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    Ao aproveitarem o momento para passear com seus respeitados canídeos, Ocean e Pequeno Preto, o casal vagou de forma quase errante para compensá-los um pouco pelo tempo que não estavam passando juntos, já que voar era um meio de locomoção mais rápido, e eles sempre preferiam deixar ao menos um deles em casa como linha de defesa. Pequeno Preto até passou a manter certo descontentamento contra Storm, por tê-lo substituído como montaria de Diana em algumas viagens.

    Com mais de 1 semana de prazo para chegar ao aniversário, eles “avançaram” em um zigue-zague constante. Quando se aproximavam ou entravam na Floresta Estelar, os canídeos se soltavam ao acharem alguma criatura que consideravam interessante de caçar, e quando estavam em territórios mais urbanos, era a vez de Alex demonstrar o que aprendera, caçando criaturas menores ou ajudando na limpeza de masmorras intermediárias.

    Uma viagem bem relaxante e segura para pessoas do nível deles, mas não menos recompensadora em plenitude; especialmente para Alex, que, após quase 7 meses de pura acumulação de nutrição e XP, finalmente voltou a evoluir. E, mais uma vez, ela surpreendeu.

    Ao que parecia, toda a comida que ela vinha devorando realmente fez a diferença, já que a criaturinha (que não era mais tão pequena) obteve outra “evolução dupla”. Afinal, ao que tudo indicava, ela estava alcançando a perfeição física antes de suas evoluções, de tanto absorver bons nutrientes (era isso, ou seria difícil explicar aquilo de outra forma).

    Graças à interação com a sua mestra e às raspas das gemas de essência da terra e da luz que Alexander lhe deu como catalisadores quando Diana sentiu a evolução, a Slime foi de {Slime da Água ♀} para {Amorfa da Argila Luminosa ♀}.

    Uma subespécie bioluminescente rara de Slime, com controle corporal avançado e afinidade física e mágica com Água, Luz e Terra; apenas alcançada por slimes com um grande acúmulo de nutrientes e/ou um ou mais fortes estímulos adaptativos externos, apresentando controle corporal refinado.

    Seu corpo gelatinoso translúcido parecia enriquecido com argila mágica, devido à sua estrutura semi-flexível, que lhe permitia alternar entre estado fluido e formas semi-sólidas com uma surpreendente precisão após algum tempo, podendo gerar extensões e apêndices do próprio corpo: tentáculos, espinhos, pseudo-lâminas e até chaves funcionais; tudo a partir da redistribuição de sua própria matéria…

    Mesmo já estando na sua 2ª Evolução, Alex ainda era apenas um pouco maior do que o {Slime Venenoso} que Alexander encontrou no bosque esquecido, girando em torno de 1m de diâmetro. Mas, ao contrário do outro Slime, a presença dela parecia bem neutra e amena para algo que tem por instinto comer; como se tivesse obtido mais consciência, a ponto de saber se controlar ao menos um pouco.

    Animada com a evolução, Alex começou a se mover de forma surpreendentemente parecida com vídeos de animação para crianças na Terra, quase como uma dança, enquanto girava e moldava vários tipos de apêndices com sua massa corporal. No entanto, assim que se deu por satisfeita com a sua empolgação, ela chegou bem perto de Diana e então copiou a forma dela por alguns instantes, antes de parecer não conseguir mais mantê-la e se encolher; ao que parecia, usando a habilidade dos Slimes, |Condensação Corporal|, para se encolher ao seu tamanho anterior.

    Mesmo todos ficando bem surpresos com a {Amorfa da Argila Luminosa ♀}, Alex, conseguindo assumir, mesmo que momentaneamente, a forma de Diana, não era como se já não tivessem visto sua cota de coisas, e o grupo voltou a seguir o seu caminho sem muitas mudanças; conscientemente chegando à cidade da família Raiovas no dia 15 do 11º mês, exatamente no dia do aniversário de Solas.

    Com o prazo em mente, o casal diariamente reajustava a cadência se fosse necessário, mas percorria todo o caminho vivendo o momento e o tempo com seus familiars.

    Sabendo que não era um evento qualquer, muito menos uma data qualquer, eles se deram ao trabalho de fazer uma parada um ponto antes, para realizar os devidos preparativos, e até retiraram uma das carruagens construídas para o núcleo da família LittleLight-Port, pedindo aos seus canídeos que a puxassem, para que o gesto não parecesse simples ou até uma desfeita ao anfitrião.

    Assim que o casal deixou seus familiars cuidando da carruagem e foi anunciado, a maioria dos presentes se voltou para eles, ficando entorpecida ao vê-los trajando roupas de tecidos nobres e acolchoados. Vestimentas com um visual bem exótico e incomum, mas luxuoso, elegante e suave ao toque; preservando os traços únicos e marcantes do Hanfu e do Yukata ao combiná-los em algo inteiramente novo.

    Alexander, como de praxe, vinha ostentando a cor da noite da pelagem de Diana na peça principal, combinada a um azul que compunha a segunda peça e os acessórios que montavam seu visual; obviamente texturizados e bordados em dourado.

