Capítulo 651 - Broto de Ninfa
Somente após terem se afastado o suficiente é que Raul, Lerona e Fernando se atreveram a relaxar novamente. Mas mesmo assim, o trio não parou por um único momento, correndo pela floresta da forma mais silenciosa possível, com receio de atrair mais alguma coisa perigosa.
O jovem Tenente, em especial, ainda estava suando frio ao pensar que poderia ter terminado como uma escultura viva em uma daquelas árvores.
Nem ele entendia como havia conseguido resistir a Ninfa da Floresta, pois mesmo agora ainda sentia um leve arrepio ao lembrar-se do corpo e do cheiro dela, bem como do beijo.
Merda, o que eu estou pensando? Esqueça isso! Fernando falou consigo mesmo, cheio de nervosismo. Apesar de isso ter ocorrido contra sua vontade e aquilo sequer ser Humano, ele sentia como se tivesse traído sua esposa.
Mas, ao mesmo tempo que se culpava, também estava agradecido por ter Karol como sua amada. Foi somente graças a ela, as memórias que compartilhavam, os momentos que passaram juntos, que quando tudo aquilo veio a sua mente ele foi capaz de resistir a Ezella.
Enquanto estava com sua mente ocupada, Raul, que corria a frente liderando o grupo, parou abruptamente, então levantou o punho indicando que aguardassem.
Lerona e Fernando rapidamente seguiram o comando. Enquanto a Capitã parecia muito habituada a isso, permanecendo calma, o jovem Tenente estava em alerta máximo, olhando para os lados, em busca de possíveis inimigos, mas tudo que via eram árvores e mais árvores, sem qualquer sinal de movimentação.
“Estamos perto de Yandou, fica a apenas algumas horas daqui, mas está quase escurecendo e a frente fica uma área conhecida como Pantano Negro. É um lugar repleto de Criaturas das Trevas. Mesmo que a maioria delas sejam fracas, é melhor não corrermos mais riscos, então vamos acampar aqui essa noite.”
Ouvindo isso, Fernando ficou pensativo.
“Se está tão perto, não deveríamos aproveitar a luz do sol que resta e tentar chegar lá ainda hoje?”
Raul olhou para o rapaz como se estivesse olhando para um idiota.
“Você é inteligente, moleque, isso é inegável, mas te falta experiência.” falou, com desdém.
Lerona, que estava ao lado, concordou.
“Eu já ouvi falar do Pantano Negro, apesar de nunca ter ido lá pessoalmente. Não é um lugar que podemos subestimar. Mesmo com um exército, é extremamente arriscado de cruzar esse tipo de ambiente, muito menos com apenas três de nós.”
“Mesmo tendo dois Capitães juntos?” O rapaz perguntou, com uma voz calma, mas que continha uma leve entonação de insatisfação. Depois de quase ter morrido, ele queria passar o menor tempo possível em áreas desprotegidas como essa.
Além disso, apesar de não ser alguém arrogante, ele tinha ciência da força deles. Afinal, não eram simples Soldados ou pessoas comuns, mas Capitães, pessoas que eram verdadeiras potências no campo de batalha. Os também três poderiam cruzar grandes distâncias se usassem Magia de Voo.
Ambos, Raul e Lerona, olharam para Fernando com alguma indignação pela confiança exagerada do rapaz sobre eles.
“Tenente Fernando, há coisas que simplesmente não devem ser feitas. Mesmo Generais tem receio de viajar sozinhos, muito menos pessoas como nós. Se quiser envelhecer nesse mundo, é melhor começar a ser um pouco mais covarde.” A mulher ruiva aconselhou, com honestidade. “Em Avalon, qualquer dia pode ser seu último, principalmente quando estiver se movendo fora do Domínio Humano.”
Ouvindo o alerta, o jovem pálido não retrucou ou sentiu-se insultado, mas aceitou o conselho.
Assim como Raul disse, ele sabia que era alguém inexperiente em muitos assuntos. No lugar de ser cabeça dura, deveria aprender o máximo possível com os dois Capitães nesses poucos dias.
Raul logo olhou para o Norte, com preocupação.
