 

    — Não me leve a mal, não estou aqui para zoar ou tirar sarro com essa situação. Eu só pensei em dar uma mãozinha e ajudar vocês, visto como sempre estão ajudando todos sem receber nada em troca. 

    Apesar da raiva recorrente pela forma leviana como o estudante comenta sobre o assunto, Círdan coloca as mãos na cabeça e logo em seguida pergunta sem criar muitas expectativas. 

    — Você… tem alguma forma de ajudar ele? 

    — Bem, claro… hehe. Eu tenho uma habilidade que pode tirar o miasma dele e possivelmente restaurar parte da pele do seu corpo que foi perdido — responde confiantemente, gabando-se por isso. 

    Observando com interesse, Círdan e seus ajudantes arregalam os olhos em surpresa. 

    — Isso é realmente possível? Uma habilidade de cura ou sagrada? Meu deus… Sério? — comenta um elfo, incrédulo com o relato. 

    — Céus, não consigo acreditar…  — diz uma elfa próxima, ao colocar as mãos no rosto sem conseguir esconder a expressão perplexa. 

    Assim que recebe os comentários dos elfos ao redor e nota a extrema comoção deles, Rei decide responder e dizer que as suas habilidades não são sagradas ou curativas, optando em mentir e não chamar atenção desnecessária. 

    — N-Não galera, não é bem uma habilidade sagrada, nem do tipo cura… é só… uma habilidade que tenho. 

    E assim que escutam a declaração do garoto, a expressão dos elfos se fecha em decepção, sem acreditar que colocaram esperanças em imaginar que talvez esse fosse o caso. 

    — Como você vai conseguir tratar ele então? — indaga Círdan, sem esperar muitas coisas. 

    — Essa habilidade, bem… vejam, ela está relacionada com a energia do universo e do cosmos, compreende? Com ela, eu consigo criar uma camada que pode purificar as impurezas do corpo. Por isso eu disse que ela está longe de ser considerada curativa ou sagrada. 

    “Poha… espero que isso faça eles acreditarem no que eu disse, essa foi a única coisa que consegui pensar agora. Não posso dizer que sou portador de magia de cura, ainda não sei o que possa acontecer.”

    “Foi mal vidente, não consegui pensar em mais nada se não as baboseiras que você falava, espero que não se importe.”

    No momento em que pensa isso, muito longe daquele lugar, em sua casa, a vidente começa a espirrar. 

    Atchim ~~ 

    — Alguém deve estar falando de mim…  — comenta ela, com a mão no nariz. 

    Momentos depois da declaração, o estudante percebe uma certa hesitação em Círdan e em seus ajudantes. Subitamente, enquanto o elfo pensa no que fazer, o estudante chega perto dele e dá alguns tapas em suas costas. 

    — Eu não sei muito sobre a minha habilidade, mas é a melhor opção que vocês tem no momento… 

    — Ou preferem deixar ele morrer sem conseguir fazer nada? — pergunta Rei, com o olhar fixo sobre Círdan. 

    Círdan e os outros elfos então ficam em silêncio por um breve momento, ele então caminha até onde o paciente está e começa a pensar sobre o que Rei tinha dito, e se havia outras opções. 

    — Se ao menos tivéssemos o galho sagrado — sussurra um elfo próximo, sem que os outros conseguissem ouvi-lo. 

    Após pensar sobre o assunto com os outros ajudantes, Círdan acaba aceitando a oferta de Rei devido a pressão, mesmo com certa hesitação em relação a isso. 

    — Vamos confiar em você dessa vez Rei… — responde, virando-se para falar com o garoto. 

    — Droga… eu não queria admitir, mas não tem mais nada que possamos fazer de qualquer forma — acrescenta, ao apertar as mãos com força, impotente diante daquela situação. 

    Quando recebe a resposta, um sorriso se forma no rosto de Rei, e ele responde confiantemente: — Pode deixar chefia, não vai demorar muito para curar ele. 

    — Se puderem sair do quarto então… preciso começar a preparar a minha habilidade. 

    — Precisamos sair do quarto? — indaga, sem conseguir transparecer em sua voz indignação e surpresa. 

    — Bem, sabe… quando eu uso a minha habilidade, a área ao redor torna-se sobrecarregada. Então, preciso que se afastem para que não haja algum acidente ou algo do tipo. 

    “Sou realmente péssimo em mentir, mas falar isso deve ser o bastante para eles saírem do quarto e não verem a minha habilidade.”

    “Puta merda…”

    Declara em pensamentos, tentando esconder a vergonha com a expressão confiante no rosto. 

    — …  

    — Certo, parece que não tem jeito mesmo. Vamos deixá-lo com você, caso precise de ajuda ou qualquer coisa, estaremos do lado de fora do cômodo — confirma Círdan, caminhando para o lado de fora junto com os outros elfos. 

    Após todos saírem, Rei também pede para Kazuki esperar do lado de fora. 

    —Nossa, isso foi complicado… Finalmente estou sozinho. 

    Aproximando-se do homem na cama, o estudante começa a olhar os seus hematomas e lesões encharcadas de um líquido preto pegajoso, semelhante ao petróleo. 

    — Olhando de perto, esse cara realmente está acabado, mas ele não é nada mal. 

    — Enfim, vamos terminar com isso logo. 

    Sem se importar muito com o miasma, o estudante coloca as mãos sobre o peito do homem, na superfície de seus ferimentos, e logo pronuncia a sua habilidade. 

    — 『Super Cura』

    Quando a habilidade é pronunciada, o estudante concentra-se em uma pequena sensação calorosa dentro do coração, momentos depois de tomar controle dela, uma energia branca começa a revestir o local em que as suas mãos estão. 

    Os ferimentos revestidos de miasma que antes cobriam o corpo do homem lentamente começam a desaparecer, ao mesmo tempo em que a sua pele é restaurada para o seu estado anterior. 

    Continua…  


     

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