Índice de Capítulo

    — Mãe, por que a gente nasceu? — Shymphony pergunta timidamente enquanto seus olhos estão direcionados para baixo.

    — Como eu disse, me sentia solitária. Porém, com o tempo, veio a vida e seu desenvolvimento. E por mais que fosse incrível ver as feras e as plantas, ainda sim eu não era compreendida em minha essência. A vida não se comunicava comigo. Ela sobreviveu e ressurgiu, e ainda sim, esse buraco em meu interior continuou. Em meu desejo mais profundo, eu quis poder compartilhar meus sentimentos e ser correspondida. Então os poderes dentro do meteoro e dentro de mim conscientemente tomou forma. Você Apollo, no começo era uma chama que queimava um de meus galhos sem parar. Nem a chuva o apagava. Então esse galho caiu, virou brasa escarlate que brilhou por anos até tomar a forma de um bebê. Uma brasa com olhos de fogo.

    Apollo que está deitado com os braços cruzados atras da cabeça. Abre seus olhos, e deles, duas pequenas chamas brilhantes surgem.

    — Ao mesmo tempo, uma porção de terra começou a se contorcer até cobrir uma parte de uma de uma das minhas raízes. Então essa raiz quebrou, amoleceu e se desmanchou se tornando um com aquela terra. Outro bebê surgiu. Porém, esse todo trincado como o fundo de um lago seco.

    Pietro, com seu olhar esmeralda. Observa seus braços e mãos trincadas.

    — Olha isso mãe! — Pietro coloca seu braço dentro do braço de Sylphie e o deixa ali por um minuto, enquanto todos observam. Seu braço começa a amolecer por fora e os trincados somem, e se tornam lama delicada como se fosse uma camada fina de pele. Então ele retira e o estica para todos verem. Até Apollo abre seus olhos para observar.

    — Tenta fazer isso comigo. — Apollo timidamente se direciona até Sylphie. Ela balança positivamente com a cabeça.

    Ele se ajoelha e seu braço preto com trincados começa a brilhar nas rachaduras em um tom vermelho igual de uma brasa. Ao colocar seu braço dentro do braço de Sylphie, ele rapidamente se apaga enquanto sai um pouco de fumaça da região.

    Após tirar seu braço, e em silencioso, observa aos poucos ele secar e adquirir uma tonalidade cinza por cima. Então essas cinzas despencam, e no local cresce rapidamente uma margarida maior que as outras.

    — Isso eu também não. — A voz da arvore ecoa em um tom alegre. Tirando risos de todos ali. E após alguns segundos. — Sylphie surgiu em um dia chuvoso com ventos fortes. De repente um pequeno redemoinho de ar se formou na minha frente sugando algumas folhas para si. Também sugou algumas poças de água e tudo se misturou. E ficou ali girando por anos. Até um dia cessar e cair no chão, se tornando assim uma grande poça. As folhas que ainda continuavam intactas, com o tempo se afundaram e desmancharam. Então ela surgiu como um bebê, em uma forma liquida e transparente. O ar começou a soprar suavemente ao seu redor e desde então nunca mais parou.

    Sylphie com seus olhos fechados e cabeça erguida para os céus, faz suas brisas se tornarem mais fortes e chacoalhar todos ali.

    — Eiiii, calma ai! — Pietro reclama ao vento enquanto alguns pedaços de si saem voando.

    — Ops! — Com um sorriso tímido em seu rosto, ela diminui a força do vento que volta a ser uma leve brisa constante no ambiente.

    — Shymphony, que foi a última, só veio a este mundo depois dos humanos surgirem. Sob uma noite ao luar, em uma vila coberta de neve, ela nasceu de pais humanos. Junto dela, uma melodia relaxante ressoou pelo ar. Eu lembro que o mundo inteiro naquela noite se silenciou somente para ouvi-la. Porém, como ela demorou para crescer, por ser um ser eterno. As pessoas de sua vila pensaram que era amaldiçoada e tentaram sacrificá-la. Seus jovens pais fugiram da vila e foram morar em uma montanha. Eles já estavam quase morrendo de velhice quando ela disse suas primeiras palavras. Ela ainda tinha a aparência de uma criança. Na verdade, ela cantou ao invés de falar…

    Nesse momento as palavras entram na mente de Shymphony há fazendo relembrar o momento.

