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    O início das tentativas de Alexander só pode ser descrito como turbulento, para dizer o mínimo. Mas, aos poucos, embora bem lentamente, ele foi conseguindo combinar a mana da luz e da água, o que manteve as propriedades de ambas.

    Alexander não tinha certeza do que estava fazendo e estava basicamente apenas “pressionando” os feitiços um no outro com a habilidade |Asura|, tentando obter um resultado positivo por tentativa e erro. Mas assim que ele começou a ter sucesso e viu por onde seguir, foi como um peixe fora d’água encontrando o mar.

    * Ding! *

    [Tentativa de criação de feitiço identificada. Você deseja gastar (2) pontos de crescimento para criar o feitiço básico: |Água Sacra|?]

    Como não poderia deixar de ser, os primeiros feitiços que Alexander “conseguiu” combinar, por razões mais do que óbvias, foram |Revigorar| e |Regeneração|, que estavam na sua mão esquerda.

    — FINALMENTE! — esbravejou Alexander, suado pelo esforço mental que vinha fazendo, atraindo a atenção do grupo.

    — O que aconteceu, Alexander? — perguntou Diana.

    Sem dizer qualquer palavra, ele desapareceu do lugar onde estava em um pequeno brilho de luz e roubou os lábios dela com os seus de felicidade.

    — … — Ariel.

    — … — Helena.

    Inicialmente, Diana resistiu um pouco àquele beijo repentino. Mas ela logo cedeu e o correspondeu de boa vontade.

    — Desculpa. Eu me empolguei — disse Alexander, sorrindo para Diana, que ele ainda mantinha nos braços. — É que finalmente fiz algum progresso para te ajudar com o seu feitiço… O que eu criei agora pode ser Tier Básico, mas já é um começo. Com o tempo, serei capaz de criar algo adequado para você.

    Ao saber o motivo dele, a própria Diana ficou tentada a beijá-lo novamente. Mas isso também a lembrou do motivo da sua resistência no início e deixou seu rosto completamente vermelho como um morango maduro.

    — Não- não precisa se desculpar — disse Diana, quase querendo se esconder.

    Mesmo que ela tivesse olhado para ele ao responder, ao contrário de seu hábito de abaixar a cabeça e esconder seu rosto, Alexander podia dizer que ela estava morrendo de vergonha por dentro. Mas antes que tivesse a chance de provocá-la um pouco mais, Ariel o indagou: — Você realmente criou um feitiço?

    — Sim e não… É complicado de explicar — disse Alexander. — Para simplificar, é só algo que venho tentando fazer há algum tempo. Ele não é exatamente criado por mim, pois é baseado em outros feitiços, mas nunca vi um feitiço como ele.

    Notando que seria mais fácil se ele mostrasse, Alexander pegou 5 copos e os encheu com a versão “crua” do feitiço |Água Sacra|, pois no momento ele não estava disposto a gastar 2 pontos de crescimento por aquele feitiço.

    — Podem pegar um copo e provar — disse Alexander. — Eu garanto a qualidade.

    Assim que provaram a água, todos eles passaram da curiosidade à surpresa, até o próprio Alexander. Pois mesmo permanecendo neutra e pura, aquela água ainda parecia, de alguma, saborosa e com propriedades energéticas.

    Ainda impactada com aquele novo feitiço, Ariel percebeu que Alexander encheu 5 copos, mesmo eles sendo em 4, e acabou manifestando suas dúvidas: — Para que é esse quinto copo?

    Aproveitando o fator surpresa para não dar qualquer chance a ela, Alexander fez uma de suas garras crescer e a passou no braço dela, cortando-o um pouco.

    Assustada e irritada, como uma gata cujo rabo foi pisado, Ariel saltou para trás com grande agilidade e se afastou dele com um olhar chateado.

    — Não leve para o lado pessoal. Eu realmente faria isso com qualquer uma que fosse a primeira a perguntar — sorriu Alexander. — Mas tenho que admitir, uma parte de mim esperava que fosse você, já que sempre quis te provocar um pouco… Você até pulou com um felino cujo rabo foi pisado, rsrsrs.

