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    O campo de batalha era um caos absoluto.

    Entre a fumaça espessa provocada pelos mísseis de Iskander e os corpos espalhados na neve, um único pilar se erguia como um trono de destruição.

    No topo dele, um homem de cabelos longos e vermelhos, vestido com couro dourado, batia seus braceletes rúnicos negros com violência e a terra respondia em tremores e ondas sísmicas que faziam o chão rachar.

    — SE NÃO ME DISSEREM QUEM É MATTEW, EU VOU ACABAR COM VERME POR VERME, ATÉ O ANÚNCIO DIZER QUE MEU ALVO FOI ELIMINADO! — rugiu o ossuiano, sua voz reverberando pelas planícies de gelo.

    Marco o observava de longe, atento. O ARGUEM no pulso daquele homem fazia a própria terra se curvar; um poder devastador, perfeito para controle de terreno e dano em área.

    “Excelente… um poder que valeria ter em meu arsenal.” O soldado lyberiano pensou.

    Mas para copiá-lo, ele precisava ver mais. Precisava entender o fluxo da mana, o pulso da técnica.

    “Se Rhyssara queria impacto, então que seja um espetáculo digno do que ela idealizou.”

    Com um salto, Marco ascendeu aos céus. Como Stronger havia feito na Arena dos Corajosos, ventos rugiram em torno de seus pés, sustentando-o num voo leve, e as correntes de ar varreram a fumaça abaixo, abrindo o campo de visão como uma cortina.

    O ruivo no topo do pilar ergueu o olhar, surpreso ao ver o homem suspenso no ar, sua lâmina espelhada brilhando em verde, reunindo os ventos à sua volta.

    — E quem é você? — o ossuiano perguntou, cerrando os punhos.

    Marco sorriu.

    — Pode me chamar de Mattew.

    * * *

    Quando a fumaça foi varrida pelos ventos de Marco, Brouno retomou a passada, calmo como se voltasse a uma rotina matinal.

    Um homem arrastando-se no chão, a perna dobrada num ângulo errado, levantou os olhos ao vê-lo aproximar.

    Brouno puxou do sobretudo branco um palito e outra garrafa de suco. Repetiu o ritual: espetou o palito, o líquido endureceu de dentro para fora e a garrafa estalou. Um picolé liso e brilhante apareceu na mão dele.

    — Hey, qual seu nome? — perguntou, mordiscando o gelo com gosto.

    — D… Di… Dio… Diormon — o homem gaguejou, a voz fina, tremendo.

    Brouno arregalou os olhos, divertido.

    — Diormon? Sério? Não é Dionísio, não? Que nome é esse? — aproximou o rosto do homem, e o pranto começou a escorrer pela face dele.

    Riu, alto e solto:

    — Sempre é assim. Corajosos até encontrarem o Ferro.

    Entre risadas, Brouno cravou o palito até o cabo e apontou-o para a testa do homem caído. O gelo ao redor do palito começou a crescer, formando camadas translúcidas como lâminas.

    — Diormon, não me convenceu. Hahaha… Diormon! Que merda de nome é esse?! Vou te matar só pra garantir. — zombou, a voz doce enquanto o palito ganhava frio letal.

    Diormon fechou os olhos, resignado, até que uma energia percorreu suas pernas como um choque quente. Olhou para trás e viu alguém correndo: Isaac, o grimório rodopiando ao redor dele como um segundo peito de ferro.

    — LEVANTA! — berrou Isaac. — DIONÍSIO!

    Brouno lançou o palito congelado, mirando a testa do homem; mas Diormon saltou com uma velocidade anormal, escorregando para o lado, escapando do impacto que abriu uma cratera no chão.

    — Espera — resmungou Brouno, confuso por um segundo. — Ele te chamou de Dionísio? Seu mentiroso! — sorriu largo. — Bom, agora sei quem vou eliminar.

    * * *

    Em outro núcleo da arena de gelo, Cassian observava o grupo que avançava furiosamente contra Morgan.

    Três homens e duas mulheres. Um deles empunhava um par de adagas rúnicas, lâminas em cascata forjadas em camadas de aço sobre aço rúnicos. ARGUEM, sem dúvida.

