Índice de Capítulo

    Fernando e Kelly pararam seus passos para olhar quem era a pessoa.

    Olhando para trás, viram um homem relativamente velho, vestido em roupas ‘finas’ e com uma barba bem feita.

    Vendo que chamou a atenção dos dois jovens, o sujeito caminhou a passos lentos em sua direção.

    “Você vem comigo, agora.” disse, olhando para Fernando, enquanto arrumava a abotoadura de sua camisa.

    Kelly, que estava pouco atrás, franziu a testa. Tirando uma faca curta de sua pulseira, deu dois passos à frente.

    “Fala assim com meu líder de novo e eu corto sua garganta!”

    Fernando tinha uma expressão complicada. Desde que a incursão contra os Orcs começou, Kelly vinha se tornando mais ‘bruta’. Principalmente depois dela começar a andar com Theodora.

    O homem, que foi ameaçado, tinha uma expressão altiva e de ridículo.

    Vendo isso, Kelly estava prestes a avançar, quando uma mão a segurou no tórax, impedindo-a de prosseguir, era Fernando.

    Kelly ficou surpresa com isso, então olhou para seu líder.

    Fernando tinha uma expressão séria no rosto, não disse nada, apenas fez um sinal negativo para ela.

    “Humph.” O homem, ao ver isso, deu um bufo frio de ridículo.

    “Eu não me importo de segui-lo, mas gostaria de saber o que alguém como o senhor quer comigo, General Berton Tenari.” Fernando disse, com uma voz fria. Ele se lembrava do rosto do homem da cerimônia de nomeação, afinal sua presença foi bem chamativa.

    Ouvindo isso, uma expressão cheia de choque tomou conta do rosto de Kelly. Agora ela entendeu porque Fernando a impediu. O homem à frente deles era um General, um General enviado da Legião Condor, se ela tivesse atacado seria morta! 

    Não só isso, teria causado problemas ao próprio Fernando. Conhecendo seu líder, sabia que o mesmo não deixaria essa situação acontecer sem fazer nada.

    Abaixando a cabeça, Kelly apertou os punhos com força. Lembrando das palavras de Fernando, sobre ‘não causar problemas’, ela finalmente entendeu o quão imprudente vinha sendo.

    Há tempos, uma raiva incontrolável vinha queimando dentro dela. Na missão dos Goblins Negros, quando encontraram Orcs Marauders, ela viu uma garota ser brutalmente violentada por aquelas criaturas. No caminho até Belai foi o mesmo, vilas e mais vilas foram atacadas, era impossível saber exatamente o que houve, pois a maior parte dos corpos das pessoas foram empilhadas em montanhas de ‘pedaços’. Mas apenas pela expressão nos rostos das vítimas, ela sabia que não haviam sido mortes pacíficas.

    Desde aquilo, Kelly encheu-se de uma sede de matar. Nas batalhas no caminho e mesmo na batalha de Belai, ela banhou-se no sangue dos Orcs, quanto mais os matava, mais uma chama de fúria queimava em seu peito. Um desejo de vingança por aqueles que não puderam se defender.

    Apesar de tudo isso que sentia, Kelly percebeu que estava se excedendo, por pouco quase causou uma tragédia a Fernando. Lembrando de quando atirou aquela flecha nos Orcs Marauders naquele dia, sabia que quase havia feito o mesmo agora, colocando seus companheiros em perigo devido a suas vontades pessoais e egoístas.

    “O que eu quero ou não, não te interessa, apenas venha comigo.” O homem disse, com altivez.

    “Até onde eu sei, não recebo ordens de pessoas da Legião Condor, mesmo que sejam Generais.” Fernando falou, em tom frio.

    Ouvindo isso, a expressão do homem fechou-se como se estivesse em um velório.

    “Além de ser incubido de buscar um lixo como você, ainda tenho que ouvir suas asneiras. Ou você vem comigo, ou te arrasto pelo couro cabeludo. Mesmo seu novo ‘General’ Dimitri não se atreveria a me parar.” Berton falou, com uma voz ameaçadora.

    Fernando tinha uma expressão calma, mas suor frio encharcava suas mãos, ele não duvidava das palavras do sujeito e que faria o que disse. De frente para um General, ele não era diferente de uma formiga.

    Vendo o silêncio do jovem, Berton sorriu. Então virou de costas e começou a andar.

    “Se estiver mais longe que cinco passos de mim, já sabe o que vai acontecer.”

    Veias saltaram da testa de Fernando e seus dentes rangeram. Mas apesar disso, caminhou com um rosto inexpressivo, logo atrás do homem.

    Kelly seguiu logo depois. Ela sabia que Fernando não estava de acordo, mas também sabia que mesmo que ambos unissem forças, não conseguiriam sequer arranhar aquele sujeito.

    Depois de algum tempo, chegando a um prédio elegante e com guardas vestidos com armaduras, com emblemas da Legião Condor, Berton falou.

    “Você entra lá.” falou, apontando para as portas do prédio.

    Fernando mantinha a mesma expressão de antes.

    “Posso saber quem me espera lá dentro?”

    Berton franziu a testa, com desgosto.

