CapĂtulo 119 de 14 - 🎵Nenene! Neneneneeeee!🎵
O céu ardia sob um calor abrasador, tingido por tons dourados que reluziam sobre a imensidão azul. O mar avançava e recuava em ondas tranquilas, desfazendo-se em espuma ao tocar a areia úmida.
Deitado em uma espreguiçadeira, ele sentia o calor do sol aquecer sua pele. A suavidade da brisa refrescava o rosto, contrastando com o calor ao redor. O instante parecia eterno, como se o próprio mundo houvesse silenciado somente para que aquele momento de paz se prolongasse um pouco mais.
— Certo.
O corpo já se encontrava preparado para a próxima etapa. Após se expor ao sol escaldante, ergueu-se lentamente e mergulhou na areia quente, deixando que os grãos grudassem em sua pele. Movimentou-se de um lado para o outro e sentiu o contato áspero espalhar-se pelo corpo até estar completamente coberto.
Logo depois, ergueu-se novamente e começou a alongar os músculos, flexionando braços e pernas. Sentia-se pronto. Com um último suspiro, inclinou-se ligeiramente para a frente e disparou na direção de seu objetivo.
— Hahaha! Estou pronto!
Ao balançar as pernas, ele acelerou até a faixa de areia úmida, perto da beirada do mar. Com um impulso, saltou para frente, mergulhando de corpo inteiro na água rasa, que batia até sua cintura. O impacto foi imediato, mas logo ele se recompôs e, com uma braçada, avançou para águas mais profundas.
— O que falta nesse lugar são umas gostosas para admirar e apreciar… Talvez a Idalme seria o suficiente, aquilo é um mulherão… Hum? — ele parou subitamente, pensativo. — Idalme? Quem é Idalme? Hum… Qual era mesmo o nome?
Sua mente se encheu de um vazio momentâneo, e ele se pegou a refletir sobre o que tinha dito recentemente. Por um instante, as palavras pareciam distantes e irrelevantes, mas logo ele as descartou e preferiu se entregar à sensação da água. Sem se importar, continuou a nadar.
No entanto, algo estranho aconteceu. O mar, que antes parecia calmo, começou a se comportar de maneira peculiar. A água ao seu redor parecia ser sugada, uma pressĂŁo crescente, como se algo incomum estivesse acontecendo sob a superfĂcie.
— O que está acontecendo?! — gritou.
O mar continuava a se esvair, como se estivesse sendo engolido. O corpo dele, agora sem apoio, era puxado pela correnteza, e a luta para nadar tornou-se inútil e começou lentamente a afundar.
A pressão aumentava, e a água, antes acolhedora, parecia mais densa. O ar se esvaziava de seus pulmões, e logo ele não teve forças para resistir mais. Sem conseguir se manter consciente, se entregou à escuridão do afogamento.
Ao acordar, não havia mais o som das ondas nem o frescor da água. O mar, que antes o envolvia, havia sumido por completo. O chão ao seu redor era apenas areia úmida, estendendo-se sem fim, até onde seus olhos podiam alcançar.
As nuvens no céu começaram a se dissipar, e o próprio firmamento parecia se rachar, como se estivesse prestes a se partir ao meio.
— O que é isso? — questionou-se incrédulo.
O céu continuava a se rasgar, fissuras profundas surgia na vasta abóbada azul. De dentro delas, uma escuridão começou a infiltrar-se, como se o próprio espaço estivesse sendo consumido.
Com o peito apertado pelo peso dessa presença, Max se levantou, alertando seus sentidos para o que estava por vir. Mas, à medida que olhava, tudo ao seu redor começava a mudar. A areia, antes úmida, agora se tornava preta e absorvia toda a luz que ainda restava. O ar estava pesado, e a pressão da intenção assassina crescia.
Foi quando ele sentiu um despertar em seu corpo, uma força que surgia dentro de si, instigada pela ameaça iminente. Ao abrir os olhos, uma cena cruel se revelou diante dele: Idalme estava sendo violentamente massacrada por uma figura destemida.
A visão cortou sua mente como um golpe, e ele se perguntou, perdido em confusão: Há quanto tempo estive inconsciente?
