Capítulo 29: Yoshida Miyu continua inquieta. (1/2)
Haruki morreu? Isso significa que alguém começou a agir? É apenas o começo do segundo dia. Droga, não esperava que fosse tão rápido.
Não. A quem estou querendo enganar?
Eu sempre soube desde o princípio que isso viria acontecer. No momento em que as regras do jogo foram decretadas, isso se tornou algo premeditado.
Era improvável que os outros dois jogadores selecionados decidissem esperar pacientemente pelo fim do jogo, assim como eu, e desta forma por suas vidas em risco.
— Ele morreu? Como assim? Ele teoricamente deveria ter passado a noite nesta sala — questiona Shou.
— Encontramos o corpo dele no corredor.
— O QUÊ?! Quem foi o desgraçado?! — Shou exalta-se.
— Ainda não sabemos quem foi o responsável pelo assassinato. Todos que possuíam proximidade com ele podem saber mais detalhes no local. Vou para lá agora, caso desejarem, podem acompanhar-me.
Dificilmente encontraremos o culpado tão facilmente, pois estando presos neste ambiente, não possuímos recursos de investigação. Se o jogo ainda não foi encerrado, tanto para seu azar quanto sorte, significa que ele atacou o alvo errado.
07h04
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Eu já havia visto defuntos em funerais diversas vezes, porém o impacto de ver um corpo que acabara de morrer é totalmente diferente, em especial caso tenha sido fruto da vontade alheia. Se eu me concentrar apenas um pouco, posso ver o odor obscuro que rege seu corpo, como um lamento de uma maldição lançada ao mundo por sua injusta e forçada partida.
O corpo de Haruki está caído em meio ao saguão enquanto outros membros do conselho o analisam. A característica mais marcante é que nem um ferimento é visível. Assim sendo resta uma única alternativa como causa de seu assassinato.
Envenenamento.
— Johann! Manabu! Vamos encontrar o desgraçado que fez isso com o Haruki! — exclama Shou com os punhos cerrados.
— Acho melhor deixar isso com o Takacchi e a Kaichou, eles devem proceder com isso melhor do que a gente. Provavelmente só atrapalharíamos — replica Manabu.
— Eu sei. Mas não podemos ficar de braços cruzados, precisamos fazer alguma coisa. Deve ter alguma pista! — Shou continua disposto.
No entanto, deixando os planos de Shou de lado. Há algo me incomodando neste assassinato. É tudo muito estranho, se o jogo continua, significa que Haruki não era um jogador afinal. Então ele foi escolhido por engano? Ou talvez a tentativa de envenenamento fosse outra pessoa?
— Haruki-senpai, quem poderia fazer uma barbaridade dessas. Ele era gentil com todos, isto é tão injusto — murmura Natsuki chegando ao saguão.
Junto dela estava Keiko, Miyu e outras garotas que vieram averiguar o corpo. Aparentemente ele era um companheiro prezado por todos, ou pelo menos agiu para que se fizesse assim.
— Primeiro o Asahi-kun, agora o Haruki-kun. Este jogo já nos tirou dois amigos queridos em pouquíssimo tempo — Keiko complementa Natsuki.
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As meninas parecem bem abaladas, no fim, perdemos os dois garotos mais populares da escola nos dois primeiros dias de jogo.
— Ah Johann-kun, encontrei você — Miyu aproxima-se de mim e comenta com o olhar perdido — Eu fiquei chocada quando soube da morte dele.
— Mortes são muito comuns, porém nunca esperamos que elas aconteçam ao nosso redor. Contudo, nesta situação anômala, não posso dizer que fiquei chocado.
Ainda reafirmo que era apenas uma questão de tempo para que tudo isso começasse.
Mas tão cedo…
Manabu afasta-se do conglomerado de estudantes que está se formando ao redor de Shou e se junta a mim e Miyu como espectador.
Miyu direciona-se a ele e comenta.
— Parece que os garotos estão se empenhando para trabalhar juntos. Veja, o Shimizu-kun está bem motivado para fazer justiça. Não vai ajudá-lo Manabu-kun?
— Eu tenho os pés no chão. Não há nada que eu conseguiria fazer.
Eu realmente não esperava ouvir algo sensato saindo da boca de Manabu.
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O Shou está montando um belo comício. Apesar deste meio não me agradar muito, no fim, pode até ser bom que eles se unam e não desconfiem uns dos outros.
— Shimizu-kun, eu concordo com você! Vamos procurar o culpado! — Miyu diz motivada.
— É isso aí! Vamos vingar o Haruki! — discursa empolgado.
Vocês realmente acham que vão chegar a algum lugar com isso?
A atmosfera muda bruscamente com um projétil em forma de palavras que rompe a empolgação alheia.
— Eu o matei.
Apenas uma sentença acaba com o comício de Shou e todos viram sua atenção à locutora da frase.
A presidente do conselho estudantil, Yukihara Mikoto, adentra o ambiente com toda a atenção de um público de olhos arregalados focado em sua suposta confissão. Ao perceber que ninguém reagiu ativamente a sua declaração, joga uma mecha de cabelo para trás e prossegue falando.
— O que vós faríeis se eu estivesse a falar sério? Teriam coragem para investir toda essa sua suposta fúria por justiça ou vingança contra mim?
Alguns estudantes suspiram aliviados ao entenderem que ela estava apenas sugerindo uma situação hipotética.
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— N-Nós… — Shou tenta se justificar.
Ele foi pego de surpresa pela forte atmosfera da presidente. Está sem respostas. Porém, não consigo entender o porquê dela estar o pressionando. O que ganhará com isso?
