Capítulo 158 – Conversar

Na manhã seguinte, todo o grupo acordou bem cedo e conseguiu encontrar John ainda em casa, e pelo que ele disse, o pedido de Alexander causou alguns problemas, mas não foi nada que ele não conseguisse resolver. 

Jayce, por sua vez, apresentou um novo protótipo de arco. Mas ao contrário de antes, ele trouxe 3 dessa vez, cada um correspondendo a uma pessoa que puxou o arco.

— Ainda precisa da minha ajuda para testar? — perguntou Diana, confusa.

— Parece que me entendeu mal — disse Alexander. — Você não está ajudando a testar. Eu pedi para o Jayce fazer 3 arcos desde o início… Um deles é para você.

— Meu? — estranhou ela. — Você acha que eu deveria usar um arco também?

— Na verdade, não. Mas um arco não serve só para o combate. Ele também pode ser utilizado para outros propósitos, como pesca e lazer — explicou ele. — Então eu encomendei um só para você… Assim você terá um totalmente ajustado para você, caso sinta vontade de experimentar um algum dia.

— Não me entenda mal, eu ficaria feliz em lhe emprestar o meu, se possível… Só acho que você precisa de um pouco mais de tempo e crescimento para conseguir usá-lo normalmente — acrescentou rapidamente Alexander.

— Obrigado por sempre pensar em mim — disse Diana, acariciando seu rosto.

— Isso é só o mínimo — garantiu ele. — Se você quiser ser uma Lorde, lhe darei uma cidade. Se você quiser ser uma governante, lhe darei um estado. Se você quiser ser rainha, lhe darei um reino… Eu até lhe darei um império se você quiser ser imperatriz.

— Eu só quero estar com você — respondeu Diana com infinita gentileza na voz.

— … — Ariel.

— … — Helena.

— … — John.

 — Parem com isso — reclamou Jayce. — Vocês estão fazendo o meu estômago embrulhar… Basta fazerem o teste do equipamento e caírem fora.

Seguindo tal “conselho amigável”, o grupo se concentrou em testar o equipamento e tudo correu bem para Diana e Helena. Mas antes de testar seu protótipo, Alexander decidiu alocar seus pontos de atributo livre¹, o que o fez quebrar o seu protótipo.

[110 pontos adicionados a Vitalidade]

[750 pontos adicionados a Força]

[100 pontos adicionados a Defesa]

[100 pontos adicionados a Destreza]

[200 pontos adicionados a Agilidade]

[50 pontos adicionados a Inteligência]

[50 pontos adicionados a Charme]

[70 pontos adicionados a Sorte]²

— … — Alexander.

— Por que você não pode ser como elas? — ironizou Jayce. — No caso delas eu só preciso fazer alguns ajustes e começar a produção do produto final, mas você sempre insiste em me dar mais trabalho que os outros.

Mesmo reclamando, Jayce ainda parecia bem feliz, como se estivesse cada vez mais animado para fazer um trabalho ainda melhor. Ele devia amar muito sua profissão, principalmente durante esse período em que não precisava mais administrar a loja e podia se dedicar inteiramente à forja.

— Eu sei, eu sei… Desculpe pelo incômodo — disse Alexander. — Mas mudando um pouco de assunto, vocês já terminaram o escudo que eu pedi.

— Ainda não. Mas só porque não tínhamos o núcleo adequado para um pedido tão estranho — explicou John. — Mas para sua sorte, consegui encontrar um através dos contatos da associação dos ferreiros.

— Obrigado pela ajuda — disse Alexander, agradavelmente surpreso. — E não se esqueçam, tratem meus pedidos como pedidos formais. Vocês podem gastar o quanto acharem necessário para produzi-los da melhor forma possível.

Ao ouvi-lo reiterar que tinham carta branca para os pedidos, os olhos dos ferreiros brilharam. Eles provavelmente estavam se segurando por consideração, mas ao ouvir que realmente tinham carta branca para gastar, seu entusiasmo explodiu.

— Não se arrependa dessas palavras depois, garoto — disse John com um sorriso.