“Eu consegui comprar alguns mapas de um contato e os memorizei, é por isso que consegui cruzar esse lugar em segurança da última vez que vim. Mas tivemos que tomar alguns caminhos alternativos para evitar esbarrar em rotas comerciais ou em grupos de patrulha de outras Legiões. Também desviamos muito da rota planejada graças aquela aberração que encontramos antes…” disse, suspirando, ainda assustado. Mesmo ele, conhecido como Urso Tirânico, não era diferente de uma formiga frente a uma Ninfa da Floresta. “Se avançarmos mais, entraremos na zona de caça das Criaturas das Trevas e logo será o horário de atividade dessas coisas. Então aguardaremos aqui até o amanhecer. Comam alguma coisa e descansem.”
Com tudo acertado, Fernando e Lerona começaram a se preparar, limpando os galhos e folhas secas do local, abrindo uma pequena clareira. Enquanto isso, Raul afastou-se, para vasculhar ao redor e ter certeza da segurança do lugar em que estavam.
Enquanto apanhava alguns pedaços de madeira, a Capitã observou Fernando e percebeu que ele estava fazendo tudo com a mão esquerda, enquanto mantinha a direita fechada.
“Tem algo de errado com sua mão?” perguntou.
“Minha mão?” Somente com a pergunta é que Fernando finalmente percebeu que sua mão direita estava fechada. Então lembrou-se que ainda estava segurando a flor que Ezella havia lhe dado.
Merda, eu continuo segurando essa coisa esse tempo todo? perguntou-se, assustado com o fato de não ter percebido isso até aquele momento. Ele tinha certeza que tinha guardado o item em sua Pulseira, decidido a descartar aquilo quando se afastasse o suficiente do território das Ninfas. Abrindo levemente a palma, olhou para a pequena flor branca no centro dela. Fernando não tinha certeza do porquê, mas sentia uma sensação familiar naquilo, muito parecida com a própria Ezella. Essa coisa, ela… está me manipulando para não descartá-la?!
Provavelmente porque pensou em guardá-la com a intenção de descartá-la, aquilo havia o feito acreditar que a guardou, mas, na verdade, estava o tempo todo em sua posse!
Ao chegar a essa conclusão, ficou ainda mais assustado, pensando se deveria contar a Lerona e Raul sobre aquilo, mas jogou imediatamente o pensamento para o fundo de sua mente. Ele não sabia se ainda estava sob o efeito de alguma influência da Ninfa, mas não sentia que seria capaz de fazê-lo. Além disso, mesmo com algum medo persistente, também estava cheio de curiosidade para descobrir do que se tratava aquela flor.
“Não é nada, Capitã Lerona.” falou, em direção à mulher ruiva, que o olhou de forma levemente desconfiada, mas logo voltou a organizar o local.
Após isso, Fernando estava prestes a guardar a flor em sua Pulseira de Armazenamento, mas, mesmo após mover levemente o pulso, com a intenção de guardá-la, aquilo continuou persistentemente em sua mão.
O que é isso? Por que não consigo jogar isso em minha Pulseira de Armazenamento? pensou, franzindo o cenho, imaginando com preocupação se aquilo realmente estava o manipulando a esse ponto ou se havia algum resquício da magia da ninfa nisso. Então usou mais foco, tentando movê-la para o espaço interno da Pulseira, mas novamente, nada aconteceu.
Enquanto estava se preparando para usar ainda mais foco, uma voz rapidamente o interrompeu.
Se continuar com isso, você vai matá-la, Mestre. A voz de Brakas soou, em sua mente, assustando-o com a intromissão repentina, mas logo percebeu algo.
Matá-la? Você quer dizer que… Essa coisa é um ser vivo? indagou, hesitante.
Era de conhecimento comum que nada vivo poderia entrar no espaço interno de uma Pulseira de Armazenamento. Ao pensar nisso, o rapaz finalmente entendeu porque não poderia guardá-la!
Não exatamente. O que aquela Dryad te deu foi um Broto de Ninfa. É como uma espécie de embrião do Jardim das Ninfas. Usando isso, você pode encontrar o caminho até elas novamente.
