Capítulo 50: Portanto, este final prossegue errado. (1/2)
Se ela utilizar a metralhadora, Ailiss e eu seremos os únicos que poderão enfrentá-la por causa das regras do jogo. Assim sendo, Keiko necessita acabar com ela o mais rápido possível.
Por que ainda não disparou?!
— Kaichou, parada! Diga-me, foi você que matou a Natsuki-chan?!
— Se fui eu? O que tu farás se eu simplesmente negar este fato? — ri — Irás trocar de lado?
— E não foi você por acaso?! Sei que está tentando me enganar!
— Quando eu disse isso? Não nego o meu envolvimento nisso. Estás bastante confusa, não? Apenas estou apontando-te como essas perguntas não têm o menor valor. Pelo que dizes, a minha resposta não faria diferença alguma, então por que certificar-te de algo assim? Por acaso estás com medo? — continua descendo.
— Já estava muito claro para mim que é a culpada, mas eu precisava ouvir uma confissão diretamente de você… Como tem a coragem de dizer isso tão abertamente, ela era nossa amiga… — a encara com raiva — Isto não vai acabar assim! Vou vingar o que você fez com a Natsuki-chan! — permanece mirando em Mikoto, porém suas mãos tremulam intensamente.
— Não, tu não vais. Foste tola de trocares de lado, sabes que te conheço muito bem. Tua relação com a Nakamura-san não era tão boa assim a ponto de sacrificares a própria vida por um mero capricho. Se entregares essa arma, poderei reconsiderá-la ao meu lado novamente.
Mikoto pausa, sorri sarcasticamente e então volta a falar.
— Uma evidência de que tu consideras te unir a mim é o fato de mesmo nesta situação, tu ainda chamares-me de “Kaichou”. Admitas, tu preferes estar do lado mais forte, sempre foste assim, sempre pensaste no próprio bem-estar… Todas estas questões que tu fizeste-me não tinham como único propósito encontrar um pretexto para abandonares esta idiotice?
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— CALA A BOCA!
Ela está hesitando! Keiko no fim das contas não está tão segura de disparar em Mikoto. Desta maneira nosso plano vai cair por terra. Será que eu me enganei sobre ela? Talvez ela só estivesse disposta de levar esta vingança para frente momentaneamente, quando ainda estava com a cabeça alterada. Se as coisas continuarem neste ritmo terei que assumir de volta a responsabilidade de matar Mikoto.
— Mas é a verdade. Tu também achavas aquela pirralha chorona uma grande irritante e insuportável. Já me confessaste isto, não te lembras? Admitas que no fundo tu agradeceste pelo falecimento dela, pois assim não haveria mais nenhum peso morto para carregares na tentativa de sobreviver.
— KEIKO! NÃO CAIA NA CONVERSA DELA! — grito.
Mikoto está tentando confundi-la ainda mais. Com sua confiança em pedaços, deixou-a totalmente vulnerável.
— E-eu n-nã — Keiko de olhos arregalados gagueja e hesita em disparar.
Tento me mover até ela para ajudá-la a se recuperar, no entanto já é tarde demais.
Um estrondo ecoa pelo saguão. Mikoto aproveita este momento de hesitação para disparar em Keiko. O projétil acerta em cheio a sua mão fazendo-a derrubar o revólver.
Keiko berra dolorosamente ao ver suas mãos completamente vermelhas.
Nas mãos? Ela tem uma mira boa assim como Ailiss para atirar com o intuito de desarmar?
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— Realmente não levo jeito com isso. Em todo caso, na próxima não errarei — comenta Mikoto.
Não, ela realmente estava atirando para matar. Foi apenas um acaso que tenha acertado nas mãos de Keiko.
Porcaria, nosso plano fracassou. O que posso fazer no momento é deixar que Ailiss cuide dos demais capangas de Mikoto, enquanto eu tento salvar Keiko do próximo tiro.
Corro e paro na frente de Keiko como um escudo, desta forma Mikoto não poderá disparar nela. Olho para o ferimento dela e constato que não conseguirá atirar com as mãos naquele estado. Seus dedos estão dilacerados, não há condições de ela continuar com o plano.
— Sinto muito, Johann-san. Eu prometi vingança, porém meu corpo congelou na hora. Sou um fracasso como amiga. Não sei como poderia encarar Natsuki-chan depois disso.
— Deixe isto de lado, você fez o melhor que pode. Como você está? — observo a fumaça e o fogo tomando conta do bloco — Acha que consegue sair daqui por conta própria?
E agora? O que faremos? Capturar Mikoto e procurar algum voluntário para executá-la não parece ser muito viável com o pouquíssimo tempo que nos resta. Sinto muito Ailiss, mas alguém precisa substituir o papel de Keiko…
— Eu preciso terminar o trabalho. Pegue a arma para mim. Tentarei disparar outra vez — Ela fala em lágrimas.
