Notas de Aviso
Anteriormente em MNVJ: Victor e Aki são enviados pelo chefe Akashi para supervisionar o evento "Wallmart". Durante a comemoração, um incidente ocorre e Victor fica aliviado por Aki não ter se machucado. Após isso, Victor também promete que fará drinks para Aki experimentar algum dia. Esse capítulo era para ter saído na sexta-feira, 14/02, mas tive alguns problemas e não consegui publicá-lo. Logo, logo, farei um anúncio empolgante para quem acompanha a obra!
Capítulo 7: Restaurante Horizonte
18 de setembro de 2023, segunda-feira.
As luzes fluorescentes iluminavam a recepção e o corredor, que separava algumas salas com diferentes departamentos. Victor chegou à porta da Elegance Affairs e foi cumprimentado pela recepcionista, Arian, uma mulher de baixa estatura, com cabelos curtos presos com uma tiara, de cor castanho escuro, da mesma cor de seus olhos.
— Bom dia — disse Victor, retribuindo o cumprimento e se dirigindo ao corredor para entrar na sua sala de trabalho.
Ao passar pelo mural de avisos, repleto de lembretes, gráficos e escalas, Victor ouvia o murmúrio de conversas dentro das salas. Ele foi saudado por colegas como Helsing, do setor de Marketing, um rapaz alto e atlético com cabelos anelados e olhos verdes escuros, e Naomi, do departamento de decoração, uma garota não muito alta, mas que ganhava altura com seus saltos médios, com cabelos escuros e olhos castanhos claros.
Virando à esquerda na penúltima porta do corredor, Victor entrou na sua sala e foi recebido calorosamente por Aki, que lhe desejou um bom dia com um sorriso. Ele retribuiu o cumprimento de forma neutra, ajeitando sua cadeira e ligando o computador. Percebendo que Aki o observava de canto de olho, ele se virou para ela.
— Aquele evento já é no próximo sábado — disse Victor, referindo-se ao evento que a Buffets Komora havia cancelado.
— Sim, eu deixei destacado na minha agenda para não esquecer — respondeu Aki, ajeitando uma mecha de cabelo que havia se desprendido do rabo de cavalo. — Como você se sente em relação à B&K Buffets?
— Eu espero, sinceramente, que eles ajam conforme combinamos. — Victor pegou o celular e abriu um e-mail para mostrar a Aki. — Na reunião que tive com o senhor Kuranami, ele me garantiu que todas as exigências seriam atendidas. — Ele se aproximou para mostrar o telefone a ela.
— Você está nervoso? — perguntou Aki, franzindo a sobrancelha.
— É sempre uma ansiedade quando uma empresa parceira nova irá fazer o serviço pela primeira vez. — Ele voltou para a cadeira. — Inclusive, até hoje não resolvi a questão com o pessoal da Komora. Queria esperar esse evento ser realizado para expor os fatos com mais precisão.
Aki achou engraçada a forma como Victor lidava com a situação, apesar de admirar seu profissionalismo. Ela então voltou a atenção para seu computador, organizando e respondendo e-mails.
Próximo do horário de almoço, após um longo silêncio, exceto pelo som dos teclados e do ar-condicionado, Aki expressou:
— Finalmente acabei!
Ele comentou que levou um pequeno susto com a expressão repentina dela, e Aki se desculpou. Victor respondeu que não tinha problema e ela sorriu, gentilmente, como se pedisse desculpas com o gesto.
— Ei, Victor… — Aki falou, hesitante, com suas bochechas levemente coradas. Ele olhou para ela, mas ela desviou o olhar.
— Pois não? — ele respondeu, curioso.
— Que tal almoçarmos juntos hoje? — perguntou ela, quase sussurrando.
Victor se surpreendeu em como ela falou e achou engraçado. Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios, deixando Aki temerosa pela resposta, fazendo-a mexer nervosamente no cabelo.
— É uma ótima ideia. Eu queria mesmo te mostrar algumas fotos diferentes de algumas receitas que não mostrei aquele dia — ele respondeu com sua voz neutra.
Aki sentiu um grande alívio e pôde respirar fundo depois da resposta. Estava muito apreensiva.
— Ótimo. E aonde vamos? — ela perguntou, agora com uma voz mais natural.
— Você pode escolher o lugar. Afinal, você me convidou. — Seu olhar sério fez Aki sentir um calor subir em seu corpo, uma sensação que ela não esperava.
