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    Antes de se intrometer numa luta entre pessoas de nível Subtenente, Fernando havia recarregado Lumeris com Lanças de Fogo. Era um dos seus trunfos e mostrou-se ser muito útil. Alguém tão difícil de matar como um Subtenente havia morrido sem sequer saber o que o atingiu.

    Vendo seu companheiro sendo morto por um jovem, o outro Subtenente chamado Lian estava cheio de choque.

    Mesmo Ilgner ficou surpreso quando viu a cena, o velho era extremamente forte, astuto e escorregadio, sempre fugindo de seus ataques e ficando fora de seu alcance. Muitas das emboscadas de Ilgner a Guilda Massacre haviam falhado justamente por causa desse homem.

    “Hahahahaha!” Ilgner riu em plenos pulmões quando viu o cadáver do velho queimando. Alguém que se recusava a morrer por sua mão, acabou morrendo pelas mãos de um pequeno Cabo. Ele não conseguiu evitar de achar a situação hilária.

    “Ataquem!” O Subtenente alto chamado Lian gritou, ordenando que os Cães atacassem Ilgner, seu objetivo era seguir o plano de antes e tentar fugir.

    Os dois Cães Negros atacaram em direção a Ilgner, mas ele sorriu com desdem. Sem o mago atrapalhando a luta já estava decidida.

    Segurando seus dois machados enormes, ele avançou.

    Bang! Swish!

    O machado cortou ferozmente um dos Cães e bateu na lateral do outro, jogando-o em direção a Lian que tentava desesperadamente fugir.

    Cão e homem gemeram ao colidirem.

    Rosnado!

    “Ah!”

    O Cão Negro, ainda desnorteado pela pancada, atacou o Subtenente, mordendo seu braço e arrancando-o em meio a chacoalhadas. Mesmo gritando e com dor, Lian atacou com seu braço restante, acertando o focinho do cão, que só então percebeu seu erro.

    O animal se encolheu em meio a gemidos, não do ferimento, mas de medo. 

    Boom!

    Nesse momento, com seus Passos Tirânicos, Fernando surgiu ao lado do animal, cortando com sua Espada Formek, a criatura confusa e amedrontada foi facilmente morta.

    Vendo o pobre animal uivando antes de morrer, como se estivesse lamentando seu erro, Fernando sentiu um leve amargor na boca, mas não havia espaço para piedade numa batalha.

    Ilgner caminhou lentamente, parando ao lado de Fernando. Ambos olharam para o Subtenente da Guilda Massacre, jogado no chão sem um braço, sua situação era bem diferente de antes, quando posava de forma imponente.

    “Você realmente conseguiu, Cabo Fernando, tenho que dizer que tive minhas dúvidas, mas no final vencemos. Derrotamos um Pelotão inteiro da Guilda Massacre,” Ilgner disse, dando dois tapinhas nas costas do jovem ao seu lado, enquanto ria.

    “Eu disse que conseguiríamos.” Apesar de dizer isso, nem mesmo Fernando acreditava que haviam vencido, a situação em vários momentos fugiu de seu controle, mostrando que ele estava muito autoconfiante antes e tinha muito a aprender.

    “Heh, eu gostaria de ver a cara daqueles vermes ao saberem que um de seus Pelotões sumiu.” Ilgner disse, numa mistura de riso e raiva. 

    A Guilda Massacre era sua inimiga, desde que sua líder foi morta e sua Guilda Guarda-Chuvas desmantelada, esse havia se tornado seu objetivo de vida. Até então, esse foi o golpe mais pesado que havia conseguido infringir no seu inimigo jurado e tudo foi graças ao jovem rapaz ao seu lado.

    Olhando para Fernando, Ilgner se perguntou como esse jovem rapaz era tão forte. Não só ele, todo seu esquadrão era absurdamente forte, afinal se dependessem apenas dele e da mulher de cabelos negros, jamais venceriam um Pelotão inteiro.

    O Subtenente caído olhava com olhos cheios de medo para os dois homens, sabendo que seu destino estava nas mãos deles.

    “Bem, deixe-me ter a honra.” Ilgner disse, levantando seu machado e lambendo os lábios.

    “Espere!” Fernando falou, interrompendo-o.

    “O que? Por que?”

    “Eu preciso fazer algumas perguntas, depois você pode fazer o que quiser.”

    Ilgner franziu a testa ao ouvir isso, mas recuou, ele só conseguiu se vingar hoje graças ao jovem, então era justo deixá-lo fazer as coisas de seu jeito.

    Aproximando-se do homem chamado Lian, Fernando se agachou.

    “Me diga, quem os mandou até aqui? Quem contratou sua Guilda Massacre?”

    O Subtenente ficou surpreso ao ouvir isso, mas logo riu.

    “Você acha mesmo que vou te falar? Que vou ajudar quem vai me matar? Acaba logo com isso, seu pirralho de merda.”

    Fernando ouviu isso com um rosto inexpressivo. Então levantou-se.

    Crack!

    “Ah!!!”

    Pisando fortemente contra o tornozelo do homem, quebrou-o em migalhas, o osso fraturado ficou exposto sob seus pés.

    “Eu vou perguntar de novo, quem contratou a Guilda Massacre?” O brilho frio nos olhos do jovem incutiu pavor no sujeito.

