Capítulo 23: O fôlego dos que ousam (Parte 1)
— Quando eu trabalhei aqui, eu cheguei a ser o segurança chefe de monitoramento. Talvez eu possa lhe ajudar. — O homem continua sua fala.
Sarah se afasta dele sem dizer nada, após alguns segundos, retorna com a escada que estava em sua cela. No caminho um pouco antes de chegar até onde o homem está, percebe que já não há muita fumaça saindo da cápsula na escada.
Solta a escada já correndo até onde deixou a outra cápsula. Com a máscara no rosto vai até o topo da escada, e joga a capsula no salão de cima, que ao quicar algumas vezes pelo salão e parar perto do balcão central, começa a brilhar em um tom verde abacate. Em instantes se parte ao meio, e de dois orifícios agora expostos, mais gás começa a ser lançado ao ar.
Sarah retorna para o salão de baixo enquanto retira a máscara. E coloca a escada na direção da cela daquele homem.
Um minuto depois. A figura de um senhor com aparência de uns 40 anos surge de dentro da cela. Cabelo médio grisalho, face magra e alongada, nariz pontudo, barba grande e amarelada. Sua pele tem um tom amarelo como se tivesse anemia. Ao descer da escada ele começa a encarar Sarah. Sofridamente ele se senta no chão, lançando um olhar para ela que está de pé a sua frente.
Após um instante o encarando de volta, ela também se senta de pernas cruzadas a frente dele.
— Tem explosivos em algum lugar? — Sarah o indaga com um olhar fixo.
— Não, tudo que você vai encontrar nesse prédio são cápsulas com gás de sono, fuzis, correntes e equipamentos usados em sequestros. — Ele responde enquanto lança um olhar para o topo da escada espiral.
Sarah lança um olhar ao chão em busca de ideias. A sensação de que está sendo observada por mil olhos toma conta por um instante. Ao levantar seu rosto e jogar um olhar que circunda da esquerda para a direita. Mãos, olhos e alguns ouvidos se fazem perceber entre as grades.
— Onde ficam as cápsulas? — Ela o indaga.
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— Andar dois, onde ficam os suprimentos e mantimentos. — Ele responde olhando para o chão com olhar vago.
— E o que há acima do andar dois?
— Mais dois andares. No um, ficam as administradoras que contam o dinheiro e arrumam as papeladas. No andar zero ficam os chefes. — Ele lança um olhar para o lado e encara o corpo de Júlio. — Existem mais dois chefes como ele. — Ele cessa sua explicação por alguns segundos.
Sarah o encara com a expressão séria por um instante. Em seguida também olha na direção do corpo de Júlio.
— O que é ele?
— Ele é um androide, dos mesmos que governam a montanha de Ayda e Atlântis. Não sei direito os motivos, mas aparentemente existe uma guerra entre androides acontecendo. Eles criaram esse tipo de lugar que estamos hoje para arrecadar fundos para seu reinado.
Sarah olha para ele com olhar distante, lembrando de histórias que sua mãe contava sobre as coisas fora do Reino de Eva.
— Existe um chefe para cada letra, A, B, C. Ambos se comunicam e tomam as decisões juntos, assim não existem decisões autoritárias dentro desse local. — Ele para pôr um segundo e repara no semblante fechado e sério de Sarah.
— Não sei quais suas motivações, mas minha intuição diz que você está bem determinada a ir até o fim. Mesmo que morra — Essas palavras vindas daquele homem fazem Sarah relaxar um pouco.
— Morrer… Não! — Ela apoia suas mãos no chão atrás do corpo, solta sua cabeça para trás e fecha os olhos. Por um instante esquece de tudo que acabou de acontecer. Inspira profundamente o ar e depois o expira. Então se levanta.
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— Todos que estão em uma cela! Coloquem um braço ou perna para fora! — Sarah grita para todos naquele salão, porém somente alguns pares de pernas e braços aparecem.
Ela pega a escada e coloca em uma das celas e a abre, depois outro e outra. Ao ver essa situação, mais braços e pernas começam a surgir de várias celas. O senhor se levanta, vai até o corpo do outro guarda e encontra mais uma chave no bolso dele. Em minutos os dois abrem as celas e libertam todos os prisioneiros.