Victor queria falar num tom brincalhão, mas não conseguiu transmitir essa sensação.
— Não esperava que você falasse dessa forma — ela sorriu, achando engraçada a resposta dele. Apesar de conhecê-lo, esperou que ele faria de outra forma.
— Não, não é isso. — Ele justificou. — Foi só no automático. — Referia-se à conversa do outro dia.
Ela fez menção de respondê-lo, mas ele se levantou da cadeira um pouco mais rápido do que era necessário para se colocar em pé, mudando de assunto:
— Então, vamos logo. Estou com muita fome e já está no meu horário de almoço.
Aki pegou sua bolsa e os dois saíram da sala, se dirigindo até a saída. Victor perguntou aonde iriam, e ela respondeu que queria experimentar a comida de um restaurante novo próximo ao escritório, a alguns quarteirões de distância.
Eles saíram do prédio e se dirigiram ao Restaurante Horizonte, no último andar de um edifício. O ambiente era ao ar livre, com uma bela vista da região, predominada por prédios. As cadeiras cromadas ao redor de mesas de vidro davam um ar moderno ao local. O vidro límpido, preso por aros cromados, que cercava o lugar permitia uma visão esplêndida da área.
Ao se acomodarem em uma das mesas mais próximas à extremidade do parapeito, foram atendidos por uma jovem garçonete com uma camisa social branca de mangas médias, saia lápis, preta e um avental de cintura preto com a logomarca da empresa. A logomarca da empresa destacava no peito da camisa, bem como nos bolsos do avental.
— O que desejam comer hoje? — perguntou a atendente com uma voz calma e firme, sendo fácil de entender, com as palavras sendo pronunciadas pontualmente.
— O que nos recomenda para um almoço? — perguntou Aki, abaixando o cardápio.
— Que tal um tempurá de legumes com camarão, um dos pratos especiais da casa? — sugeriu a atendente, fazendo os olhos de Aki brilharem.
— Parece delicioso. Pode trazer duas porções, certo, Aki? — disse Victor, olhando para ela, que concordou com a cabeça.
Enquanto aguardavam, Victor retirou o telefone do bolso e abriu sua galeria de fotos.
— Veja, essa é uma pasta com vários drinks que já fiz — disse ele, mostrando as imagens para ela. — Eu coloquei uma legenda com o nome e uma breve descrição dos drinks para você entender mais fácil.
Aki sorriu, feliz pelo cuidado que ele teve e logo começou a ver as fotos: Piña Colada, Cosmopolitan, Martini clássico, Martini de Maçã Verde e Martini de Pêssego; Mojito clássico, Mojito de Morango, Mojito de Manga e Mojito de Pepino.
— Isso é incrível. Tenho vontade de experimentar todos! — exclamou ela, encantada com as cores vibrantes e as decorações envolventes de cada copo. Só de imaginar o sabor, lendo as descrições de Victor, sentia um leve formigamento nos lábios.
— Isso é um autoconvite para experimentá-los? — brincou ele, embora sua expressão não mudasse.
Aki sentiu uma leve vergonha, acreditando que seu rosto estava avermelhado.
— Você me prometeu no evento da Wallmart, lembra? — respondeu, ainda tímida, incerta se a resposta era agradável.
— Eu não me esqueci, só queria te provocar. — As palavras dele a deixaram surpresa.
Ela sentiu seu coração acelerar e escondeu o rosto atrás do cardápio, respondendo:
— Me provocar? Pois não funcionou. — Então logo abaixou o cardápio e passou mais uma foto, tentando mudar o assunto.
“Por que brinquei assim?”, Victor indagou para si mesmo, surpreso pela forma como agiu.
A verdade é que Victor se surpreendeu consigo mesmo. Ele respondeu dessa forma automaticamente, não foi algo que ele havia pensado em fazer ou responder. Ele queria fazer uma resposta de forma brincalhona.
Mesmo que, por muitas vezes, pensasse em fazer algumas respostas de forma provocativa e brincalhona para corresponder ao jeito alegre dela, era difícil quebrar a barreira que tinha em volta de si.
Todo o ocorrido no passado o prendia, que alguns poderiam chamar de “amarras sentimentais”. Victor, desde que começou a conversar com a garota, começou a se sentir, pouco a pouco, com mais vontade de fazer essas brincadeiras pontuais para não deixar o clima pesado.
