Capítulo 56 - Sangue fresco, X
Pouco tempo depois de sair do quarto de Círdan, não demora para Rei pensar apressadamente sobre o anel e livro que tinha acabado de receber. Distraído em pensamentos, o garoto então caminha de um lado para o outro pelos corredores de Svishtar, sem prestar atenção nos arredores ou pessoas que passam.
“Falando na habilidade desses itens, preciso também encontrar algum lugar por perto para testar as habilidades que eu consegui quando ganhei alguns niveis.”
“Preciso encontrar um lugar afastado e sem pessoas… talvez aquela região próxima do precipício de ontem, onde aquela senhora estava seja um ótimo lugar.”
Com esse pensamento em mente, Rei decide locomover-se até aquela região ao qual antes estivera. Quando passa por Kazuki, avisa-o sobre isso e pede para o homem-fera esperar até que ele voltasse mais tarde.
『… 』
Após sair de Svishtar, Rei começa a caminhar até chegar em um local próximo do precipício. A vista magnífica de toda a área do terreno e do céu pode ser vista de longe pelo estudante, que torna-se surpreso em saber como a atmosfera da paisagem consegue mudar tão drasticamente.
Embora de noite aquela mesma floresta por perto parecesse um lar de fantasmas e espíritos, com uma densa e sufocante atmosfera aos seus arredores, assim que a noite caia, todas essas características desapareciam e o local tornava-se irreconhecível.
Com o céu avermelhado ao entardecer da tarde, Rei aproxima-se da floresta ao lado do precipício.
“Não esperava que tivesse demorado tanto para chegar aqui, esse local realmente fica um pouco afastado do refúgio… mas meio que valeu a pena. Olhando agora, não vejo ninguém aqui, acho que já posso começar a testar as minhas novas habilidades… hehe.”
Com essa ideia em mente, o estudante logo coloca o anel de amahabele em seu dedo.
Sistema
Atributos adicionais ao equipar:
Inteligência: 42 [+10]
Sabedoria: 61 [+15]
Força: 45 [+2]
Vitalidade: 56 [+1]
Defesa: 42 [+3]
Sorte: 82 [+12]
Habilidade adquirida: 《Torrente arcana》
Após receber a notificação e perceber que seus atributos haviam aumentado devido ao seu anel, o garoto flexiona a sua mão e a posiciona em frente a algumas árvores da pequena floresta.
”Aquelas árvores parecem ótimas miras. Espero que essa habilidade de torrente arcana funcione.”
Com a mão estendida e apontada para a árvore a sua frente que está junta com outras, ele pronuncia o nome da habilidade.
— 『Torrente Arcana』
Assim que é pronunciada, uma bola de denso campo de energia de éter se concentra nas mãos do estudante. Essa mesma energia começa então a ganhar cada vez mais forma ao passar do tempo, até que ela é lançada rapidamente no alvo à frente, causando uma explosão em toda a área.
Splasshh ~~
O impacto foi tão forte que até mesmo o barulho da explosão da colisão entre a árvore e a habilidade pareceu um oceano inteiro em atrito com uma pequena camada de terra.
“Uau… Que habilidade insana, a área realmente se desintegrou completamente…”
“Não consigo acreditar que uma habilidade dessa realmente exista. Então… esse é o poder de um item lendário? Que irado.”
Declara em pensamentos, assim que aproxima-se dos vestígios do que antes era considerado uma árvore.
“Pensando agora, essa habilidade demorou um tempo para ser lançada, como se estivesse ganhando cargas ao passar do tempo… Isso é algo que está me incomodando.”
“Além do alvo ter que ficar parado na região em que eu selecionei, ainda demora algum tempo para a habilidade ser ativada. Não acho seja uma habilidade que eu vá usar com muita frequência em combates, mas serve muito como um ataque surpresa ou como destruição.”
“Depende muito da forma como vou usá-la, mas não vou mentir, para quem não tinha quase nenhuma habilidade ofensiva, isso já me quebra um galho.”
