Capítulo 34: De forma vaga, Yukihara Mikoto começa a falar. (2/2)
23h48
Eu realmente queria entender como as coisas foram acabar assim. Esta sensação de dever persiste martelando na minha cabeça de modo que não consigo mais dormir. Porém um dever a quê? Vou apenas segui-lo e tirar este pensamento da cabeça.
Pude ouvir que Takashi abandonou o seu posto de vigilância, e no momento estou o seguindo pelos corredores da escola.
Quando foi que me tornei tão irresponsável? A minha suspeita só aumentou ao perceber que ele esperou alguém pedir para ir ao banheiro e segundos depois o seguiu. Não é possível que ele planeje utilizar a mesma abordagem de ontem à noite e espere sair novamente impune.
A explicação mais plausível que cheguei sobre o assassino estar sempre a um passo à frente do conselho estudantil é de que ele está bem embaixo do nariz de Mikoto.
É notório que manter o assassino operando tão próximo dela não é nem um pouco seguro, tanto para ela quanto para o restante dos alunos. Preciso resolver isso logo e pegar Takashi no flagra, e então Mikoto estará segura e a garota estrangeira, Ailiss, estará também fora de suspeitas.
É por causa delas que estou fazendo tudo isso?
Continuo o seguindo e tomando todo o cuidado para caminhar silenciosamente. Porém, parece que ele poderá ouvir a qualquer instante o meu batimento cardíaco fora do normal.
De repente, sinto algo tocando meu ombro.
Então o real assassino estava atrás de mim?
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Fui precipitado em acreditar cegamente que o Takashi era o culpado?
— Johann-kun? — ouço um sussurro vindo das minhas costas.
Miyu?! É a primeira vez que me sinto aliviado dela ter me encontrado. Esta agonia estava me matando.
Por outro lado, como devo me explicar? Dependendo de quanto tempo ela me observou, não posso simplesmente mentir que estava indo ao banheiro ao caminhar sorrateiramente deste jeito. E não posso simplesmente dizer que estou procurando pelo assassino.
— O que você está fazendo aqui? — pergunto.
— Eu que lhe pergunto, por que você está sozinho andando pelo corredor?
Viro-me e vejo uma garota ao seu lado. Kobayashi Keiko, então ela está com uma responsável pelo dormitório neste horário. Provavelmente estava acompanhando Miyu até o banheiro.
— É uma longa história. Mas resumidamente, pensei ter ouvido alguma coisa suspeita então me levantei. Com isto explicado, se me derem licença, preciso continuar a minha missão para verificar do que se trata.
— Você não pode sair andando por aí num horário destes, acho que nós do conselho deixamos isso muito claro nas regras que estabelecemos. Se este suposto barulho estava o incomodando, deveria ter reportado para o responsável pelo dormitório. O que você espera que o conselho pense de eu tê-lo encontrado nesta situação? — Keiko replica.
— Sem falar que isto não é nada do seu feitio, tem certeza que não bateu a cabeça? — pergunta Miyu.
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Parece que não vou me livrar dessa tão fácil.
Vendo que não tenho muitas condições de voltar a seguir Takashi, pois já o perdi de vista, acho que o melhor é simplesmente tentar livrar a minha barra.
— Sinto muito, eu estava paranoico, e o Takashi não estava lá para que eu relatasse o problema. Então agi no impulso. O que devo fazer? Basta eu voltar para meu dormitório que estará tudo certo?
— Vejamos… o que fazer? Normalmente eu deveria reportá-lo para a presidente qualquer comportamento suspeito. E vocês precisam concordar comigo que um estudante caminhando no escuro após o toque de recolher está enquadrado nessa situação.
— Kobayashi-san, posso garantir que o Johann-kun não está envolvido nos assassinatos. Ele é meu amigo, acredite em mim — diz Miyu.
— Mesmo que você diga isso… é o regulamento… Não há nada que eu possa fazer. Abrir uma exceção nas condições em que estamos seria inaceitável, mesmo que ele seja seu amigo de confiança. A lei precisa ser universal e aplicada igualmente a todos os estudantes, ao abrir uma exceção a ele todos teriam o mesmo direito.
— Você até parece a Kaichou explicando algo de modo tão formal.