Broto? Caminho? perguntou, ao lembrar-se das palavras de Ezella, dizendo-lhe que fosse encontrá-la novamente caso deixasse de amar sua esposa. Ter aquilo apenas o fez ficar com uma expressão escura. Como se eu fosse ir lá apenas para morrer!
O rapaz estava prestes a esmagar aquilo, mas hesitou novamente, enquanto respirava fundo.
Vou investigar isso depois, talvez seja útil de outras formas… afirmou a si mesmo, sem ter certeza se isso era sua própria vontade ou do Broto, então olhou na direção de Lerona.
Ao ver a Capitã distraída, enquanto arrumava uma cama improvisada acima do chão de terra, rapidamente abriu uma pequena fenda do Anel de Aprisionamento, então empurrou a flor para dentro.
M-mestre, você vai deixar isso aqui?!
Ouvindo a voz exasperada de Brakas, Fernando ergueu uma sobrancelha, em dúvidas.
Sim. Por quê?
É que… Bem, tem alguns motivos… Ah, deixa para lá. Acho que já estamos longe o suficiente.
Ouvindo o Baiholder gaguejar e murmurar, como se estivesse com medo, o rapaz pálido achou isso estranho. Então percebeu algo. Mesmo que ele estivesse em perigo mortal, nas mãos da Ninfa, em momento algum ele ouviu a voz de Brakas, nem mesmo qualquer tentativa de sua parte de acordá-lo do transe ou ajudá-lo.
Ei, você. A voz do rapaz pálido soou de forma fria, quando sua consciência se reuniu dentro do Anel de Aprisionamento, olhando diretamente para o gigantesco Baiholder. Está planejando me trair? perguntou, de forma direta.
M-mestre! Que tipo de visão você tem de mim? A enorme criatura perguntou, enquanto se contorcia, fazendo uma expressão inconformada, como se estivesse sendo injustiçado. Eu jamais te trairia!
Não é o que parece! A voz firme e fria do rapaz soou novamente.
Os dois pequenos Ciclopes, que pareciam estar dormindo, acordaram abruptamente.
Mestre. falaram ao mesmo tempo, apontando para a presença do rapaz dentro do Anel.
V-veja, você acordou as crianças… O Beholder falou, com sua voz envelhecida afinando, quando usou seus tentáculos, para acalmá-los.
Vendo aquela atuação bizarra da criatura, como se fosse uma esposa aguardando o marido bêbado chegar em casa, protegendo os filhos, o fez ficar cheio de raiva.
Por que não me ajudou contra aquela Ninfa? insistiu, com um olhar frio em direção a ele.
Brakas estava sob o escrutínio do Contrato de Vassalo, então suas vidas estavam diretamente ligadas, logo se ele morresse, o Baiholder também morreria.
Porém, Fernando percebeu algo, se ele ficasse vivo, preso nas árvores como as outras vítimas das Ninfas, de certa forma, o contrato ainda estaria em Vigor até que expirasse. Ou seja, o Beholder permaneceria vivo, mesmo que preso dentro do Anel.
I-isso… Se eu tivesse agido ou tentado algo, teria piorado a situação, Mestre. Digamos que Ninfas consideram os Beholders como algum tipo de inimigos mortais. Ambos os lados não podem coexistir pacificamente. É por isso que quando notei aquela poderosa Dryad, imediatamente isolei toda a comunicação do Anel de Aprisionamento com o lado externo e não me atrevi a sequer falar com você. Pelo que entendi, ela parece ter gostado de você e lhe permitiu ir embora. Porém, se aquela coisa tivesse me notado, sua morte e a minha seriam mais do que garantidas.
Ao receber a explicação de Brakas, Fernando não tinha certeza se era verdade ou apenas algum tipo de desculpa do Beholder, mas logo suspirou, percebendo que não havia sentido em insistir no assunto.
Mesmo que não estivesse totalmente convencido, o Contrato de Vassalo não havia ativado para puni-lo, o que significava que ele não havia agido com malícia ou algum tipo de intenção oculta.
