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    Já tendo encaminhado a “parte de cima” da sua regência, Alexander colocou as roupas mais simples que tinha e fez algumas caminhadas erráticas na periferia da Cidade Lester, como se não conhecesse o lugar ou soubesse para onde estava indo.

    Ao valer-se do fato de já ter avisado a maioria dos que precisavam saber, ele agiu de forma selvagem e “gentilmente” fez com que as pessoas que capturou apontassem os autoproclamados criminosos ou “chefes”. Antes do final da manhã ele espancou e capturou todos os rufiões, ladrões e bandidos que andavam por ali, e antes do final da tarde capturou todos os chamados chefes, fossem aventureiros, soldados, comerciantes ou etc.

    Mediante a essa eficiência brutal, instalou-se uma forte instabilidade na periferia, bem como todos que colocavam ou tentavam colocar a cabeça para fora para testar a água rapidamente voltaram a se esconder para não chamar atenção, porém sua mensagem foi passada: não haverá outro poder regional sem a aprovação do núcleo central do baronato.

    Satisfeito com o resultado obtido, nos dias seguintes, o mesmo processo foi repetido em todo o território do baronato, o que, felizmente, foi muito mais fácil e rápido, pois muitos já haviam fugido ou se escondido devido às medidas bem incisivas que estavam sendo implementadas.

    Sabendo que sua força e autoridade por si só não resolveriam todos os problemas, principalmente entre os mais pobres, ele contratou aqueles que pareciam ser o mais proximo de lideres locais para organiza-los e controlá-los por algum tempo até que pudesse tomar algumas medidas mais concretas.

    Com as medidas mais urgentes tendo sido tomadas, Alexander voltou à associação dos comerciantes da cidade Lester para retomar seus negócios, mas a essa altura a sua chegada foi recebida com mais temor do que expectativa/felicidade.

    — Calma — disse Alexander, tranquilizando as pessoas ali. — Dessa vez, eu só vim falar com um dos seus gerentes sobre algumas aquisições.

    Após as pessoas ali suspirarem aliviadas, alguém foi chamar o referido gerente para Alexander e eles foram para uma sala privada.

    — Desculpe por aquela cena — disse o gerente, apologeticamente.

    — Não precisa. Eu posso imaginar bem a impressão que as pessoas têm de mim e das minhas atitudes — respondeu Alexander. — Mas e quanto ao meu pedido? Conseguiu fazer todo o levantamento que solicitei?

    — É claro. Cuidei dele pessoalmente — rapidamente declarou o gerente ao colocar diversas folhas com informações detalhadas, mas bem centradas, na pequena mesa entre eles. — Aqui estão as informações que o senhor pediu.

    — Obrigado — disse Alexander ao pegar as folhas e começar a lê-las com extrema rapidez, se preocupando apenas com algumas informações.

    Ao terminar a leitura, ele começou a apontar uma propriedade atrás da outra, e cada uma delas fez os olhos do gerente brilharem cada vez mais.

    — O senhor vai mesmo querer todas essas? — perguntou o gerente, bem feliz.

    — É justamente o contrário. Essas são só as que não quero — disse Alexander com um grande sorriso ao materializar 2.000 grandes moedas de Diamante Negro no chão da sala ao lado dele. — Aproveitando o momento, solicito também que sejam feitos os reparos necessários e que seja construída em cada imóvel residencial uma estufa de alimentos capaz de suportar bem o inverno; bem como que também seja construído um pequeno forte ao redor da minha atual casa, utilizando a própria casa e as áreas vizinhas.

    Ao ver a pilha de dinheiro no chão da sala, o gerente apenas engoliu a seco e não teve coragem de perguntar se era brincadeira. O seu cliente queria abertamente “comprar a cidade” ao se tornar detentor da maior parte dela.

    — O que está esperando para calcular o custo do pedido? — provocou Alexander, aumentando seu sorriso. — Ainda temos que discutir de quanto será o meu desconto. Afinal, sei que aqueles valores ficaram com alguma margem para que pudessem me oferecer algum desconto, mesmo que apenas nominal.

