Capítulo 7: Ruptura, Parte 1
Acolyn encarou Lacefull por um momento, se sentindo insegura, neste instante Nero toca em seu ombro. — Ei, não se preocupe — foi como ele quis dizer com seu toque físico.
Acolyn olhou para ele, seus olhos estavam brilhantes enquanto os de Nero eram apenas um buraco branco sem fim, — Seu olhar é tão frio, mas você é tão bondoso — falou.
— Vocês são muito moles! — exclamou Lacefull.
Acolyn retomou sua respiração, e com um semblante de coragem gritou, — Certo, vamos até o templo!
— Não precisava necessariamente gritar — falou Lacefull. Nero ficou sem entender mas também prosseguiu, pegou sua espada e colocou sobre sua bainha nas costas.
Acolyn subiu em cima de seu Mecha, — Sabe, esse seu robô ele e muito interessante, e tecnológico. Como você conseguiu construir algo assim em um lugar tão… carente de recursos? — perguntou Lacefull.
— Os minério que existem aqui, conseguem transmutar energia, o resto foi apenas engenharia básica. Aprendi a me virar desde muito cedo.
Acolyn entrou no robô, no seu interior era um espaço minúsculo, claramente feito para uma pessoa, um assento e em sua frente alguns botões de comando e links neurais que repassavam informações do cérebro para a inteligência da máquina.
Acolyn respirou fundo, os links se conectavam ao seu cerebro como ferroadas de abelhas, a dor era instantânea, mas logo passava. O robô piscou uma luz vermelha varias vezes até realmente ligar.
— Quanta coisa só pra ligar um brinquedo — debochou Lacefull.
Nero bocejou de sono e coçou seu olho. O robô começou a fazer um barulho de energia, Pwiinp! Pwiinp!. Seus Braços mecânicos e pernas começavam a soltar fumaça, liberando seus movimentos, junto com um barulho metálico pesado.
A grande máquina moveu seus dois braços fazendo uma pose heroica, — Mecha Lucas em ação, BIP — falou o mecha com sua voz robótica.
Nero admirado bateu palmas.
O robô se moveu falando — BIP, sigam-me! —, com seus passos pesados. Lacefull estava sorrindo, realmente aquela maquina era incrivel para ele. A felicidade de ambos ao ver aquela máquina era satisfatória.
A saida pela caverna foi glamurosa, o robô assustava todos os Yeromagins que rodeavam o local. — Realmente é muito bonito quando vemos em ação. Ok Mecha Lucas, nos mostre o Templo mais próximo daqui — falou Lacefull se teletransportando para a cabeça do Mecha junto com Nero.
O robô se moveu, ele era pesado e muito lento, cada passo era como um enorme tremor. Lacefull e Nero admiravam a imensidão que era o Império Selvagem.
Sua flora distinta e seus predadores naturais eram tão diferentes. As árvores ocupavam um grande espaço dentro daquele território. A máquina era barulhenta, o metal denso chamava a atenção de aves de bico serrilhado que rodeavam o robô.
— Não deem atenção para elas — alertou o Mecha. — Elas só atacam se sentirem ameaçadas, não chegarão perto de nós enquanto estivermos agindo de forma pacífica.
— Me diz, você é uma consciência própria? — indagou Lacefull que estava focado totalmente no céu. — Acha que eu não sou uma consciência? Eu vivo pelos neurotransmissores da garota!
— É interessante… essa garota é um gênio!
O robô caminhou por um curto período de tempo. Adentrando na floresta, um templo de adoração feito de calcário e quartzo, coberto por diversas plantas de cor vermelha, amarela e azul.
— Chegamos este é o templo mais próximo que eu conheço, pelo menos aqui — falou o Mecha.
Lacefull se teletransportou junto com Nero pro chão. O templo era enorme, sendo da mesma altura que o robô. Atrás das plantas existiam escrituras e desenhos rupestres feitos pelas tribos daquele lugar.
Nero sacou sua espada e com um toque limpo, cortou aquelas raízes que envolviam o templo. Os musgos desmoronavam com os cortes feitos pela lâmina da sombra, o que revelou um quartzo brilhante. Cada vez mais que as raízes se soltavam daquele lugar, mais da história era mostrada.
O coelho se aproximou um pouco trêmulo, porém curioso com aqueles desenhos, e suas escrituras indecifráveis. — Pelo que eu sei, esse templo era reverenciado pelo coração pulsante, mas não sei muito sobre essa lenda pra dizer se é verdade.
