Capítulo 94 - Obrigada sempre. X

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Quando recebeu a resposta, a vidente não respondeu de imediato, mas agradeceu em seguida pelas palavras de Rei. Em todos os seus anos de vida, Tyrant nunca pensou que suas habilidades pudessem ser vista com certa admiração e fossem consideradas úteis para alguém. 

Normalmente, devido ao uso de suas habilidades de prever o futuro em conjunto com seu vocabulário religiosos e profético, a sua figura era vista como controversa por muitos.

Sua imagem não era das melhores para os aldeões, então ela teve que se mudar para uma região mais afastada. Em conjunto com o seu hobby de cuidar de plantas, sempre era julgada como uma verdadeira ‘bruxa’, ‘fanática’ ou ‘louca’. 

Embora ela não se importasse com essas coisas. Ela ajudava quem queria. Ela ignorava quem não gostava dela.

— A propósito, você tem mais alguma coisa para dizer? Relacionado às suas visões. Não está escondendo mais nada? 

O estudante indagou, momentos depois de apoiar os ombros na parede. 

— … 

Assim que escutou essa pergunta, houve um pequeno silêncio no local. O silêncio só serviu para confirmar as suspeitas de Rei, que não conseguia acreditar que ainda existiam mais fatos que a vidente parecia querer ocultar.

O semblante no rosto de Rei parecia dizer: “Você é realmente uma vidente escondendo as suas revelações…?”

— Jovem, tem mais algumas coisas. Mas eu não consigo entender — respondeu ela, com o olhar fixo. 

— Pois então diga. 

— Ah, bem… 

— … Na minha primeira visão em que você obteve o manto vermelho e o livro, antes que a visão pudesse terminar, apareceram duas imagens. 

— A primeira imagem era um pequeno espelho antigo, a segunda imagem era um líquido verde que estava no interior de um cristal. Não tenho certeza do que possam significar, nem do por quê aparecem na minha visão. 

— Esses dois objetos podem conter um significado tanto simbólico quanto material, mas não sei se eles podem influenciar ainda a sua vida. A grande deusa Vênus não me iluminou e revelou nada. 

— Eu pedi às constelações e ao universo uma revelação acerca desse assunto, mas não obtive uma resposta. 

Quando terminou com a explicação, ela inclinou o rosto um pouco para baixo, decepcionada com o resultado de suas buscas. Mas o rapaz deixou para lá. 

— Certo, Tyrant. Valeu por dizer tudo isso ~ não precisa se colocar tão pra baixo por causa desse assunto, beleza? Talvez você não tenha encontrado a resposta, pois o universo não desejou te dar uma resposta agora, sacou? 

Rei respondeu no intuito de confortar, após notar como a vidente parecia tão para baixo. 

Kazuki, por outro lado, estava em silêncio como uma mosca. Ele permaneceu escutando toda a conversa, sem se intrometer nessas questões as quais não tinha o mínimo de conhecimento. 

De repente, a vidente moveu sua cabeça rapidamente para a direção do estudante, e mudou a sua expressão para um pequeno sorriso. 

— Você está certo, jovem. Obrigada! Tenho certeza que futuramente terei uma revelação divina. O universo não me deixaria na mão.

— …  

“Cada um com a sua fé! Apesar de eu não acreditar em deuses, constelações ou ideologias com bases religiosas.”

“Tyrant, as suas habilidades de prever o futuro vieram do seu sistema de habilidades. Seu sistema! Elas não foram obtidas por deuses, você obteve elas por seu próprio mérito.”

“Não posso falar isso para ela, talvez soe um pouco ofensivo.”

“Em relação a sua visão sobre o espelho e a pedra, eu não faço ideia do que possa significar…”

“… Droga cara. Já tenho tantas coisas na cabeça agora, certamente não quero me preocupar com mais nada. Vou apenas deixar de lado esse assunto. Acredito que tenha sido bom ver a Tyrant.”

“Caso contrário, todo o vilarejo seria destruído e eu não conseguiria informações futuras. Vamos só terminar essa conversa. Eu não tenho tempo para ficar parado, quero voltar para o refúgio.”

— Tem mais alguma coisa para falar, tiazinha? Se não, vamos ter que ir agora. Está ficando tarde e queremos chegar no refúgio o quanto antes. Tipo, valeu pela hospitalidade e pelas visões, você foi demais, e é isso. 

Depois de comentar, o estudante levantou-se e caminhou até a porta. Kazuki seguiu o mesmo exemplo e seguiu o menor até a entrada. 

— Espera… o que é isso do nada? Vocês… estão indo? — indagou a vidente, em surpresa pela atitude apressada deles. — Por que não ficam ao menos por agora? 

— O caminho até Svishtar é perigoso agora de noite. A maioria dos monstros e criaturas aparecem na região do penhasco, não sejam apressados. 

Ela então acrescentou com o tom de voz sério, fazendo uma pose com a sua mão no quadril: — Não sejam descuidados. Fiquem aqui pelo menos essa noite, existe um quarto lá em cima. 

“Espera… Não era você a pessoa que estava no penhasco perto de Svishtar de noite alguns dias atrás? Poha… é perigoso para a gente, mas não para você? Sem comentários…”

Pensou em um segundo Rei, sem conseguir esconder um sorriso irônico no canto do rosto. Ele então murmurou para Kazuki, que estava ao lado:

— Tanto faz ficar aqui ou não. O que você acha? Devemos ficar? 

— Erhh… eu não sei. Mia e Takayo estão no refúgio, eles devem estar sozinhos. 

— Sem chances, é sério? Estava esquecendo disso, então vamos… 

Antes que Rei pudesse completar o seu comentário, o homem-fera interrompeu e exclamou: 

— Mas eu acho que… podemos ficar. Lembro que a Mia havia dito que o senhor Círdan iria ficar com todas as crianças do refúgio até de manhã. 

— Como? Com As crianças? 

— Sim, não me lembro exatamente qual era o propósito, mas… acredito que eles estejam tomando conta das crianças nesse exato momento. 

— Ah, é? Tá, tá. Então vamos ficar aqui por enquanto, e de manhã vamos sair. Não tô afim de subir aquele morro, penhasco ou o quer que seja aquilo de noite! Só de pensar em todos aqueles insetos e cobras pelo caminho, sinto até um frio na minha barriga. 

Rei colocou as mãos no bolso após respondê-lo, em seguida virou seu rosto em direção à Tyrant. 

— Certo, Tyrant. Vamos ficar aqui! Mas só essa noite, de manhã vamos voltar. 

— Fizeram a escolha certa! 

Continua… 

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