Capítulo 263 – Lutando Contra o Esquadrão Avançado – Guerra Total (Parte 4)
『 Tradutor: Crimson 』
… No fim das contas, eu nem estava animado com esse plano desde o começo…
Gashumash Marielle, o homem conhecido no outro mundo como o “Imperador do Gelo”, tinha uma expressão cansada no rosto.
Esses caras são humanos normais… Onde que isso é “raça inferior”? Aquele mentiroso do Randol… Ah, que saco. Realmente não quero isso. Detesto coisas trabalhosas. Não quero fazer nada…
Ele nunca esteve realmente a favor do plano.
Na verdade — “contra” nem é a palavra. Ele simplesmente não tinha vontade.
Ele detestava lutar.
Se pudesse evitar uma batalha, melhor.
Se pudesse viver em paz, perfeito.
Por isso, Gashumash nunca atacava primeiro.
Ele só lutava quando alguém o atacava, e apenas em legítima defesa.
E quando lutava, sempre vencia. Sempre.
Assim ele, que não queria lutar, acabou se tornando um dos mais fortes do mundo — o único que derrotou sozinho um dos Seis Reis, o Rei das Ilusões.
Mas ele nunca se orgulhou disso.
E mesmo assim me escolheram para o Esquadrão Avançado… Por quê?
A força avançada precisava de força absoluta.
Se escolheram ele, foi erro.
Ele não tinha lealdade alguma a Randol.
O único motivo de estar ali era porque Riald, o Rei dos Punhos, insistiu até ele ceder.
— “Ei, parece que tem gente forte pra lutar. Bora junto.”
Gashumash recusou.
Depois recusou de novo.
Depois recusou outra vez.
E Riald insistiu até o fim.
No final, para se livrar da chatice, ele aceitou.
Mas nunca quis lutar de verdade.
Estava, inclusive, planejando escapar para fazer turismo nesse mundo.
Para ele, essa guerra era “só isso”.
Mas então…
… O que é isso? Tenho certeza que desviei… mas acertou mesmo assim.
Um buraco atravessava sua testa.
O tiro que ele afastou com a mão… perfurou a palma, atravessou a cabeça, e saiu do outro lado.
Com certeza é alguma habilidade… mas qual? Tanto faz.
Seria fatal para qualquer ser vivo.
Mas Gashumash continuava consciente.
A ferida congelou.
O gelo cobriu tudo, rachou, e caiu — revelando pele intacta.
Ele ergueu os olhos, aborrecido.
“… Lá.”
E olhou calmamente para Ichinose, distante — como se nada tivesse acontecido.
“Né… isso aí é a sua habilidade? E aquele ‘acerto’ ali foi por causa do dragãozinho que tá do seu lado? Enfim, dói, então será que você pode parar de atirar? Se continuar, aí eu vou ter que lutar também. Mesmo sendo um saco.”
Mesmo tendo levado tiros, Gashumash Marielle não demonstrou choque nem irritação — apenas ofereceu um aviso.
Já Ichinose estava extremamente abalada.
Por quê…? Eu acertei. Era pra ter sido fatal…
O medo do incompreensível apertava seu peito.
Enquanto isso, ao perceber que Ichinose não dispararia imediatamente de novo, Gashumash desviou o olhar e passou a analisar os arredores através dos sinais de temperatura do ar.
“Hmm… A Ribel tá presa, né. Bom, faz sentido, já que Orion e as outras estão com ela. Beld tá se ferrando mais do que eu imaginava… mas também, com o irmão ali, ele não vai conseguir lutar a sério. O mais inesperado é o campo onde a Boa tá… tô sentindo uma ‘Espada Sagrada’ do lado de lá, igual à dela. E tem outro por perto… ou melhor, outra coisa? É um gato? Por que tem um gato no meio da batalha? E o idiota do Randol tá… ah.”
Um sorriso lento surgiu no rosto de Gashumash.
Randol ainda não tinha entrado em combate.
Apenas encarava o guerreiro daquele mundo.
“Ai. De novo.”
Outro disparo de Ichinose atravessou sua cabeça.
Depois o coração.
Depois o pescoço, a base do crânio, a ponta do nariz — e até a virilha.
Um tiro perfeito atrás do outro.
“Ei, dói! Dói, tá? Sem piedade nenhuma, né?”
Mas nada funcionava.
Cada ferimento se regenerava em segundos, congelando, selando e se desfazendo como gelo quebrado.
