Índice de Capítulo

    Olá pessoal! Só passando para avisar que mudarei as datas de postagens dos caps. Agora será toda Segunda, Quarta e Sexta. Vou manter 3 caps por semana para poder equilibrar qualidade e quantidade!

    A risada de Feliz ainda ecoava pela clareira quando Roma ergueu as mãos, interrompendo a euforia de seus irmãos com um gesto elegante. Seus olhos vermelhos brilharam, e ela sorriu de maneira enigmática.

    — Vamos começar o nosso jogo, então — disse ela, a voz carregada de doçura, mas com uma ponta de ameaça. — Cada um de vocês será chamado a enfrentar a memória que define quem vocês realmente são.

    — Memórias? — perguntou Marco, franzindo o cenho. Ele deu um passo à frente, a mão ainda firme no cabo de sua espada. — Isso não faz sentido. O que vocês estão planejando?

    Cobiça, que até então permanecia em silêncio, soltou uma risada seca.

    — Não se preocupe, humano. Vocês apenas reviverão aquilo que já aconteceu. Com uma leve melhorada. Mas atenção…— ele olhou de lado para Hope, que balançou a cabeça em aprovação — …a emoção mais forte em cada memória será sentida por todos aqui como se fosse deles. Afinal, somos sombras compartilhadas.

    As palavras pareceram fazer o ar na clareira se tornar mais opressivo. Um brilho estranho surgiu ao redor do grupo, uma espécie de neblina cintilante que dançava entre os presentes. Rhyssara, que não tirava os olhos das sombras, finalmente falou, com o tom controlado:

    — Vocês querem nos torturar com nossas próprias lembranças. É isso?

    Tristana soluçou e respondeu em um tom quase infantil:

    — Tortura é uma palavra tão cruel. Preferimos pensar que estamos… explorando. Afinal, são essas memórias que moldam vocês. Somos curiosos! — Ela apontou um dedo ossudo para cada um. — Vocês não querem saber o que os define?

    Cassian, com a mandíbula cerrada, deu um passo à frente, mas foi contido por Helick, que colocou uma mão em seu ombro.

    — Eles estão brincando conosco, Cass. Não deixe que te provoquem.

    Antes que qualquer resposta fosse dada, Raivoso bateu as mãos, e um círculo de sombras surgiu abaixo dos pés de todos. A clareira começou a desaparecer, e cada um sentiu como se o chão os engolisse. Tudo ao redor foi substituído pelo vazio, até que apenas as sombras e os viajantes permanecessem.

    — Vamos ao primeiro. — Hope gesticulou com delicadeza, e a neblina ao redor de Tály começou a se intensificar.

    Ela deu um passo hesitante para trás, mas era tarde. Seus olhos se arregalaram, e o brilho prateado das suas luvas ARGUEM começou a emanar uma luz trêmula.

    A neblina formou uma cena diante de todos: Tály era uma menina, seus braços finos empunhando uma picareta que parecia grande demais para ela. Estava em uma mina escura, e ao seu lado um homem com traços familiares, o pai de Tály, que murmurava palavras de encorajamento enquanto cavavam freneticamente. O suor escorria de seus rostos.

    — Vamos, querida, apenas mais um pouco… — a voz do homem ecoava no espaço, carregada de exaustão. Tály, jovem e com os olhos cheios de determinação, continuava a golpear a rocha com a picareta, apesar das bolhas nas mãos e do cansaço evidente.

    O grupo, agora observando a memória como se fosse uma peça teatral que os envolvesse, podia sentir o calor sufocante da mina e o cheiro metálico do suor e da terra. Mas o que realmente os atingiu foi a emoção que transbordava daquela cena: a esperança de encontrar algo valioso para vender.

    — Isso é… — Marco começou a falar, mas sua voz falhou. Ele, assim como todos do grupo, não estavam apenas vendo a memória; eles a sentiam como se fosse suas.

    Não só ele, mas todos ali que viam a memória de Tály ouviam os pensamentos que a garota tinha naquele momento.

    “Já fazem duas semanas que não achamos nada nas minas. Nossa comida acabou hoje de manhã, nós temos que encontrar algo hoje! Não, eu sei que vamos encontrar!”

    Com mais um golpe esforçado e carregado de esperanças, uma fenda se abriu na parede à frente da menina e do pai que cavavam.

    Na fenda, cristais negros pareciam engolir a pouca luz que havia no local mal iluminado por velas.

    “Isso é…?!” falou o pai de Tály em um solavanco. “Diamante Negro bruto!”

    Com o desfecho dessa cena, várias imagens rápidas passaram diante da visão de todos, que de alguma forma, conseguiam saber do que se tratavam.

    Os lampejos de memorias mostravam a menina minerando o minério junto do pai e extraindo tudo que era possível da caverna. Eles encontram mais ao fundo da fenda ouro e outras pedras preciosas, mas nenhuma fez os olhos do homem brilharem como aquele diamante negro, agora já minerado.

    Depois de horas minerando eles haviam retirado bastante ouro e joias da mina, o suficiente para passarem o mês sem problemas. Mas ao saírem da mina o pai de Tály a chamou de canto e falou baixo em seu ouvido:

    “Não conte a ninguém sobre o diamante negro que encontramos. Isso pode atrair mais bandidos que o normal. Deixe que eu irei vender pessoalmente para o pessoal do reino que vem cobrar os impostos.”

    A garota apenas assentiu e foi correndo para os braços da mãe que os esperava na porta de um pequeno casebre.

    Voltando ao presente, onde era a clareira em que as sete sombras e o restante do grupo se encontravam, Tály praguejou, enquanto o restante das pessoas sentia os sentimentos daquela memória.

    Cassian apertou os punhos, sentindo um aperto no peito que não era seu. “Esperança…”, ele pensou, surpreso por quão intensa era a determinação de Tály naquele momento.

    — O que vocês estão fazendo?! — Urrou ela, saindo do transe momentaneamente. — Essas memórias… não! Sei bem onde vocês querem chegar! Vocês não têm o direito de brincar com isso! Essas lembranças são minhas, não de vocês!

    Cobiça inclinou a cabeça para o lado, analisando Tály como se ela fosse uma peça rara em um leilão.
    — Isso não passa de um pequeno detalhe, mineradora. Não estamos tentando machucar você. Estamos… apreciando. Suas memórias são fascinantes. — Ele lambeu os lábios de maneira teatral, como se degustasse o ar. — Tão cheias de sabor.

    Hope que tinha sua face sempre plena agora possuía um olhar de desejo para Tály. Não para a jovem soldado, mas sim para as suas lembranças.

    — Eu sei que irei me deleitar com suas memórias de uma maneira que não me deleito a séculos. — Sua expressão chegava a ser obsessiva. — Irmãos, já me decidi, irei me aprofundar mais na mente dessa garota. Alguma objeção?

    — Sempre que alguém nutre grande esperança, o desespero e a tristeza que vem depois, junto com o ódio puro de suas próprias falhas e erros… — Começou Raivoso… — Por mim que continue, aposto que essas lembranças alimentarão a todos nós.

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