    Encurralado por Alexander, o gerente não teve escolha a não ser começar a fazer as contas e torcer para o seu cliente não ter dinheiro para aquela compra. Embora a associação quisesse grandes vendas, não era daquele jeito, deixando-a com quase nada no seu estoque para oferecer ou negociar.

    Radiante ao calcular que o pedido custaria por volta de 3.000 grandes moedas de Diamante Negro, mesmo com o máximo de desconto possível, e que só havia 2.000 no chão, o gerente corajosamente ofereceu um desconto de 5%, mesmo naquela enorme compra.

    — Este é um jogo que não vai vencer — disse Alexander ao colocar mais 1.000 moedas sobre as que já estavam no chão.

    Olhando em descrença para a pinha de dinheiro que havia aumentado, o gerente suspirou derrotado e um sorriso cansado floresceu em seu rosto.

    Ao ver que o gerente parecia estar se conformando com a situação, Alexander sentiu que era o momento de colocá-lo em xeque.

    — Agora que acertamos os fins, o custo e o pagamento, vamos acertar os meios — disse ele ao ficar completamente impassível. — Vou dar-lhes 2 opções: fazer com que a esmagadora maioria dos contratados para esse empreendimento venham do baronato sob o controle da minha família, ou desistir do meu pedido já acordado e lidar com o que vem a seguir… Não pensem por um segundo que não sei quem está por trás desta associação.

    Ao notar que os planos de Alexander pareciam ter várias camadas, visando até mesmo gerar empregos para distribuir renda à população, o gerente estremeceu. 

    Assim como foi possível dizer que ele não precisou ter medo na primeira vez que se encontraram, também era possível notar que a situação havia mudado. Alexander até parecia disposto a confrontar a pessoa acima daquela associação.

    — Então vamos fazer do seu jeito — disse o gerente enquanto cerrava os dentes e mordia a bala. Afinal, no final das contas, aquela ainda era Cidade Lester, a principal cidade sob o baronato. — Cuidarei pessoalmente para que todos os contratados não absolutamente essenciais pertençam à baronia, como o senhor deseja.

    — Ficou feliz com sua escolha — disse Alexander ao se levantar sem sequer olhar para o dinheiro e estender a mão para o gerente. — Pode ficar com tudo que “sobrar” dessa compra… Uma amostra de que eu “cuido” bem de quem está do meu lado.

    Acanhado, deslumbrado, horrorizado e maravilhado com tantas oportunidades, o gerente não pôde deixar de ficar ao menos um pouco grato pelo dinheiro que Alexander lhe deu. Dada a situação daquela transação específica, era improvável que ele ganhasse uma comissão adequada, sem falar nas intermináveis ​​explicações que teria de dar aos seus superiores.

    Assim que começaram a assinar os documentos, Alexander lembrou-se de algo e pagou mais algumas moedas para que, juntamente com o forte, a área também fosse dividida em 5 pátios habitáveis. Morar perto e conviver com os pais de Diana era desejável, mas não na mesma casa, principalmente com seus hábitos noturnos.

    Embora tivesse conseguido obter diversas propriedades e áreas na cidade, também era um fato que ele já não tinha mais cerca de 4.000 das 6.000 grandes moedas de Diamante Negro que ganhou com a sua aposta no Torneio Imperial.

    Suspirando um pouco exasperado depois de pensar muito sobre isso, Alexander redigiu um documento emprestando 1.000 grandes moedas de Diamante Negro ao baronato, a ser pago ao longo de alguns anos, e mandou anunciar que haveria empregos para àqueles registrados como residentes na manutenção, ampliação e criação de estradas e rotas comerciais no baronato logo após o inverno.

    Com a situação do baronato e a 1ª fase do que queria implementar, a ordem, em andamento, Alexander se deu alguns dias de folga para ficar com Diana e explicar a ela e à família dela sobre as mudanças e as construções que havia contratado.

