Capítulo 153 de 04 – Super intenção assassina!!!
Dias se passaram enquanto a fortaleza avançava rumo ao destino. Pelas janelas, via-se a extensão da devastação que cobria o mundo. Aldeias e vilas surgiam em ruínas, consumidas pelo caos. Mais frequentes ainda eram os demônios, que fitavam a colossal estrutura com expressões variadas.
Alguns ignoravam sua presença. Outros recuavam diante do temor. Havia, contudo, os tolos, que tentavam atacar — e acabavam esmagados sem piedade. Os poucos que alcançavam as pernas da fortaleza tornavam-se alvos fáceis dos guerreiros do clã Zura.
Flechas incendiárias cortavam o ar, disparadas com precisão. Tiros secos ecoavam de algum ponto da muralha. Rajadas de vento despedaçavam os imprudentes. Um ou outro movimento também partia de Max, embora ele raramente interviesse.
Após longas horas, o horizonte revelou um terreno dilacerado. Extenso demais para ser uma simples vila.
— Uma cidade? — Max perguntou, encostado na janela, as mãos largadas, meio descrente.
— Acho que sim — Idalme respondeu, sem desviar o olhar, esmagando mais um inimigo.
Peitos Caídos, com o arco preparado, mantinha a mira no próximo demônio quando sentiu um toque súbito no corpo. O gesto a desconcentrou, fazendo a flecha desviar do alvo. Virou-se com expressão de desagrado e encontrou Max, que sorria de canto, como se aquilo fosse uma brincadeira qualquer. Ela não disfarçou a irritação e disse:
— Isso é hora?
Ele levantou as duas mãos e virou o rosto para lado:
— Desculpe, mas você estava muito inclinada.
— Você! — disse, apontando a flecha firme na direção dele.
— Espera, não precisa exagerar — ele disse, preocupado.
— Não exagerar? — ela retrucou. — Todo dia… várias vezes… sua família… como conseguiu ficar tanto tempo sem? Tô cansada!
— Diz isso, mas sei que gosta — murmurou ele, meio provocativo.
— Disse alguma coisa? — ela respondeu, séria, os olhos semicerrados.
— Nada, não disse nada.
— Hummm…
— Isso não acaba? — alguém, encostado na parede, reclamou. — Vocês fedem demais.
— Irmãozinho?
— Não me chama assim — retrucou Izumi.
— Eu fedo? — Idalme respirou fundo e soltou um suspiro. — Quando foi a última vez que lavaste a bunda? Que cheiro de bosta! — zombou.
Izumi sacou as espadas, firme, e avisou:
— Não se engane, mulher de peitos caídos. Só porque o Max está contigo não quer dizer que vou poupar sua língua.
— Sei bem — ela sorriu de lado. — Izumi!
Ele ficou surpreso. Guardou as espadas e perguntou com um sorriso zombeteiro:
— Não vai me chamar de monstro ou demônio?
— Não… não mais — Idalme se prostrou de repente. — Obrigada por tudo, Izumi.
— Quê? — ele ficou sem jeito, virando as coisas. — Mulher esquisita… — resmungou, saindo.
— Ele ficou com vergonha — comentou Max.
— Parece que sim — ela respondeu, sorrindo de lado.
Izumi, já afastado, pensou irritado:
Eu posso ouvir vocês, caralho!
Ele interrompeu os passos de súbito e ergueu os olhos ao céu. Refletiu, em silêncio, sobre o quanto havia mudado desde o início da jornada. Em outros tempos, não hesitaria em ferir quem quer que fosse. Hoje, porém, mesmo após ser chamado de cagão por Peitos Caídos, não sentiu desejo real de matá-la.
Sacou as espadas e as contemplou por um momento. Um sorriso discreto surgiu no canto dos lábios. Em seguida, ativou o “Speed Iz”, e o sorriso se espalhou pelo rosto. Continuou ampliando suas capacidades até atingir — o “Super Speed Iz Brute Force”.
Loi, ao lado de outra janela junto a Dam, estranhou o que se passava. Até então lançava rajadas de vento contra os demônios que tentavam se aproximar, mas parou de súbito ao notar a mudança no campo abaixo.
Sem aviso, criaturas começaram a tombar uma após a outra. Algumas perdiam a cabeça sem entender de onde viera o golpe; outras eram partidas ao meio, os corpos rasgados com precisão brutal. A destruição espalhava-se como um vendaval invisível.
— Nem os meus olhos afiados consegue acompanhar.
— Hum, sabes o que está acontecendo, Ham?
— Sei até demais. Ele é uma anomalia até entre os mais fortes.
— Hum? Então foi ele que impediu uma das energias mais fortes?
— Não só, até o momento. Ele já havia subjugados dois que denominavam de destemidos. Não sei como ele derrotou os gêmeos, mas vendo como Léo não faz nada em sua presença, ele deve ser mais assustador do que imaginei. Ele é de fato o mais forte!
— Mais forte que a avozinha? — perguntou incrédula.
— Sim, muito mais forte.
— Fascinante! — declarou surpresa.
Max e Idalme também assistiam, em silêncio, à façanha que se desenrolava diante de seus olhos. Mais afastada, numa das janelas, Ui fitava com admiração o homem que escolheu. Não conseguia acompanhar seus movimentos — via apenas a luz negra cortando o ar como um presságio.
Izumi já havia eliminado todos ao redor, mas a satisfação ainda lhe escapava. Seus olhos se voltaram para o horizonte, e um novo sorriso se formou. Ao liberar a intenção assassina, percebeu algo diferente. Não era apenas raiva — era poder crescendo dentro do próprio corpo, como se algo nele despertasse.
Então, com a voz tomada por força desconhecida, gritou:
— Super Intenção Assassina!
A energia foi lançada numa única direção. A quilômetros dali, inúmeros demônios sentiram o peso daquela presença. Em vez de investirem como de costume, recuaram. O medo os venceu antes que a razão pudesse agir. A simples aura daquele ser era suficiente para desmoronar qualquer instinto de ataque.
Até os que jaziam ao chão, incompletos, começaram a se arrastar para longe. Corpos sem cabeça, torsos partidos ao meio, membros desconectados — todos em fuga desordenada, como se a própria morte houvesse voltado para terminá-los.
Mas o mais impressionante ainda estava por vir. Os que juncavam o chão, dilacerados demais para se mover, não conseguiam sequer tentar a fuga. Presos ao próprio medo, tremiam em pedaços. A energia negativa que lhes servia de essência começava a se desprender dos corpos, escapando como névoa escura, vagando para longe em desespero.
Mesmo os companheiros de Izumi, embora não fossem alvos daquela força, sentiram parte de seu peso. Um calafrio percorreu o ar. A pergunta veio, inevitável: e se aquela intenção fosse voltada a eles?
— Estranho, eu me sinto tão bem!
Foi então que Izumi teve uma ideia. As emanações negras que escapavam dos corpos em agonia — a essência corrompida daqueles seres — pareciam fluir sem direção. Aproximou-se de um deles, inclinou o rosto e, com a boca entreaberta, começou a absorver a fumaça.
A energia entrou, preenchendo-o de algo que ele sabia nomear. Repetiu o gesto com outros corpos até que, ao observar os que restavam, percebeu que nem todos haviam se esvaziado. Havia ainda demônios cujas essências permaneciam presas no interior, retorcidas, mas inteiras.
— Super intenção assassina!!!
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