    — … — Ariel.

    — … — Diana.

    — … — Helena.

    — Voltando ao assunto, eu não estava apenas querendo brincar com você. Aquilo também foi para responder a sua pergunta — assegurou ele. — O quinto copo foi preparado para demonstrar outro efeito do feitiço… Tente derramá-lo lentamente sobre a sua ferida.

    Ariel ainda estava chateada com a “brincadeira”, mas fez o que Alexander pediu. E como ele esperava, o ferimento dela começou a fechar sob o efeito da água.

    O ponto a ser observado é que o efeito da |Água Sacra| era melhor do que o dos dois feitiços que lhe deram origem, e isso porque ela ainda não estava em sua versão completa. Parecia até estar a meio passo do feitiço |Cura|, e isso porque o conceito de |Cura| é um salto qualitativo sobre |Regeneração|.

    — Este é certamente um feitiço interessante e útil — admitiu Ariel. — Só é uma pena que ele esteja atrelado a alguém como você… Pobre feitiço.

    — … — Alexander.

    Feliz com os resultados do dia e notando que ele já havia dado o que tinha que dar, Alexander achou que seria uma boa ideia eles irem dormir para estarem bem descansados ​​para continuar a jornada no dia seguinte.

    Quando o grupo retomou sua jornada no dia seguinte, Alexander seguiu viagem montado em Ocean e se concentrou só em tentar fundir os feitiços |Jato D’água| e |Disparo de Luz|. E graças à sua experiência anterior, bem como inúmeras horas de tentativa e erro, ele conseguiu fundi-los perto do meio-dia.

    * Ding! *

    [Tentativa de criação de feitiço identificada. Você deseja gastar (2) pontos de crescimento para criar o feitiço básico: |Luz Aquamarine1|?]

    Curioso sobre o poder daquele feitiço, Alexander o disparou contra uma árvore próxima para testá-lo, o que o fez se arrepender, pois devido ao aumento do poder destrutivo causado pela fusão, bem como o grande poder destrutivo dele, a luz em tons claros de marinho que ele liberou quase derrubou a árvore neles.

    Agradavelmente surpreso com o poder desse feitiço “básico”, Alexander ficou ainda mais convencido de que sua escolha de feitiços estava certa. E ao se voltar para a paisagem ao seu redor após esse incidente, ele percebeu que parecia reconhecê-la, o que parecia indicar que eles já estavam perto.

    — Eu já passei por aqui antes. Não estamos longe da Cidade da Fênix — informou Alexander assim que o grupo parou para comer e ele confirmou a sua impressão anterior voando. — Ela é relativamente pequena, mas acho que deveríamos parar lá antes de irmos para a cidade Martelo de Ferro.

    — Por que? — perguntou Diana.

    — Eu até tenho alguns possíveis assuntos para resolver lá, mas o meu principal motivo é que durante a nossa viagem eu não vi essas duas com identificações de aventureiro — explicou ele. — Se elas não tiverem nenhuma identificação, vai ser bem difícil para elas entrarem nas cidades… Mas talvez eu consiga fazê-las entrar e se registrar se for naquela cidade.

    — Apenas para confirmar, vocês duas são aventureiras ou possuem alguma outra identificação no momento? — perguntou Alexander a Ariel e Helena.

    — Não — respondeu Ariel sem qualquer hesitação.

    — E estaria tudo bem para vocês se tornarem aventureiras? — prosseguiu ele.

    Inesperadamente, desta vez Ariel não respondeu e apenas esperou pela resposta de Helena, que ao perceber isso começou a pensar um pouco antes de decidir.

    — Tudo bem — concordou ela. — Eu acho que não tem problema.

    — Como parece que estamos todos de acordo, nós faremos uma parada lá antes de seguirmos para a Cidade Martelo de Ferro — confirmou Alexander. Mas, embora tivessem finalmente retornado à “civilização”, o grupo não foi muito bem visto pelos guardas, que ficaram preocupados e tensos com a vertiginosa aproximação de Ocean e Pequeno Preto.