    “Vai pro inferno, porra!” Segurando sua espada, o Subtenente tentou jogá-la contra o jovem.

    Fernando moveu o rosto para o lado, desviando da espada arremessada, então chutou o sujeito, pisando em sua mão e esmagando-a.

    “Ah!!! Maldito! Maldito! Eu sou um Subtenente da Guilda Massacre! Eles vão te achar e fazê-lo pagar por hoje!”

    Fernando ignorou os gritos e maldições e pisou fortemente, dessa vez contra o joelho do homem, fazendo-o gritar de forma escandalosa.

    Ilgner ficou boquiaberto com a situação, mesmo ele, um inimigo jurado da Guilda Massacre, ficou espantado com tamanha crueldade com um oponente derrotado.

    O som de ossos quebrando e pisões persistiu por alguns segundos. Os olhos de Fernando durante todo o tempo estavam calmos, depois de ver a malícia dessas pessoas, ele não as via mais como humanos. 

    Logo o sujeito não suportou mais, ao ver onde o jovem estava mirando, seus olhos se arregalaram.

    “Eu falo, eu falo, por favor, eu falo!”

    Ouvindo isso, o pé de Fernando que estava prestes a pisar na virilha parou.

    Percebendo o olhar frio do jovem pálido, o homem tremeu e chorou.

    “Nossa Guilda foi contratada por uma Guarnição, pela Primeira Guarnição da Cidade das Lâminas do Norte!”

    Fernando ficou surpreso ao ouvir isso, afinal pelo que soube, Lâminas do Norte ficava ao leste de Vento Amarelo, não havia como demonstrarem interesse numa mina a oeste que estava fora de seu alcance, então seu rosto mostrou alguma ceticidade, aterrorizando o sujeito.

    “Ele diz a verdade, sabe, você não precisava fazer tudo isso… Eu meio que já sabia dessa informação e ia te falar” Ilgner disse ao lado.

    Fernando o ignorou e continuou olhando para o sujeito.

    “Por que eles fizeram isso? Quais suas intenções?”

    “Eu não sei.” O homem respondeu em meio a prantos.

    “Você é um Subtenente e não sabe?” Fernando disse, em um tom calmo, mas ameaçador, que deixou o homem ainda mais assustado.

    “Líder, se você queria aprender as artes da tortura, bastava ter me pedido.” Alguém disse num tom de riso.

    Ouvindo isso, Fernando olhou para trás, vendo Theodora e alguns dos outros. O olhar de Karol parecia triste ao vê-lo fazendo aquilo, o que o deixou envergonhado.

    “Líder, ele diz a verdade, eu não sou boa apenas em torturar, como também em dizer quando alguém está mentindo. Ele realmente não sabe de nada.” Theodora falou, devido ao seu treinamento em meio aos Eflos Negros, ela havia aprendido muitas coisas.

    Fernando confiava no julgamento de Theodora, então virou as costas e caminhou para longe, deixando o sujeito no chão aliviado.

    “E quanto a ele?” Ilgner perguntou.

    “Faça o que quiser. Eu não me importo.” Fernando respondeu friamente.

    Ilgner deu de ombros ao ouvir a resposta, pela sua atitude parecia até que o jovem era o inimigo jurado da Guilda Massacre e não ele próprio.

    Enquanto caminhava para longe, Fernando ouviu um grande estrondo atrás dele. Isso marcava o fim do último dos Subtenentes inimigos.

    Ao retornar ao lado dos demais, viu Noah, Ronald, Archie e alguns dos outros amarrando os sobreviventes da Guilda Massacre. No total, do Pelotão de 100 homens, restaram apenas 15.

    Por outro lado, as pessoas capturadas e escravizadas por eles estavam sendo libertas de suas cordas. Das 40 pessoas capturadas, 35 sobreviveram ao caos da batalha.

    Olhando ao redor, Fernando percebeu que a maioria do esquadrão já estava aqui, até Tom e Louisa já estavam no local. Mas ainda faltavam alguns.

    “Onde está Emily e as outras garotas?”

    Theodora franziu a testa ao ouvir isso.

    “Ja tentamos falar com elas pelas pedras de comunicação, mas não respondem. Como tínhamos que amarrar os inimigos sobreviventes e ir te ajudar, não conseguimos mandar ninguém lá pra cima.”

    O rosto de Fernando estava escuro ao ouvir isso, não só teve o pedido de socorro, como também havia visto alguns soldados escalando até lá. Em pouco tempo eles deram a volta e subiram no desfiladeiro. 

    Ao chegarem no local, todos ficaram surpresos, no chão havia muito sangue, logo eles viram o corpo de quatro soldados mortos.

    Não muito a frente, Emily estava sentada, segurando os joelhos com os dois braços. Seu rosto, mãos e roupas estavam completamente encharcados de sangue.

    “O que aconteceu? Emily, você está bem?!” Karol gritou, correndo até ela.

    Ao ver Karol e Fernando, os olhos de Emily se encheram de lágrimas.

    “Eu… Eu…” A pequena ruiva tentou falar, mas a mistura de choro e soluços a impediu.

    Vendo isso, o coração de Fernando se apertou.

    “Emily, onde estão as outras meninas?”

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