“Tô dizendo: é inútil. Melhor parar. Eu não quero lutar. Vai ajudar seus amigos.”
“Tsk…”
Gashumash acenou displicentemente e voltou a avaliar o quadro geral:
– Rialdo ainda tinha vantagem contra Rikka, mas ela estava evoluindo rápido.
– Orion, Lizzy e Nalss continuavam segurando Ribel.
– Beld estava em frangalhos.
– Boa lutava contra alguém igualmente forte.
– O “gato” continuava sendo um mistério.
E então, a conclusão inevitável surgiu em sua mente, antes mesmo de qualquer outro dos seis perceber:
…Hmm. Talvez… talvez isso aqui possa mesmo acontecer…
Gashumash Marielle, com sua leitura absoluta do campo pela temperatura, entendeu antes de todos:
Ele estava vendo a possibilidade de derrota da própria equipe.
Quarto Campo de Batalha — Quarta Barreira
“Guh…”
“Morre! Morre logo, traidor!”
“Beld… você…”
Aivaar estava sendo empurrado para trás pela fúria incessante de seu próprio irmão.
Sua vantagem havia sumido.
O motivo era simples:
Beld lançava olhares repetidos para o corpo de Goshogawara, caído ao chão — o peito perfurado, sangrando.
Um milagre ainda estar vivo.
Aivaar precisava defendê-lo e lutar ao mesmo tempo.
Isso estava destruindo seu ritmo.
Se ao menos meu “Recriar” não estivesse selado… eu poderia salvá-lo…!
Mas o poder de Recriar continuava restrito pelo Kan’i (神威) da Ribel— ainda ativo para impedir que a habilidade voltasse a enlouquecer.
Se essa restrição fosse removida, o “Recriar” dele entraria imediatamente em frenesi. Não só repetiria a tragédia do acampamento, como também colocaria em risco até mesmo Satsuki e os outros, que só continuam existindo graças ao efeito ilusório da sua habilidade.
Pelo menos… se eu conseguisse levá-lo de volta para junto dos nossos…
Mas Beld não lhe daria esse espaço.
E mais: entre todos ali, o único capaz de manter Beld — que já havia ultrapassado a barreira — preso dentro daquele campo…
Como posso… o que devo fazer…?
Se continuasse assim, perderia.
E foi exatamente nesse instante que aconteceu.
Explosões de luz irromperam simultaneamente em cada uma das barreiras.
“… O que foi aquela luz…?”
“Aquilo é—”
Aivar reconheceu imediatamente aquela luz.
Era a luz do “Hino do Herói” de Kazuto.
Então ele usou… aquele trunfo… aqui…?
Ele conhecia tanto o efeito quanto a duração do Hino do Herói.
De fato, era uma habilidade avassaladora — mas mesmo assim, não parecia suficiente para superar a força conjunta do Esquadrão Avançado.
Afinal, apenas oito pessoas — contando Kazuto — recebiam habilidades únicas e um aumento colossal de poder.
Contra todos os membros restantes do Esquadrão Avançado, aquilo ainda era pouco.
Se ao menos houvesse outros com poder equivalente ao de Kazuto e ao de Ribel…
Originalmente, o Rei dos Lobos e o Rei do Mar deveriam preencher essa lacuna.
Como integrantes dos Seis Reis, seriam força suficiente para equilibrar o combate.
Mas tanto o Rei dos Lobos quanto o Rei do Mar estavam à beira da morte após a autodestruição de Gleen.
“Entendo… então este é o seu trunfo… Mas já é tarde demais.”
“…?!”
Uma mínima hesitação no pensamento de Aivar.
E Beld não deixou passar.
A ponta da lança dele avançou para perfurar seu coração…
Mas parou antes de tocá-lo.
“… Quem é você?”
A lança havia sido bloqueada.
Bloqueada por uma espada amaldiçoada.
“Quem eu sou, hein…? Até pouco tempo atrás, nem mesmo um ‘nome’ eu possuía.
Mas agora… permitam-me apresentar como devo…”
O ser que segurava a espada não tinha carne.
Apenas ossos brancos reluzindo sob o manto.
Um crânio exposto, e dentro das profundas cavidades de seus olhos, chamas azuladas tremulavam.
Um ser nascido neste mundo… O primeiro deste mundo a matar um humano… que adotou como “nome” o próprio poder único gravado em sua alma.
Sim — o nome dele era:
“Meu nome é Aroganz. É um prazer conhecê-lo, guerreiro do Esquadrão Avançado.”

Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.