“Mas… e agora, o que eu faço com essa coisa? Está bem suja.”
Pensa o estudante ao retirar da cintura o livro que havia recebido de Terqueo. Após limpar a superfície do caderno com as mãos, retirando a poeira concentrada de alguns anos, ou até milhares, a capa do livro torna-se visível.
O caderno tem um cadeado que impede de ser aberto. E, assim que é limpo, a sua capa que antes era apenas um borrão cinza e preto, torna-se visível e nítido.
Uma ilustração de um fogo de coloração roxa, rodeado de estrelas brancas e pequenas constelações está exposto na capa do pequeno livro.
No momento em que olha para aquilo, Rei começa a tocar todas as estrelas do livro em uma ordem sistemática, com todos esses tipos de movimentos, o cadeado logo é aberto rapidamente.
“É-É sério? Eu só estava tocando tudo que via pela frente, não esperava que o caderno fosse aberto dessa forma. Eu não fazia ideia. É como se eu tivesse me movido por instinto, assim que eu o vi, comecei a tocá-lo sem perceber…”
Assim que o livro é aberto e o estudante percebe que todas as suas folhas estão em branco, um sentido de Deja’vu e similaridade começa a tomar conta de seus sentimentos.
“Eu não sei o porque, mas sinto que isso tem um grande poder.”
Com o caderno em mãos, Rei vai para outro lugar próximo onde há mais árvores, no intuito de testar se aquele livro poderia fazer alguma coisa.
“Todas as páginas estão em branco, mas por que elas estão numeradas? Do número 0 ao 39?”
Após passar um tempo quebrando a cabeça em relação ao livro, sem conseguir nenhuma resposta após os seus esforços em tentar fazê-lo funcionar, o garoto acaba soltando um suspiro desanimado.
Por fim, ele abre em uma página aleatória e tenta usar o éter do ambiente, movendo-o para dentro do livro, como se estivesse concentrando o éter no intuito de fazê-lo funcionar ou ao menos mostrar algum sinal.
Mas no fim, nada havia funcionado.
“Droga… talvez esse seja apenas um livro comum…”
Declara em raiva.
“Nada do que faço está funcionando, o que eu preciso fazer agora? Pensa, pensa, pensa…”
— Lembrei!
— Talvez seja isso… lembro do Terqueo falando que tinha uma mensagem perto do caderno, era algo como… “Eterinium e sangue”.
— Talvez o caderno precise de algo específico, como sangue, por exemplo? Mas ele não iria funcionar apenas com isso, acho que Eterinium possa ser o éter. Então, se eu tentar usar sangue e manipular o éter do ambiente, movendo-o para o livro, talvez isso funcione — comenta ao comentar em círculos, entusiasmado com a pequena teoria.
“Bem, que seja. Vou tentar, já estou aqui mesmo de qualquer forma.”
— 『Criação』
Faca pequena de ferro criada.
Item criado com sucesso!
Assim que a faca é criada, Rei se sente no chão e apoia o livro em suas pernas. Com a faca em mãos, ele usa sua mão direito para fazer um pequeno corte na esquerda.
— Mas que droga… espero que isso funcione — declara ao morder os dentes, tentando aguentar a dor.
Por não conseguir medir a sua força direito, o corte havia sido profundo. E, assim que o sangue começa a escorrer por todo o seu braço, o garoto aproxima-o do caderno.
Muito sangue é derramado sobre o livro, ao passo em que Rei tenta manipular o éter do ambiente com a sua força do pensar. Em consequência, o caderno lentamente começa a se mexer, as folhas drenam o sangue em sua superfície e um estouro escuro é caudado.
No momento em que abre os olhos novamente, a primeira coisa que Rei vê à sua frente é uma figura mais ou menos do tamanho de sua mão, com assas negras e um pequeno vestido preto.
— Obrigada pela refeição, faz tempo que não provo um sangue desse tipo — declara deliberadamente com uma expressão repleta de satisfação, com o olhar fixo sobre o sangue fresco escorrendo pelo braço do menor.
Continua…
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