Ela não percebe que com estes ferimentos profundos em suas mãos, não terá como mirar adequadamente? Se nem em perfeitas condições foi capaz de acertar Mikoto, numa situação deplorável e instável como esta é totalmente irrealista.
— Impossível, perceba o estado em que se encontra. Você não tem condições de continuar.
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— Se eu não matá-la, como ficará a minha vingança?! Como vocês sairão do jogo?!
Ela está desequilibrada e pelo jeito ela não vai parar de insistir em continuar até estar ciente de que tenhamos alguma alternativa.
— Encontraremos alguma forma, outra pessoa ficará responsável pelo seu cargo. Vamos, você precisa sair daqui e ir para algum lugar seguro.
— Ficarei bem. Preocupe-se com a Kaichou — arregala os olhos e cede às minhas instruções.
Ailiss continua bem ocupada com tantos adversários, deve estar enfrentando cerca de dez rapazes ao mesmo tempo. Manabu e Shou também não estão nas melhores condições. Então significa que eu preciso resolver esta situação sozinho. Nada de jogar isto para os outros, serei o responsável por carregar este fardo.
— Johann-kun! — grita Miyu correndo em nossa direção.
— Chegou na hora certa, tire a Keiko daqui. Darei cobertura a vocês — digo pegando a arma do chão.
— Tudo bem. Cuidarei dos ferimentos dela — fala enquanto ajuda Keiko a levantar-se e filtra a sua respiração com um lenço.
Acompanho as duas até a proximidade de uma das saídas do bloco ainda não tomada pelo fogo e entrego o restante da responsabilidade por Keiko para Miyu. Deste modo, posso voltar a encarar Mikoto.
Retorno até em frente às escadarias. Desde que acertou Keiko, ela parou de descer. Ainda está lá em cima esperando por mim com um sorriso no rosto.
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— Escolheste Keiko como responsável por me matar? Justamente alguém que conheço todos os pontos fracos? Eu tinha absoluta certeza de que ela não teria coragem de disparar — sorri — Eu iria recomendar-te selecionar melhor os teus aliados da próxima vez, mas é uma pena que não haverá uma próxima.
Talvez tenha sido uma decisão errônea depender de outrem para uma tarefa de tamanha importância, mas desta vez não estarei sujeito a este erro, resolverei por conta própria.
Agora com a arma em mãos, aponto para a presidente do conselho.
Está na hora de acabar com isso. Por mais que minha cabeça enlouqueça em pensar nela. Por mais que eu sinta um carinho inexplicável por Mikoto. Eu preciso acabar com isso, antes que algo pior possa acontecer a Ailiss. Eu irei salvar Ailiss deste jogo a qualquer custo! Mesmo que eu precise destruir parte minha fazendo isso.
— Mikoto, você não vai se render né? — pergunto olhando para ela.
A garota arregala os olhos e parece que pretende dizer algo, mas a voz que ouço é a de Ailiss.
— Mistkerl! Não atire! — grita.
Está tentando me impedir de novo?
— Por quê? Por que não? Este é o único jeito! — olho para ela e exclamo de volta.
Sinto muito, mas desta vez terá de ser assim. Eu realmente preferia que fosse diferente. Eu queria ao menos passar mais um dia ao seu lado, todavia não há outra escolha.
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— Não me interessa se há ou não solução! Não há como eu explicar aqui, e nem sei colocar isto em palavras. Apenas não quero que você morra! Entendeu?! É uma ordem! — replica enquanto prossegue chutando e socando os seus adversários.
Idiota, deixando implícito que sente algo por mim, apenas me dá mais energias para me sacrificar por você. Porém, ao mesmo tempo torna tudo muito mais doloroso. Por favor, não diga mais nada e me deixe encerrar isto de uma vez por todas.
Volto minha mira para Mikoto e vejo que ela está mirando para algo além de mim.
— Jocchi! Espere! — grita Manabu agarrando o meu braço.
Olho para ele, e o vejo apontando para fora. Então percebo que na entrada do bloco estão três rapazes, sendo que um deles está segurando Miyu.
Fui ingênuo de pensar que estariam seguras fora do bloco. O que eu faço? Estou num beco sem saídas. Não posso simplesmente ajudá-las, se eu der as costas a Mikoto, ela matará Shou e Manabu sem piedade. Deste modo até mesmo Ailiss estando sozinha ficará encurralada.
— Fiz bem em deixar alguns deles lá fora para suprir casos como este — diz Mikoto apontando a metralhadora para Miyu.
Merda, agora não poderei atacá-la. Shou e Manabu me impediriam, pois Miyu está servindo de refém a longa distância.
Espere, isto que o Manabu esconde no bolso traseiro seria…
— Entregai esta arma caso não queiras que a vossa querida amiga tenha o rosto perfurado por um projétil — ordena Mikoto.
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— Faça o que ela diz! Não o perdoarei se deixar a Miyucchi morrer! — exclama Manabu de costas para mim.
