Índice de Capítulo

    Nota do autor: Boa noite, pessoal! Para a felicidade de alguns e a tristeza de outros, pensei muito sobre o assunto e decidi lançar esporadicamente alguns capítulos da preview, como vai ser o caso de hoje.

    Caso achem que fica muito descompassado e difícil de acompanhar, avisem, e eu vou ajustando mediante o feedback de vocês na medida do possível.

    Bom capítulo a todos.

    Mesmo surpreso, assustado e com várias dúvidas na cabeça, Kyle teve que esperar mais alguns minutos antes de seu campeão retornar e lhe explicar a situação.

    — Pela sua cara, você já deve saber dos últimos acontecimentos — disse Alexander tranquilamente assim que o encontrou. — Mas por que você parece estar mais para baixo do que qualquer outra coisa com a notícia?

    — Porque eu não sei como as coisas chegaram a esse ponto — respondeu o jovem com sentimentos conflitantes. — Como exatamente você descobriu o mecanismo de corrupção para conquistar outro território, mesmo sob a proteção inicial?

    — Corrupção? Eu usei a permissão de “vingança justa” para perseguir os idiotas que me atacaram até a aldeia deles, e então me aproveitei disso para lançar um ataque sobre ela — explicou o campeão, agora com uma nítida estranheza. — Conquistei a cidade por cerco. Não essa tal de “corrupção”.

    — Cerco?! — estranhou Kyle, incrédulo. — Como um único indivíduo conseguiria cercar toda uma aldeia, ainda que pequena?

    — Assim — sorriu Alexander ao materializar clones de energia dele para cercar o seu lorde, ilustrando a situação. — Eu mesmo tinha minhas dúvidas quanto ao uso disso. Mas parece que minha habilidade |Construtos de Combate (Avançado)| realmente me permite suprimir e cercar efetivamente o meu alvo.

    — Por mais estranho que pareça, este mundo parece dar algumas brechas para aqueles que têm a capacidade de usá-las — adicionou o campeão. — Por exemplo, no ataque que sofri, o alvo primário do outro grupo era a mina. Porém, como eu já estava por lá e a tinha tornado em uma ocupação nossa, a incursão deles se tornou um ataque, nos possibilitando acionar a “vingança justa”; o que, consequentemente, me permitiu conquistar o território deles…

    — O mesmo também aconteceu durante o cerco — complementou. — Pois, assim que estabeleci o cerco, não precisei mais manter meus construtos; o que viabilizou a conquista, já que, mesmo para mim, seria impossível mantê-los por 24 horas neste mundo com todas as restrições que estou sofrendo.

    Sem saber o que dizer daquilo, Kyle se concentrou em pensar e percebeu que, se não foi Alexander quem descobriu e desbloqueou o mecanismo de corrupção, havia outro lorde por aí com esse mecanismo de conquista. Possivelmente exclusivo e com alta capacidade de perpetração, já que os outros não sabiam o que era.

    Ao ver o seu lorde divagando, o dragonoid estalou os dedos alto na frente dele e lhe disse: — Nós conversamos e pensamos sobre isso juntos depois. Agora temos outra prioridade… Pelo que você me disse, o item de realocação territorial só dura 2 dias. Então temos que realocar antes que não possamos mais.

    Despertado por aquele chamado, Kyle instintivamente assentiu, abriu seu inventário, sacou o item que parecia um mapa e correu com ele e o seu campeão para dentro da mansão do lorde.

    Feliz por também poder ver o mapa, Alexander correu os olhos por ele e apontou para um canto muito específico antes mesmo que o próprio lorde pudesse dar sua opinião, e então explicou: — Os meus poderes mágicos abrangem e interagem principalmente com os elementos Água e Luz, logo todos já vão supor que estou próximo ao mar de qualquer maneira. No entanto, além de esse lugar nos garantir uma boa margem por onde não vamos ser atacados por outros lordes em grande escala, o ambiente ao lado também é propício para Diana, aumentando a chance de a gente se encontrar.

    — E tem certeza de que encontrá-la é uma coisa boa? — indagou Kyle, desconfiado.

