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    Sem perceber, o rosto de Kazuki fica vermelho com a aproximação inebriante de Rei em sua nuca. Por um momento, ele consegue claramente sentir os músculos dos peitos do garoto tocando as suas costas, junto com a sua respiração ofegante. 

    — Rei?! 

    A única coisa que o estudante pensa naquele momento é o cheiro confortável do homem-fera, que assemelha-se muito à fragrância de chocolate quente. Por algum motivo remetendo a sua casa, no antigo mundo. 

    Ele nunca havia percebido isso antes — possivelmente aquele fosse seu cheiro natural ou ele estivesse usando seus feromônios. Afinal, tanto os alfas como os ômegas possuem uma distinção de cheiro quando seus feromônios são liberados. 

    — Ah, foi mal. Por me aproximar de você de repente. 

    Rei diz isso, mas não mostra sinais de retração e continua na mesma posição. E, por um breve momento, Kazuki começa a pensar na razão pelo qual pediu Rei para subir em suas costas. 

    “Por quê? Por que eu eu fiz isso…? Eu estava pensando em ajudar, não pensei que as coisas iriam seguir esse caminho quando me ofereci para carregar ele.”

    Kazuki pensa com consigo mesmo, sem saber onde esconder a vergonha e a animação em baixo. “Não posso deixá-lo me ver assim… obrigado deus por ele estar de costas…”

    “Preciso me acalmar e pensar em outras coisas agora mesmo. “

    Antes que pudesse comentar algo, o garoto declara rapidamente: — Seu cheiro sempre foi tão bom? Incrível. 

    Essas palavras repercutiram várias vezes na cabeça de Kazuki “Seu cheiro é muito bom”, ele não soube o que dizer naquela situação, não conseguiu raciocinar direito. 

    Por outro lado, depois de comentar aquilo, o estudante inclina-se um pouco para trás e abaixa um pouco a cabeça para baixo. 

    “Droga, droga, droga. Acabei de agir sem pensar muito… Que vergonha! O cheiro dele me fez perder os sentidos momentaneamente e quando percebi, já havia começado a falar… Pervertido!”

    “Eu tenho que pensar em outra coisa, se eu começar a ficar animado lá em baixo… ele provavelmente vai sentir…”

    “Que infernos de situação é essa? Acalme-se. Estou me sentindo da mesma forma quando estava no cio…” Rei declara mentalmente e tenta ao máximo evitar seus pensamentos de saírem da curva. 

    Com todas esses tipos de preocupações no ar, Kazuki começa a caminhar mais rápido que o normal, no intuito de chegar antecipadamente no vilarejo. O nervosismo parecia controlar seus pensamentos enquanto ele tenta manter-se firme. 

    Naquela hora, talvez ambos tivessem dificuldade em reconhecer os próprios pontos fracos? 

    “Basta! Chega! Eu preciso parar com isso. Não posso envolver o Rei em meus sentimentos… Talvez ele não goste de mim… da última vez, ele me beijou porque estava no cio, mas agora é diferente.”

    “Eu não tenho certeza se ele gosta de mim realmente… meus sentimentos só devem ser unilaterais, então… não quero estragar a nossa amizade por algo que não tenho certeza” pensa por um breve momento o homem-fera, após acalmar o coração e pensar fundo. 

    Embora Kazuki pense dessa forma, o seu coração está frustado pela dúvida de não saber se o garoto nutria o mesmo sentimento por ele — Na realidade, o homem-fera sentia-se como um covarde, por não conseguir perguntar como Rei se sentia e não saber se seus verdadeiros sentimentos seriam correspondidos. 

    Assumir aquele risco era algo muito perigoso. Tomar uma decisão em um momento difícil como aquele também seria difícil. Mas o pior era não conseguir expressar a própria opinião, simplesmente por medo. 

    Com a mente enevoada com todos os tipos de pensamentos de frustração, Kazuki muda de assunto e comanda a conversa para outro rumo — ignorando o que tinha acabado de acontecer. 

    — Rei, acho que estamos próximos do rio Nertyrem. Só falta um pouco, consegue ver de longe, não? — comenta e aponta para o lado. — Quando chegarmos, vamos descansar. 

    Dito isso, há um pequeno silêncio.

    — Ah, você deve estar cansado…  Sabe, quando eu era criança eu sempre acampa garoto com meus pais em lugares assim, apesar daqui ser um pouco estreito demais, mas teve uma vez que…

    Kazuki então conta sobre acontecimentos passados de sua vida, no intuito de mudar a atmosfera vergonhosa, mas acaba por piorar o estado da situação.

    “Ah, qual é. Não pode ser. Esse idiota… ele é péssimo em disfarçar. Está estampado no seu rosto que só começou a falar essas baboseiras para cortar o clima.”

    “Poxa, o que estou fazendo agora?” pergunta o estudante em pensamentos, sem ouvir nada do que Kazuki está dizendo.

    “Por que estou com tanta raiva e hesitação? Quando eu morri, eu me arrependi por não feito as coisas da minha maneira, me arrependi de não ter pego os caras do time de futebol que ficavam dando em cima de mim.”

    “Então… por quê?”

    “Por que não estou tomando a iniciativa, mesmo sabendo que ele gosta de mim?”

    “Isso é medo? Apreensão? Amor? Não consigo entender.”

    “Por que só não digo o que eu realmente quero? Será que sou um covarde por não ter esse tipo de coragem? Não, não, não. Foda-se, não vou ficar mais ouvindo essa merda.”

    Quando termina de pensar, um sorriso arrogante forma-se no rosto do estudante. 

    — Quando aconteceu, a gente começou a a rir. Era como se não esperassemos que aquele animal pequeno nos atacasse, você acha que eu poderia ter feito alto diferente? 

    — … Rei? Está me ouvindo? 

    — Rei? — pergunta ao virar a cabeça para o lado, sem saber a razão pela qual o estudante não respondia.

    — Cala a boca.

    Antes que Kazuki pudesse dizer qualquer coisa em resposta, seus lábios são cobertos pelo de Rei, que inclina sua cabeça para o lado e o beija com agressividade. 

    Continua… 


     

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