Capítulo 105: Entre Cubos e Espadas
Tendo seu cubo gigantesco formado, Oceano agora trocava olhares contra o seu oponente a partir daquelas faces que geravam uma visão azulada do espaço.
Sem perder tempo, esticou um dos braços para frente, fazendo um dos cubos avançar em rápida velocidade contra a aranha humanoide, que também se pôs a lançar sua investida imbuída em uma chuva de punhos que quebraram aquele cubo em estilhaços.
“Então ele pode quebrar os meus cubos, sem dúvidas está no meu nível… ” Com esse pensamento, enquanto semicerrava os olhos, Oceano esticou novamente um dos cubos do seu cubo mágico em contra ataque, enquanto a aranha humanoide dava um sorriso largo, preparando seus punhos.
Assim que deu seu primeiro punho, viu que o mesmo estava transpassando aquela superfície quadrada, mais tarde seu corpo interior o colocou dentro do cubo.
Sem mais tardar, Oceano fechou o punho numa tentativa de esmagá-lo ao fazer com que os quatro pontos do cubo começassem a se aproximar em rápida velocidade. Mas aconteceu que, quando tocaram seu corpo, uma explosão de estilhaços de cristais andou de ouvido em ouvido, anunciando o falhanço.
— Isso não me afeta… — A aranha humanoide deu um sorriso sádico enquanto encurvava o pescoço ligeiramente, esticando o braço e flexionando os dedos em um gesto de aproximação. — Vamos, tente outra coisa.
Franzindo os olhos, oceano mandou todos os cubos de uma vez por todas em direção a ele. Alguns se desviaram e o cercaram dos quatro pontos cardeais, enquanto outros o atacavam frontalmente, mas o humanoide não se mostrou nem um pouco ameaçado. Ele apenas permitiu que os cubos embatessem contra seu corpo, mas nada disso havia acontecido, todos os cubos o transpassaram enquanto parecia um tanto quanto admirado.
— Isso de novo não vai…
Quando o atrofiamento começou, seu corpo começou a ser esmagado enquanto sangue começava jorrar de suas narinas e bocas. A razão disso era que, ao se juntarem, os cubos criaram uma resistência maior que a de apenas um cubo, como Oceano planejou que fosse.
Mas antes que o seu corpo fosse completamente esmagado, ele desapareceu como num passe de mágica, deixando Oceano um tanto quanto impressionado ao vê-lo a alguns centímetros da entrada. Em compensação, pôde contemplar uma pequena aranha logo abaixo, o que lhe indicou que o humanoide havia trocado de lugar com uma aranha que estava fora do seu domínio.
— Você quase me pegou, humano…
Antes que terminasse de falar, Oceano mandou o cubo fortificado que havia lhe custado sua proteção contra a aranha humanoide, que agora fugia. Driblou o cubo e avançou em grande velocidade contra o Oceano enquanto era seguido por trás.
Como não podia evocar mais um cubo devido ao seu cubo mágico concentrado em um, ele se viu no dever de usar suas mãos. Lançou socos, que foram desviados enquanto saía do seu caminho.
Mudando de estratégia, Oceano convocou uma barreira transparente, roubando um pouco da força aplicada no cubo para conter os socos do humanoide por alguns segundos até que o cubo fortificado pudesse capturá-lo e esmagá-lo.
No entanto, no meio do processo, ele viu o humanoide se desfazer em milhares de aranhas que percorreram suas barreiras e deram a volta para o afetar enquanto o cubo colidia contra sua defesa, a quebrando em estilhaços. Por sorte, Oceano foi capaz de alterar o estado do seu cubo para intangibilidade, fazendo com que o transpassasse.
Assim que isso sucedeu, as aranhas já haviam começado a prender seus passos com teia enquanto tentava percorrer seu corpo, no entanto, ele buscou ao máximo
se distanciar enquanto procurava expandir aquele cubo fortificado por toda a sala. Mas as aranhas rapidamente ganharam o formato de um abraço, que segurou sua perna e o fez cair no chão, seu corpo tombando enquanto era tomado por uma infestação de aranha que lançava picadas em cada parte, transmitindo seu veneno.
E quando olhou sobre seu peito, metade do corpo que detinha a cabeça e o peito havia se formado, lhe lançando um sorriso malicioso.
Oceano rapidamente cerrou seu punho, fazendo com que o cubo começasse a encolher enquanto ele estava ali. No último instante, deixou o cubo com apenas um salto, enquanto na sua forma intangível, mas o humanoide havia o acompanhado.
No fim, o cubo esmagou o nada enquanto ambos se posicionavam a alguns metros de distância um do outro.
— He-he… Hah-hah!
A aranha deu uma pequena risada enquanto contemplava Oceano em um estado lastimável, seu corpo sendo tomado por uma mancha roxa.
— É apenas questão de tempo até que…
Antes mesmo que terminasse sua fala, as manchas roxas começaram a desaparecer enquanto uma aura transparente exercia uma pressão ao redor do Oceano, criando uma pequena cratera que espalhou rachas.
— O que…
— Apesar dos pesares, cada prova carrega um aprendizado… E graças a isso, você será derrotado! — Oceano apontou o dedo indicador contra a criatura, mas não foi um simples apontar dedos, a criatura teve que se desviar por sentir uma pressão no ar que estava prestes a atingir seu peito. Revirou os olhos, vendo que havia uma cratera redonda no fundo da parede do corredor estreito que levava a essa sala.