Deixou as dúvidas de lado, Max avançou com determinação e agarrou o demônio, seus dedos cerrando-se com força ao redor do ser. Ele começou a concentrar todo o poder em seu corpo até alcançar o ápice da sua força.
Num último esforço, ele liberou toda aquela energia acumulada, se lançou na explosão como um facho de luz devastador.
Por um momento, acreditou ter subjugado o inimigo. Seu corpo relaxou levemente, o peso da batalha aliviado pela ilusĂŁo de vitĂłria.
Mas logo, algo parecia fora de lugar. O corpo do demĂ´nio, que deveria ter sido dilacerado pela explosĂŁo, emanava um calor incomum, uma temperatura muito mais intensa do que o normal.
Max percebeu que o corpo do inimigo estava… intacto. Mesmo com o nevoeiro de pó que encobria a sua visão, ele sentiu uma estranha sensação de fracasso. Seu ataque não havia sido tão eficaz quanto ele imaginou.
— Fogo Universal!!!
Quando ouviu, seu corpo foi lançado para longe com uma força brutal e bateu contra uma das estátuas que adornavam o local. Embora nĂŁo tenha sofrido danos visĂveis, a surpresa o tomou de imediato. O destemido parecia intacto, sem sequer um sinal de que havia sido afetado pela explosĂŁo que ele havia desencadeado.
Com o corpo ainda repleto de tensão, Max se levantou rapidamente. Avançou em direção ao inimigo, mas ao olhar para Idalme, sua atenção foi imediatamente desviada. Algo estava diferente. O rosto dela, que ele conhecia tão bem, parecia mais radiante aos seus olhos.
Max ficou sem palavras, o olhar preso na transformação dela, e por um momento, sentiu uma admiração inesperada. Ela estava mais linda do que jamais imaginou.
Quando Idalme olhou finalmente de volta para ele, sentiu uma surpresa tomar conta de si. O olhar dele era tão carregado de emoção, tão profundo e apaixonante, que a fez recordar da primeira noite que haviam compartilhado.
Uma onda de nostalgia a envolveu, mas rapidamente, ela desviou o olhar e tentava afastar a sensação. Seus olhos se fixaram no demônio, a ameaça que ainda permanecia diante deles.
Ainda fascinado pela mulher que amava, sentiu o impacto daquele olhar, mas logo se recompôs. Seu coração batia forte, mas a urgência da batalha o trouxe de volta à realidade. Caminhou até Idalme e apareceu à sua frente, os olhos fixos no demônio com uma intensidade renovada.
Ele se posicionou com firmeza, o olhar desafiador fixo no ser Ă sua frente, e perguntou:
— Como… como você saiu ileso?
— Já disse, humanos. Sou imune ao fogo e às suas explosões. Mas, admito, os seus ataques foram os melhores que já recebi. Me digam, quais são os seus nomes?
Idalme imediatamente se colocou à frente de Max e respondeu com confiança:
— Eu sou Idalme Zura, do clã Zura, da linhagem secundária. E você, qual é o seu nome?
Max abriu a boca para responder, mas ela levantou a mĂŁo, interrompendo-o.
— Eu já disse, sou Léo, um dos destemidos.
— Isso eu já percebi, mas qual a sua linhagem? — ela insistiu, a voz firme.
— Linhagem? Não sei do que você está falando.
Ela perdeu a paciĂŞncia e a sua voz elevou-se:
— Não se faça de bobo! As suas habilidades são do meu clã, me responda!
Max olhou para Léo, agora intrigado. O inimigo, por sua vez, sorriu, como se estivesse prestes a revelar algo importante.
— Bem, já que são oponentes dignos, vou lhes contar algo interessante. Eu não sou um dos destemidos que vocês tanto caçam.
— Quê?! — Max exclamou, incrédulo. — O que quer dizer com isso?
— Se preparem! — gritou o demônio, já se aproximando para atacar.
A luta recomeçou com a mesma intensidade de antes, mas uma dúvida pairava na mente de Max. Ele não conseguia parar de se perguntar o que o demônio queria dizer com suas palavras enigmáticas. O enigma do inimigo o consumia, e sua mente, dividida entre o combate e a curiosidade, não conseguia se concentrar completamente.
