Índice de Capítulo

    “É mesmo… Eu fui traído até pelo meu próprio irmão. O mundo me traiu, o mundo me rejeitou… Eu estou cansado de pessoas que tentam se colocar no meu caminho!”

    “Inferior?”

    “Superior?”

    “Vai me matar? Não me faça rir…”

    “Eu, Nikolas, jurei a mim mesmo que jamais seria humilhado novamente!”

    — Jamaissssss!!!

    Os olhos arregalados do Nikolas enfrentaram os intensos da Meredith.

    Quando a espada da Meredith estava a um centímetro de degolar o pescoço do Nikolas, inúmeros tentáculos carmesim acabaram por romper sua pele abruptamente.

    Meredith, junto da sua espada, foi arremessada contra a parede contrária.

    ” Droga… “, Meredith pensava enquanto sentia o forte vento balançar seu cabelo enquanto voava contra a parede. “O que está acontecendo aqui?”

    Meredith tornou as suas sandálias pesadas e conseguiu travar antes mesmo de colidir contra a parede contaria.

    Seus olhos azuis enfrentavam com severidade Nikolas, que não parava de contorcer-se enquanto cobria metade do rosto com uma das mãos.

    Hahahahaha! Você pensou que fosse me decepar, não é mesmo, Meredith?! Mas acontece que o universo dessa vez está contra você! É assim mesmo, sim, eu também já fui abandonado! Mas na minha vez em que recebi esse poder, o agarrei com todas as minhas forças!

    Meredith apenas observava o discurso do Nikolas.

    — As sementes que recebi do céu, eu as plantei no solo fértil com trabalho árduo, diferente de vocês prodígios e ricos da vida, que tiveram a sorte de nascer em berço de ouro… — Nikolas continuava falando enquanto seus tentáculos balançavam de um lado para o outro, tão vermelhos e com alguns furos na superfície.

    — Dá para calar a boca!

    Meredith reposicionou a espada.

    — Está brava, não é? É, de fato, eu entendo esse sentimento. Quando tudo parece dar errado, não é? É, eu entendo muito bem o que é isso!

    “Enlouqueceu mesmo”, Meredith pensou e suspirou. “É melhor colocá-lo para dormir. Matá-lo apenas mancharia ainda mais a minha imagem e deixaria as pessoas ao meu redor bem tristes. Isso, foco Meredith, você não é uma assassina.”

    Vendo o olhar e a expressão calma da Meredith enquanto empunhava a espada, Nikolas começou a rir.

    Hahahaha! Ainda acha que pode me derrotar? Tenho que admitir, você ultrapassou as minhas expectativas!

    Com os lábios selados, Meredith partiu ao ataque em rápida velocidade, deixando um rastro de poeira para trás.

    — Então esse é o caminho que você escolheu? Muito bem, Meredith, venha e pereça pelas minhas majestosas mãos!

    Nikolas lançou seus inúmeros tentáculos contra Meredith.

    Quando Meredith tentou cortar um dos tentáculos, que vinha em sua direção, conseguiu apenas penetrar metade da camada. E para piorar, ela não conseguia retirar a espada, então tentava a todo custo forçar a espada a cortar o tentáculo.

    Mas não conseguiu.

    Meredith acabou largando a espada para se desviar dos demais tentáculos, dando alguns saltos para ali e para cá.

    — O que foi que eu disse?

    Meredith pulou para o alto, mas um dos tentáculos agarrou sua perna e arrastou pelo ar, a rodando.

    Meredith cerrou os dentes e rasgou uma parte da roupa enquanto aumentava o peso da roupa. O tentáculo não resistiu ao peso da Meredith e a deixou cair.

    Meredith pousou no chão. Com um mero pedaço de suas vestes, ela agora conseguia despedaçar alguns tentáculos.

    “Não pensei que tivesse de usar àquilo, mas essa batalha é difícil demais para mim.” Meredith retirou uma sacola que estava agarrada a cintura, porém, mal teve tempo de usá-la. Naquele pequeno instante, tentáculos se agarraram aos seus pés. Eles se entrelaçaram as suas pernas e braços.

    A sacola caiu enquanto Meredith era carregada para cima.

    Hum, ainda acha que pode me derrotar? Quital pedir perdão? Quem sabe eu te perdoe!

    Nikolas deu um sorriso largo enquanto observava sua presa suspensa no ar.

    Meredith começou a rir.

    Hã? Do que está rindo?

    — É porque acontece que você não tem amor-próprio, Nikolas. Você não é feliz e, para preencher esse vazio, você se esconde em um mundo fictício onde você é o centro, mas tudo isso não passa de uma ilusão que você mesmo criou.

    — Amor-próprio, você diz? Eu não quero ouvir isso de uma assassina que foi traída.

    — Pode até tentar se esquivar me atacando, mas você mesmo sabe que você não é feliz. Você sabe que é vazio por dentro!

    Ao ouvir isso, as veias das extremidades na testa do Nikolas romperam a pele.

    — Chega! Já ouvi demais! Morra!

    Ele levantou a espada da Meredith, que havia ficado presa em um dos tentáculos e a arrastou até o peito dela.

    “Parece que esse é mesmo o fim.”

    Meredith fechou os olhos.

    Enquanto isso, um sorriso malicioso crescia no rosto do Nikolas.

    E quando a espada estava um pouco a centímetros de atravessar o peito da Meredith, uma voz se levantou e fez parar a espada.

    — Ei, espera!

    Nikolas direcionou os olhos para a pessoa que proferia essas palavras.

    — Você…

    — Jarves… — emitiu Meredith com os olhos esperançosos direcionados àquele homem.

    Opa, amigo! Não te ensinaram que não se deve bater em mulher?! Se bem que você está prestes a assassiná-la, mas também serve! Isso mesmo! — Ele apontou o dedo contra o Nikolas. — Meus pais me ensinaram que jamais se deve bater em mulher!

    — E o que eu tenho a ver com isso? Quer dizer, isso nem pode ser chamado de mulher.

    — Escuta… — Começou a andar. —
    Nós já entendemos que você é um cara muito forte, então poderia por favor nos deixar nós meros mortais em paz?

    — Não. E cala a boca por favor, essa sua voz me irrita.

    — Jarves, vai embora por favor! Eu não me importo de morrer aqui!

    Jarves piscou os olhos para Meredith e concentrou-se no cientista.

    — Ei, escuta. Você gosta de experimentos, não é? Eu possuo um vasto conhecimento sobre isso, então…

    — Eu mandei calar a boca.

    — Tá. Tá. Eu calo… Ohhhhh! — Jarves escorregou e rolou no chão até um pequeno saco. — Desculpa, eu escorreguei. — Ele levantou com o pequeno saco.— Desculpa mesmo!

    — Solte esse saco agora.

    — Olha, não tem nada de mais, apenas algumas moedas de ouro que eu vou precisar para fugir.

    — Solte agora.

    — Não.

    Jarves virou e começou a correr até ao Golem, mas foi acertado nas costas por um dos tentáculos, sendo arremessado contra parede. Naquele instante, ele lançou o saco no ar em direção a boca do Golem, mas para seu azar, as gemas dentro do saco foram esmagadas pelos tentáculos do Nikolas, apenas uma e única conseguiu cair na boca do Golem.

    “Droga!”

    Jarves colidiu contra parede, criando uma névoa que omitia parcialmente seu corpo.

    — É mesmo um charlatão, tentando enganar um ser supremo como eu. Vai ter o fim que merece… — Nikolas começou a andar em direção ao Jarves.

    — Deixa ele em paz! É a mim que você quer, não é? Então deixe ele em paz!

    Nikolas ignorou o clamor da Meredith.

    — Você ainda não entendeu, não é, Meredith? Eu quero é acabar com todos que possam ser importantes para você!

    — Não pode ser…

    Nikolas riu e continuou andando.

    — Só assim para ferir o seu coração de pedra.

    Meredith continuou clamando enquanto se debatia naqueles tentáculos, mas aquilo não passavam de uma linda melodia aos ouvidos de Nikolas.

    Quando chegou perto da parede onde Jarves estava derrubado, ele o observou. Estava desmaiado e com o sangue que saia da testa, jorrando pelo nariz e pelos lábios.

    Nikolas moveu o dedo, apontando um dos tentáculos contra a parte esquerda do peito do Jarves, onde ficava justamente o coração.

    — Mesmo desmaiado, você continua sorrindo. Isso é de fato irritante. Essa sua felicidade me irrita, mas sabe, o fato de você ter sido um mendigo que conseguiu a proeza de enganar Meredith me impressiona. Talvez, quem sabe, se tivéssemos nos conhecido em outra época, seríamos bons amigos… Hã? Mas o que estou dizendo? Sem chance que eu seria amigo de um inferior e mero mortal. Isso, morra! — Quando Nikolas arrastou o tentáculo contra o peito do Jarves, ele sentiu um tremor que o desequilibrou por leves instantes.

    — Aquela mulher, não… — Nikolas se virou rapidamente, observando um ser monstruoso e gigantesco cobrindo o sol e as nuvens, trazendo ao seu rosto apavorado uma grande sombra. E no meio daquela escuridão, olhos fundos e verdes brilhavam intensamente.

    — Homem pequeno se arrepender de colocar as mãos no amigo do Gaia. Homem pequeno ter que morrer agora mesmo! Gaia furioso! Gaia super furioso! Grrrrrrrr!

    — Como se—

    Ao ver o punho do Golem mais próximo, Nikolas tentou inutilmente pará-lo com seus inúmeros tentáculos, mas todos eles foram destruídos.

    Sangue caiu como chuva sobre ele, manchando suas vestes.

    — Tá tudo bem, se você me acertar, ele também vai.

    O golem abriu o punho.

    — Gaia saber muito bem o que faz.

    — O que?

    Espinhos pequenos saíram da palma do Golem. Eles foram em direção às articulações do Nikolas enquanto ele gritava desesperadamente.

    — Cresça! Cresça! Cresça!

    Mas, no fundo, ele pensava: “Ah, é mesmo, o universo me abandonou.”

    Os espinhos o acertaram, cravando seu corpo contra a parede. Nikolas fechou os olhos lentamente, perdendo a consciência.

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