Índice de Capítulo

    As folhas escarlates despencam. A plateia antes murmurosa, agora se silencia. Shymphony pode sentir que a corrente de ar mudou subitamente. Do alto, ao olhar atento de Sylphie, nada escapa nem se esconde.

    Se virando na direção de onde vem tal vento. Uma sombra cobre o corpo de Shymphony. Quando se dá conta de tal situação. Um sorriso genuíno surge em seu rosto. Com seu punho fechado e olhar focado. Ela dispara mais uma onda de vibração para cima na direção de Orpheus. Que por sua vez desvia com um bater de asas. Após perceber que se aproximar não será tão fácil. Orpheus se deixa cair sem resistência até chegar a centímetros da arena. Então com mais um bater de asas, ela flutua por um instante e toca a areia com suavidade.

    Com suas asas abertas imponentemente. Orpheus abre os braços clamando pelo público. Gritos, aplausos, e até alguns desmaios ecoam das arquibancadas. Os vendedores animados com tal entrada, sorriem aplaudindo-a enquanto lembram das dicas e ajudas que ela já lhes deu.

    — Já que aquele gatuno não dá conta. Terei eu que honrar a segunda geração. — Orpheus aponta o dedo com a garra armada em direção de Shymphony.

    — Me mostre do que você é capaz “passarinho”! — Shymphony olha para ela, e sem perder tempo. Sai em disparada para encurtar a direção.

    Recolhendo as asas, Orpheus corre na direção oposta dela, indo em direção ao muro da arquibancada. Shymphony para bruscamente a corrida e prepara mais uma onda de choque para pegá-la desprevenida. Orpheus dá uma rápida olhada por cima dos ombros e percebe que seu plano não vai funcionar e pior, está prestes a sofrer um ataque a distância.

    Quando a onda de vibração é disparada na sua direção, ela aproveita o embalo da corrida. Salta e bate as asas enquanto bate os pés na parede, por alguns segundos, até corre lateralmente por ela. E com um mortal cai de volta na arena já correndo em direção a Shymphony que está preparando outra onda de vibração.

    De suas costas, escondida sob as penas, Orpheus saca um pequeno arco e algumas flechas tão pequenas quantas. E sem perder a velocidade da corrida, porém agora mudando de direção. Ela dispara um bem na direção da cabeça de Shymphony. Tal ato a pega de surpresa e a faz assumir uma postura defensiva de esquiva para o lado.

    Uma brecha foi criada. Então Orpheus salta e bate as asas em busca do alto se escondendo sob o sol que ofusca a visão de Shymphony quando tenta observá-la.

    As flechas despencam com alvo marcado. E sem poder vê-las direito, Shymphony se contenta em correr e desviar por alguns segundos. Enquanto corre, seu punho vibra na esperança de conseguir disparar outro ataque.

    Sem perceber que as flechas cessaram Shymphony corre mais alguns metros até então se dar conta. Nesse momento ela sente uma brisa subitamente tocar sua nuca. Seus olhos se arregalam e uma expressão de dor vem antes da própria dor. Com as garras dos pés, Orpheus desfere cortes nas costas dela, e em seguida se aproveita e se impulsiona ali mesmo para pegar distância novamente enquanto já prepara o arco novamente.

    Shymphony acaba caindo na areia com expressão mista de dor e frustração. É a primeira vez que ela luta contra Orpheus, e percebe que suas estratégias básicas não funcionaram dessa vez. Então ela puxa um punhado de ar e ignorando as feridas abertas na costa e no braço se levanta.

    “Se ao menos tivesse meu escudo” — Ela encara na direção de Orpheus enquanto prepara as pernas para uma corrida. Ao observar que uma flecha vai ser disparada ela se desloca para a direita em alta velocidade. Chegando até a levantar um punhado de areia na arrancada.

    Orpheus dispara duas flechas, mas não consegue acompanhar a velocidade de corrida dela. Então para um pouco e procura mirar no ponto futuro de onde ela vai estar. Enquanto mira, percebe que partículas de areia vão sendo levantada com a corrida de Shymphony. Isso desperta um alerta de pressa nela, que sente que precisa disparar antes que ela dispare.

    Na pressa, ela mira em um ponto e dispara. Mas Shymphony faz uma brusca parada repentina. O que pega Orpheus de surpresa.

    O ar em volta dela vibra. Partículas de areia levitam ao seu redor. Até seu cabelo dourada sacoleja mesmo sem ter vento algum ao redor. Em um piscar de olhos de Orpheus. Shymphony desaparece e reaparece a sua frente com um chute lateral armado pela direita. Que acerta em cheio e arremessa Orpheus para o lado e para o chão.

    Caída e resmungando de dor. Orpheus sofridamente procura se levantar. Mas o golpe foi forte. E o máximo que consegue é ficar de joelhos. Ela até busca seu arco. Mas percebe que o deixou cair um pouco atrás. Repentinamente Shymphony reaparece na sua frente com o punho armado.

    Com um sorriso no rosto. Orpheus só aceita tal destino.

    Então um soco puro. Sem nenhuma vibração ou aparato. Pura força e raiva acertam o queixo dela em cheio. A fazendo apagar no mesmo instante.

    Após perceber que venceu. Shymphony caminha até o arco e o pega. Então volta até o corpo penoso esticado ali e coloca a arma sobre ela. Com um sorriso no rosto, mas ainda sentindo dor. Ela a observa.

    — Parabéns! Se saiu muito bem para um passarinho. — Ela termina a fala levantando o punho para cima comemorando sua vitória e fazendo a arquibancada que mal respirou pelos últimos minutos explodir em frenesi.

    Alguns até se questionam se alguém poderá vencê-la esse ano.

    — Será que teremos uma nova Rainha em Atlás? Ah sim!! — Korvim fala alto até demais para ele mesmo. O que acaba chamando a atenção de alguns ali perto. — Talvez, quem sabe. Mas a rainha dos mares, com certeza é essa belezura aqui, de carne toda rosada e sem espinhos!! E para comemorar o festival das flores. Promoção!!!!

    E o que antes era só atenção, agora se torna um aglomerado de pessoas ali em busca de comprar um pedaço. Os outros vendedores não perdem tempo e começam a gritaria em busca de seus próprios clientes.

    Shymphony se direciona para o centro da arena e se senta de pernas cruzadas enquanto espera pelo próximo oponente. Um dos curandeiros de prontidão vai até Orpheus e a ajuda a se recompor jogando um pouco de água em sua cabeça e passando um pequeno pedaço de carne perto de sua narina.

    Ela se recompõe tão rápido que nem parece que acabou de ter uma dura derrota. Após perceber que seu arco estava ali do seu lado, intacto. Lança um olhar de gratidão para Shymphony enquanto se retira da arena andando. Olhar que é retribuído com um leve sorriso. Que logo some em meio a expressão de dor. Ela tenta se manter centrada e focada.

    Apoie-me

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota