Índice de Capítulo

    ❖ ❖ ❖

    Antes de prosseguir com a conversa, o garoto pede para que Kazuki e Tyrant se mantivessem em cima daquela casa velha e esperassem por seu retorno.

    Embora todos os problemas tivessem se resolvido com a explosão mágica e a eliminação completa dos fiéis, Wat ainda permanecia de pé. 

    Na visão de Rei, o que adiantaria matar os subordinados se o maior empecilho seria o chefe, que poderia substituí-los a qualquer momento. 

    — Esperem aqui. Preciso finalizar o que comecei. 

    — Você vai matar ele? Caso ele tenha uma habilidade imune, a sua magia não tem efeito sobre ele. Então, não seria melhor eu descer, invés de você? — indaga o homem-fera, com a mão no pulso do estudante. 

    Rei não diz nada por um tempo e encara. 

    — Está preocupado comigo? Pode ficar tranquilo mano, não estou limitado somente a minha magia, sacou? 

    — Quando eu acabar com aquele filho da puta, a gente conversa. 

    Quando termina o discurso com o companheiro, ele se vira e pula de cima da casa. E, apesar da altura significativa, o estudante não sofre nenhum tipo de dano físico devido ao seu colar de proteção. 

    ❖ ❖ ❖

    Momento da explosão. 

    No momento em que ocorre a explosão mágica, a visão de Wat escurece por completo, somente retornando gradativamente enquanto ele ouve os gritos desesperados da multidão, antes dela se dissipar completamente da região minutos depois. Sobrando apenas um silêncio inquietante em meio a escuridão. 

    Por causa da confusão generalizada, uma hipótese surge na mente de Wat. A sua única certeza é que aquele provavelmente é um ataque surpresa, devido a sua habilidade de barreira que ativa subitamente. 

    A situação é tão ridícula que ele começa a pensar em todo tipo de coisa. Ele tenta ao máximo se lembrar de todos os eventos anteriores antes de acontecer a primeira execução. 

    “O que caralhos está acontecendo? Quem… quem fez isso…”

    Seu coração acelera, com um incomum desespero tomando conta dos seus sentimentos e vários cenários surgindo em sua cabeça, em seguida ele pensa: “Lembro que a aprendiz idiota da Tyrant se revelou contra os preceitos divinos… O que aconteceu depois? A minha mente ficou nublada antes que os fiéis pudessem executá-las.”

    “Todos estavam gritando até pouco tempo atrás, então por que pararam? Tem alguma coisa estranha acontecendo, mas não sei o que fazer. Se não fosse por essa maldita poeira espessa cobrindo a minha visão…”

    “Eu não acredito que isso tenha sido um ataque normal de um monstro. Caso contrário, a minha habilidade não teria ativado.”

    — Servos! Servos! 

    “Humm?”

    “Por que ninguém está respondendo?” 

    Inclina sua cabeça para o lado, arrastando-se pelo chão enquanto espera a poeira se dissipar.

    Ao mover-se alguns centímetros para o lado, o rapaz então percebe de repente que sua mão é encharcada por um líquido de consistência viscosa do chão. 

    Como uma reação imediata — como de alguém que acabara de levar um choque, ele retrai a mão rapidamente e a coloca próxima do rosto para identificar a substância desconhecida.

    “Pela minha sagrada deusa Vermeti… o que é isso?”

    A sua respiração torna-se pesada, como se o ar estivesse o sufocando até certo ponto de ter dificuldades para respirar. Suas mãos tremem e sua visão fica turva após notar o cadáver de um fanático ao seu lado sem resquícios de vida. 

    Inclina a cabeça involuntariamente para outro lado, mas a visão é inundada com um cenário infernal — quase ao ponto daquilo ser considerado o resultado final de um massacre de guerra, ou até pior. 

    “C-Como?”

    Todos estavam mortos.

    Com uma expressão de horror e incredulidade no rosto, ele recua para trás incontáveis vezes por conta de seu medo de também morrer daquela maneira desconhecida. 

    Embora estivesse aterrorizado com a situação, Wat não era do tipo de pessoa sensível ao ponto de lamentar ou se surpreender com a morte de outros indivíduos, inclusive seus próprios aliados ou amigos. 

    “Como isso é possível?” Enfim percebe a gravidade do momento, depois de examinar que os ferimentos nos corpos estão localizados em pontos vitais. Perfurações na cabeça, ferimentos fatais no pescoço e até mesmo furos em seus corações.

    Não importa quantas vezes ele olhasse para aqueles hematomas, a conclusão seria única: um especialista, algum assassino foi contratado para matá-los. 

    Até mesmo a estátua de mármore de Vermeti, em frente a prefeitura da cidade está danificada ao ponto de quase ser irreconhecível — um desconhecido poderia até mesmo dizer que aquela estátua parecia uma elfa ou uma mulher ogro, “blasfémia” diria Wat em resposta a ele.

    Wat não diz nada por um tempo, tentando se acalmar e manter-se racional em meio a tantos infortúnios. Ele olha para longe em direção a multidão, na esperança de encontrar alguém que pudesse dizer o que realmente aconteceu. Mas não havia sequer uma pessoa na região. 

    “Como isso é possível? Não, não tem como isso estar acontecendo.”

    “Sim, isso mesmo! Tenho certeza que essa deva ser uma provação da minha deusa, afinal, quando eu recebi a minha benção divina de proteção, houve uma situação parecida.”

    Ao contrário dos pensamentos do líder dos fanáticos, Rei aproxima-se dele com passos lentos. 

    Notando a presença de outra pessoa por perto, Wat inclina seu olhar rapidamente para o lado — apenas uma ligeira inclinação, todavia. 

    O estudante caminha em sua direção, dando um passo de cada vez com as mãos no bolso. Não houve hesitação em seus movimentos, e cada um de seus passas carregava uma enorme pressão aterrorizante. 

    — Puta que pariu. Você está horrível. 

    Um sorriso surge na face de Rei, mas sem nenhum ponto de amabilidade em sua expressão. 

    Palavras vulgares fluíram pelo local, porém diante daquela pressão do garoto, demorou um momento para que Wat respondesse. 

    — O que disse? 

    Pergunta em resposta, sem dar-se conta da tendão fluindo cada vez mais pesada por seu corpo. 

    Continua… 

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