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Capítulo 495 - Efeito adverso
No dia seguinte, Fernando estava completamente encharcado de suor, enquanto seu corpo movia-se ritmicamente. Gemidos agudos eram ouvidos a cada movimento.
“Não dá, eu não aguento mais… É sério, marido…” Karol disse, com uma voz melosa.
Ao ouvir isso, o rapaz parou seus movimentos, gentilmente levantando-se, enquanto a cobria. Olhando para sua esposa, cansada, enquanto ele próprio ainda estava cheio de energia, Fernando questionou-se o que estava acontecendo com seu corpo.
Mesmo uma noite inteira tendo-a ao seu lado não foi o suficiente para saciá-lo. Ele era como um leão vigoroso e sentia que poderia continuar com aquilo por mais algumas boas horas. Entretanto, o mesmo não era válido para Karol, que mesmo tendo mais energia que o normal e usando os brincos que lhe davam ainda mais resistência, não teve capacidade para acompanhá-lo.
Esse é um dos efeitos colaterais que Brakas mencionou? perguntou-se, sem palavras.
Apesar do Baiholder ter dito que comer demais da Sopa de Delgnor traria alguns problemas e inconvenientes, além de tirar todo o sono de alguém por alguns dias, não achou que algo assim aconteceria!
Ele havia comido dois pratos completos da Sopa com maior concentração após o preparo, e mais uma porção igual a dos outros no refeitório, então era claro que o efeito nele seria muito maior que nos demais. O jovem Tenente logo fez uma anotação mental, para nunca mais comer tanto daquilo novamente!
Com o corpo cheio de energia e sem um pingo de cansaço, após um banho o rapaz vestiu-se com algumas roupas limpas, como estavam dentro do prédio do Batalhão e como seu corpo estava relativamente quente, sentiu que não era necessário usar sua armadura. Ainda restavam algumas horas antes do horário de treinamento começar, então deixou Karol descansando, enquanto ele próprio saiu.
Era muito cedo, então havia poucos Soldados perambulando pelo prédio do Batalhão Zero. Todos por quem ele passava o saudavam, assim como comentavam sobre a ‘Sopa Revitalizante’ que lhes foi oferecida na noite anterior.
“Eu só dormi umas duas horas antes de pegar o turno, mas me sinto tão revigorado e cheio de energia. Aquela Sopa Revitalizante é simplesmente incrível, não só o sabor, mas sinto que ela tem algum efeito energizante, quase tão bom quanto um Tônico de Resistência.” O Soldado disse, animado, para seu companheiro de patrulha.
Vendo todos tão agitados, Fernando ficou pensativo.
Será um problema se eles comentarem muito a respeito… pensou, com algum receio.
O fato de ser um alimento feito com carne de Delgnor chamaria muita atenção e ele não podia deixar que isso fosse descoberto sob hipótese alguma, então começou a pensar em algumas contramedidas para lidar com os faladores.
Com alguma calma, começou a caminhar em direção ao seu escritório. Ele estava decidido a focar em seu treinamento, mas antes disso precisava organizar alguma papelada, para que Theodora e Ilgner lidassem com a maioria das tarefas pendentes.
“Líder?” Uma voz soou na entrada, ali era a área dos escritórios auxiliares, onde ficavam a tesouraria, bem como os locais onde Theodora e Ilgner supostamente deveriam usar, apesar de nenhum dos dois realmente usá-los de fato.
“Já está trabalhando?” Fernando perguntou, surpreso. O sol nem havia raiado ainda, mas Lina já estava com uma pilha de papéis em mãos.
“Bem, por algum motivo não consegui dormir bem… Então resolvi vir adiantar as coisas.” disse, com o rosto levemente corado.
Ouvindo isso, o jovem Tenente ficou um pouco nervoso, já imaginando o motivo pelo qual ela não conseguiu dormir. Mesmo consumindo apenas uma pequena quantia, a garota parecia estar sofrendo com alguns dos efeitos. Isso o fez perceber que algumas pessoas eram mais sensíveis à carne de Delgnor. Felizmente, a falta de sono parecia ser a única coisa que a afetou, diferente dele próprio.
“Ahem! Já que você está aqui, tem algumas coisas que preciso te passar. Vou estar ocupado nos próximos dias, então você terá que assumir algumas tarefas minhas.” informou, mudando de assunto.
As questões com despesas e controle de gastos, Fernando, sem se preocupar muito, delegou para Lina. Como a nova Tesoureira, ela precisaria assumir a totalidade da gestão dessas áreas mais cedo ou mais tarde, e agora parecia ser o momento ideal para isso.
Após passar a papelada para a garota, assinou alguns papéis, então pegou alguns documentos que ela havia trazido mais cedo. Para a sua surpresa, notou uma notificação do Salão da Recepção dentre os papéis, indicando que devido à trégua da guerra, novas incursões no território inimigo permaneceriam suspensas, mas dois dias a partir daquele momento, uma variedade de missões seriam despachadas para os entornos de Garância e as cidades circundantes. Isso fez o interesse de Fernando despertar.
“Então eles querem nos manter ocupados…” pensou, entendendo os pensamentos dos Generais.
Atualmente havia milhares de soldados ociosos em Garância. Ter tanta gente assim concentrada em um único local, sem nada para fazer, poderia não ser um grande problema a curto prazo, mas definitivamente era um a longo. Não só pelos gastos da Legião em relação aos salários, mas as despesas internas de cada unidade militar eram constantes. Também, como muitos ali eram homens e mulheres acostumados a estarem pulando de campo de batalha para outro, se eles não os colocassem para se mover, inevitavelmente surgiram conflitos internos.