    — Eu entendo sua preocupação, mas, se o lorde dela não for um completo idiota, se aliar a gente, ao menos até o fim do jogo, será a escolha óbvia — esclareceu Alexander, bem confiante. — Assim como eu não acho que consigo desencadear todo o meu poder contra ela, o inverso também deve ser válido. Então, mesmo que o sistema tenha meios de nos forçar a lutar entre nós, como aconteceu na incursão à mina, isso seria, na prática, o mesmo que inutilizarem seus próprios campeões; porque nós iríamos nos voltar contra vocês.

    Como se lesse e/ou antecipasse os pensamentos do seu lorde, ele adicionou: — É claro que nos aproximarmos sem saber quem é o lorde do outro lado representa um risco, capaz de reduzir o nosso apoio a vocês. No entanto, em contrapartida, uma vez juntos, nossos poderes e especialidades são simbióticos, ampliando exponencialmente nossa eficiência.

    — Sem falar que ter conquistado outro território não é só vantagem — avisou, com seriedade. — Você é o senhor do território, mas, como a unidade especializada responsável pela conquista, me tornei o “lorde” da aldeia conquistada, logo estou restrito ao nosso próprio território e não posso sair livremente; o que vai dificultar a nossa obtenção de recursos sem algum tipo de parceria.

    Com tanto para processar e refletir, Kyle decidiu apenas confiar no seu campeão; afinal, aparentemente, eles já seriam caçados de qualquer forma, e era o seu guardião quem era o mais poderoso do tipo ofensivo.

    Feliz por seu lorde escolher confiar nele e lhe ouvir, Alexander viu uma luz branca envolvê-lo e tomar conta de toda a área; e, antes que percebessem, tudo e todos do território já estavam em outro lugar do mapa.

    Ao ver o item de realocação se desfazer em luz e notar que não havia mais volta, o jovem lorde respirou fundo, e uma dúvida quase banal lhe veio à mente. — Qual o nome da outra aldeia?

    — Eu nem cheguei a ver ou perguntar o seu nome original, mas a renomeei como Aldeia da Druida Guardiã do Bosque ao conquistá-la, por estar situada em meio a um bosque — disse Alexander despreocupadamente.

    Assentindo lentamente, ao ponderar que aquele nome não era ruim, mas parecia bem específico, Kyle decidiu usar as suas últimas horas na plataforma para avaliar a área onde havia ido parar. Afinal, se todos se realocassem justamente no ponto exato que escolheram, isso poderia gerar conflitos de distribuição e sobreposição.

    Surpreso e animado ao descobrir que a área “selvagem” correspondente ao seu território tinha se tornado significativa, ao voar sobre toda ela carregado por seu campeão, o jovem ficou ainda mais feliz ao ver que a ruína da mina de moedas de ouro também foi realocada com eles. Como veio a constatar, os títulos não eram apenas decorativos, lhe conferindo boas vantagens.

    [||Barão||: Título de nobreza conferido aos lordes que conquistam uma segunda aldeia, formando assim um território como um todo, para além da sua sede. Efeito: Permite ao lorde incorporar uma construção especial condizente com cada nível do jogo ao território. (Atualmente limitado à Aldeia)]

    [||Primeiro Barão||: Título conferido ao primeiro lorde que conquista outra aldeia, formando assim um território como um todo, para além da sua sede. Efeito: Incorpora uma das ruínas ou construções abandonadas do seu território como parte oficial de suas posses. (Mina Abandonada de Fundição de Ouro)]

    Kyle não poderia estar mais satisfeito com o local para onde fora realocado; era ainda melhor do que ele poderia imaginar. A Aldeia do Dragão do Mar permanecia protegida em um ponto isolado e inacessível, situado entre formações rochosas e o mar, e só era possível alcançá-la pela área da Aldeia da Druida Guardiã do Bosque.

    Com essa constatação, ele se deu por contente e decidiu aproveitar o restante do tempo conversando com o seu campeão, para que se atualizassem mutuamente sobre as informações que possuíam.

