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    O som da multidão explodiu como uma onda viva que sacudiu as paredes do coliseu. Mas havia algo diferente naquela vibração. Os aplausos não vinham com o mesmo fervor patriótico de antes, nem com a simples sede de sangue. Eles carregavam respeito. Um pesar admirado.

    Redgar caminhava em silêncio em direção à passagem que levava à Cidade dos Corajosos. Seus passos firmes ecoavam no chão coberto de sangue e poeira, mas ele sabia… Aquela ovação não era para ele.

    Do outro lado da arena, dentro da sala de espera dos combatentes, seus companheiros observavam a cena com olhos arregalados.

    — Não era pra ele lutar assim! — esbravejou Any, dando um soco contra a parede de pedra.

    — Ele está se deixando dominar… — rosnou Marco, igualmente indignado. — Está confiando que aquela armadura vai conter as emoções!

    Cassian e Helick trocaram um olhar silencioso. Os dois príncipes pareciam sentir o mesmo calafrio que pairava sobre os outros.

    — A armadura está mesmo ajudando ele a se manter no controle? — perguntou Cassian, com a voz um pouco mais baixa, como se temesse a resposta.

    Helick manteve os olhos fixos na arena, onde soldados ossuianos arrastavam o corpo inerte de Ghun para fora. O silêncio do público contrastava com os aplausos anteriores.

    — Não sei se chamaria isso de controle, — respondeu por fim, a voz tensa.

    Seu olhar se ergueu até a arquibancada monumental que circundava o coliseu. Lá estavam os aplausos — mas não por Redgar. A reverência ia para o homem que tombara. Ghun. Um guerreiro ossuiano que morrera defendendo seu posto. Mesmo dentro da sala de preparação, outros guerreiros batiam palmas em respeito. Rhyssara, sentada entre eles, juntava-se aos aplausos com uma solenidade que não deixava dúvidas quanto ao significado daquele momento.

    — Isso não é bom, — murmurou Helick, aproximando-se da imperatriz. — Somos forasteiros. De Lyberion. Um dos nossos acabou de matar um dos deles… Isso pode se tornar um problema?

    Rhyssara cessou suas palmas com elegância e voltou-se para o príncipe.

    — Jamais. — disse com firmeza. — A morte dele foi em combate, defendendo sua posição na hierarquia do império. É a forma mais honrosa de morrer por aqui. Em Ossuia, um guerreiro que cai tentando se provar é visto como corajoso. Ele será lembrado. Honrado. Não odiado.

    No centro da arena, as atenções se voltaram novamente para Hermes. A figura altiva ergueu os braços, sua voz clara e potente reverberando pelos arcos de pedra.

    — SENHORAS E SENHORES! — bradou com entusiasmo — Hoje vimos a queda de um verdadeiro guerreiro! Ghun, das armas da ciência. Ele lutou com honra, defendendo sua posição diante de todos os deuses e de toda Ossuia! Ele mostrou a Dungrin que somos os mais destemidos dos descendentes de Terramara! Ele mostrou a Drakoth que não temos medo da batalha e que não temeremos se um dia tivermos que morrer em batalha defendendo nossa liberdade! E acima de tudo, ele mostrou a todos os deuses que não importa a batalha, nunca recuaremos e para sempre lutaremos!

    A multidão irrompeu em outro aplauso misturando respeito e propósito.

    — Nossos corajosos não temem a morte. Porque em Ossuia, cair tentando se provar é uma vitória por si só! Cada batalha, cada morte, cada passo manchado de sangue neste solo é uma lembrança de que ainda somos fortes. De que ainda honramos o legado de Edgar, o fundador de nossa glória! Ossuia é para os fortes, para os valentes, e os que caem tentando ascender são os mais valentes de todos!

    O público rugiu em resposta, energizado pela reverência ao guerreiro caído.

    — E AGORA… — Hermes ergueu ainda mais a voz, devolvendo o clima de espetáculo. — Seguiremos para o próximo combate! Nosso próximo combate trará mais um desafiante vindo de fora de Ossuia! Um forasteiro que ousa pisar nesta terra sagrada em busca de ascensão!

    As arquibancadas explodiram em murmúrios, alguns de escárnio, outros de pura expectativa.

    — Ele desafiou um um espadachim refinado, um mestre das lâminas e do vento! Seu nome ecoa nas arenas internas, nos salões de desafio e nas crônicas dos que buscam a glória! Preparem-se para… STRONGER DOS VENTOS RODOPIANTES!

    O público rugiu. Gritos, assobios, cantos e tambores vibraram como trovões. Hermes fez uma breve pausa, deixando a tensão crescer.

    — Que os deuses julguem seus passos… e que Ossuia receba apenas os dignos!

    Dentro da sala de espera, Marco apertou a fivela que segurava a bainha da espada na lateral do corpo. O som metálico pareceu marcar o início de sua concentração.

    — Finalmente chegou a minha vez, — disse com um sorriso confiante, lançando um olhar determinado para os companheiros. — Vejo o restante de vocês do outro lado, na Cidade dos Corajosos.

    O grupo se aproximou. Any cruzou os braços, mas seus olhos diziam mais do que qualquer conselho. Cassian assentiu com um leve sorriso. Helick apenas murmurou:

    — Boa sorte, Marco.

    Tály entusiasmada deu um soco em direção a Marco que desviou no último segundo.

    — Que isso Tály!

    — Arrebenta ele! — falou ela com um sorriso divertido e confiante para o companheiro.

    Ele acenou uma última vez para o grupo e atravessou o corredor de pedra, entrando na arena.

    O calor da multidão, os olhos atentos e a poeira suspensa no ar davam ao momento uma intensidade única. Do outro lado do campo, surgia Stronger.

    O homem parecia no auge de seus trinta anos, com vestes brancas adornadas por detalhes esverdeados que lembravam brumas e redemoinhos em movimento. Cada passo dele era cheio de precisão e orgulho.

    — Então foi você que me está causando este transtorno? — apontou Stronger com arrogância. — Eu estava me preparando para desafiar um dos moradores da Cidade do Ferro e ascender mais uma vez… e você vem e me obriga a pisar nessa arena inferior outra vez. Claro que tinha que ser um forasteiro. Um ossuiano que vive na Muralha Externa jamais me desafiaria. Vamos acabar logo com isso.

    Ele falou enquanto sacava a espada, mal assumindo uma postura de combate.

    — Uau… que arrogância, — ironizou Marco, sacando a espada e girando-a habilmente entre os dedos antes de entrar em posição. — Dizem que em Ossuia não existem nobres, mas você tem a essência de um.

    — Aceitarei como um elogio, — riu o homem, cheio de si. — Farei com que acabe no primeiro ataque. Tenho mais o que fazer.

    Hermes ergueu o braço em silêncio, e as trombetas soaram pela arena.

    O combate iria começar.

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