Autor: Glauber1907

    O vento soprou em meio a noite fria. Um jovem de cabelos brancos e casaco vermelho caminhava lentamente pelas ruas da cidade metálica, carregando consigo um ar solitário.

    O jovem se chamava Laiki, ele era um transporter. Nessa noite ele foi obrigado a aceitar um trabalho que todos os outros transporters haviam recusado.

    Em sua mão esquerda, uma maleta prateada balançava conforme ele andava. Ao olhar para o que estava em suas mãos, suspirou em desgosto.

    — Maldito Bada, me obrigando a aceitar esse trabalho. Esse velho sacana quer me matar… Me fazer carregar essa coisa!

    Laiki sabia exatamente o conteúdo da maleta. Na verdade, qualquer um em Akratroid saberia que item era esse e seu valor. Um Colisor de Ibrings.

    Uma ferramenta usada para construção de portais de teletransporte, todas as principais corporações do mundo queriam colocar a mão nisso e construir seus próprios portais.

    Seu cliente dessa vez era uma dessas grandes corporações, a Zakrat, uma companhia multinacional bilionária que pretendia construir seu primeiro portal em Akratroid.

    Tudo estaria bem, se não fosse um pequeno detalhe. A informação de que o Colisor estava sendo transportado até a sede da companhia havia se espalhado pelo submundo.

    Na primeira tentativa de transporte, Zakrat havia contratado dez blindados Hagons e mais de cinquenta mercenários. No final houve um banho de sangue nas ruas de Akratroid e apenas dois blindados junto a poucos mercenários sobreviveram, fugindo com o colisor.

    Tendo aprendido sua lição, Zakrat dessa vez optou por um transporte mais discreto.

    Há cerca de meia hora, Laiki havia pego a maleta de um contato anônimo.

    — Certo, calma Laiki! Até agora tudo bem, tudo bem, não tem nenhum bando de assassinos lunáticos tentando arrancar seu braço fora pra pegar essa maleta — disse ele, enquanto olhava para os lados nervosamente.

    Logo ele chegaria ao local indicado para pegar um veículo de transporte, uma Cyco, uma moto planadora.

    Zum!

    Um som de motor soou na rua atrás dele. Laiki olhou desconfiado, ao ver um par de motos Cycos com os faróis desligados, um arrepio correu por suas costas.

    Atualmente ele estava numa área desabitada, então alguém nesse local só poderia significar uma coisa.

    —Foda-se! A informação vazou!

    Sem pensar duas vezes, Laiki correu com a maleta.

    O som de motor das Cycos soou novamente, acelerando. Confirmando a suspeita dele.

    Tzam! Tzam!

    Raios lazers acertaram o local por onde Laiki passou. Eram raios imobilizadoras, se ele fosse acertado por um daqueles, estava acabado.

    Percebendo isso, ele desistiu de correr pelas ruas abertas e entrou num dos becos, se agarrando em uma tubulação de metal e a escalando.

    Com dificuldade devido a maleta presa em seu braço, Laiki subiu até se aproximar da escadaria de acesso. Então saltou, se prendendo firmemente e subindo.

    Agora no topo do prédio, ele teve uma visão que fez seu sangue congelar. Ao longe, nas ruas escuras, luzes de veiculos e movimentação de pessoas poderia ser vista.

    — Agora eu to fodido… Se eu sobreviver, vou arrancar um dos olhos daquele velhote maldito!

    Rapidamente ele buscou formas de despistar seus perseguidores, então saltou entre os prédios.

    Depois de saltar por mais de vinte prédios, ele estava quase saindo da área desabitada e chegando à área comercial. Seu objetivo era chegar à sede de Zakrat.

    Bam!

    Bem quando ele saltou para outro prédio, alguns homens arrombaram uma das portas do terraço, invadindo o local.

    Nesse momento não havia como reunir ímpeto para saltar de volta para o prédio do qual veio. Rangendo os dentes, apertou o relógio em seu pulso, que se desdobrou, formando um bastão elétrico.

    — Pode vir!

    Os sete homens não pensaram duas vezes, correndo na direção de Laiki.

    — Perai, eu tava brincando, volta, volta!

    Laiki correu em ziguezague, tentando despistar os homens no terraço.

    Swish!

    Pow!

    Movendo o braço, ele acertou o bastão no rosto de um dos homens, fazendo-o cair no chão inconsciente. Então deslizou pelo chão, entre outros dois, acertando um deles em seu joelho.

    — Hah! Eu sou Laiki, o bastãochim! Não mexe comigo!

    Bem quando ele estava prestes a se levantar e correr, sentiu algo tocando sua nuca. Um dos homens estava com uma arma apontada para sua cabeça.

    — Você sabe que eu tava brincando, né? Né??!

    Justo quando ele estava prestes a se urinar de medo, ouviu o som de tiros.

    Tac! Tac! Tac!

    — Eu só queria viver um pouco mais, pra ver o final de Ten Piece!! — Laiki gritou, mas ao olhar para si mesmo, estava intacto.

    Quando olhou para trás, todos os homens estavam caídos no chão, apenas uma figura estava em pé.

    Uma garota com uma blusa vermelha, máscara preta e cabelos azuis. Empunhando um par de lâminas cheias de sangue.

    — Q-Quem é você? — Laiki falou, gaguejando.

    A garota olhou para ele confusa, então guardou suas lâminas.

    — Eu sou sua guarda-costas.

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