Apesar disso, muitas vezes, suas respostas ainda soavam muito sérias e ríspidas, ainda que tentasse fazer diferente. Então, quando isso ocorreu de forma natural, sem ele forçar o diálogo brincalhão, sua surpresa foi genuína.
Chegou a sentir uma pontada, uma sensação que há muito não sentia e não sabia nem definir o que era exatamente. Porém, decidiu se focar novamente no ambiente, já que Aki o olhava pronta para falar algo.
Na próxima foto, Aki viu um Martini de Chocolate. A borda da taça era adornada com raspas de chocolate, enquanto a lateral interna estava desenhada com um espiral de cobertura do mesmo ingrediente. O líquido cremoso e brilhante era o resultado da mistura de licor de cacau, chocolate e Vodca.
— Martini de Chocolate: uma bebida que mistura o sabor forte do chocolate com o requinte da Vodca — Aki leu a descrição que Victor colocou. Ela foi tomada por um desejo intenso de experimentá-lo.
Apenas a imagem parecia ser desenhada para atrair quem a visse a vivenciar aquela experiência. Seus olhos brilhosos não disfarçaram a vontade que tinha, ao virar e mostrar a foto para Victor, perguntando-lhe:
— Você faria um desse para mim? — propôs, tímida o suficiente para não o olhar diretamente nos olhos.
— Não sabia que você gostava tanto de drinks — respondeu Victor, agora mais interessado, com seu olhar fixo em Aki e um ar diferente vindo de seu tom de voz, fugindo da resposta direta que a garota queria ouvir.
— Não sou uma especialista, mas gosto de experimentá-los — disse Aki. — E eu amo chocolate, e combinado num drink deve ser incrível.
— E realmente é — respondeu Victor, olhando para a paisagem. — O lugar aqui é adorável.
“Me provoca e depois foge do assunto. Seu bobo!”, Aki expressou em pensamentos, desejando que o rapaz à sua frente lhe respondesse mais diretamente.
— Sim — apesar dos pensamentos sobre o ocorrido, ela concordou.
Victor continuou admirando o horizonte, enquanto Aki tentava afastar os pensamentos de que o clima ali parecia perfeito para um casal. O silêncio predominou, exceto pelos cochichos dos outros clientes. Eles cruzaram olhares algumas vezes e tiveram pequenos diálogos até que a refeição chegou.
Os empanados soltavam uma fumaça apetitosa. Ao experimentar o primeiro pedaço, Aki sentiu uma crocância deliciosa, seguida de uma suculência que trazia uma explosão de sabores. Os camarões e legumes proporcionavam uma experiência degustativa única. Victor elogiou a comida, dizendo que seria capaz de comer outra porção.
A mesma atendente se aproximou após o término da refeição e perguntou se desejavam algo mais. Eles negaram, e Victor solicitou a conta. Aki pegou sua bolsa, mas Victor insistiu em pagar tudo.
Ela indagou o motivo, e ele respondeu que era como um gesto de agradecimento por levá-lo a um lugar com uma refeição tão boa.
Aki sentiu-se um pouco desconfortável por ele estar pagando sua comida novamente, mas antes que pudesse protestar, Victor já estava pagando, ao se levantar e ir até o caixa, depois a esperava alguns passos à frente para irem embora.
Ao ser encarado com uma expressão levemente contrariada, Victor não pôde deixar de perguntar:
— Qual o problema? — O tom soou apático, mas Victor fez uma expressão genuína de surpresa.
Ela mencionou o fato de se sentir um pouco desconfortável com a situação.
Por outro lado, ele respondeu que o fazia por vontade própria, que ela não precisava sentir-se culpada. Com um sorriso, Aki comentou:
— Você é realmente surpreendente às vezes.
Diferente das outras vezes, durante o caminho de volta à empresa, eles trocaram pequenos diálogos, mesmo que sobre alguns trabalhos que precisavam terminar. Para Aki, era incrível o fato de não ficar o tempo todo calados durante o trajeto, e ela sentia que estavam mais próximos do que antes.
Victor também se sentiu, de certa forma, contente por não ficar naqueles silêncios quase constrangedores. Mesmo que alguns pensamentos involuntários tentassem atrapalhar o ritmo da conversa, ele conseguia os afastar.
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