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    Conforme o astro rei vai se levantando imponente. A plateia antes eufórica pelo próximo embate, já começam a se perguntar se realmente alguém terá coragem de enfrenta-la depois dessas exibições. Alguns murmuram e outros cochicham sobre a possibilidade de possíveis desafiantes terem ficado com medo e amarelado. Outros até levam a sério a ideia de que talvez já tenhamos uma vencedora de Atlás já definido antes mesmo que comece de verdade.

     Sylphie já cansada de esperar ali estagnada no mesmo lugar, até se prepara descer até o solo para dar por encerrado esse evento. Quando vindo pelo túnel uma silhueta aparece aos poucos sem fazer um barulho se quer. Sylphie é a primeira a perceber tal presença e já retoma seu lugar de observadora. Ela prepara mais uma rajada de vento vindo do jardim de Méter que traz mais folhas escarlates.

    Com um olhar de canto e um sorriso de boca fechada, Shymphony é a próxima a reparar em tal presença antes que as folhas pudessem pigmentar o céu azul. Aos poucos as folhas vêm caindo e a multidão agora se silencia a espera do próximo a encarar tal desafio.

             Quando a silhueta toca a areia e começa a ser banhada pelo sol. Logo um homem de estatura média, levemente franzino e todo coberto por penas exceto pelo rosto começa a tomar forma. Shymphony logo vislumbra aquele olhar infinito como se guardasse o universo dentro da alma. Um olhar sem pupila ou íris, somente estrelas e estrelas brilhando infindavelmente.

    Sua pele clara exposta somente no rosto não dúvidas. O coração de Shymphony acelera em uma melodia única. Tudo que ela quer fazer agora, é o que não pode. Não por alguma proibição, mas sim pela situação que se encontra. Mais uma vez ela se torna o alvo. Agora sem muito rodeio. O homem pega um rápido impulso enquanto abre suas asas e como se fosse feito de penas alcança o topo do muro.

    “A quanto tempo que não vejo ele em ação”. — Sylphie até se perde por um momento em vagas recordações. Só que logo volta o foco para baixo.

    Shymphony já de pé agora tem em sua expressão o olhar focado e os punhos já prestes a carregar uma onda de vibração. Ele por sua vez deixa seu corpo cair um pouco para frente, mas sem perder o contato de suas patas com o muro. Contato esse que agora na vertical, é usado como base para uma propulsão. E como se fosse um borrão marrom cortando a arena. E em completo silêncio ele atravessa planando pela areia até se parar de pé as costas de Shymphony.

    Por uma fração de segundos, o que era para ser uma onda de choque direcional, se moldou como um campo de força em volta dela. Que fez as partículas de areia explodirem em propulsão para longe de onde Shymphony está. Alguns grãos chegaram a quase atingir a arquibancada. Porém uma corrente de ar vindo do céu bloqueou todos os grãos de areia.

    Em meio as penas, no peitoral. Sangue escorre como se fosse água da chuva. E no braço de Shymphony onde já existe um ferimento aberto, agora se encontra outro. Menor, porém mais longo e profundo.

     — Você sempre tem um truque nas mangas — A voz serena ecoa suave dele até chegar nela. E antes mesmo que ela possa responder, ele cai de joelhos na areia de asas abertas e depois de recolhê-las, deixa seu corpo cair para o lado enquanto observa a plateia já se levantando para ir em bora. — Patético — Ele sussurra para si enquanto se entrega para a areia.

    Shymphony se vira e corre na direção dele ignorando qualquer dor ou sangramento. Sylphie despenca do alto como se fosse a mais pesada das gotas de chuva. Parando bem por cima do corpo dele. Ao observar mais de perto. Percebe que tais ferimentos não passam de salpicado por entre as penas.

    — Frágil como sempre! — Sylphie já mais calma desabafa suas preocupações.

    — E letal! — Shymphony após ver o mesmo que sua irmã, sente suas pernas bambearem e cai de joelhos no chão. Ao olhar para baixo percebe o sangue escorrendo pelo braço e caindo na areia com mais velocidade do que deveria. O corto foi muito profundo e mesmo ela sendo uma Elemental, ainda sente os efeitos como de um corpo humano qualquer. — Não esperava menos de você. Ela termina sua fala quase sem voz e despencando para o lado.

    Sylphie olha para os dois caídos ali ensanguentados e memórias que eram vagas, agora se tornam claras enquanto envolve eles em um pouco de água para estancar os sangramentos. Os curandeiros já se aproximam para prestar os socorros necessários. Não que ela precise, mas ele já é outra história.

    Aqueles da arquibancada que estavam levantando e indo embora. Dão uma ultima olhada de curiosidade para a arena e observam a cena final dos dois caídos. E se perguntam o que pode ter acontecido para tal desfecho. Outros, agora se levantam satisfeitos com esse pequeno evento e começam a se direcionar para as saídas.

    Os vendedores vendo como foi hoje. Se animam para as possíveis negociações que aconteceram esse ano. Korvim com um sorriso no rosto observa a arena e Sylphie levantado voo para longe dali.

    — Oooh sim! Esse ano promete!! — Ele termina de falar com ele mesmo enquanto um rapaz para na sua barraca com olhares aguçados para alguns pequenos peixes de cor esverdeada. — Esses dai meu rapaz, são pequenos de tamanho, exóticos de cor, e mais difíceis de serem capturados que a jovem dama da barraca de água potável.

    Palavras essas que deixaram o jovem de pele bronzeada, todo corado. Ele olha para Korvim com um sorriso bobo no rosto e começa as negociações enquanto vai tirando algumas iscas coloridas para pesca de um pequeno saco de couro escuro.

    — Veja bem meu jovem, o segredo para pescar tal raridade, e ter paciência! Aah sim! — Korvim encantado por tais iscas, já vai fazendo oque sabe de melhor.

    Enquanto isso. Na barraca de água potável. Uma jovem mulher de cabelos cor de salmão, observa de longe o jovem rapaz de cabelo dourado e pele bronzeada que está na barraca de peixes. Então sente um cutucão vindo do lado.

    — Eu se que ele é bonito! Mas agora as moedas desses nobres são mais. — Uma voz mais madura e feminina vem de uma mulher de cabelos também na cor de salmão, aparentando já aparentando ter idade para ser mãe da jovem.

    A garota acaba ficando sem jeito e com sorriso bobo volta a focar nos clientes a frente. Um rapaz portando um arco verde que parece ter sido feito de algum galho por aí. De cabelo branco e pele amarela, observa com seus olhos amendoados na cor castanho escuro, algumas das garrafas de água que elas têm à disposição.

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