Capítulo 29: Nas profundezas de um velho novo mundo (Parte 1)
Ao dar o primeiro passo, duas fileiras de luzes compridas e roxas começam a acender nos cantos superiores, revelando um túnel a sua frente. Ele se parece muito com o túnel que vinha da sua casa. As luzes só são interrompidas por vigas de sustentação no teto e na lateral.
Pouco mais de um minuto andando pelo túnel, se percebe que ele é inclinado levemente para baixo e para frente. A cada passo, uma luz que começou como um pequeno ponto na escuridão, vai crescendo até tomar conta de tudo.
Ao terminar, um salão oculto se apresenta. Ela percebe que existe uma espécie de altar de um metro de altura em formato circular no centro, também há degraus ao redor do altar. Existem mais duas passagens iguais àquela que usou para chegar ali.
O que mais a espanta, é uma grande estátua de pedra atrás do altar. Tão grande que deve ter uns vinte metros de altura, chegando quase ao teto. Um androide em pé, com um traje que cobre todo o corpo, se molda pela pedra. Ele veste um traje justo que cobre todo o corpo. No topo uma espécie de capacete molda a cabeça. Atrás da estátua, na região da cabeça, tem uma espécie de empunhadura de uma espada que se esconde a suas costas.
A estátua como tudo ali, é iluminada por uma luz branca que tem origem de uma grande lâmpada comprida e deitada que fica lá no alto acima da estátua. Ela circunda toda a parede formando um círculo. Porém, uma luz prateada que vem da parede que fica à frente da estátua e atrás de Sarah, se destaca levemente.
De onde Sarah está, mal dá para ver o que emite aquela luz. Na tentativa de ver o que é, joga seu olhar para cima e sua cabeça para trás. Após falhar, retoma a postura e volta a sua visão para o altar. A passos calmos, uma caminhada se inicia até o centro dele. Ao chegar, se vira para parede de onde vem à luz prateada. Olhando para o alto, consegue ver que tem uma espécie de um objeto pequeno e brilhante lá no alto cravado na rocha.
De repente o chão treme aos seus pés. O barulho de algo pesado despencando e colidindo no chão a suas lhe dá um leve susto. Se virando para ver o que aconteceu, seus olhos focam na figura a sua frente. Um androide com um traje todo preto e justo, com detalhes roxos e um capacete igual ao da estátua.
No capacete, há uma faixa roxa escura em forma de um V curvado para fora estampada na face frontal. Já em sua cintura, há duas espécies de pistolas alongadas, pretas com linhas laterais em roxo escuro. O androide está no meio de uma pequena cratera que se formou em consequência de sua queda. Sua silhueta aparenta ser de um homem de porte atlético. Conforme ele vai se levantando e andando para frente, sua altura alcança a dela no alto do altar. Ele aparenta ter uns três metros.
O androide então direciona sua face para Sarah enquanto coloca o dedo polegar na lateral da cabeça, e aperta algo que faz a face abrir para cima. Olhos azuis como céu de inverno, pele branca como um Nord. Seu rosto perfeitamente simétrico parece ter sido desenhado. Em sua boca, lábios de tamanhos médios, ficam estáticos por alguns segundos. Então sua pupila brilha por alguns segundos encarando Sarah sem piscar.
— Que estranho. — O androide com a cabeça meio inclinada para direita, com uma voz alta e firme direciona suas palavras para Sarah. — Eu aqui pensando que os covardes tinham finalmente criado coragem para lutar. Que decepção! — Com um leve sorriso no rosto e sarcasmo em seu tom, ele retorna a falar, enquanto começa a caminhar devagar em volta do altar. Seu olhar estampado de menosprezo continua focado nela, se desviando por momentos tão pequenos, que é quase imperceptível.
Sarah continua em silêncio, movendo-se conforme o androide se movimente. Sempre o encarando com um olhar fixo e concentrado.
— Quem é você garotinha? E como chegou aqui? Aliás, por que você está aqui? — O androide a questiona como se a ordenasse a responder. Seu tom de voz agora está imbuído de frieza.
Sarah começa a sentir um odor desagradável de sangue. O androide para na sua frente e na frente de uma das portas de acesso. E possível ver que ela está se fechando pouco a pouco. Enquanto isso, o odor do sangue fica mais forte.
— Vai ficar calada? Você que ajudou a fazer toda aquela bagunça lá em cima? Deu um trabalhão para limpar, mas sabe… É divertido ouvir todos aqueles gritos, ver aquelas perninhas tentando correr! — O androide com os dedos indicador e do meio apontados para baixo, simula pernas correndo.
Ele volta a andar ao redor de Sarah jogando palavras ao ar enquanto olha para frente e para o alto. — Pena que tinha aquele mostro, sorte que o teto começou a desmoronar. Aquele cabelo. Aquela vibração… Ela deveria estar morta. — Seus olhos serram e seus punhos se fecham. Sua voz terminando a fala demonstra claramente a raiva dentro dele.
— Dá medo só de lembrar daquele dia. — Após um profundo suspiro ele relaxa seu corpo. — Bom… tanto faz, só uma mulher e uma criança. Ninguém vai acreditar nelas. Os oficiais já mandaram seu pessoal para limpar essa bagunça.
Sarah continua focando seus olhos no androide a sua frente. Quando ele faz um movimento com os braços para cima, ela repara em algo vermelho escorrendo pelas paredes. Ali ela descobre de onde está vindo aquele forte odor.
Uma rápida corrida com o olhar para o lado e ela observa pequenos buracos que foram abertos em sequência por toda a parede que circunda o local. Buracos alinhados na horizontal, e perfeitamente espaçados por volta de dois metros um do outro. Quando Sarah volta seu olhar para o androide, ele não está mais ali! O silêncio reina por instantes. Quando se dá conta, uma presença sinistra surge atrás dela.

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