Capítulo 136 – Um bom professor(a) é tudo

Durante os poucos dias que se passaram desde que se conheceram, enquanto Alexander melhorava em herbalismo e como boticário, Anna progrediu de não ser capaz de sentir bem sua energia para tentar controlá-la.

Mesmo sendo possível especular que até certo ponto a conquista da pequena criaturinha se devia ao fato dela ser um {Dragão} de linhagem proeminente, não era possível negar que o que realmente o surpreendeu foi o fato de Diana ter sido capaz de ensiná-la tão bem.

Só o fato de ela ser de uma espécie, assim como de uma linhagem, poderosa não lhe permitiria obter essa velocidade de progresso. Mas, felizmente para ela, havia uma boa professora para lhe ensinar o básico.

Alexander sabia, por experiência própria, que poderia haver uma grande diferença entre alunos idênticos dependendo de qual professor está ensinando cada um deles, por isso existem cadeiras de ensino, metodologia e didática em todos os cursos superiores de licenciatura da Terra, mesmo os militares. Um bom professor(a) é tudo.

À medida que o grupo avançava, Alexander aproveitou a oportunidade para coletar o máximo possível de plantas e ervas úteis ao longo do caminho, o que lhe rendeu uma grande quantidade de ervas úteis, e até algumas raras.

Essa era uma tarefa que seria muito difícil para a maioria das pessoas, mas como ele tinha sentidos muito aguçados, excelente visão periférica e o aprimoramento (Sentidos Aprimorados), tudo aliado a uma memória poderosa, identificar esses tipos de ingredientes era tão difícil. Principalmente se ele já tivesse entrado em contato com tais ingredientes antes.

Com apenas mais 1 dia de viagem, as coisas melhoraram muito para o grupo de Alexander. Pois além de Ocean e Pequeno Preto terem se recuperado de todos os ferimentos, Anna também conseguiu controlar um pouco da sua energia e encontrou um ingrediente extremamente raro ao pisar em um espinho capaz de perfurá-la enquanto brincavam após uma de suas refeições.

Feliz por ela ter começado a controlar ao menos parte de sua energia e por todos estarem de volta em melhores condições, tudo antes de entrarem na parte mais interna da área intermediária da Floresta Estelar, Alexander começou a ensiná-la algumas coisas e aumentou seu raio de coleta. Coisas que seriam muito perigosas de fazer quando entrassem no domínio das criaturas realmente fortes.

Com maior liberdade de movimento, Alexander passou a coletar ainda mais insumos fitoterápicos à medida que seu grupo avançava. Ele até encontrou uma (Masmorra Avançada – Comum) no topo de uma pequena montanha, que foi destruída após ele concluí-la e arrancar seu núcleo, enquanto procurava ervas.

Mas não foi como se tudo fosse flores para o grupo. Durante seus movimentos mais amplos, Alexander notou algumas criaturas sondando o seu grupo, e todas elas estavam pelo menos nos níveis iniciais da 3ª evolução.

A sensação de estar sendo observado tornou-se mais forte, mais recorrente e mais sinistra à medida que o grupo avançava pela floresta. Alexander tinha certeza de que eles só não haviam sido atacados porque tinham vantagem numérica em termos de criaturas de 3ª evolução.

Ao anoitecer, quando voltou para seu grupo, ele aproveitou o fato deles não terem nada em especial para testar algumas coisas…

— Diana, Ocean, parem por um momento e prestem atenção em como vocês se sentem — pediu Alexander. — Quero testar algo com a ajuda de vocês, então me avisem quando estiverem prontas.

— Estou pronta — disse Diana depois de um tempo.

— (Eu também) — concordou Ocean.

Com ambas prontas, Alexander finalizou a missão da (Masmorra Avançada) que havia limpado e coletado o núcleo anteriormente. Seu objetivo era saber como seria os ganhos de ambas agora que ele tem um terceiro familiar.

— Eu ganhei mais 2 pontos de crescimento — disse Diana logo após Alexander finalizar a missão.

Pela resposta dela, Alexander adivinhou que os ganhos dos seus familiares eram exatamente como ele pensava: “metade dos pontos de crescimento para os seus familiares com classes, e metade dos pontos de atributos para os seus familiares que não tinham uma classe para usá-los”. Mas como queria confirmar, ele virou-se para Ocean e perguntou: — (Sente alguma coisa diferente?)

— (Me sinto um pouco mais forte) — respondeu Ocean.

Como ambos ainda pareciam receber a mesma quantidade, Alexander voltou-se para Storm e perguntou: — (E você? Sente algo diferente?)

— (Mais forte) — respondeu Storm, muito animado.

Ao comparar o antes e depois dos status deles, Alexander constatou que Ocean e Storm realmente se tornaram mais fortes. Uma observação que foi, obviamente, muito mais visível em Storm, já que Ocean tinha altos atributos.

Embora tenha sido “um pouco” tardia, esta constatação foi bem importante. A partir daquele momento, ele sabia que também era possível tornar os seus familiares “perfeitos”, pois poderia ajudá-los a atingir o auge físico de suas respectivas raças antes de cada uma de suas próximas evoluções.

Isto não só aumentaria o poder geral deles, mas também aumentaria o próprio potencial deles. Infelizmente para Alexander, ele não percebeu esta oportunidade antes que Diana a constatasse e a verbalizasse.

