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Capítulo 72 — Ue ocovnoc o etneserp euq em iof odad
Assim que as palavras anãs foram pronunciadas, um brilho dourado começou a emanar do peito de cada um. A princípio, era apenas um leve fulgor, como brasas reluzindo sob a superfície de suas vestes. Então, lentamente, a luz se intensificou, tomando forma e se solidificando ao redor de seus corpos.
Para Any, a transformação começou no peito. O brilho se condensou sobre sua pele, moldando-se em um metal prateado que se espalhou como uma onda, esculpindo uma couraça firme sobre seu torso. As ombreiras surgiram logo em seguida, cada detalhe forjado como se mãos invisíveis as esculpissem no momento. No centro da armadura, tanto no peito quanto nas ombreiras, o Leozir, a criatura lendária de Lyberion, metade leão, metade águia, surgiu em alto-relevo, as asas abrindo-se por detrás de sua cabeça.
O brilho então deslizou por seus braços, criando um par de armaguardas prateadas em seus antebraços. Cada peça se encaixou perfeitamente, como se houvesse sido feita sob medida. Em sua cintura, um aro metálico tomou forma, envolvendo-a em um ajuste firme, mas confortável.
As mudanças continuaram. Suas vestes começaram a se retrair, o tecido se moldando a um novo design. O manto que antes cobria seu corpo se encurtou, tornando-se uma peça justa e negra, que deixava sua barriga definida à mostra enquanto cobria apenas seus braços. A luz então desceu por suas pernas, transformando-se em uma calça escura e ajustada. Por fim, um último clarão concentrou-se em seus pés, substituindo suas sandálias desgastadas por sapatos prateados, reluzentes e firmes como o restante da armadura.
Any flexionou os dedos, sentindo a resistência e a leveza do novo traje. Seus olhos negros percorreram cada detalhe, e por um breve instante, ela passou a ponta dos dedos sobre o Leozir em sua couraça. Uma lembrança de Lyberion e de seu dever gravada no metal.
O processo se repetiu com todos.
Para Tály, a armadura clássica de Lyberion tomou forma, mas desta vez, surgiu mais robusta, porém surpreendentemente leve. A sensação de algo apertando sua cabeça chamou sua atenção, e ao tocar os cabelos, percebeu que uma trança firme havia sido feita, prendendo-os em um arranjo que chegava um pouco abaixo dos ombros.
Redgar e Marco também sentiram suas armaduras se moldando a seus corpos, mas com ajustes específicos para seus estilos de combate. No caso de Redgar, menos placas de metal foram adicionadas, permitindo liberdade para que seus movimentos variassem conforme suas emoções. Já Marco recebeu um traje com mais flexibilidade, adequado à precisão exigida por sua esgrima refinada.
Os trajes dos príncipes refletiam tanto sua nobreza quanto suas personalidades distintas.
Cassian vestia um manto escarlate que caía sobre uma armadura negra e prateada, com cada placa meticulosamente esculpida. Ombreiras largas e imponentes ressaltavam sua presença, enquanto manoplas reforçadas cobriam suas mãos. A bainha de sua espada repousava firme contra seu cinto de couro escuro, o punho ornamentado reluzindo sob a luz fraca do salão.
Helick, por outro lado, trajava um manto branco de tecido nobre, esvoaçante sobre sua armadura de metal prateado. Os entalhes fluíam em padrões delicados, quase etéreos, e um azul profundo delineava os detalhes de sua vestimenta, conferindo-lhe uma aura gélida e elegante. Suas manoplas eram mais leves e ajustadas, feitas para precisão em vez de força bruta, e sua espada repousava com naturalidade em sua cintura.
Enquanto os demais terminavam de “se trocar”, o brilho dourado ao redor de Rhyssara intensificou-se, moldando sua nova veste com esplendor.
A primeira peça a se formar foi um corpete negro com detalhes em dourado e vermelho, ajustado ao seu corpo sem comprometer seus movimentos. O decote em formato de V realçava sua presença imponente sem mascarar a beleza, enquanto ombreiras metálicas, adornadas com entalhes refinados, conferiam uma proteção elegante e intimidadora.
Uma longa capa vermelha se materializou logo em seguida, esvoaçando atrás dela com um brilho sutil, refletindo a luz com pequenos rastros incandescentes. Nos antebraços, braceletes negros, reforçados com placas douradas, ajustaram-se perfeitamente, projetados para não interferir no manuseio de seu ARGUEM, fosse ele uma lança ou uma adaga.
As pernas foram envolvidas por calças justas e resistentes, destacadas por entalhes dourados ao longo das laterais, harmonizando com as botas que se formaram logo depois. De couro reforçado e adornadas com detalhes metálicos, as botas subiam até logo abaixo dos joelhos, garantindo estabilidade e imponência. No calcanhar, o discreto entalhe do Lobrasa dava um toque final à grandiosidade da vestimenta.
Quando o brilho ao seu redor finalmente se dissipou, Rhyssara moveu-se com naturalidade, sentindo a fluidez da armadura. Era feita para batalha, para velocidade, para poder. Um traje digno de quem nasceu para comandar.
— Isso foi um pouco exagerado. — Rhyssara comentou, testando a mobilidade de suas novas vestes.
— Não se engane. Não pense que perguntarão antes de atacar. — Visna respondeu sem desviar o olhar, já se encaminhando para a sala onde ficava o transportador. — Agora que estão todos devidamente prontos, vamos.
O grupo seguiu em direção ao transportador. Antes de perder Nastya de vista, Helick ergueu a mão em despedida, e a jardineira retribuiu o gesto com um sorriso afetuoso.
Diante do transportador, Visna retirou uma chave semelhante àquela que haviam usado para serem levados ao quarto — ou armazém — de Jeffzos. Helick observou o objeto com atenção, um pensamento intrigante se formando em sua mente. No entanto, antes que pudesse organizá-lo por completo, a porta do transportador se abriu, revelando um redemoinho de estrelas azuis e lilases girando em vórtices luminosos.
— Quem vai ser o primeiro? — perguntou Visna, indicando o portal com um leve movimento de cabeça.
Como sempre, Rhyssara foi a primeira a avançar. Helick e Cassian se entreolharam antes de se lançarem juntos no brilho estrelado. Os quatro soldados vieram logo atrás, e por fim, Visna atravessou a passagem.
A sensação foi a mesma da última vez: o corpo leve, o tempo distorcido, a visão tomada por cores e brilhos fugazes. Mas, ao saírem do outro lado, foram recebidos por um ambiente completamente distinto.
O ar estava quente e pesado, carregado de umidade. O lugar era mal iluminado, as sombras se arrastavam pelas paredes de pedra irregular. À frente deles, um portão de madeira apodrecida, coberto de musgo e claramente abandonado há séculos, barrava o caminho. Gravadas na madeira envelhecida, palavras desconhecidas para a maioria do grupo.
— Ahlanrof Adibiorp… — Redgar murmurou, sua voz carregada de tensão.
— O que foi que você disse, Red? — Marco perguntou. Desde que saíram do Bosque das Sete Sombras, aquelas foram as primeiras palavras de Redgar.
Redgar cerrou os punhos.
— Ahlanrof Adibiorp. Fornalha Proibida em dungrinês, a língua dos anões. Alguns deles cultuam as Sete Sombras… e levavam seus próprios irmãos para cá, para terem suas mentes devoradas.
O silêncio que se seguiu foi denso, quase sufocante.
— Bom… — Visna disse, tomando a dianteira sem hesitação. — Sejam bem-vindos à sede da Guilda da Fornalha Proibida.
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