Entendi. Esta ideia não é nada má.
A arma cai no chão, e então eu a chuto para as chamas. Deste modo Mikoto ficará convencida de que não conseguiremos pegá-la de volta.
Ela permanece mirando em Miyu com um sorriso de deboche.
— Vós sois bem obedientes. Todavia, infelizmente também sois muito ingênuos. Já não havia dito? Eu mint- — sua fala é interrompida por ter sido atingida por um objeto.
Logo identifico o objeto em questão, um sapato.
Sim, um sapato. Shou arremessou o seu sapato na cabeça de Mikoto, a fazendo tirar Miyu da sua mira por alguns instantes e esta é a hora de começar a pôr a ideia em prática.
— Insolente como te atreves a arremessar algo assim em mim? Vou acabar contigo primeiro — volta-se irritada para Shou.
— Socorro! Eu não quero morrer! Alguém me ajude! — em meio aos tiros corre para algum ponto cego dela.
— Maldito — suspira — Tudo bem, um verme como tu podes esperar um pouco mais para morrer.
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Ailiss e eu corremos em direção a Miyu, e com uma bela voadora, a notável garota derruba dois dos rapazes. Aproveitando a distração, muito justificada, do terceiro, acerto o meu primeiro soco efetivo.
Ainda não consegui usar meu corpo de escudo para protegê-las, então Mikoto está prestes a disparar em Miyu quando novamente é interrompida. Desta vez não por um sapato, mas por um projétil diretamente em seu peito, advindo do revólver nas mãos de Manabu.
— Desgraçado, como tu conseguistes outra arma? — fala olhando para a arma que eu havia chutado ao chão.
Eu compreendo a sua confusão, mas o plano dele era muito simples. Acontece que Manabu estava com sua arma de brinquedo, e quando ele estava de costas para mim troquei com a original. Chutei a arma falsa para o fogo, e naquela distância Mikoto não pôde perceber que era de plástico.
No fim, este hábito do Manabu de trazer suas parafernálias para escola acabou nos salvando.
O som emitido pela metralhadora não é mais o de um disparo, mas o barulho da própria tocando chão. Após deixar sua arma cair, é a vez de suas pernas falharem.
Uma forte aflição começa a me incomodar demarcada por um aperto no peito, lembrando-me muito o estado no qual estava no início do jogo.
Vislumbro a bela presidente com sua camisa tingida de vermelho prestes a desmoronar para frente.
Sem sequer pensar sobre minhas ações, lanço-me em direção a ela, subo as escadarias a toda velocidade e a seguro antes de cair no chão.
Vejo o seu rosto, sangue está fluindo do canto de sua boca.
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Infelizmente eu falhei. Deveria existir um jeito para que ela pudesse ser salva também. Não é justo que isto acabe assim. Como eu tentei… como eu tentei pensar em uma saída para que um de nós três não precisássemos morrer… Por que ainda me importo tanto com uma inimiga que sequer possuía afinidade? Não consigo compreender a confusão mental pela qual estou passando.
Sinto-me destruído por dentro. Como se um dos pilares que me sustentava tivesse sido fortemente fraturado. Por que você significa tanto assim para mim?
— Idiota, vá ao teu amigo — sussurra em meu ouvido.
— Manabu-kun! — Miyu grita e corre até ele junto de Shou.
Manabu? Sim, meu melhor amigo também está morrendo neste instante. E a única coisa com que eu consigo me importar é com o falecimento de uma inimiga. Que tipo de lixo de ser humano eu sou? Meus valores morais só podem estar invertidos. Manabu esteve comigo a todo o momento, e até decidiu sacrificar-se no último instante. O mínimo que eu deveria fazer é acompanhar a sua partida.
Por quê? Por que eu não consigo seguir o conselho que ela mesma me deu? Minhas pernas não se movem daqui. Meu rosto não consegue desviar por um mísero segundo do seu. Cada fragmento que constitui o meu ser aclama que eu ao menos a acompanhe nesta despedida.
Esta adversária não demonstrou nenhuma empatia comigo e meus aliados. Não há sentido para que eu esteja agindo desta forma. Porém, misteriosamente não posso deixar de evitar de ampará-la. Novamente questiono-me, por quê?
— Realmente precisava acabar assim? — pergunto.
O tempo praticamente distorce-se a minha volta. A ponto de eu esquecer que estamos em pleno um edifício incendiado. Esquecer mais uma vez de meu melhor amigo e todos que me deram suporte até aqui. A única coisa na qual consigo focar a atenção é na sua inevitável partida e nos meus próprios lamentos.
Porém, um grito faz com que eu volte a mim e perceba a realidade ao meu redor. Então finalmente posso libertar-me e dá-la adeus.
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— ALGUÉM O AJUDE PELO AMOR DE DEUS! — berra Miyu ao ver Manabu aos poucos parar de tossir sangue e cessar movimento.
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