    “Apenas um velho senil. Agora entre logo, se não quiser que eu quebre suas pernas.”

    Os guardas na escadaria tinham expressões complicadas ao verem as ações do General, principalmente ao ouvirem as palavras ‘velho senil’.

    Fernando respirou fundo, então, dando um último olhar ao sujeito, começou a subir as escadas. Kelly seguiu logo atrás.

    “A mulher fica, só você vai entrar.”

    Ouvindo isso, Fernando parou por um segundo.

    “Se tocar nela, mesmo que seja a última coisa que eu faça, vou matá-lo. Não me importo se é um General ou não.”

    Depois de dizer isso, continuou subindo as escadas, como se nada tivesse acontecido.

    Todos os guardas ficaram estáticos no local.

    Já Kelly, tinha uma expressão surpresa. Desde que Fernando se uniu a Karol em um relacionamento, ela abandonou qualquer outro sentimento que não fosse lealdade por ele. Entretanto, ouvir aquelas palavras de sua boca, fizeram seu coração bater rápido.

    O homem chamado Berton, franziu a testa, fúria estava escrita em seu rosto. Levantando sua mão, apontou dois dedos para o jovem que subia as escadas. No entanto, assim que o fez, sentiu algo.

    Olhando para o topo do prédio, viu uma figura branca na janela. Assim que o fez, seu corpo tremeu levemente, então abaixou sua mão instintivamente. Quando se deu conta, a figura já havia sumido e o jovem entrado.

    “Maldito velho gagá, mesmo estando quase morto, ainda sim…” Berton sussurrou.

    Entrando no prédio, Fernando olhou em volta. Ao contrário do exterior, que parecia requintado, dentro era o extremo oposto. Os móveis eram velhos e simples, não havia decorações nem coisas extravagantes, apenas o mais básico, como um sofá, poltronas e não muito longe, uma velha mesa com cadeiras. Mesmo sua mansão em Vento Amarelo, parecia melhor.

    “Hoho, seja bem vindo, jovem.” Uma voz envelhecida e gentil soou, então viu uma figura de um velho homem descendo as escadas com dificuldade.

    Era um velho alto, com mais de dois metros de altura, mas devido a estar levemente curvado para frente, parecia ter menos. Estava vestido com uma espécie de roupão branco.

    Inicialmente Fernando ficou confuso, mas então, vendo o rosto do velho com mais calma, ficou estupefato.

    Mesmo que estivesse a uma longa distância, ele nunca esqueceria a cena que viu no topo da colina de Belai naquele dia. Um homem, sozinho, aniquilando milhares de Orcs com alguns movimentos de espada. Sua espada não era uma arma, mas uma catástrofe, cheia de poder.

    “Você é Ferman, o Cavaleiro Branco.” Fernando falou.

    O velho descia as escadas com dificuldade.

    “Isso mesmo, esse sou eu, Ferman.” disse, apoiando-se no corrimão, descendo um passo de cada vez.

    Vendo o velho homem, descer um passo por vez, cada um mais lento que o outro, fez Fernando ficar confuso, com uma expressão complicada em seu rosto.

    Ele viu com seus próprios olhos o sujeito lutando contra Orcs nas muralhas, depois aniquilando milhares de Orcs como se não fosse nada, mesmo assim, bem ali na sua frente, o velho parecia lutar com uma simples escada como se ela fosse seu último oponente.

    Tac… Tac… Tac…

    Com dificuldades, o velho descia.

    Inicialmente, Fernando estava de guarda, ainda mais depois de ser ‘trazido à força’ pelo General Berton, mas vendo o velho descendo as escadas com tanta dificuldade, não suportou mais e apressou-se para frente.

    Logo Fernando chegou ao lado do velho, que ficou surpreso ao ver o jovem apoiar seu braço.

    “Oh, que gentil. Não se vê mais jovens gentis assim hoje em dia.” O velho homem falou, com um sorriso.

    Fernando não sabia o que dizer, ele estava ajudando um velho a descer as escadas, mas esse simples velho deveria ser um monstro, capaz de causar terror e medo nas pessoas.

    Depois de algum tempo, desceu completamente as escadas, então o ajudou a chegar até a poltrona.

    “Hah, que exaustivo.” O velho homem falou, ajeitando-se. “Vamos, sente-se lá, rapaz.” disse, apontando para a outra poltrona logo a frente.

    Com um rosto ainda complicado e cheio de dúvidas, Fernando sentou-se.

    “Bem, primeiramente, gostaria de me desculpar pelas ações do homem lá fora. Infelizmente o sujeito não me ouve. Sabe, as pessoas costumavam me respeitar até alguns anos atrás.”

    Fernando ouviu tudo com um rosto calmo, ficando em silêncio, enquanto olhava para o velho homem.

    Ahem, como eu ia dizendo…” O velho disse, deixando a coluna reta e colocando uma perna sobre a outra, enquanto repousava os braços sobre o apoio da poltrona. “Eu sou Ferman, o Cavaleiro Branco da Legião Condor, das Dez Grandes Legiões, é um prazer conhecê-lo, Tenente Fernando.”

    Apoie o Projeto Knight of Chaos

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (9 votos)

    Nota