    Diana, quase como seu contraponto, já trazia o azul dos olhos dele em uma peça preta que completava seu visual. Uma combinação exótica, mas indiscutivelmente impossível de não notar, dada sua singularidade.

    O mais curioso e instigante para os convidados eram os grandes bordados na parte das costas das peças. Enquanto o dela trazia “Família” e “Amor”, o dele exibia, em um padrão que lembrava as extremidades de um jogo da velha, os termos “Dever”, “Poder”, “Família”, “Liberdade” e “Amor”, todos escritos em caracteres da Terra e dispostos em ordem crescente de tamanho, com o “Amor” ocupando quase a metade central das suas costas.

    Confiantes, o casal entrou sem se importar muito com os olhares que se voltaram para eles e seguiu pela festa adentro, movendo-se com uma surpreendente leveza (praticamente descalços, calçando apenas suas meias) até ouvirem um chamado animado que parecia vir ao encontro deles.

    — Madrinha! — exclamou Solas, ao se jogar sobre ela.

    — Vem cá, seu garotinho tendencioso — cortou Alexander, puxando-o com precisão, como se o garoto fosse um gatinho. — Me dê alguma cara e mostre-me respeito! Ela lá seria sua madrinha se eu não fosse o padrinho?

    Surpresos e assustados, a maioria dos presentes se entreolhou com estranheza. No entanto, logo notaram que Robert e sua segunda esposa se aproximavam do casal como se aquilo fosse “normal” entre eles; o que fez a tensão diminuir.

    — Saudações para o senhor também, padrinho — disse o garoto, até ser colocado no chão e ir se esconder atrás de Diana, fazendo uma careta para ele. — Eu ainda prefiro minha madrinha… Vou ficar com ela.

    — Muitos desejam isso, garotinho — sorriu Alexander, brincando com o afilhado, provocando alguns dos presentes. — Mas aqui estamos, e ela ainda está comigo.

    Por mais que ficassem brincando e se provocando, a reação e atitude do garoto a respeito dele não o surpreendeu. Seu afilhado claramente ainda guardava algum ressentimento por conta de quando se conheceram e, para além de quase tudo que é vivo ter um certo apreço, ou facilidade, para gostar de Diana, ela ainda fazia questão de visitá-lo ao menos uma vez por mês, sempre com presentes.

    Alexander também o visitava quando estava por perto, mas, além da antipatia já estabelecida no garoto, ele estava sempre em movimento; o que tornava impossível demonstrar a quantidade de “apreço” necessário para dobrar o mau humor e a birra que o menino nutria por ele. Uma verdadeira situação de bola de neve, em que a madrinha se tornava cada vez mais a “mais legal”, e ele, “o sujeito que o havia intimidado, sem motivo aparente”.

    — No entanto, hoje vou lhe mostrar que também posso ser legal — assegurou Alexander, ao sumir de onde estava e reaparecer ao lado do garoto, capturando-o de novo em meio a um grande sorriso. — É seu aniversário, afinal.

    — Madrinha… Madrinha… Madrinha… — clamou Solas por ajuda. Ele havia notado que Diana era capaz de enquadrar o noivo apenas para “salvá-lo”.

    — Hmpf — bufou ela, fazendo cena ao dar um tapa na mão dele que segurava o garoto, tomando o menino para si. — Tente intimidar meu povo e verá o que eu faço com você.

    Os convidados, consternados por estarem sendo ignorados enquanto Solas fazia caretas para o padrinho (como se não fosse uma festa de alta sociedade), ficaram ainda mais surpresos quando o implacável Alexander entrou no jogo, alisando a mão como se o tapa nela fizesse toda a área arder, provocando o garoto. — Veja como esse garotinho não parece saber o que é bom. Logo hoje, que eu trouxe um monte de presentes para ele… Parece que vou ter que levá-los embora.

    Ao ouvir que os presentes seriam levados embora, e receber a confirmação da madrinha de que a outra parte realmente havia preparado coisas boas, o jovem não mostrou nenhum constrangimento antes de pedir para ser colocado no chão e puxar a manga de Alexander.

    Seu padrinho era muitas coisas (na maioria das vezes, desagradáveis aos seus olhos), mas cada um dos presentes dele era, definitivamente, uma coisa boa… Boa o suficiente para, às vezes, até o seu pai, sempre tão ocupado, tomar nota ou perguntar.

    Obs 1: Contribuição arrecadada para lançamento de capítulo extra: (00,00 R$ / 20,00 R$).

    Obs 2: Chave PIX para quem quiser, e puder, apoiar a novel: 0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b. Caso não consiga copiar a chave pix, é só clicar nela que vai ser gerada uma aba/guia que tem como URL/Link a própria chave pix com algumas barras nas pontas: https://0353fd55-f0ac-45b5-a366-040ecefa7f7b/, e é só retirar a parte excedente.

    Ps: Para finalizar, volto a reiterar que as publicações seguirão normais e recorrentes no ritmo mencionado mesmo que, porventura, haja a publicação de capítulos adicionais.

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