Capítulo 60 - Meu último pedido, X
Um sorriso desagravel então forma-se no rosto daquele homem, logo após lançar um comentário malicioso e assistir cuidadosamente as reações do estudante com uma expressão sádica — sua expressão, era como se ele tivesse previsto tudo que aconteceria daquele ponto em diante.
— Ouça de novo. Tudo isso é devido às suas ações, você não apenas nos agrediu, como também deixou várias marcas no nosso corpo… Você parece não sentir vergonha nenhuma — comenta com raiva e coloca os dedos na boca de Rei.
Sentir aquele toque foi como se milhões de insetos estivessem sobre a sua pele. A princípio, o garoto apenas queria saber até onde aqueles caras poderiam chegar, mas com a paciência no limite e uma veia saltando do rosto, ele acaba por declarar com certa ironia em suas palavras.
— Mas que merda você tá falando? Ser acusado injustamente está me aborrecendo. Vocês estão me irritando, é melhor caírem fora daqui antes que eu acabe matando vocês.
Seu aterrorizante olhar que parece ser afiado o suficiente para fazer um buraco em uma larga rocha congela os movimentos de ambos e faz eles tremerem, quase como se eles estivessem vendo um animal descontrolado prestes a saltar em suas direções.
O homem rapidamente afasta-se de perto do garoto após notar a diferença na atmosfera e caminha até o seu parceiro, que também encontra-se levemente assustado com aquele comando. Os dois então começam a conversar em sussurros com as costas viradas.
— O que fazemos? — pergunta o companheiro.
— Vamos até o final, você sabe que ele não pode fazer nada, chegamos muito longe para isso. Ele está preso.
— E se ele for um mago? Estaríamos ferrados… — comenta, apreensivo, com o olhar voltado para o chão.
— Está com medo? Você que nos meteu nessa, não vai amarelar agora. Mesmo que ele seja um mago, ainda precisaria das mãos para conjurar um feitiço.
— … Sim. Você tem razão. Mas você não pretende matá-lo, né, irmão? — pergunta com certa hesitação.
— …
— Você não confia em mim? Claro que não. Vamos só brincar — responde o homem com o rosto desfigurado, mas com um sorriso irônico e sem convicção em suas palavras.
— C-Certo…
Quando terminaram de conversar, eles se aproximam do estudante e olham diretamente em seus olhos, mas logo suas atenções são voltadas para o corpo de Rei. Eles ficam hipnotizados com aquela beleza, como se a breve hesitação e conversa a poucos momentos anteriores entre ambos nunca tivesse acontecido.
Com o rosto corado, o homem gordo diz com o tom de voz agressivo, sem conseguir desviar o olhar: — Finalmente vou poder te tocar
— Vai ser pior se você tentar resistir — comenta em seguida o companheiro, enquanto tira o cinto da calça e fixa a visão no peito descoberto do estudante.
‘’Bando de filhos da puta nojentos e repulsivos. Eu não estava pensando em matá-los, mas depois disso… pensei que eles ainda tivessem alguma humanidade… Droga. Não sei por que eu ainda esperava um mínimo de senso de moral desses caras…’’
— Vocês são nojentos, é esse o seu plano? Me sequestrar e molestar? — declara com raiva e os homens começam a rir de suas palavras.
— Sério…Eu só estava pensando em quebrar a cara de vocês, mas mudei de ideia. Acho que quebrar suas pernas e mãos não vai ser suficiente.
— O que você acha que pode fazer nessa situação? Seu idiota — comenta em deboche, quase alcançando a perna do estudante com a mão.
— Posso te perguntar uma última pergunta antes? — diz Rei, com o olhar sério, fazendo ele interromper o movimento.
— Você parece não sentir vergonha nenhuma fazendo esses pedidos. Você não se sente humilhado?! — comenta em descontentamento o homem com rosto desfigurado.
— Ok, ok, irmão! Ele disse que era a última coisa. Estou curioso para saber o que é. Não podemos ouvir os últimos pedidos dele? — indaga o companheiro, mas sem tirar os olhos do corpo de Rei.
— Certo, eu acho. O que você quer? Sair daqui vivo? Saber onde estamos ou o quê?
— Muito bem, esse é meu último pedido. Posso fazer vocês dois arrombados voarem?
— O quê? O que você dis…
Sistema
Habilidade Ativada
Hemomancia
No momento em que a habilidade é pronunciada, o sangue presente no corpo dos homens começa a ser expelido e derramar em suas peles — era como se o sangue estivesse vazando desproporcionalmente em todas as direções, ao passo em que os dois gritam pela dor inimaginável em que sentem por todas as regiões de seus corpos.
Apesar de assustador e macabro o efeito da habilidade, Rei fica feliz por saber como usar um pouco da sua habilidade; Queria testar mais a magnitude da força dela… porém, ele decide optar em pronunciar novamente outra habilidade para afastá-los de perto dele e não correr o risco de algo acontecer, ainda mais com as mãos incapacitadas.
Sistema
Habilidade Ativada
Telecinese
Após o pronunciamento, não demora muito para os dois homens serem lançados para trás com um enorme impulso e baterem em alta velocidade em uma árvore, fazendo a árvore quebrar quase por inteira por causa do impacto e deixar os homens caídos inconscientes no chão.
— Falei pra não fazerem nenhuma gracinha se não quisessem morrer, não foi? Se vocês tivessem me ouvido com mais atenção, nada disso teria acontecido.
Dito isso, Rei então tenta alcançar um pedaço da corda que está prendendo os seus pulsos, quando finalmente consegue, ele pronuncia a sua habilidade de animar objetos. Em seguida ele usa o comando de autodestruição nela.
Objeto destruído com sucesso!
Com as mãos livres, o garoto levanta da posição em que está e caminha até chegar próximo dos dois homens que já haviam recobrado parte de seus sentidos, mas ainda confusos com tudo que ocorrera.
— Eek… O-o que é você?! — questiona um dos homens caídos, tossindo sangue e com um olhar incrédulo sobre a figura diante de seus olhos.
‘’Mas que situação nojenta. Esses caras são mais baixos do que os porcos. Eles são lixos que apenas pensam em ter vantagem sobre os outros, vê-los assim caídos e incapazes de fazer algo é… é o melhor sentimento possivel.’’
— Eu sou eu, pense no que aconteceu como o karma. Fala sério, nem consigo imaginar o tanto de gente que vocês mataram e estupraram, seus arrombados — responde com o tom de voz sério e um olhar frio, pouco depois de aproximar-se e pega-lo pelo colarinho.
— P-por favor… Não, não, não me mata! S-se afasta de mim, fica longe.
— Fica tranquilo, mano, você não vai morrer tão cedo.
Continua…
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