— Verdade? — ri — Espere, esta situação é bastante grave.
Se eu for depender de alguma vista grossa estarei ferrado, preciso contra-atacar de alguma maneira o que Keiko está decidindo. Porém, o que a faria ir contra as regras estabelecidas pelo conselho?
Só consigo pensar numa forma.
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— Tudo bem. Eu não queria apelar a isto, pois era um segredo, mas pelo visto não terei escolhas. Vou abrir o jogo. A Mikoto não disse nada a você sobre mim? — replico.
— Mikoto?! Qual sua relação com a Kaichou? Nem o Tanaka-kun a chama pelo primeiro nome — Keiko assusta-se e fala mais alto do que deveria.
Felizmente parece que ninguém a ouviu elevar o tom de voz. Miyu também está bastante surpresa com o desenrolar da conversa.
Não era nessa intensidade que eu queria, mas usar o primeiro nome da presidente parece ser algo bem efetivo no quesito surpresa. Simular que possuímos alguma intimidade pode ser decisivo nesta virada de jogo.
— Eu não sabia que você e a Kaichou eram conhecidos. Por que nunca me falou nada? — fala Miyu.
— Sinto em decepcioná-las, não queria que criassem alguma expectativa errônea a respeito disso, mas somos apenas aliados. Ela me pediu para que eu investigasse certo alguém. E era exatamente o que eu estava fazendo até agora pouco, quando vocês me interromperam.
— Entendi o seu ponto, mas preciso verificar essa informação. Nada foi me passado sobre você estar ajudando na investigação e muito menos que você teria liberdade para transitar a noite. A Kaichou normalmente é muito formal, ela não lhe deu nenhum documento assinado o concedendo a liberdade de circular neste horário?
Naturalmente ela não aceitaria apenas isso como desculpa. Afinal, eu claramente poderia estar mentindo.
— Eu não recebi essa autorização em específico, apenas fiz isso para seguir o suspeito. Imagino que esteja subentendido que para fins investigativos eu possa romper algumas regras estabelecidas. Então após confirmar com a Mikoto que eu disse a verdade, terá que relatar como atrapalhou os planos de observar o suspeito em um horário crucial. Pense bem antes de informá-la sobre isso, pois nós dois sairemos perdendo.
Ela parece bem pensativa quanto a minha proposta, mas no fim foi encurralada. Chantageá-la era a única solução possível. Apenas o medo de ser repreendida por Mikoto a faria ir contra uma de suas ordens.
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— Ok, você venceu por hora. Este é um risco que não quero correr. Mas ainda quero que você me explique melhor sobre isso em outra hora. Ademais vamos deixar isto por aqui… Yoshida-san, não vimos nada, né?
— É-é. Exatamente, não vimos nada.
O que contei não era totalmente mentira, então justamente por isso parece ter funcionado.
— Boa noite, e tome cuidado. Não faça nada imprudente, viu? — Miyu se despede de mim e as duas seguem o caminho para o dormitório feminino.
Procuro por mais alguns minutos o paradeiro de Takashi, todavia não consigo mais encontrá-lo e quanto mais o tempo passa, mais arriscado se torna voltar para o dormitório e me dar de cara com ele. Então decido voltar e dormir, afinal esta noite já se tornou improdutiva no instante em que perdi o rastro dele.
Entro no dormitório sem grandes problemas, Takashi ainda não voltou, bem como o estudante o qual pediu para ir ao banheiro. Deito-me e deixo minhas preocupações para o dia seguinte.
4º Dia
07h14
De novo.
De novo fomos surpreendidos com mortes tão brutais quanto ontem, para falar a verdade muito mais. Não há nem comparação.
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Apenas de vislumbrar os corpos causa-me náuseas, a cor vermelha amplamente toma a superfície do piso do banheiro. Os corpos foram achados, dentro de um box trancado, por um aluno que ia ao banheiro hoje cedo.
Há cortes profundos por todo o corpo, desde membros até áreas mais letais como pescoço, tórax e barriga. Não obstante, o criminoso ainda fez questão de danificar os seus rostos, deformando através de cortes nas bocas de alguns e olhos de outros. O estado em que se encontram reflete a agonia pura que presenciaram.
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