Autor: Kail

    — Mark, já fez o check up? Tá tudo bem? — Perguntou uma jovem de cabelos claros

    castanhos e com olhos azuis brilhantes. Ela parecia um pouco pequena, o que poderia ser

    confundido como fora de sua atual idade de 16.

    — Tudo tranquilo aqui. E você, não vai fazer um check up? — Quem falou foi um jovem de

    cabelos curtos pretos e olhos verdes. Ele parecia saudável, tendo acabado de fazer um

    check up e também tinha a aparência de alguém popular.

    — N-não tudo bem, eu tenho uma saúde de ferro! — Ela pareceu congelar um pouco antes

    de responder, fazendo uma pose mostrando os músculos do braço.

    — Terminaram de flertar vocês dois? — Outra jovem falou, fazendo a pequena corar

    enquanto o jovem só sorriu. A recém-chegada tinha cabelos longos pretos e olhos azul-gelo

    dando uma sensação de frieza aliviada pelo leve sorriso no seu rosto.

    — Tch… — Não pude deixar de estalar a língua para isso…

    O que? Achou que eu fosse um deles? Quem dera fosse, assim eu não precisaria ficar

    nesse hospital de merda nem mais um minuto.

    O que há de errado comigo, você pergunta? Nem os médicos sabem. Eu passei todos meus

    17 anos de vida pulando de hospital em hospital com vários médicos diferentes e nenhum

    deles conseguiu descobrir nada. A conclusão final foi que eu tinha algum tipo de doença

    congênita, e teria que viver tomando remédios pelo resto da minha vida.

    Tum Tum

    Haaah. Mais uma vez, eu tive que usar a técnica de respiração que meu avô me ensinou,

    para evitar que meu coração explodisse.

    Por conta da minha doença, eu passei boa parte da minha vida dentro de um hospital e,

    mesmo depois de sair, eu mal posso passar um dia em paz sem ter que voltar para esse

    maldito lugar.

    Quando eu era jovem… não, até mesmo agora, eu admiro e invejo muito os heróis das

    novels, livros e mangás. Eles têm a oportunidade de viajar pelo mundo, conhecer novas

    pessoas…

    Pura mentira, não existem coisas como heróis neste mundo.

    — Sigh…

    De que adianta pensar nisso? Não é como se milagrosamente minha doença fosse ser

    curada se eu alcançasse a iluminação ou algo do tipo…

    — Tudo bem?

    Neste momento, uma voz surpreendentemente gentil me fez essa pergunta. Levantando

    meu rosto, vi o mesmo jovem que conversava com as duas me olhando com preocupação.

    Isso me deixou realmente irritado, ele acha que é algum herói? Não preciso da sua pena.

    — Você está seriamente perguntando isso quando estamos em um hospital? Tudo tranquilo

    comigo, só vim aqui para ver quanto tempo me resta de vida, nada demais.

    Minhas palavras aparentemente despertaram a raiva da menina de cabelos castanhos.

    — Allen estava te perguntando sinceramente, porque tinha que ser tão ignorante?

    Ela parecia prestes a brigar comigo.

    — O pálido ali está certo Lina, estamos em um hospital, um lugar feito especificamente para

    pessoas doentes então o que esperar das pessoas que estão aqui?

    A beleza fria interrompeu a garota, chamada Lina. Mas não tenho certeza se ela estava me

    ajudando ou me desprezando.

    — A beleza fria está certa baixinha da saúde de ferro, agora se me der licença, preciso

    saber se a bomba relógio que eu chamo de coração vai durar até o fim do dia.

    Me afastando do grupo, segui caminhando até o escritório do doutor…

    Só para me decepcionar, nada mudou ainda sou o mesmo garoto condenado a morte de

    dezessete anos atrás.

    No caminho de casa tudo parecia tão… Vazio…

    Saindo de um mercadinho, vi um grupo de delinquentes fumando frente a calçada… Isso

    é…

    — Patético.

    Falei acidentalmente.

    Agora eu tenho que torcer para que eles não tenham escutado.

    — Quem você chamou de patético?

    Parece que a sorte não estava do meu lado. Uma duzia de ideias brilharam na minha

    mente, mas nenhuma delas saiu pela minha boca.

    Tum Tum Tum

    Eu simplesmente corri. O máximo que podia, com o barulho constante dos meus batimentos

    cardíacos como prova da minha estupidez.

    Talvez eu morra antes mesmo deles me alcançarem.

    Alguns momentos depois, acabamos em uma construção abandonada. Que ideia incrível…

    Achei o local perfeito para morrer sem que ninguém ache meu corpo.

    Tum Tum Tum

    Meus batimentos ficaram mais sonoros enquanto eles se aproximavam.

    Subitamente, minha visão escureceu…

    Então é assim que eu morro? Sem nem mesmo lutar?

    Maldito coração!

    No fundo eu ainda tinha esperança de que alguém me salvasse…Como pensei, heróis

    realmente não existem.

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