Idalme, ao seu lado, compartilhava da mesma inquietação. Ela também estava curiosa, mas, em vez de se perder nos pensamentos, se lançou ao ataque e golpeou o demônio com ferocidade. Max, observando-a de perto, viu sua força e agilidade em ação, e sentiu uma onda de admiração por ela.
Ao ver sua amada que se aproximava para atacar novamente, Max não hesitou. Sua voz foi firme e autoritária:
— Idalme! Ataque de longe!
— Não dá, nessa forma, minhas armas queimam com minhas chamas — respondeu ela, visivelmente frustrada.
— Entendo. — a fitou. — Então vamos atacar juntos!
— Sim.
— Meu amor!
Idalme parou de repente, surpresa. O seu suposto amado nunca a havia chamado daquela forma, e isso a pegou completamente desprevenida. Seu rosto corou instantaneamente, e ela ficou paralisada por um instante. Max avançou sozinho, mas foi atingido por um direto no rosto e caiu no chão.
Ele olhou para trás e perguntou:
— Por que não atacas… Idalme?
Ele já imaginava que ela ficaria sem jeito, mas não daquela forma. Ao ver o rosto, teve a certeza de que, apesar das palavras dela, os sentimentos que ela negava ainda estavam lá, escondidos bem no fundo. Observando-a, não conseguiu evitar um sorriso discreto, satisfeito consigo mesmo por estar certo.
No entanto, antes que pudesse celebrar, peitos caĂdos gritou “Cuidado!” ao ver LĂ©o que se aproximava e dando um chute em direção Ă cabeça dele. Mas, mesmo com a ameaça iminente, estava tĂŁo alegre naquele momento que, com um movimento rápido, usou sua explosĂŁo de energia na cabeça para desviar com facilidade.
Sem perder o ritmo, ele se reposicionou e, com um olhar desafiador, disse:
— Nessa forma, eu sou imbatĂvel!
— Percebi, a sua velocidade aumentou bastante desde aquela explosão, e não sei o motivo, mas ela acabou de aumentar de novo.
— Sim, quando alguĂ©m da minha famĂlia ama, nĂłs ficamos mais fortes!
— Interessante — declarou Léo, observando atentamente.
Idalme, ainda se recompondo, começou a cogitar a possibilidade de que Max realmente não estivesse mentindo e que talvez ela estivesse errada o tempo todo. A ideia a incomodava, mas, por mais que isso a perturbasse, ela sabia que, independentemente da verdade, precisava seguir com seu plano. Não podia se dar ao luxo de se distrair agora.
Max entĂŁo olhou para ela e com um tom preocupado, disse:
— As suas cicatrizes…
— Hum? — Idalme tocou o corpo e, ao perceber a exaustão de sua forma, falou com um suspiro de frustração. — Justo agora…
Antes que pudesse completar a frase, ela fraquejou e caiu no chĂŁo. Max a observou por um momento, uma expressĂŁo de pesar no rosto, e disse, com sinceridade:
— Me desculpe, nessa forma, eu não podia te agarrar.
— Sim, eu sei — respondeu, com uma voz cansada, mas ainda firme. — Deixo o resto com você…
Ao ouvir aquilo, nĂŁo pĂ´de conter a felicidade. Ver sua amada sorrir e ouvir que ela contava com ele fez sua confiança crescer ainda mais e impulsionava suas explosões a nĂveis superiores.
Enquanto isso, Léo observava de longe, mas logo interrompeu o momento com um olhar desafiador e disse:
— Ainda?
Max, olhou para ele e, com um tom grave, respondeu:
— Me desculpe pela demora.
Ele começou a mover as mĂŁos lentamente, como se estivesse tocando uma melodia invisĂvel. A cada leve balançar, pequenas explosões aconteciam ao seu redor. Fechou os olhos por um momento, perdido na visĂŁo em sua mente, uma dança suave, onde ele e sua amada se moviam juntos em perfeita harmonia.
Quando a imagem da dança ficou clara em sua mente, ele abriu os olhos novamente e com a voz cheia de emoção, cantou:
— 🎵Nenene! Neneneneeeee!🎵
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