    Surpresa foi como se poderia descrever a reação deles à notícia da compra das residências e áreas adjacentes para a construção de uma fortificação, mas a compra de uma parte significativa da cidade os deixou atônitos/assombrados.

    — Realmente precisava de tudo isso? — perguntou Dimitri, o pai de Diana.

    — Já lhe disse isso antes, eu pretendo me tornar autossuficiente — respondeu Alexander, calmamente. — Confiar só num título que pode ser revogado tão fácil e inesperadamente quanto foi concedido não me parece uma boa ideia. Ainda mais porque não poderei estar sempre ao lado de vocês e haverá uma criança.

    Assim que ouviram os motivos dele, todos ali não puderam deixar de concordar até certo ponto. Era melhor prevenir do que remediar, dada a imprevisibilidade e volatilidade apresentada no Império Vermillion.

    — Mas por que 5 pátios? — perguntou Ánara, mãe de Diana, ao olhar em volta.

    — A minha ideia é construir uma área familiar segura onde vocês ficariam com a casa, Diana e eu teríamos a nossa e ainda sobrariam pátios para ter alguns espaços para o núcleo familiar de vocês — respondeu Alexander. — Mas tomem cuidado com quem escolherem acomodar, pois as defesas são sempre mais fracas por dentro do que por fora.

    A última parte deixou os pais de Dimitri amargos, mas eles não podiam negar a verdade daquela afirmação e que ele ainda, em algum nível, também pensou neles.

    — Você realmente pensou em nós com esses pátios? — perguntou a avó de Diana.

    — Nem por um segundo foi só em vocês — respondeu ele sem hesitar. — Até onde sei, vocês, ou a família de vocês, não são a única ramificação da família de Diana.

    Ao ouvirem tal resposta, os avós de Diana ali presentes, principalmente o avô dela, se sentiram ainda mais amargos. Um dos principais motivos do distanciamento da família, senão o principal, foi a pressão que exerceram sobre o filho para que não se envolvesse com aquela família, por eles a considerarem modesta, apenas para acabarem completamente nivelados.

    Feliz por ele não preterir sua família e ter-lhes dado a mesma consideração, Ánara rapidamente o ajudou a restaurar a harmonia da sala e começou a discutir com o marido quem e como chamariam dos seus familiares.

    Não tendo ou querendo acrescentar algo a tal consideração, Alexander “raptou” Diana para passar algum tempo com ela e conversar sobre assuntos como: como seus amigos estavam ou como seria o futuro deles em sua casa. O assunto em si não importava tanto, o importante era passar algum tempo de qualidade com ela a ouvindo, pois isso já parecia iluminar e alegrar seus dias.

    Recarregado e revitalizado após descansar por 2 dias ao lado da sua pequena luz, ele voltou a resolver alguns problemas e pequenos transtornos do baronato, bem ajudar a administrar os registros dos moradores. Mas, depois de alguns dias, no final do mês, um velho chegou aos portões da cidade implorando para falar com ele.

    Como se descobriu depois, felizmente para a esmagadora maioria do baronato, bem como para grande parte de todo o Império, Alexander estava por perto e, ao sentir a condição do idoso, conseguiu chegar bem a tempo de evitar que o guarda tomasse qualquer ação adicional para com o pobre homem.

    Completamente inexpressivo, Alexander sussurrou algo no ouvido do guarda que conteve, que imediatamente se virou e saiu correndo, e rapidamente se voltou para o idoso. — Diga-me o que está em sua mente. Você encontrou a que procura.

    — Minha família, meu senhor. Por favor, salve minha família — implorou o velho, basicamente chorando, mas nenhuma lágrima saiu dos seus olhos. — Ela cuida de um pequeno assentamento agrícola, mas quando voltei da pesca no mar não havia mais ninguém lá. Porém isso não é o pior, meu senhor. Elas estão vindo… Eu as vi, eu juro. As presas do Fimbulwinter estão voltando novamente.

    * Ding! *

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    Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguiram normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, por ventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

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