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    Quando Terqueo retira da pequena bolsa de couro alguns itens e os aloca na superfície da cama, uma expressão de surpresa forma-se no rosto de Rei. 

    Os itens retirados da bolsa são simples, tratando-se somente de um pequeno anel velho e um caderno um pouco empoeirado e desgastado. Entretanto, em contraste as suas aparências comuns, ambos parecem transmitir uma aura pesada no local, o que torna o ambiente levemente pesado e inerte. 

    Por um breve momento, o garoto percebe que somente ele consegue sentir a mudança no ambiente, tanto os elfos quanto Círdan e Terqueo não parecem notar alguma mudança significativa. Talvez fosse por causa do éter ou até mesmo pela sua grande quantidade de mana, mas Rei ao certo não sabe o porquê disso acontecer. 

    E, inevitavelmente, devido a forte atração e energia que emana dos itens, o garoto acaba se aproximando da cama e pega os objetos em questão. 

    “O quê… 

    “O que é isso? Por que estou me sentindo tão pressionado? Esse caderno, eu sinto que tem algo nele que está me puxando.” 

    “Esse anel também não fica por fora, consigo sentir uma forte energia que emanando tanto dele quanto do caderno, apesar de ser um pouco mais fraco nele.”

    “Não tenho certeza se a minha habilidade de análise vai funcionar em objetos, mas não custa tentar…”

    — Análise.

     

    Nome: Anel de Amahabele

    status: Lendário

    Durabilidade: Infinita

    Habilidade: Torrente arcana 

    Atributos: 

    Inteligência: +10 

    Sabedoria: +15

    Força: +2 

    Vitalidade: +1 

    Defesa: +3 

    Sorte: +12

     

     

    Nome: Caderno arcano 

    Status: indefinido

    Durabilidade: indefinido

    Habilidades: ??? 

    Atributos: inexistentes

     

    “Então eu consigo usar a minha análise também em itens… Que irado. Não sabia que até mesmo itens possuíam habilidades, talvez eu consiga usá-las assim que equipa-las, esse anel deve servir para algo.”

    “Agora, em relação a esse caderno, será que meu nível de análise é tão baixo ao ponto de não conseguir classificá-lo? Mas por algum motivo, eu realmente me sinto apreensivo e atraído por isso.”

    Após pensar seriamente sobre o assunto, o garoto então nega um pensamento que tem sobre o porquê disso acontecer em relação ao caderno. 

    “… Não pode ser…”

    “Acho que devo estar pensando demais…” 

    Nesse momento, com a sua atenção retida nos itens à frente, Terqueo aproveita para comentar brevemente após perceber que o estudante está perdido em pensamentos.

    — Espero que esses itens o sirvam bem, Rei. 

    — Valeu por isso Terqueo, mas… tem certeza que eu posso realmente aceitá-los? Eles não são importantes para você? — pergunta ao mesmo tempo em que os afasta em direção ao homem. 

    — Não, não… eles são seus agora — responde os empurrando de volta. 

    —De qualquer forma, esses itens já não me servem mais. Eu os encontrei em tumbas e viagens de expedição junto aos meus antigos companheiros de expedição. 

    — Para ser sincero, sempre que os olho, lembro dos meus falecidos amigos… Não quero pensar muito sobre isso, então por favor, apenas aceite. 

    Quando termina com a explicação e recebe uma concordância por Rei, Terqueo comenta um pouco mais sobre os itens que acaba de dar. 

    — Bem… demorou certo tempo para conseguir encontrar todos esses achados, então vou tentar resumir brevemente. 

    — O anel foi achado na tumba de Calharis. O encontrei próximo da cova da grande imperatriz de outrora, Amahabele. Enquanto o Caderno foi encontrado no continente de Artys. Eu o encontrei após cair de um precipício que ligava duas cidades abandonadas, e, lá em baixo, vaguei por vários dias até que por fim encontrei uma lapide com inscrições em um idioma que ao certo não consegui compreender. 

    — Ao lado do caderno, havia essa lápide com uma mensagem no antigo idioma élfico, que dizia algo como; “Eterinium e sangue”.

    — A única coisa que sei sobre é que, o anel é de classificação lendária, a maior que eu já consegui em toda a minha vida. E o livro sempre foi um mistério, mesmo com especialistas e profissionais que o analisaram, nunca foi possível saber ao certo do que se tratava seu conteúdo. 

    — Em comparação a minha vida, esses itens são… insignificantes, espero que você consiga usá-los apropriadamente — comenta por fim, com um pequeno sorriso no rosto. 

    — Vou aceitar então, valeu por isso cara. 

    “Que irado! Ganhei dois itens, sendo que um deles tem uma habilidade de classificação lendário. Não entendo sobre isso de classificação, mas deve ser algo extremamente raro. Bem, não vejo a hora de testar ela.”

    Pensa o garoto com certa excitação, e quando retorna aos sentidos, pergunta novamente para Terqueo sobre o porque dele estar naquela região no momento em que foi atacado. 

    — Mas então… Qual o motivo do seu grupo ter ido para o lado Leste? Era somente para saber se tinham pessoas que poderiam ser resgatadas lá?

    Com a pergunta súbita, Círdan que está na cabeceira da cama decide se pronunciar e responder em nome do explorador. 

    — Tínhamos o objetivo de saber a atual situação das cidades e povoados do leste. Muitas pessoas que chegam aqui em estado crítico são de tal região — diz calmamente. 

    — Só que… nós não esperávamos que os monstros do exército da raça demoníaca ainda estivesse naquela região… 

    Dito isso, o estudante percebe que Círdan e Terqueo parecem não querer trazer à tona esse assunto novamente; talvez fosse pelas incontáveis pessoas que morreram, ou talvez pela culpa que sentem por serem responsáveis pelas mortes dos companheiros. 

    — Entendo, isso é realmente complicado. Não precisa comentar mais se não estiver bem com esse assunto. Sei que essas coisas acabaram de acontecer, mas tentem não se culpar pelo que rolou, beleza? Como vocês poderiam saber que ainda tinham monstros naquela área? 

    — Em fim… — comenta e vira-se até a porta do cômodo. 

    — Eu estou saindo agora, obrigado pelos itens Terqueo. Se você ainda precisar de alguma coisa, é só me dizer — diz por fim, pouco antes de abrir a maçaneta e sair. 

    — Reiji, obrigado pela ajuda…  e, sobre aquilo q ue você me disse antes, podemos conversar depois? — pergunta Círdan.

    — Pode deixar — responde em um tom de voz alto, ao fechar a porta e sair do quarto. 

    Continua… 


     

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