    “Hhhhhnnnnnnmmmmm. Neste resplandecente luaaaar. Duas almas se esvaem, suaves no aaar.

    Os mares se acalmamm sob o friiiio.

    Eeee na vastidãããão ressoam a dor do vazio.

    Duas almas…. Um cooraçããão…. Um barco, uma sóóóó diiireeeçãããão. — Shymphony termina seu canto enquanto lagrimas escapam de seus nos olhos. E um sorriso resplandece eu seu rosto.

    Obrigada por me amar e me proteger. Vocês sempre estarão em meu coração! Os Besbedesk os aguardam, nos salões infinitos de Ishimain. — Palavras suaves, ditas a beira de um rio com margens congeladas. Ela solta o barco rio abaixo com dois corpos enrolados em mantos brancos. Duas pequenas chamas na lateral do barco começam a se espalhar. E no meio daquela paisagem gélida e prateada sob o luar. Uma tocha escarlate brilha até alcançar o “céu”.”

    — Eu sou realmente sortuda. Tive duas mães e dois pais. —Shymphony solta essas palavras com lagrimas de felicidade nos olhos. Nesse momento, Sylphie, Apollo e Pietro se levantam e se juntam a ela em um abraço quente e banhado por folhas escarlates.

    — Todos vocês estão aqui vivos. Juntos. Vocês ainda têm uma longa jornada pela frente.

    — Quantos anos eu tenho mãe? — Pietro a indaga, olhando para seu tronco.

    — Vejamos! Você e Apollo vieram juntos. Naquela época os humanos começavam a construir uma pequena vila que seria mais a frente primeira grande cidade. Eles a chamavam de Kur, hoje ela não existe mais.

    — Nossa Sylphie!! Você deve ter visto as feras gigantes, já que você tem o dobro da nossa idade!! — Pietro se empolga na imaginação.

    — Na verdade, elas são muito mais antigas que isso. Já existiam humanos aqui quando cheguei. — Sylphie solta sutis palavras enquanto olha para as margaridas.

    — A maioria deles já tinham parado de vagar por aí, e já moravam em um só lugar quando Sylphie nasceu. Ela tem por volta de 11200 anos — Indaga a Mãe — Shymphony por sua vez como é a mais nova tem só 500 anos.

    — Sério!?!?!? Mas ela é maior que eu! — Pietro agora mistura sua empolgação com curiosidade. Se levanta e se coloca de pé ao lado de Shymphony para medirem o tamanho um do outro.

    — Vocês crescem de forma diferente. A Sylphie passou 100 anos como bebê e do nada virou o que vocês vêm hoje. Você e Apollo ficaram como bebês por 500 anos. 200 do tamanho de crianças, e depois cresceram cada um no seu ritmo. Apollo já tem aparência de um homem adulto. E um dia você também terá. — Enquanto a arvore explana, Pietro vai se sentando de volta no lugar onde estava.

    —Shymphony com 50 anos, ainda parecia uma criança, com 100 anos se tornou uma jovem moça. E só com 300 anos estabilizou na forma como vocês veem hoje. Ela ainda pode mudar muito, todos vocês podem mudar. Se aprenderem a controlar melhor os poderes que habitam seus corpos, vocês podem fazer coisas inimagináveis.  — A mãe termina de falar, enquanto Apollo volta a se deitar em meio as margaridas. Então Sylphie começa a levitar sobre todos ali.

    — Mãe! Eu preciso ir terminar de ajudar o pessoal a preparar o 7º festival das flores. — Sylphie fala enquanto sua leve brisa vai se tornando um leve vendaval, que balança as folhas escarlates, as margaridas e os cabelos de Shymphony.

    — Ei!!! Eu também quero ajudar!! — Pietro prontamente se oferece.

    — Querem vir também? — Sylphie solta suas palavras enquanto olha para Shymphony e Apollo.

    — Vão!!! Ajudem os humanos. Fortaleçam nossos laços aqui em Atlântis. É muito importante para que possamos ter um futuro brilhante. — A mãe dá um “empurrão” neles.

    Shymphony e Apollo se levantam sem falar nada. Juntos, começam a caminhar pelo campo de margarida em direção ao palácio.

    “Se pelo menos eu conseguisse contar a eles…” — Algumas folhas escarlates caem ao chão enquanto ela observa seus filhos sumirem no horizonte.

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