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    Stronger girou a lâmina com movimentos refinados e quase coreografados, como se dançasse ao som de uma música que só ele podia ouvir. A espada, longa e curva, parecia feita de prata líquida envolta por brumas em espiral. Suas vestes, brancas com detalhes esverdeados, flutuavam com leveza enquanto os ventos começavam a se erguer ao seu redor.

    Seus pés mal tocavam o chão quando uma corrente de ar girou ao redor de seu corpo, levantando poeira e girando como uma tempestade contida. Seus olhos estavam fechados, e os cabelos lisos e curtos balançavam com elegância no redemoinho crescente. Mas antes que completasse sua dança ritualística, um som metálico rasgou o ar.

    Marco avançara com a velocidade de uma flecha, sua espada interceptando a de Stronger num ângulo preciso. O impacto sacudiu o braço de Stronger, que recuou dois passos, surpreso.

    — Que deselegante! — exclamou ele, com indignação. — Interrompendo a canalização de um oponente!

    — Você não acha mesmo que, em um combate real, o inimigo vai esperar que você termine, né? — rebateu Marco, com um meio sorriso, sem esconder o deboche.

    Stronger arqueou uma sobrancelha, observando com mais atenção a lâmina de Marco. O metal espelhado capturava a luz do coliseu e devolvia seu reflexo, distorcido e arrogante.

    — Bela lâmina… Reflete a luz como um espelho. — disse ele, com um meio-tom de admiração e desprezo. — Uma pena que eu irei destruí-la.

    Com um grito curto, Stronger empurrou Marco para longe com um golpe de força bruta. O vento explodiu entre os dois como um trovão seco. Marco recuou alguns passos, mas manteve o equilíbrio e riu de canto.

    — Não vou deixar que canalize seu poder, se é o que está pensando.

    Stronger ergueu a espada novamente, e seus olhos reluziram com uma raiva fria.

    — Não preciso que espere. Aquela dança era para eu usar meu golpe mais poderoso. — Sua voz ficou mais grave. — Queria acabar com isso rápido, com apenas um golpe… para que não sofresse. Mas já que escolheu me interromper…

    Ele ergueu o corpo num impulso e os pés deixaram o chão.

    — IREI TE FAZER SANGRAR ATÉ QUE DESISTA… OU MORRA!

    Stronger avançou como um raio — mas sem tocar o chão. Ele surfava nos ventos, cortando o ar em linha reta como uma flecha viva.

    Marco também avançou, com os olhos fixos no oponente. Curiosamente, ele também não tocava mais o solo. Ele flutuava nos ventos igualmente ao seu adversário.

    As espadas colidiram.

    Um trovão metálico cortou o ar. O impacto os afastou por instantes. Mas antes que a poeira se assentasse, ambos voltaram ao ataque.

    Stronger deslizava pelo vento como um dançarino alucinado, sua espada traçando curvas em espiral e ataques diagonais que pareciam vir de todos os ângulos ao mesmo tempo.

    Marco, no entanto, respondia com precisão quase sobrenatural. Cada golpe era aparado com a lâmina reluzente. Seus braços se moviam como reflexos de um espelho, copiando a velocidade e a intenção do adversário — mas ao contrário.

    CLANG! CHK! VRAAAM!

    O ar tremia ao redor deles.

    Stronger rodopiou e tentou um corte lateral, mas Marco imitou o movimento com precisão espelhada fazendo as lâminas se chocarem.

    Num piscar de olhos, Stronger reapareceu por cima, descendo a espada com força, mas Marco girou o corpo, deslizou no ar como um reflexo distorcido, e bloqueou novamente.

    Era como se lutasse contra um espelho.

    A plateia prendia o fôlego. Cada movimento era uma dança de aço e vento.

    A luta estava equilibrada. E ninguém queria piscar.

    Stronger recuou com um salto giratório, o peito arfando, e os olhos cravados em Marco. Sua expressão já não era de arrogância — era de espanto contido.

    — Como…? — murmurou, apertando o cabo da espada. — Ele copia meus golpes…, mas inverte o ângulo… e antecipa a reação. Até mesmo minha magia de flutuação nos ventos ele está copiando… Será que ele também consegue comandar o ar?

    Hermes estava eufórico.

    — SENHORAS E SENHORES! MARCO ESTÁ LUTANDO COMO SE FOSSE UM VERDADEIRO ESPELHO CONTRA STRONGER! SE SEU ADVERSARIO ATACA PELA DIREITA ELE INTERCEPETA PELA ESQUERDA! SE O ATAQUE VEM DE CIMA ELE CONTRA GOLPEIA POR BAIXO! O QUE SERÁ QUE É ISSO QUE ESTAMOS VENDO?

    Stronger rangeu os dentes.

    — Isso não é só reflexo. — disse entre os dentes, avançando mais uma vez. — É leitura de combate. Ele enxerga meus movimentos antes que eu faça.