— Paralisado, hein? Só mostra que a tua determinação não é suficiente, tu apenas falaste, mas na hora de agir com o suposto assassino à tua frente não conseguirias fazer absolutamente nada. Tu consegues conceber que isto não é nenhuma brincadeira? Não temos tempo para fantasiar sobre heroísmo ou vingança. Tendo em vista isso, deixe a investigação nas mãos do conselho.
— Relaxe, Shou. Veja pelo lado bom, você foi insultado por uma bela garota — Manabu tenta ajudá-lo.
Ele está apenas olhando para baixo e deprimido por ela ter cortado o seu barato.
A sagaz presidente agora está no canto oposto da sala de aula, rodeada de estudantes que até poucos minutos atrás estavam no comício do Shou. No fim, eles querem apenas alguém para seguir, e a presidente é uma guia melhor aos olhos deles do que um derrotado como Shou.
09h22
Após algumas horas do ocorrido, o ambiente continua muito inquieto. Parte dos alunos estão mais uma vez dividindo-se em tribos com a finalidade de confirmar suas respectivas opiniões.
A presidente e o vice-presidente parecem estar fazendo todo o possível para manter a ordem, desde o acontecimento de hoje cedo não pararam de trabalhar por um instante sequer.
As condições de Natsuki e Keiko também não estão muito boas para contribuir com o conselho. Ter alguém tão próximo assassinado sorrateiramente não deve ser uma das melhores experiências e dificilmente permitiria manter a cabeça centrada em seus afazeres.
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Keiko, apesar de muito abalada, ainda consegue contribuir de alguma forma com o andamento das investigações e com a manutenção da ordem, todavia o mesmo não pode ser dito a respeito de Natsuki.
Com esse vácuo criado dentro do conselho, a presidente precisa suprir o papel dos outros quatro principais membros. Normalmente não seria uma tarefa difícil, não para ela. Mas colocar um bando de adolescentes assustados para colaborar não é uma tarefa tão superficial.
Avisto Miyu. Ela está olhando de um lado para o outro, e tentando se locomover em meio a este saguão lotado pelo recém-discurso da presidente.
Estaria procurando pelos dois idiotas? Ela fixa o olhar para cá. A expressão no seu rosto inicialmente é de alívio, e gradualmente começa a assemelhar-se com a de uma mãe zangada. Está vindo em minha direção, acelera o passo, parece que vai falar algo.
— Johan-kun! — exclama irritada.
— O que foi? — respondo cansado.
— Como assim o que foi?! Eu estava preocupada com você! Você não podia ter sumido desse jeito! Achei que alguma coisa pudesse ter ocorrido.
— Por favor, fale mais baixo. Você está chamando atenção desta forma e se realmente está tão preocupada comigo deveria tentar manter esta conversa do modo mais reservado possível. Todavia, não entendo o porquê de tanta preocupação, se eu tivesse sido abatido você saberia na hora, já que o jogo se encerraria, né?
Ela recompõe a compostura para nos mantermos discretos e replica.
— É… mas não importa — cruza os braços e desvia o olhar — Você deveria ter dito aonde ia mesmo assim.
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Bem, é inútil tentar contrariá-la no momento. Posso aproveitar que ela tenha vindo sozinha para me certificar de algo.
— Você falou alguma coisa para o Shou ou para o Manabu sobre aquilo? — vou direto ao ponto.
— Não. Mantive em segredo. Mas não acha que devemos dizer algo a eles?
Vejo que a minha decisão de manter isso oculto foi a melhor opção. Ter os outros dois agindo como ela seria ainda mais estressante.
— Por hora não. Fez bem em manter sigilo.
Volto a observar o pátio como se ela nem ao menos estivesse ao meu lado.
— Ei! — cutuca-me.
— E agora? Qual o problema?
Será que essa garota não vai desencanar de mim? Quero passar um tempo em paz, preciso raciocinar e colocar minha cabeça no lugar para conseguir chegar a alguma conclusão.
— O problema é você estar vulnerável, precisamos pensar em uma forma de você sobreviver.
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— Nesta altura do campeonato ninguém vai me matar, é muito cedo para outro jogador conseguir manipular alguém.
— Não viu o que aconteceu com o Hasegawa-kun? Há algum maníaco por aqui! Você não pode simplesmente sair sozinho pela escola.
— Um maníaco pode ser, mas não um maníaco burro. Matar Haruki não ocasionaria a morte dele. As regras estão ao meu favor, você deveria estar mais preocupada com a sua segurança do que com a minha.
Para falar a verdade, já não tenho tanta confiança nisso. Não pude prever que um assassinato surgiria logo no segundo dia.
Miyu morde os lábios não querendo aceitar a minha sentença.
— Ah… você é muito teimoso. Pretende fazer o que então? Sentar e esperar alguém vir atrás de você?
— Não é uma má ideia. Digo que é até uma opção bem tentadora.
Ela suspira e se senta ao meu lado. Parece que desistiu de alarmar sobre o suposto perigo que estou correndo.
— Você é um grande idiota — volta a falar — Contudo, não se preocupe.
Ela mantém-se por algum tempo olhando para o lado com o rosto completamente aborrecido e então volta o olhar para mim e diz.
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— Mas eu estou falando sério, tome cuidado. Não quero que você morra, pois você é um bom amigo.
— Entendi.
Ela volta a sorrir, olha para frente, levanta-se e começa a acenar.
— Estamos aqui!
São Manabu e Shou passando pelo pátio que ao nos avistar caminham até nós.
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