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    Os céus estavam tingidos de vermelho, como se o próprio firmamento refletisse o caos abaixo. Sam pairava no ar, o peso de sua espada em mãos contrastando com o vazio crescente de seu poder. O campo de batalha estava mergulhado em um silêncio tenso, quebrado apenas pelos rugidos do Wyvern e o som do vento que soprava cinzas pelo solo devastado.

    Ele tinha vencido o primeiro ataque. Contra todas as probabilidades, deteve o meteoro e salvou aqueles ao seu redor. Mas quando ergueu os olhos mais uma vez, sua esperança vacilou. O Wyvern, mesmo esgotado de sua energia mágica e cego, ainda era uma ameaça colossal. As asas musculosas batiam com força suficiente para abalar o ar, e suas garras afiadas refletiam a luz avermelhada do céu. Era uma máquina de destruição viva, determinada a esmagar tudo em seu caminho.

    Sam tentou preparar-se para o próximo movimento, mas seu corpo já não obedecia. Cada fibra de seu ser estava drenada, suas reservas de força reduzidas a nada. Quando o Wyvern soltou um rugido profundo e mergulhou em sua direção com velocidade avassaladora, ele soube que não poderia deter aquele golpe.

    A tensão que recaiu sobre o capitão era tangível. Ele não poderia falhar. Se ele falhasse, os príncipes, as pessoas, o reino…

    A sombra da criatura crescia enquanto ela se aproximava, cada batida de suas asas marcando o inevitável. Os pensamentos de Sam rodavam em sua mente a velocidades incalculáveis, enquanto ele tentava pensar em como parar aquela investida.

    “Mais um golpe mágico?” — pensou ele, mas não lhe restava mais mana. Nenhuma mísera gota de magia residia em seu corpo neste momento.

    “Tentar um golpe certeiro quando a criatura estivesse próxima o suficiente?” — Quase inimaginável de se concretizar, mas era o que ele tinha.

    Sam se enfiaria dentro do corpo daquele mostro alado e o rasgaria de dentro se fosse preciso. Ele não podia falhar!

    Mas então, algo mudou. Uma presença quase imperceptível começou a se formar no campo de batalha, um poder nascente que fazia o ar vibrar.

    De repente, dois clarões intensos rasgaram o cenário como estrelas subindo aos céus. Cassian e Helick, até então espectadores daquela batalha desigual, avançaram instintivamente, suas mãos firmemente segurando o que antes eram suas adagas. Agora, em suas mãos, espadas pulsavam com uma força bruta e sobrenatural.

    A espada de Cassian era uma obra-prima de destruição. A guarda do punho possuía um entalhe que lembrava asas de águia, enquanto a cabeça da águia se formava no final do cabo. A lâmina, em um vermelho negro profundo, parecia ter sido fundida com a joia que antes a adornava, e suas bordas, irregulares como as de uma serra, exalavam um poder perigoso e incontrolável.

    A de Helick, por sua vez, era a personificação do frio impiedoso. O cabo ainda exibia o entalhe do lobo branco, mas agora, na guarda do punho, um segundo lobo negro surgia, feroz e com a boca aberta, como se estivesse prestes a devorar o próprio mundo. Da boca do lobo, uma lâmina levemente curva e azulada emergia, cintilando com a intensidade do gelo puro, capaz de congelar até o fogo mais ardente.

    A investida do Wyvern foi interrompida por um golpe uníssono de gelo e fogo, duas energias opostas que convergiram em um impacto devastador. O ataque cortou o ar, atravessando o peito da criatura com precisão letal. O rugido do Wyvern transformou-se em um grito estridente antes de seu corpo desabar em meio a uma explosão de gelo cristalizado e chamas furiosas.

    Cassian e Helick aterrissaram no chão com suavidade e, agora, estavam no centro de tudo; as espadas ainda vibravam com o poder que acabavam de liberar.

    Os irmãos ficaram de pé no chão, suas espadas ainda pulsando com a energia recém-liberada. O campo de batalha ao redor estava em silêncio, com todos os olhos fixos neles, mas os príncipes mal registravam as reações ao seu redor. Seus corações batiam acelerados, suas mentes lutando para entender o que acabara de acontecer.

    Momentos antes, eles haviam se encontrado imersos naquelas salas brancas, sentindo as centelhas mágicas chamando por eles. Não sabiam como, mas algo dentro de si reconheceu a necessidade desesperada do momento, como se um instinto adormecido tivesse finalmente despertado. Quando voltaram à realidade, a conexão com suas adagas, agora espadas, era mais forte do que qualquer coisa que já haviam experimentado. Sentiam a magia fluindo através delas, guiada por uma presença invisível, quase familiar, que os conduzia pelo caminho certo.

    Cassian ainda podia sentir o calor da centelha em suas mãos, a força bruta e caótica do fogo que parecia se alimentar de sua determinação. Ele sabia que não tinha o controle completo sobre esse poder, mas por algum motivo, a magia o aceitou. Era como se a própria mana, uma força viva e consciente, tivesse decidido ajudá-lo, pegando em sua mão e canalizando a energia na direção certa. “Eu consegui…”, pensou ele, ainda incrédulo. “Mas… como?”

    Helick, por outro lado, estava atordoado pela calmaria gélida que ainda o envolvia. A centelha azul pálida havia se fundido à sua espada de uma forma tão natural que parecia destinada a acontecer. Ele também sentiu a presença da mana, uma força que guiava seus movimentos com precisão fria, como se já soubesse exatamente o que fazer. “Isso não era só eu… havia algo mais, algo além de mim que tornou isso possível.” Ele olhou para a lâmina curvada em sua mão, sentindo a conexão profunda com aquela arma recém-formada, um vínculo que ele jamais imaginaria possível sem a ajuda de um anão.

    Ambos os príncipes se entreolharam, a mesma pergunta em suas mentes: “O que acabou de acontecer?” Eles não sabiam como, mas de alguma forma, haviam despertado um poder que não compreendiam totalmente. Era como se suas almas tivessem sido tocadas por algo além de sua compreensão, uma força que os moldou e preparou para aquele momento crítico. A magia não apenas os obedeceu, mas também os guiou, como uma mão invisível que os conduziu através da do desespero para o triunfo.

    Enquanto permaneciam no solo, ainda atordoados, os pensamentos de Cassian e Helick eram uma mistura de euforia e incerteza. Eles haviam destruído a fera, salvando todos de uma morte certa, mas o que significava aquilo? Que poder era aquele que os havia guiado? E mais importante, o que viria a seguir?

    Finalmente eles despertaram!

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