    Ironicamente, os guardas não se sentiram muito melhor quando notaram que havia pessoas em cima das criaturas, pois um grupo como aquele deveria ter o poder de causar danos enormes a uma cidade como aquela.

    Ciente das implicações que a aproximação de familiares de 3ª evolução causaria, Alexander pediu às montarias que diminuíssem a velocidade ao se aproximarem da cidade. Aqueles guardas eram a primeira linha de defesa, e enfrentar pessoas montadas em criaturas poderosas era ainda mais preocupante do que só enfrentar as criaturas poderosas.

    — Vocês não precisam se preocupar — assegurou Alexander ao se aproximar dos guardas. — Só tenho alguns assuntos para resolver na guilda dos aventureiros e na loja da Lua Negra desta cidade.

    — Desculpe senhor, mas vocês poderiam nos mostrar suas identificações por um momento? — perguntou um dos guardas de forma extremamente respeitosa.

    — Infelizmente, nem todos os membros do meu grupo poderão atender ao seu pedido — respondeu Alexander. — As mulheres na parte de trás acabaram perdendo suas identificações e, para piorar, esse cão preto acabou de se tornar um familiar da minha mulher, logo ele ainda não tem uma identificação.

    — Regularizar a nossa situação é um dos motivos de virmos até aqui — explicou ele. — Mas eu não vou ser irracional e complicar as coisas para vocês… Você pode enviar alguém para nos acompanhar e confirmar a nossa regularização.

    — Mas senhor, deixá-los entrar assim é… — começou a argumentar o guarda.

    — Não se preocupe, minha mulher e eu assumimos toda a responsabilidade por todos eles — disse Alexander ao jogar a sua identificação para o guarda. — Hoje, se algum deles danificar alguma coisa, eu assumo a responsabilidade.

    Ao ver as identificações douradas de Alexander, o guarda engoliu em seco. E sua reação não melhorou quando ele viu que Diana também era rank ouro.

    Surpreso e muito assustado com a confirmação de que Ocean estava de fato na 3ª evolução, o guarda inconscientemente se afastou dela. Infelizmente para ele, ele se afastou dela e se aproximou de Pequeno Preto, que começou a rosnar.

    — Tudo bem, vocês podem entrar — disse o guarda ao jogar as identificações de Alexander de volta e sair da frente do grupo. — Obrigado pela sua paciência.

    — Eu que agradeço pela sua compreensão — respondeu Alexander.

    — … — Ariel.

    — … — Diana.

    — … — Helena.

    Conforme prometido por Alexander ao guarda da cidade, assim que entraram na Cidade da Fênix, eles foram direto para a guilda dos aventureiros regularizar a sua situação. Mas mesmo assim Helena não conseguiu deixar de apontar a estranha interação anterior para ele: — Aquilo não foi coerção?… E você até disse que não ia dificultar as coisas para eles.

    — Ele não sabe ficar sem provocar outras pessoas — “respondeu” Ariel no lugar de Alexander, claramente ainda chateada com a “brincadeira” dele.

    — Não controlo o familiar DE DIANA — apontou Alexander. — Mas vocês são livres para discutirem a atitude dele com ele, se quiserem… E se possível, chamem-o pelo nome enquanto Diana não estiver por perto e esperem para ver sua resposta.

    Instadas por aquelas palavras, as duas mulheres se viraram para Pequeno Preto, que já estava às encarando, mostrando as presas e rosnando baixinho, como se as desafiasse a repreendê-lo ou a brincar com seu nome.

    — … — Ariel.

    — … — Helena.

    — Como parece que vocês duas não têm mais repreensões a fazer, vamos entrar na Guilda e resolver logo as nossas pendências — zombou Alexander.

    Surpreendida pelo grande Pequeno Preto, a dupla cedeu ao forte “argumento” de Alexander e eles entraram na Guilda enquanto os familiares ficaram sentados na porta, atraindo a atenção dos transeuntes e formando uma grande multidão.

    Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).

    Obs 2: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: https://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.

    Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

    1. Entendedores entenderão essa referencia. ↩︎

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