Deixando o assunto de lado, o rapaz focou sua atenção no pequeno Broto de Ninfa.
Aquilo, representa algum perigo para mim? perguntou, olhando para a flor branca. Como Brakas parecia saber algo a respeito das Ninfas, decidiu que lidaria com aquilo se trouxesse algum risco a ele.
Claro que não Mestre, é apenas um Broto. Não há como prejudicá-lo! afirmou, com convicção.
Ouvindo isso, o jovem Tenente sentiu-se mais seguro, mas ainda estava receoso.
Talvez eu devesse descartar isso, só por segurança…
Não faça isso, Mestre! A voz de Brakas soou, alarmada.
Por que não? Fernando indagou, com curiosidade.
Porque Brotos de Ninfas da Floresta são como bussolas que levam diretamente as Dryads e bem… Ao falar até aí, o Baiholder não pôde evitar começar a babar. Ninfas são extremamente deliciosas, um dos poucos alimentos que minha raça aprecia. Se usarmos isso, pode ser que consigamos capturar uma ou duas jovens Ninfas perdidas. Só de pensar em sentir aquele sabor delicioso novamente… Aliás, agora que aprendi algumas coisas interessantes como os Humanos, pode ser que eu as aprecie de mais formas!
Enquanto falava, pingos de saliva escorriam de sua boca, caindo no chão.
Vendo aquela cena bizarra, Fernando sentiu-se enojado de muitas formas, finalmente entendendo do porquê Ninfas consideravam os Beholders seus inimigos mortais. Mesmo não tendo nenhuma relação com elas, até ele sentiu vontade de ser seu inimigo mortal.
Enfim, vou deixar essa coisa aqui, ela pode ser útil em algum momento. Se pode ser usado para rastreá-las, também podemos usar isso para evitar encontrar essas coisas novamente. O jovem Tenente disse, então, quando estava prestes a retirar sua mente do Anel, lembrou de algo. E quanto a tarefa que lhe dei antes, como está o progresso?
Tarefa? Que tarefa, Mestre?
Ao ver a criatura se fingindo de idiota, o rapaz logo respondeu:
Se não sabe do que estou falando, então deveria reduzir a quantidade de Carne de Delgnor que você recebe. Talvez até cortá-la totalmente.
E-espera! Me lembrei, você fala daquele livro, certo? A criatura disse, de forma bajuladora, quando enfiou um dos tentáculos dentro do seu grande olho, retirando um enorme livro branco. Eu estou tendo algum progresso significativo, mas vou precisar de mais tempo. A linguagem nele é um pouco complexa.
Apesar de já ter visto isso antes, Fernando ainda se sentia enojado sempre que via o Beholder guardando ou tirando itens de dentro de seu olho.
Mas o que mais o desagradou não foi essa visão nojenta, mas o fato da criatura não estar realmente focando na tarefa que lhe foi atribuída. Mesmo que ele tivesse aumentado a quantidade de Carne e o Mana da Pedra, Brakas ainda não havia lhe dado qualquer retorno.
Apesar de não ter certeza do que era aquele livro, Fernando sabia que deveria ser importante, afinal Ferman havia feito questão de presenteá-lo com isso antes de partir.
Você tem até retornamos a Garância para terminar, ou esqueça sobre comer mais qualquer grama de Carne de Delgnor!
M-mestre, espere…
Antes que o Brakas pudesse sequer tentar argumentar, Fernando tirou sua mente de dentro do Anel de Aprisionamento, então fechou toda a visão e comunicação que ele tinha do mundo externo. Assim, o Beholder não poderia ver ou ouvir qualquer coisa do lado de fora do Anel, tornando-se uma verdadeira prisão.
Talvez isso o ajude a se concentrar. pensou, com um leve sorriso.
Naquela noite, Fernando, Raul e Lerona acordaram de se revezar na guarda. Eles iriam ficar seis horas ali, então sairiam ao amanhecer. Cada um ficaria duas horas de guarda, de forma que todos poderiam dormir ao menos quatro horas cada um.