— Não vai se achando…
Após dizer isso enquanto expressava irritação, ele desapareceu ao mesmo tempo, em que o seu inimigo, fazendo seus socos colidirem no centro do buraco enquanto caiam para a superfície da segunda sala, dando origem a uma sequência de socos cujas rajadas se expandiam por toda sala, criando rachas e destruindo pilares que tombaram em uma explosão de poeira.
Agora imbuídos em uma região de poeira, enquanto a sala não parecia que iria durar muito, se distanciou o máximo que pôde enquanto era omitido por aquela névoa, criando um cubo fortificado que preencheu aquele todo espaço, envolvendo todo aquele espaço.
— Vai usar isso de novo? Muito fraco…
Oceano visualizou silhuetas humanoides feitas de teias vindo em sua direção, mas já havia gerado um mini cubo que o protegesse.
— É como eu disse… — Assim que a poeira se desvaneceu, as silhuetas começaram a desferir socos que iam formando rachaduras naquele mini cubo. Ao passo que Oceano mantinha seu semblante calmo enquanto encarava a aranha humanoide. — Cada prova carrega grandes aprendizados e essa me conferiu um… Unificar magia básica e magia de cubo mágico, criar expansão.
Após recitar essas palavras, uma grande pressão de mana tomou conta de todo cubo, fazendo que até mesmo as silhuetas enfaixadas fossem desfeitas como se tivessem sofrido algum tipo de desintegração e não era diferente do seu senhor, que via sua pele sendo desfeita em pequenos focos de chamas enquanto lançava murmúrios.
— O que é isso?! O que é isso?!
— Esse todo cubo está imbuído em minha mana quente, a mesma que foi capaz de desfazer o veneno, é a mesma que vai te desfazer. Agora desapareça!
Assim que o Oceano emitiu, a aranha humanoide foi desfeita em uma chama em meio a um campo de fumaça que havia tomado conta daquele cubo, que começou a se desfazer em estilhaços enquanto seu mini cubo, que também cedeu, desapareceu em cristais que se converteram em purpurinas.
Oceano caiu com um dos joelhos enquanto segurava seu peito na posição onde ficava o coração que batia fortemente. Suspirava bastante enquanto soltava uma fumaça calorosa, sua pele sendo imbuída em suores.
— Parece que cheguei ao meu limite…
Seus olhos logo contemplaram um portal se abrindo, onde foi visto por último o corpo do humanoide.
Duas espadas entraram em fricção, liberando faíscas enquanto Meredith encarava seu reflexo na silhueta prateada que projetava seu corpo, bem como sua voz, seus passos e técnicas de espadas.
Quando Meredith recuou enquanto posicionava a espada, ele também fez o mesmo.
— Então você vai me copiar, é? — disse Meredith, franzindo as sobrancelhas.
— Então, você vai me copiar, é?
— Então vamos ver se é mais rápido!
Assim que a silhueta repetiu essas palavras, Meredith partiu ao ataque em uma velocidade ainda maior, endurecendo sua espada para que pudesse despedaçar aquela cópia prateada ao som de sua técnica turbilhão de cortes, que foi anulada pela mesma cópia.
Franzindo o cenho, Meredith recuou e ergueu sua espada, passando no seu dedo para conferir se os ferimentos eram os mesmos. Quando uma ferida se abriu, também uma rachadura se abriu na pele prateada da criatura, o que demonstrava que ela estava disposta a copiar tudo.
“ Será que a única forma é eu desferir o golpe fatal contra mim? ” Meredith logo balançou a cabeça perante esse pensamento, que caso fosse executado, lhe custaria a vida e a chance de salvar seus irmãos. “ Tem que haver uma forma… Ele copia tudo o que vê…?”
Quando emitiu isso, correu ao ataque daquela figura ao mesmo tempo que ela, levando a espada às costas e assim, quando deixou cair e travou no último instante antes de embater contra a criatura, percebeu que ela ainda continha a espada em mãos, mas logo a deixou cair.
— Hum, interessante.
A criatura repetiu.
Agachou e pegou a espada no mesmo momento em que a criatura pegava, tentando dar uma investida com um chute, mas que foi impedida na mesma proporção.
Meredith então se distanciou na mesma medida que o seu homólogo, unificando a mão assim como ele. Fez com que sua mana se expandisse por aquele lugar, o que conferiu peso aos espelhos. Então levantou alguns deles na mesma num número igual ao da sua cópia.
Então com um zás, começou correr contra os espelhos que agora estavam virados para que não detectassem sua imagem, se escondendo em cada um deles enquanto sua cópia prateada fazia mesma coisa, a diferença era que cada um não sabia onde o outro estava, pelo menos da parte da cópia, já que Meredith podia senti-la.
Rapidamente, em zás, percorreu alguns espelhos enquanto ele continuava se escondendo em um dos espelhos. Assim que Meredith chegou numa aproximação furtiva onde ele estava se escondendo, reduzindo o som de seus passos, desferiu um turbilhão de cortes contra o espelho que o escondia e então a silhueta acabou sendo violentada. Quando tentou revidar, acabou sofrendo mais danos que acabaram por o destruir quando sua pedra acabou sofrendo um dano efetivo.
Purpurinas acabaram tomando conta daquela sala pelos espelhos e da criatura que se desfazia. Após suspirar e formar um sorriso triunfante, contemplou o aparecimento de um portal azul que girava em forma de espiral. Guardou sua espada na bainha, agarrada na cintura e começou a avançar para o que a reserva em seguida, rezando para que aquele fosse o caminho para a sétima prova.
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