Sabendo que não adiantaria “chorar pelo leite derramado”, Alexander focou em planejar formas de potencializar os ganhos futuros que isso traria a todos, além de assumir o treinamento de Anna, para tentar ensinar-lhe algumas habilidades inerentes às criaturas dracônicas. Mas não antes de finalmente pegar algo da {Árvore de Habilidades} da classe de {Cavaleiro Mágico da Luz}.

Por se encontrar na zona “neutra” mais perigosa e imprevisível de todo o Continente da Conquista, Alexander achou melhor usar os seus pontos de crescimento para escolher a técnica com maior capacidade defensiva, que era |Grande Escudo|.

* Ding! *

[Você aprendeu a técnica de combate Tier III |Grande Escudo|]

Sentindo-se mais seguro ao obter um reforço defensivo do calibre da técnica de combate |Grande Escudo|, Alexander demonstrou e começou a explicar para Anna como a habilidade |Ataque de Garras| funcionava. 

Sabendo que poderia ser difícil para ela entender toda a teoria do que estava dizendo, Alexander fez uma réplica de água dela e começou a simular, com mana de luz, como o fluxo de energia dela deveria se comportar nesta habilidade.

Revelando uma grande capacidade de compreensão e um instinto, literalmente, monstruoso, Anna conseguiu aprender a base da habilidade extremamente rápido. 

O primeiro passo dela foi acumular sua energia em um ponto periférico, as suas garras. E o segundo passo foi fazer o primeiro sem ter que acumular uma quantidade excessiva de energia na pata, o que era a parte mais difícil, pois foi esse acúmulo excessivo que ajudou a completar o primeiro passo…

Com os conselhos e demonstrações de Alexander sobre como usar a habilidade |Ataque de Garras|, Anna só precisou de 1,5 dia para aprender a usá-la.

— (Muito bem, Anna) — elogiou Alexander ao acariciar a pequena dragonesa como recompensa pelo seu bom desempenho. — (Agora eu vou tentar lhe ensinar uma coisa ainda mais poderosa, tudo bem? Dê o seu melhor.)

— (Só uma?) — perguntou a criaturinha gananciosa, decepcionada. — (Eu quero aprender mais e ficar ainda mais forte para surpreender meu pai quando voltar.)

— (Não se preocupe) — disse Alexander, surpreso com a motivação da pequena monarca. — (Se você conseguir mesmo aprender o que vou te ensinar, eu prometo que tentarei te ensinar algo que certamente surpreenderá até seu pai.)

— (Sério?) — perguntou a criaturinha animada. — (Vou prestar muita atenção.)

Ao vê-la tão motivada, Alexander abriu um sorriso e começou a tentar ensiná-la a modular, mesmo que só um pouco, a sua energia.

Alexander sabia que normalmente seria impossível para criaturas de 1ª evolução aprenderem |Modulação de Energia|. Mas ele também sabia que ela não era uma criatura normal de 1ª evolução, ela era uma {Monarca vermelho (bebê)}.

Levou mais 3 dias com ele totalmente dedicado a ela com conselhos e demonstrações repetitivas, mas Anna não o decepcionou e começou a conseguir exteriorizar sua energia aos poucos.

Extremamente feliz por ela ter conseguido realizar tal façanha, que ele nem tinha certeza se era possível para ela realizar, tão rápido, Alexander começou a mimá-la com diversos tipos de ervas, poções e alimentos. Mas mesmo gostando muito de ser mimada por ele, Anna não esqueceu do seu objetivo original e cobrou o que ele havia lhe prometido.

— (Não se preocupe) — respondeu Alexander sorrindo. — (Eu não me esqueci.)

— (Preste muita atenção, pois, diferentemente das outras vezes, eu só poderei demonstrar essa habilidade uma vez) — disse Alexander. — (Posso demonstrá-la outras vezes com uma réplica sua, mas só vou demonstrá-la na prática uma vez, pois ela é muito chamativa para ficar sendo usada.)

— (Tudo bem. Eu vou prestar bastante atenção) — prometeu Anna.

Ao ver que ela estava mesmo focada e comprometida em aprender, Alexander a segurou em frente a sua boca e começou a canalizar seu |Sopro do Dragão|.

Alexander obviamente não queria desintegrar Anna, ele só queria dar a ela uma visão melhor de como a habilidade assinatura dos dragões era formada. E assim que sentiu que seu ataque era consistente o suficiente para a demonstração que queria fazer, ele se virou e disparou em uma direção aleatória.

Alexander não saberia dizer se foi devido ao seu alto atributo (Sorte) ou algum tipo de azar por parte da infeliz criatura, mas o local aleatório que ele atacou continha uma cobra gigante com uma capacidade de camuflagem tão boa que ninguém em seu grupo foi capaz de detectá-la.

O mais irônico foi que, como ninguém do grupo conseguia senti-la, a mesma baixou a guarda e não se sentiu ameaçada mesmo quando viu Alexander canalizar um ataque tão forte quanto o |Sopro do Dragão|.

Furiosa, mas seriamente ferida pelo ataque que havia sofrido, a grande cobra na cor de vegetação e nos níveis intermediários da 3ª evolução se revelou para atacar o grupo. Infelizmente para ela, esse grupo em questão tinha 3 criaturas de 3ª evolução, uma mais anormalmente poderosa que a outra.

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Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.