Mesmo que todos ali tivessem corpos poderosos, já estavam há dois dias viajando o mais rápido que podiam, gastando mana loucamente e fazendo apenas curtas pausas para comer. Até Fernando, com seu Físico de um Tenente, estava começando a sentir sinais de fadiga.
Como o primeiro horário era o mais seguro, já que as Criaturas das Trevas ainda não estavam totalmente ativas, o jovem Tenente acabou ficando com o primeiro turno.
“Moleque, se você ver ou ouvir algo, grite feito uma garotinha!” Raul ordenou seriamente, quando se deitou na cama improvisada
“Eu ainda acho que só nós dois deveríamos ficar de guarda.” Lerona disse, preocupada, principalmente depois do que havia acontecido mais cedo naquele dia.
Havia todos os tipos de Criaturas das Trevas, principalmente próximo ao Pantâno Negro, se algo conseguisse pegá-los desprevenidos, mesmo Capitães não escapariam.
“Ruiva, relaxa. O moleque conseguiu escapar do encanto de uma Ninfa da Floresta, não deve ter muitas coisas que consigam matá-lo por essas bandas. Hahahaha!” Raul disse, rindo. “Se estiver com muito medo, pode deitar aqui do meu ladinho, eu te protejo.” O sujeito falou de forma provocadora, enquanto dava dois tapinhas no espaço livre em sua cama improvisada.
Em resposta a isso, Lerona apenas olhou de forma ameaçadora para ele, quando lhe deu o dedo do meio, deitando-se em sua própria cama.
Vendo isso, Fernando suspirou, imaginando que Raul realmente tinha talento para irritar as pessoas.
Pouco tempo depois, ao contrário das expectativas do jovem Tenente, que achou que os dois Capitães ficariam em alerta por um tempo, dois roncos suaves poderiam ser ouvidos. Ambos, Raul e Lerona, dormiram em poucos minutos.
Conseguir dormir em qualquer situação sempre que pode… Com certeza isso é uma adaptação importante para qualquer soldado. pensou, impressionado com a versatilidade dos dois. Mesmo que estivesse cansado, achava que seria difícil conseguir relaxar e dormir num ambiente hostil como esse.
Fernando estava sentado em sua cama, enquanto os dois Capitães estavam ao redor. Cada cama fora posicionada de maneira que formasse um triângulo, facilitando a observação ao redor e permitindo que cada um pudesse cuidar de um lado caso algo acontecesse.
Como estavam sozinhos e próximos de um local dominado por Criaturas das Trevas, o trio não se atreveu a acender uma fogueira. No lugar de ajudar a protegê-los e espantar animais, a claridade do fogo seriam como um enorme chamariz na floresta escura, atraindo criaturas noturnas até eles.
Ativando sua Visão Escura, o rapaz pálido olhou ao redor. Ocasionalmente ouvia alguns ruídos longínquos, bem como barulhos de galhos quebrando e sons de insetos semelhantes a grilos ou cigarras, mas apesar disso tudo, não conseguia ver nada que parecesse ameaçador.
Hora e outra ele via algum pequeno roedor aqui e ali, assim como alguns tipos estranhos de pássaros e insetos voando de um lado ao outro. Isso o fez perceber que em relação às florestas do Norte, dos entornos de Vento Amarelo, que pareciam tranquilas à noite, a mata da Zona Divergente era muito mais movimentada e rica com todo tipo de fauna.
Cruuu!
Ziiii!
Shsss!
Quão barulhento! Fernando reclamou, mentalmente.
Sons de pássaros e chiados soavam para todo lado, levando seus sentidos em alerta a loucura. Porém, de repente, todo o barulho diminuiu lentamente, até que cessou completamente.
A outrora mata, cheia de vida, havia se calado.
O que é isso? pensou, enquanto olhava de um lado ao outro, preocupado, pronto para reagir ao menor sinal de inimigos. Algo definitivamente está por perto.
Mesmo que não pudesse ver, Fernando sentiu um arrepio nos pelos de seu braço. Ele podia sentir que algo os observava a partir da escuridão.
De repente, algo quebrou finalmente o estranho silêncio.
“Alguém me ajuda, por favor!”

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