    Marco não respondeu. Estava com a cabeça levemente inclinada, como se já soubesse o que viria a seguir. Seu corpo, em suspensão, mantinha o centro de gravidade tão estável que parecia estar em terra firme.

    Stronger rodou a espada nas mãos, criando mais um turbilhão de vento ao redor. Seus olhos agora tinham um brilho diferente — respeito e fúria.

    — Então me mostre… até onde vai esse reflexo, Marco do Espelho.

    Stronger pairou no ar, girando a espada em um movimento amplo, como um maestro prestes a reger a fúria dos céus. Seus olhos cintilavam, e as vestes brancas com bordas esverdeadas começaram a se agitar como se fossem feitas do próprio vento.

    Algo dizia para Marco que aquele era o tal do ataque mais forte. Dessa vez ele não interrompeu a conjuração. Marco queria enfrentar aquilo.

    Stronger ergueu a lâmina acima da cabeça.

    — Magia do Vento! — bradou, com a voz carregada de poder. — Fúria Celeste dos Mil Cortes!

    O coliseu pareceu estremecer enquanto Hermes gritava a plenos pulmões:

    — AÍ ESTÁ! O ATAQUE QUE DEU O DIREITO DE STRONGER ASCENDER PARA A CIDADE DOS CORAJOSOS E QUE PODE ATÉ MESMO LEVA-LO A CIDADE DE FERRO! A FÚRIA CELESTE DOS MIL CORTES!!!

    O ar ficou denso, pesado… e então, explodiu.

    Uma tempestade irrompeu ao redor de Stronger. Ventos em espirais esverdeadas se levantaram como serpentes aéreas, dançando ferozes em todas as direções. Cortinas de vento tão afiadas quanto lâminas de aço avançaram em uma espiral devastadora. O céu acima da arena escureceu levemente, como se a própria natureza recuasse diante daquele poder.

    As brumas giravam ao redor de Stronger, fundindo-se com os ventos para criar um espetáculo hipnotizante — e letal. Cada rajada deixava sulcos no chão de pedra, explodindo fragmentos para os lados. Algumas ondas cortantes se chocavam contra as paredes da arena, deixando marcas fundas nas estruturas de pedra antiga.

    — Esse é o poder de quem ousa ascender em Ossuia! — gritou Stronger, com a voz tomada pelo vento. — Quebrar você será apenas o prelúdio da minha próxima conquista!

    Marco sorriu.

    Enquanto a tempestade rugia ao redor dele e os ventos cortantes rasgavam o céu, aquele sorriso sereno surgiu em seus lábios. Seus olhos refletiam não o medo, mas a compreensão.

    “Então este é a extensão do poder dela…”

    Pela primeira vez desde que a vestira, Marco entendeu o real valor da armadura que havia recebido nas Montanhas de Patrock. O metal antigo e discreto, entalhado com inscrições arcanas que imitavam a sua armadura do exército lyberiano, vibrava levemente sobre sua pele, reagindo à magia no ar.

    Normalmente, para copiar uma técnica mágica, Marco teria que se arriscar, entrar em contato direto com o ataque, decifrar sua natureza no impacto e então replicá-la com sua espada espelhada. Era sempre uma manobra perigosa, que exigia timing e sangue frio.

    Mas ali… ali era diferente.

    “Essa armadura está fazendo o trabalho pesado pra mim.”

    Cada vez que sua lâmina refletia a do oponente, uma leitura era feita. A conexão entre os ARGUEMs — a espada espelhada de Marco e a lâmina dos ventos de Stronger — permitia um breve toque entre as duas manas, como se as essências trocassem sussurros num campo de batalha silencioso.

    A armadura recebia esses sussurros. Traduzia-os.

    Ajudava sua mana a compreendê-los completamente.

    Agora, não importava quantos ventos furiosos Stronger conjurasse. Não importava o nome do feitiço ou a força da tempestade.

    Marco levantou a espada espelhada, e nela cintilava um reflexo esverdeado — o reflexo da tempestade.

    Brilhos cortantes surgiram ao seu redor. Não eram rajadas comuns — eram idênticas às de Stronger. Uma por uma, as serpentes de vento esverdeadas que cercavam Marco ganharam forma, cópias perfeitas daquelas que rasgavam o coliseu.

    Hermes ficou boquiaberto na narração: — E-ESPERE UM POUCO! O QUÊ?! COMO— ELE— ISSO É UMA IMITAÇÃO? NÃO! É… É A MESMA MAGIA!

    Stronger, pairando no ar, viu aquilo e arregalou os olhos. Pela primeira vez, seu semblante se quebrou. A tempestade que girava ao seu redor parecia ter encontrado um espelho… um espelho que agora soprava a mesma fúria contra ele.

    Marco girou a espada lentamente, em perfeita sincronia com o movimento que Stronger fizera antes.

    — Fúria Celeste dos Mil Cortes, — murmurou ele. — Refletida.

    E então… as duas tempestades colidiram.

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