Além disso, mantê-los nesse estado pelo tempo da trégua, faria todos abaixarem a guarda, o que era potencialmente nocivo para aqueles que tinham que lutar arriscando suas vidas em cada batalha. Fernando, melhor do que ninguém, tinha noção desse problema.
Logo preencheu alguns documentos, autorizando o despache de tropas do Batalhão Zero para realizarem missões do Salão da Recepção de Garância. Isso faria com que as tropas se mantivessem afiadas, ganhando experiência real, enquanto os cofres do Batalhão seriam constantemente abastecidos, era um ganho duplo.
Devido ao novo sistema de divisão que havia estabelecido recentemente, o cofre do Batalhão Zero tinha cerca 30.000 moedas de prata, que ele próprio cedeu, adiantando a venda do saque da última batalha. No entanto, o gasto mensal de manutenção do Batalhão era em torno de 8.500 moedas por mês. Se ele não fizesse algo a respeito, os cofres estariam vazios em menos de quatro meses.
Atualmente ele possuía alguns saques, tanto da última batalha, quanto do que adquiriram no caminho, mas nada disso poderia ser vendido no momento. A maioria dos comerciantes que havia chegado recentemente a Garância apenas ofereciam preços de compra terríveis, que chegavam a menos da metade do valor original.
Os Batalhões e Pelotões despachados de outras cidades, agora estando sob o comando de Wayne, longe de suas unidades principais, assim como algumas tropas das Guildas menores, sempre viviam com suas economias na linha vermelha e não tinham escolha se não negociar com esses tubarões, enquanto outras unidades militares que tinham alguma reserva, incluindo o Batalhão Zero, se negaram a negociar.
No entanto, os comerciantes eram pessoas extremamente astutas, que haviam prosperado em Avalon, um mundo cheio de guerras e matança, onde o fraco era devorado e o tolo saqueado, cada um deles tinha seus truques e métodos. Atualmente muitos deles já havia abocanhado o saque das tropas com péssimas finanças, enquanto aguardavam silenciosamente, esperando até onde o restante deles aguentaria.
A única exceção eram as negociações diretas com os Generais, na qual eles compravam por um preço mais justo para agradá-los. Obviamente, os Generais sabiam o que essas pessoas planejavam, mas fingiam não perceber, pois sem comerciantes como esses, dispostos a adentrarem nas zonas de guerras, simplesmente não teriam recursos suficientes para nada.
Sabendo disso, que havia pessoas sedentas para roubar os frutos de seus esforços, Fernando tomou a decisão de esperar. Mesmo que ele precisasse continuar injetando seu dinheiro pessoal para manter o Batalhão em funcionamento, recusava-se a ceder a aproveitadores.
Após terminar o que tinha para fazer no escritório, o jovem Tenente verificou o horário em sua Pulseira, ainda era em torno de 6h30 da manhã. Ele ainda teria pelo menos meia hora antes do novo modelo de treinamento começar. Fernando havia deixado Trayan e Ilgner, que tinham uma longa bagagem de experiência com Guildas, assumirem o desenvolvimento do programa de treino. Então foi em direção aos aposentos de Theodora, para delegar algumas coisas a ela, fundamentais para seu treinamento.
Toc! Toc!
Batendo na porta da Subtenente, Fernando ouviu alguns barulhos vindos de dentro, assim como alguns cochichos. De repente, isso lhe trouxe algumas memórias ambíguas a sua mente.
Não pode ser, certo?
Antes que pudesse pensar mais a respeito, a porta foi subitamente aberta, quando, para sua surpresa, a pessoa que apareceu não foi Theodora, mas Thom. Não só isso, como o rapaz estava sem camisa e seu rosto estava pálido, como se estivesse prestes a desmaiar a qualquer momento.
“Chefe?! Err, quer dizer, bom dia, chefe!” O Sargento disse, apressado, enquanto vestia sua camisa. “Se me der licença, tenho algo a fazer!” disse, com insegurança, escapando, em passos rápidos.
Sua entonação, junto as suas ações, fizeram Fernando ficar em dúvidas se o sujeito realmente tinha algo para fazer, ou se estava apenas fugindo. Ele havia deixado claro que o rapaz não deveria dar mais da Sopa de Delgnor a outras pessoas e esperava que tivesse cumprido, porém, vendo por seu estado, talvez ele mesmo estivesse a consumido além do que deveria! Afinal, por também ter sofrido desses efeitos, já sabia o que ele deveria ter feito a noite toda.
Balançando a cabeça, o jovem Tenente não sabia o que dizer, pensando se deveria delegar isso a outra pessoa.
“Líder? Que raro ver você aqui tão cedo.” A voz de Theodora soou, quando a mulher apareceu, vestindo uma camisa larga que claramente não lhe pertencia. Mesmo sem precisar olhar muito, Fernando percebeu que ela não estava usando nada por baixo, afinal as duas marcações na parte superior lhe denunciavam abertamente.
Apesar de ter sido pego de surpresa e ser afetado por isso, Fernando fez seu melhor para não demonstrar, mantendo sua expressão calma.
“Preciso que faça algo para mim.”
“O que você quiser, líder…” disse, com um sorriso travesso, então a mulher mordeu levemente o lábio inferior, enquanto lentamente descia o seu olhar.
O rapaz não entendeu o que ela quis dizer com isso, contudo, ao acompanhar seu olhar para baixo, assustou-se quando percebeu o que estava errado.
Os efeitos ‘colaterais’ da Poção de Delgnor ainda estavam ativos e devido a isso a parte de baixo de seu corpo, de forma rebelde, havia naturalmente reagido à mulher, apontando diretamente para frente.
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