— Não, creio que isso já seja o suficiente. É tão estranho, o que eles estão reverenciando, são varias caudas, como se fossem cabos, e eles ainda são grudados em uma linha mais grossa. É como se fosse um computador, eles estão adorando um computador? — se perguntou Lacefull, enquanto tocava no templo antigo.
Nero parou ao lado de Lacefull, com sua mão apoiando seu queixo, ele estava curioso, não com o desenho, mas sim com as escrituras. — Isso é esquisito — foi como ele se referiu com seu gesto.
Lacefull foi cutucado por Nero, para prestar atenção nas escrituras. Eram linhas que iam do topo até o ultimo espaço do chão, que se estendia do solo até ao redor do templo.
— Essas escrituras… eu sabia, se for realmente o que eu estou pensando, isso aqui não é uma língua nativa, não! Essas coisas são linhas de codigos, códigos decifraveis.
O robô de Acolyn se aproximou, — Se são linhas de codigos, talvez eu consiga retirar algo disto —, o robô moveu sua cabeça para mais perto daquela parede.
A luz de seu rosto robótico ficou avermelhada, uma análise foi feita sobre aquelas letras antigas, e juntando dados suficientes se obteve um resultado.
— Pelo que parece, esse lugar foi construído antes dos primeiros povos — decodificou mais aprofundamente.
Lacefull e Nero ficaram sem entender aquilo. Cético, o coelho perguntou, — Não existiam povos, então o que são esses seres venerando essa maquina?
— Ao que parece, esse lugar foi feito para ocupar um espaço oculto. Não foi construído, e sim colocado por alguém…
— Está querendo dizer que é como uma matrix, esse lugar é tudo uma simulação? — indagou com um sorriso de canto de boca enquanto balançava suas orelhas.
— Não posso lhe garantir com cem por cento de precisão, mas é uma boa teoria.
Imperio Delta
No corredor do castelo de Zero, até seu trono, era possivel ouvir passos, e uma voz desconstraida, — Eai Bob, como você ta cara? — falou com uma voz rouca.
Zero estava impaciente, suas veias da testa estavam dilatadas, sua sombracelha mexia sozinha, por inquietude, apertando os braços da cadeira para contar a sua raiva.
R’Angel caminhava sem pressa, cumprimentando todos os soldados que ele encontrava em sua frente com educação e elegância…
— Fala ai, Mario! Cuidado com o seu armário hoje a noite, viu? — debochou com uma risada alta.
— R’ANGEL! — gritou Zero frustrado de tanto esperar, amassando os braços da cadeira em que estava sentado.
O homem angelical fechou seu rosto completamente, seu sorriso largo que adornava todo seu rosto sumiu instantaneamente. Suas sombracelhas se uniram e seus lábios se fecharam. Uma postura mais ameaçadora tomou conta do lugar.
— Puxa vida, finalmente. Estou fardo das suas gracinhas e sua pouca vontade em prestar serviços — falou Zero, rangendo os dentes.
— Ah para né, hoje é meu dia de folga cara — respondeu R’Angel que mesmo com um olhar frio, ainda mais tinha seu deboche presente.
O local virou uma aura agressiva por parte de Zero que estava irritado com gracinhas de R’Angel. — Preciso que você vá atras daquela sombra que esteve aqui a duas noites atrás, se lembra dela?
— Aquela criatura desprezível, lembro, o quê tem ela? — perguntou limpando seu ouvido sem se importar com as palavras de Zero. — E por quê você só sabe falar dela, o que ela tem de tão especial?
— Quanta petulância R’Angel, pensei que você fosse um soldado e não um entrevistador — falou irritado. Respirou fundo e continuou, — Aquela sombra, ele tem algo misterioso… é como se tivesse a mesma aura de uma máquina.
R’Angel franziu sua sombracelha, curioso, ele perguntou:
— Você ta falando sério? Aquela coisa magrela, impossível. Ele deve ter morrido quando você o jogou para o outro império, é impossível alguém sobreviver lá.
— Independente! — retrucou, — preciso que o ache e o traga até aqui, vivo ou morto, como preferir fazer seu serviço.
— Ahn? Ta querendo que eu mate alguém? Você ta muito bonzinho esses ultimos tempos ein, mestre — debochou sorrindo. — Te trarei ele amanhã de manhã. Espero que não fique chateado com o estado que ele ficará.
O olhar de R’Angel se tornou mais frio, sua retina robótica se ativou e as sombras se atenuaram em sua face deixando-o ainda mais maligno. Suas asas de suas costas se abriram, revelando uma perfeição angelical.
Um movimento rasante foi aplicado de cima para baixo com as asas, R’Angel se lançou aos céus, destruído o topo do castelo de Zero. — Que cara mais folgado — murmurou Zero irritado.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.