Índice de Capítulo

    Dois a três capítulos novos toda semana!

    Siga nosso Discord para ver as artes oficiais dos personagens e o mapa do continente!

    O som grave da trombeta cortou o ar, reverberando pelos pilares do Coliseu de Lyberion como o rugido de um titã despertando. A multidão irrompeu em aplausos e gritos, sedenta por espetáculo. No centro da arena, dois homens se encaravam — um príncipe recém-desperto para seus poderes e um bárbaro que parecia ter nascido da própria guerra.

    Brann não esperou mais que um segundo. Seus machados rúnicos brilharam em vermelho alaranjado, um calor ondulou ao redor de seus ombros largos. Um grande sorriso, quase insano, tomou seu rosto coberto de cicatrizes que Helick fora reparar somente quando ele se aproximou rapidamente. Brann avançou com um grito gutural, a areia fumegando sob seus pés.

    — VAMOOOOS, PRINCIPEZINHO! — berrou Brann, sua voz mais próxima de um trovão do que de um homem. — MOSTRA SEU LADO SELVAAAAGEM!

    Helick mal teve tempo de erguer a espada. O primeiro impacto dos machados contra sua lâmina fez o chão tremer. Brann investia como um urso enfurecido, golpe após golpe, cada um carregado de brutalidade e calor. As runas de seus machados brilhavam intensamente, deixando rastros flamejantes no ar a cada movimento.

    Helick não tinha espaço para pensar direito em como canalizar sua mana, ele não tinha espaço nem mesmo para respirar. O menor deslize e Brann com certeza o partiria em pedaços.

    — CÊ ACHA QUE GUERRA TEM PAUSA PRA RESPIRAR, É?! — rosnou o bárbaro como se pudesse ler a mente do príncipe

    Ele girou os machados em um arco duplo que obrigou Helick a recuar cambaleante.

    O príncipe deslizou para trás, e num instinto de sobrevivência, concentrou mana nas solas das botas. Uma fina camada de gelo formou-se, e ele deslizou sobre a arena como sobre um lago congelado, desviando de mais dois ataques brutais. Era a mesma técnica que usara para levitar semanas antes, agora aplicada para se manter em movimento.

    Brann gargalhou.

    — ISSO! ASSIM QUE EU GOSTO! INVENTA! TENTA VIVER, MALDITO! — e avançou novamente, os machados faiscando com uma explosão de calor que ressecava o ar à sua volta.

    Helick resfolegou. Cada golpe que bloqueava era como conter uma avalanche de fogo. Não havia tempo para respirar, apenas sobreviver. Foi quando, por instinto, ele pisou no chão com força — e uma fina plataforma de gelo se formou sob seus pés, erguendo-o repentinamente para o alto.

    Brann tentou acompanhá-lo com os olhos, mas Helick já estava em movimento, criando outras pequenas plataformas em sequência no ar e usando-as para reorientar sua posição como se estivesse correndo pelo vazio. Era desajeitado, inexperiente — mas funcionava.

    “Isso!” pensava ele. “Consegui me distanciar um pouco, agora posso canalizar minha mana melhor.”

    Do alto, ele girou a espada com ambas as mãos e lançou uma lâmina congelada na direção do bárbaro.

    Brann ergueu o machado e o golpeou no ar, partindo a lâmina em pedaços de gelo que caíram como chuva brilhante. Ainda assim, seu sorriso aumentou.

    — AGORA SIM… COMEÇANDO A FICAR INTERESSANTE!

    “Droga! Isso foi patético…” Resmungou o príncipe em seus pensamentos.

    Brann girou os machados como se fossem extensões de seus braços, e com uma batida no próprio peito, berrou:

    — MAIS! ME DÁ MAIS, PRINCESA! ESSE SANGUE FRIO TÁ COMEÇANDO A FERVER!

    Então ele pisou com força, e o chão sob seus pés rachou com o calor repentino. As runas de seus machados brilharam como brasas acesas, e um círculo de calor se espalhou ao seu redor. A areia da arena começou a derreter em poças escaldantes, evaporando o gelo que Helick havia deixado para trás.

    O príncipe franziu o cenho. “Ele está derretendo tudo ao meu redor… quer tirar meu terreno de vantagem.”

    — VAI FICAR SÓ PULANDO, É? OU VAI LUTAR COMO UM HOMEM?! — rugiu Brann, avançando de novo, saltando com os dois machados erguidos acima da cabeça.

    Helick teve apenas um segundo. Usou uma das plataformas ainda flutuando para desviar para o lado, e assim que os machados atingiram o chão, uma explosão de vapor se ergueu, cobrindo metade da arena.

    O calor o atingia como uma muralha invisível. O suor escorria pelas têmporas. Respirar era difícil.

    “Preciso pensar… preciso inverter o campo,” pensou Helick. E então uma ideia surgiu — não um golpe ofensivo, mas defensivo e estratégico.

    Ele cravou a espada no chão da arena e liberou sua mana em ondas circulares. Do ponto de impacto, o gelo começou a se espalhar em todas as direções como raízes brancas e afiadas. O solo sob Brann estalou e tremeu quando o gelo começou a subir em estalagmites em seu entorno, tentando restringir seus movimentos.

    Brann recuou, os machados girando em círculos flamejantes para afastar as lanças geladas.

    — AÍ SIM, SEU MALDITO! ISSO QUE EU QUERO! — Ele esmagou uma das estalagmites com um único golpe, derretendo-a instantaneamente. — ME PRENDE, MAS SE EU ESCAPAR, TU VAI VER O INFERNO!

    Do alto de uma nova plataforma de gelo, Helick respirava com dificuldade, sentindo a mana oscilar em seu corpo. Ainda era instável, mas estava começando a fluir com mais naturalidade.

    “Preciso de algo mais… preciso de algo que o detenha por alguns segundos.”

    Helick ergueu a espada para o alto, e com um grito, canalizou o máximo de mana que podia. Uma esfera de gelo condensado surgiu sobre a lâmina, girando com violência. Ele a lançou em arco, e a esfera se despedaçou no ar, espalhando uma névoa congelante que caiu como geada sobre o campo.

    Brann sentiu a mudança imediata. Seus pés começaram a deslizar. O vapor cessava. A umidade do ar foi sugada pela magia gélida.

    Helick usou aquele momento para investir. Com sua espada agora envolta em uma camada cristalina de gelo, ele deslizou em linha reta como uma flecha, mirando o peito do bárbaro.

    O som do impacto ressoou como um trovão contido — Brann cruzou os dois machados para bloquear, mas foi empurrado para trás pela força acumulada da investida. Pela primeira vez, ele não sorriu… mas gargalhou ainda mais alto.

    — ISSO, PRINCIPE! ME DÁ TUDO QUE VOCÊ TEM! QUERO VER SE O FRIO DO FILHO DE LYBERION PODE VENCER A FÚRIA DE UM FILHO DE OSSUIA!

    Helick manteve a espada pressionada, as duas forças se enfrentando, gelo contra fogo, príncipe contra bárbaro.

    E a multidão… explodia em êxtase.

    Apoie-me

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (3 votos)

    Nota