    Os outros dois ostentavam exoesqueletos calcificados que se estendiam pela coluna como carapaças vivas que cobriam os ombros, braços e pernas, pulsando em sincronia com o ritmo de sua marcha. ARGENTECs.

    As mulheres não ficavam atrás: uma girava um chakram prateado com três lâminas avermelhadas, o metal zumbia enquanto cortava o ar, e o reflexo do gelo fazia as pontas parecerem incandescentes. A outra segurava um bastão curto, quase uma varinha, coberto por inscrições rúnicas que tremeluziam; no topo, uma chama viva dançava, ardente e teimosa, mesmo em meio ao frio cortante da arena. Mais dois ARGUEMs.

    Cassian olhou para Morgan mais uma vez. O IronFist nem sequer piscava, muito pelo contrário, um sorriso maníaco tomou-lhe o rosto.

    — É hora do espetáculo!

    Os dois ARGENTECs rugiram em uníssono antes de investirem.

    O primeiro era um colosso de carne e ossos reforçados, músculos como cordas grossas se contorciam sob a pele cinzenta e rachada, e as placas calcificadas que emergiam de sua espinha formavam uma couraça irregular, salpicada de veios escuros que pulsavam com luz azulada. O segundo, mais ágil, lembrava um predador magro e letal; seu exoesqueleto formava lâminas curvas sobre os ombros e cotovelos, e o som que fazia ao correr lembrava o de garras raspando metal.

    Eles avançaram juntos, abrindo sulcos no gelo a cada passo.

    Morgan apenas sorriu. Seu corpo se moveu com leveza irreal, quase preguiçosa. Inclinou-se para o lado, girou o tronco, e os punhos cerrados de ferro cortaram o ar em silêncio. O primeiro golpe passou a centímetros de seu rosto. O segundo, por baixo, errou por pura precisão.

    Morgan respondeu com um passo curto e um gancho seco no abdômen do mais pesado.

    O som que se seguiu não foi um estalo, foi um estouro, como gelo rachando sob pressão. O brutamontes foi lançado de costas, deslizando por metros até colidir contra um bloco de gelo e afundá-lo com o impacto.

    O outro, o magro, se lançou por cima do corpo do aliado ainda caído, abrindo os braços como lâminas vivas. Morgan ergueu o antebraço e bloqueou, o choque reverberou pela arena como o toque de um sino. O IronFist girou o corpo e agarrou a criatura pela garganta.

    — Forte, mas lento demais. — Morgan sussurrou, e o gelo embaixo deles se trincou quando ele o arremessou contra o chão. — Me pegaram desprevenido da primeira vez, mas agora não tem a mínima chance de sequer arranhar minha armadura.

    Os dois portadores de ARGENTECs caíram pesadamente, abrindo crateras no gelo rachado. Antes que a poeira congelada baixasse, três novas presenças surgiram em meio ao nevoeiro branco.

    O homem das adagas de aço sobre aço girava as lâminas entre os dedos, e cada movimento produzia um som metálico que lembrava o roçar de correntes prontas para se desprenderem e dilacerar. A luz fria refletia em cascatas pelas bordas serrilhadas das lâminas, como se o próprio metal respirasse.

    — Morgan IronFist… — disse ele, a voz carregada de desprezo. — Nem mesmo um dos poucos que já pisou na Cidade Central vai resistir à combinação dos nossos ARGUEMs.

    A mulher do chakram avançou girando a arma com tanta velocidade que o ar ao redor dela se distorceu, o som agudo cortando o vento como um grito metálico.

    — Fique parado e talvez sinta menos dor — provocou, os olhos faiscando sob a luz azulada da arena.

    A outra ergueu seu bastão rúnico e a chama em sua ponta se expandiu num espiral de fogo vivo, contrastando com o frio gélido ao redor.

    — Ou talvez eu apenas derreta essa máscara de gelo e ego de seu rosto. — A voz dela era suave, mas a mana que emanava fazia o chão estremecer.

    Morgan olhou para os três, cada um de um lado, cercando-o. Com um gesto animado ele girou lentamente os ombros. O sorriso voltou, mais selvagem que antes.

    — Três contra um… combinando ataques destrutivos? — Ele deu uma risada curta. — Ótimo. Já estava ficando entediado.

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