Sarah então se senta novamente no exato lugar onde estava antes.
O Senhor ao ver a cena volta a se sentar a sua frente, e começa sua explicação de como pode ajudá-la.
Alguns minutos depois no quarto andar.
Os guardas percebem que o gás que estava saindo da cápsula acabou. Aporta de vidro começa a se abrir, um dos seguranças chega perto e confirma que não há mais gás ali. Comunica a situação no rádio para os demais. Oito seguranças dos portais com pistolas em mãos, mais os seis guardas de prédio com fuzis e cápsula do sono se reúnem ali.
Quando todos se preparam para começar a descer.
— Esperem! Nos outros salões possuem máscaras de gás, vamos jogar granadas ali embaixo e invadir com as máscaras. — Um dos guardas do prédio com voz firme e levemente aguda pronúncia sua ideia.
O segurança chefe repara que as escadas já estão abaixadas.
— Corram para o cinco B e cinco C, peguem todas as máscaras que encontrarem! — Nesse momento três guardas descem para os salões — Vocês três! Subam e peguem mais cápsulas de gás! — Rapidamente os outros guardas correm para cima.
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Cinco minutos depois, e os três que desceram aparecem com oito máscaras. Os outros três descem do andar três pela escada B. Chegam com três cápsulas em mãos cada. O segurança chefe as pega e joga uma de cada vez escada abaixo no salão cinco A. Então os seguranças dos portais pegam seus rádios e deixam com os que vão ficar.
Com suas pistolas e fuzis em mãos, pegam as máscaras e as colocam. Em seguida começam a descer um atrás do outro. Quando o penúltimo está pronto para segui-los, surge um barulho de um tiro de fuzil vindo do salão abaixo, que o faz parar. Então mais um tiro ecoa. Muita fumaça começa a sair da abertura.
Os dois últimos se apressam e entram sumindo ao adentrar na fumaça que aumenta a cada segundo. Os guardas que ficaram para trás correm e saem do salão e se juntam as recepcionistas que já estão do lado de fora do pilar.
Após um minuto de muitos tiros e gritos, surge um segurança correndo de dentro da fumaça e se aproxima da porta de vidro com sua pistola em mão. A porta que está fechada então se abre.
— Minha munição acabou, os prisioneiros foram libertos e conseguiram desarmar alguns dos seguranças. Eles estão trocando tiros, mas não dá para enxergar quase nada, e acabei descarreguei meu pente em direção as grades. — O segurança tenta explicar a situação enquanto sua voz é abafada pela máscara que cobre toda sua cabeça.
Um dos guardas aponta para uma das escadas vermelhas.
— Está tudo aberto! Pode subir! — Ele o ordena desesperado.
Enquanto o segurança volta para dentro sumindo em meio a fumaça, os barulhos dos tiros continuam ecoando pelo ambiente.
Passados alguns minutos, todo o barulho cessa, em seguida quatro seguranças saem do salão cinco A. o segurança chefe está entre eles, ele já chega pegando seu rádio enquanto tira sua máscara. Os demais guardas também chegam tirando as suas máscaras e pegando seus rádios.
— Conseguimos controlar a situação, matamos todos lá embaixo, infelizmente vários dos nossos morreram. — Após alguns segundos de silêncio — Ei, estão me ouvindo? — Ele indaga pelo comunicador, mas nenhuma resposta. Vira o comunicador, tira a tampa traseira, verifica o núcleo de energia, que é cinza, está brilhando, mostrando que está funcionando, ele faz uma cara de estranhamento. Fecha a tampo e volta a tentar se comunicar. — Ei, estão me ouvindo? — E nada de resposta novamente.
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O segurança chefe olha para um dos guardas que ficaram para trás.
— Alguém subiu lá para cima? — Ele indaga os guardas com uma feição que está se transformando de dúvida para raiva.
— Somente um de vocês que desceu. Ele voltou lá para cima para recarregar sua… — Naquele instante o guarda para e pensa por um segundo, sua face expressa a dúvida dentro de si. Ele então encara o segurança chefe com suas pálpebras dilatadas.
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