— Podem ficar tranquilos quanto a isso — garantiu Alexander. — Falando nisso, vou deixar logo um adiantamento de 5 grandes moedas de diamante negro… Para que possam agilizar qualquer contratempo que não possa ser resolvido através da associação dos ferreiros.

Após pegar o dinheiro, os irmãos ferreiros literalmente os expulsaram para que pudessem trabalhar, como se não tivessem mais tempo a perder conversando. Mas antes que o grupo fosse embora, Ariel ainda conseguiu interceptar John e convencê-lo a também fazer uma capa de combate com os fios tesouro de seda que ela tinha.

Com tudo resolvido, o grupo foi até a guilda dos aventureiros, pegou as missões relacionadas às masmorras iniciantes e intermediárias, priorizou deixar golpe final e a XP para Storm e passou a manhã inteira imerso nessas masmorras.

Quando eles retornaram à cidade para fazer uma pausa e entregar suas missões, Alexander notou que Helena tinha um olhar diferente, como se tivesse sido injetada com adrenalina. Mas depois de pensar um pouco, ele chegou à conclusão de que ela provavelmente nunca tinha presenciado tanta morte e sangue em um período tão curto de tempo.

Não era como se ela tivesse entrado em frenesi para continuar lutando, era mais como se ela estivesse se acostumando à força com algo completamente oposto ao que ela tinha como experiência de vida.

— Você está bem em deixá-la fazer isso? — perguntou Alexander a Ariel.

— Pelo que me lembro, foi você quem me disse para deixá-la fazer suas próprias escolhas — rebateu Ariel. — E para o bem ou para o mal, ela escolheu isso.

— … — Alexander.

Perdendo a discussão ali, ele não falou mais sobre o assunto e o grupo voltou para as masmorras avançadas após comer e descansar. E como eles já tinham alguma familiaridade com o trabalho em equipe dentro da masmorra, a limpeza foi mais suave e rápida dessa vez.

Assim que eles chegaram ao BOSS da masmorra, Pequeno Preto outra vez se adiantou para lutar, e Diana o acompanhou.

O BOSS dessa vez era um {Ogro Guerreiro}, que tinha a mesma altura de Pequeno Preto, equipado com uma armadura de metal considerável e uma espada longa.

Embora fosse fisicamente mais fraco, este ogro era bem mais difícil de lutar do que o BOSS anterior devido à sua agilidade. Muito disso se devia ao fato de que este BOSS tinha como alvo principal Diana, que era a parte vulnerável da dupla, o que impedia Pequeno Preto de chegar tão perto quanto desejava.

Furioso com a abordagem daquela criatura que ousou mirar em Diana, Pequeno Preto começou a soltar rajadas de fogo para assar e carbonizar o BOSS dentro da própria armadura de metal dele.

Com Pequeno Preto finalmente lutando com força total, tudo começou a correr bem para a dupla até o ponto em que o ogro foi encurralado a ponto de não ter escolha a não ser usar sua habilidade berserker, rompendo a própria armadura e permitindo-o surpreender a dupla com um golpe que quebrou a |Barreira de Mana| de Diana e causou um corte profundo no braço dela.

Ao sentir o cheiro do sangue de Diana e senti-lo pingar sobre ele, Pequeno Preto pareceu perder a sanidade e avançou sem se importar com nada.

Aproveitando aquele momento, o ogro enfiou sua espada em Pequeno Preto, mas o mesmo nem sequer esboçou dor. O que ele fez foi começar a se transformar/crescer e prender o {Ogro Guerreiro} no chão com suas patas.

O que aconteceu em seguida foi tão brutal que fez o rosto de Helena perder toda a cor e ficar branco. Pequeno Preto, já transtornado, à beira da loucura, mordeu o capacete do ogro com tanta força que foi possível ouvir seus dentes rangendo.

Mas ele não parou por aí. Com a cabeça do BOSS presa, Pequeno Preto começou a verter chamas em profusão da sua boca para queimá-lo vivo enquanto usava suas garras dianteiras para dilacerá-lo.

* Ding! *

Quando tudo acabou, o exterior do corpo do ogro estava totalmente carbonizado e manchado pelo metal derretido das coisas que antes o protegiam.