    — Essa coisa de “Corrupção” vai ser complicada — comentou Alexander após eles trocarem as informações que tinham. — Algum idiota deve ter aderido a alguma dessas seitas malucas por, ou para, ter uma classe especial…

    — E isso sequer é possível? — estranhou Kyle, perplexo.

    — Acho que, no ponto em que chegamos, é difícil dizer que alguma possibilidade pode ou não existir nesse mundo — disse Alexander, dando de ombros. — É tudo muito aberto… A sua própria classe, que nem mesmo eu, a fonte, conheço, não é uma das provas cabais disso?

    Sem ter outra opção além de concordar com aquela hipótese, que era embasada nos fatos, o jovem ponderou um pouco e decidiu contar que talvez eles tivessem mais problemas no futuro, pois haviam criado uma forma de transferir dinheiro do mundo dele para aquele; e ele não era lá muito rico em seu mundo.

    — Pobre homem pobre — provocou-o Alexander, sorrindo ao puxar um punhado de moedas de ouro e balançar na frente do seu lorde. — Se o seu problema era esse, era só ter me dito que eu lhe daria um pouco de dinheiro para você ser mais confiante em seu próprio mundo.

    Abismado ao vê-lo puxar todas aquelas moedas de ouro como se não fossem nada, Kyle passou a se perguntar o que estava acontecendo e de onde ele as havia tirado. Porém, antes que pudesse fazer perguntas ou reclamá-las para si, elas sumiram em pleno ar diante dos seus olhos.

    — Esqueça seu desejo pelo ouro do homem rico, garoto — provocou-o mais uma vez Alexander, sorrindo ainda mais. — Talvez eu lhe dê um pouco do MEU dinheiro de forma regular, caso eu esteja de bom humor, rsrs.

    — Como? — Instintivamente indagou o jovem.

    — Não lembra o que estava fazendo antes dessa reviravolta toda? — apontou o dragonoid na direção certa, sugestivamente. — Eu apenas aproveitei para guardar uma parte do que achei jogado pelas partes como meu fundo pessoal… Mas, como estou de bom humor hoje, você pode ficar com todas as moedas se conseguir usar seus comandos para me forçar a entregá-las a você, como fez na incursão a mina.

    Pego de jeito em seu contrapé, Kyle ficou sombrio. Pelo que pôde notar do seu sistema, ele poderia comandar seu campeão em situações específicas e concretas. Porém, para as coisas mais subjetivas e implícitas, sua vontade não era soberana sobre o último; quase como se o sistema quisesse forçar os players a lidarem com o temperamento e as mecânicas de intimidade e companheirismo com seus NPCs.

    — Quando você voltar da próxima vez, nós conversamos sobre isso — confortou-o Alexander de forma mais branda, mas ainda sorrindo. — Agora, o que realmente temos que debater é: que tipo de construção especial quer que eu construa?… Pois eu posso fazer vários tipos de construções, mas as minhas recomendações são um campo para treinar tropas ou um viveiro, para que você tenha um lugar ideal para chocar, comportar e manter a manticora do segundo ovo que recebeu como recompensa pela missão dos cultistas.

    Sem muito o que fazer sobre o temperamento e o comportamento do seu campeão, Kyle relevou as brincadeiras dele e então passou a ponderar seriamente sobre as suas opções.

    Ao fim de um bom tempo refletindo, ele acabou escolhendo um campo para treinar tropas. Seus principais motivos foram o custo de manter uma mantícora, caso ela realmente fosse chocada, e a demanda crescente por mais pessoal treinado, devido ao aumento do território e às restrições sobre o seu campeão.

    — Boa escolha. Assim eu não preciso ficar te salvando de virar comida de mantícora, e você ainda deve ganhar alguns pontos de atributo com o meu treinamento — assentiu Alexander. — O campo de treinamento vai estar pronto na próxima vez que voltar.

    Cansado, porém satisfeito com sua escolha, Kyle assentiu para o dragonoid. Ainda havia muito a fazer, e a entender, mas, por ora, eles estavam seguros.

    Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).

    Obs 2: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: https://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.

    Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, porventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

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