Capítulo 83 - Ele ainda está vivo? X
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Com aquele tipo de cena sangrenta marcada a força em sua memória, depois de notar a quantidade anormal dos corpos dos fanáticos jogados no chão e o sangue ainda jorrando de seus ferimentos, Kazuki têm uma ideia aproximada do que ocorreu para que aquilo acontecesse.
Entretanto, ainda que estivesse com muitas dúvidas e suas emoções ao ponto de transbordar, ele apenas as reprime e se mantém em silêncio, retornando com a sua expressão habitual no rosto enquanto escuta a conversa entre Rei e Tyrant.
Nesse momento, diferente da reação calma de Kazuki, a vidente dirige sua atenção ao estudante para perguntar com um olhar assustado no rosto.
— Mas jovem, foram vocês… vocês que fizeram aquilo? — aponta o dedo onde os corpos estão, sem acreditar em seus próprios olhos.
Após ouvi-la e dirigir sua visão para o local, até mesmo Rina coloca as duas mãos no rosto, em espanto e surpresa por aquela visão infernal.
— Sim, está surpresa? — responde ao colocar o braço em torno do ombro de Kazuki. — Nosso plano a princípio era só resgatar vocês, mas depois de ver o que esses desgraçados estavam fazendo, decidimos matar eles!
— Quero dizer, acabei me empolgando e matando eles. Foi mal por isso Kazuki, a sua missão era só resgatá-las. Acabei me empolgando e mudando o nosso plano — corrige o garoto, com o rosto próximo ao do homem-fera.
— N-Não, está… está tudo bem. Se você achou que essa seria a melhor solução, então provavelmente era o melhor a se fazer. Além disso, eles mereceram!
Kazuki responde um pouco nervoso mas ao mesmo tempo de forma confiante, dando a Rei um olhar de apoio.
Surpreso com aquela declaração, o estudante deixa um sorriso escapar de seus lábios.
— É isso mesmo! Assim que eu gosto! Vamos fazer justiça pelas pessoas que eles mataram — declara Rina, após ouvir a confissão de Kazuki.
— Graças a vocês, não só o vilarejo, mas todos os aldeões e pessoas que foram aprisionadas conseguiram se libertar desses filhos da puta — complementa a jovem, com as palavras cheias de agradecimento. — Obrigada por salvaram a minha vida, além da vida de todos os que estão aqui.
— Relaxa, isso não foi nada.
Após abrir um grande sorriso no rosto, o estudante volta sua atenção mais uma vez para o homem-fera, para perguntar com um tom de voz brincalhão.
— Você me considera um monstro agora, sabendo que eu matei todas aquelas pessoas?
— Não…
— Eu teria feito o mesmo — responde depois de um tempo, inclinando seu rosto para o lado, envergonhado pela sua própria resposta.
Após escutá-lo, o estudante não aguenta e acaba rindo da resposta de Kazuki, que chegou até mesmo a abaixar o tom de sua voz para responde-lo.
— Hahahaha! Sério, você é o melhor.
Depois do seu comentário, o garoto endireita o corpo e volta seu foco para baixo, em direção ao palco dos fanáticos, depois que toda a poeira havia desaparecido por completo.
Ele percebe que a maioria dos aldeões não estão mais presentes na região, havia apenas um local inóspito lotado com corpos e uma poça carmesim que parece se juntar com todo o sangue dos mortos.
E, em meio a esse cenário sombrio, onde até mesmo o céu parece fechado e escurece ainda mais a atmosfera, uma figura parece se destacar.
— Jovem, e aquele homen… por que você não o matou? — indaga a vidente, com um olhar de desgosto e raiva, apontando seu dedo para Wat.
Tyrant até tentou comentar sem demostrar quaisquer sentimentos, mas a leve curva no canto da boca dela, mostrou muito mais do que palavras poderiam passar.
— Honestamente, eu não sei cara. Acho que ele tinha algum tipo de habilidade ou proteção que fez a minha magia desaparecer quando ela chegou perto.
— Eu até tentei acertar ele novamente com a minha habilidade, mas não surgiu efeito. Dá pra acreditar que aconteceu a mesma coisa que a primeira vez? Ah, que chato.
Rei, que olhava vagamente para Wat de longe, logo solta um suspiro em desânimo.
— É uma barreira sagrada — comenta brevemente Tyrant.
Ela então complementa em seguida: — Se não fosse por esse homem, que colocou uma barreira nas prisões e encantou as algemas dos prisioneiros com anti magia, todos conseguiriam escapar com facilidade.
— Tudo por causa desse homem… — declara com desgosto Rina, franzindo as sobrancelhas.
— Então, como eu consegui matar os fanáticos se havia uma barreira ativa por perto? Isso não faz sentido.
— …
Por causa da pergunta de Rei, a vidente teve que refletir por um tempo, antes de abrir a boca e supor alguma alternativa que fizesse sentido em sua visão.
— De algum modo a sua magia talvez tenha caudado isso, meu jovem. Não posso afirmar nada, mas possivelmente ela tenha causado um dano maior do que ela era capaz de aguentar.
— Hum…
“Isso ainda não faz sentido. Se a minha habilidade é capaz de penetrar na sua defesa, não teria alguma consequência no corpo de Wat ou algo do tipo?”
“Bem, não vou quebrar a cabeça pensando nessa merda. É mais fácil ir perguntar pessoalmente para aquele filho da puta.”
“Então ele tem algumas habilidades de proteção e anti magia? Certo, vou ter que tomar cuidado.”
— Ei, vocês. Tem como vocês esperarem aqui? Preciso terminar as coisas que comecei.
No momento em que disse isso, ele se vira de costas e salta de cima da casa em que está.
Continua…
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