Pequeno Preto só parou de queimar e rasgar o corpo do ogro depois que Diana o mandou parar várias vezes, mas mesmo assim ele não parecia satisfeito. Se fosse por ele, não sobraria nem mesmo o corpo desfigurado daquela criatura.

Sem perder tempo, Diana, já com as suas feridas estabilizadas, pulou das costas dele e correu para curar os ferimentos de Pequeno Preto, mas felizmente Alexander conseguiu impedi-la a tempo.

— Por que você está me segurando? — protestou ela. — Eu preciso ajudá-lo.

— Eu sei — garantiu ele. — Mas você precisa se acalmar primeiro… O caso dele não é tão simples.

— Primeiro use um feitiço de cura na boca dele, depois estabilize a área onde a espada está presa e só então pense em remover a espada — explicou Alexander.

— … — Diana. — Ou ele pode perder muito sangue.

— Parece que finalmente está ficando mais calma — suspirou Alexander. — Pode começar. Assim que você terminar tudo e estiver pronta, vou retirar a espada.

— Obrigado… Por tudo — disse Diana, já se voltando para o seu familiar.

Com cuidado e paciência, eles conseguiram remover a espada de Pequeno Preto para que Diana pudesse curá-lo. Mas mesmo depois de ser curado, ele continuou enfraquecido devido à perda de sangue e à energia do ogro que o invadiu.

— Não se preocupe, Diana — disse Alexander. — Ele deve estar completamente bem amanhã. E ele também deve ser capaz de nos acompanhar se não lutar.

— … — Diana. — Tudo bem.

Após pensar um pouco, Alexander decidiu perguntar a Ocean se ela queria lutar também, já que fazia um tempo que ela não lutava sozinha com uma criatura do seu nível. Ele sabia que o desejo de lutar para se tornar mais forte é comum a qualquer criatura, mesmo a uma raça ancestral como a dela.

Ao receber a oportunidade, Ocean prontamente aceitou. Ela disse que se lutassem juntos seria muito fácil se o oponente não fosse pelo menos uma criatura no estágio final da 3ª evolução.

Aproveitando que eles ainda tinham algum tempo antes de escurecer, Alexander decidiu liderar o grupo para limpar outra masmorra, que foi até um pouco mais fácil que as anteriores, mas uma situação desagradável aconteceu no final dela.

O problema em questão era que o BOSS daquela masmorra um tipo de {Hobgoblin}, e Alexander não gostou do resultado risível que ele previu.

Embora ele fosse bem grande, atingindo 5m de altura como um {Hobgoblin Gigante}, e tivesse um bom equipamento, o resultado de seu confronto com Ocean era óbvio.

Não querendo ver um fim tão banal para uma poderosa criatura na 3ª evolução de uma raça da qual ele já fez parte, Alexander pensou um pouco e decidiu usar aquela oportunidade para fazer alguns testes.

— Vocês poderiam esperar lá fora? — pediu Alexander a Ariel e Helena.

— Não precisa se preocupar, eu aguento — respondeu Helena.

— Talvez. Mas não vamos descobrir hoje — disse Alexander.

— … — Helena.

— Vamos, Helena — disse Ariel ao suspirar um pouco e guiar a amiga.

Helena ficou um pouco triste com a recusa de Alexander, mas ela ainda retornou para a entrada com Ariel. E depois de um tempo, ele usou uma camada de energia para sondar os arredores próximos e verificar se eles realmente tinham saído.

— Você vai fazer algo tão brutal que precisa que elas saiam? — estranhou Diana.

— Na verdade não — disse Alexander, com o rosto um tanto estranho. — Eu vou fazer algo ainda mais estranho.

— O que você vai fazer? — perguntou ela, curiosa.

— Eu vou tentar conversar com o BOSS — explicou ele.

Obs ¹: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).

Obs ²: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: http://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.

Obs ³: 1430 pontos de atributo livre. 1400 dos 8 níveis que ele subiu na floresta estelar, referentes ao envolvimento dele na morte de todo o bando do Pássaros Imortais, conforme relatado por Drayygon, e devido ao próprio sangue de Drayygon; e 30 da última masmorra avançada.

Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.