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Capítulo 113 — Choque Térmico
Por um instante, tudo pareceu se calar.
Brann permanecia parado no centro da arena, os braços abertos, a respiração irregular e pesada. O chão sob seus pés começava a trincar, como se a própria terra estivesse recusando conter o que estava por vir.
E então, aconteceu.
Com um estrondo surdo, a mana explodiu de dentro de seu corpo como uma labareda que rompeu todos os limites. Chamas douradas e carmesim se ergueram ao redor dele, consumindo o ar e deformando a paisagem como uma miragem flamejante.
O corpo do bárbaro ficou envolto em fogo vivo, e por um segundo, ele pareceu mais uma entidade do que um homem.
Os músculos de Brann se tensionaram como cordas prestes a romper. Veias saltaram em seu pescoço e braços, brilhando como rios de lava sob a pele. Era visível a luta interna: seu corpo humano não estava feito para conter tamanha energia.
Essa era a verdade por trás de uma OverSkill — o momento em que se invoca mais mana do que o ARGUEM pode suportar, ultrapassando os limites naturais da carne e da mente.
Era um poder que cobrava um preço.
Brann gritou, e o som pareceu fazer o ar vibrar.
Sua pele ardia, seus olhos eram dois sóis coléricos.
As runas de seus machados estavam agora completamente iluminadas, quase derretendo.
E então ele se moveu.
Helick não viu.
Ele sentiu.
Um impacto brutal acertou o flanco de Helick, advindo das costas do machado de seu oponente, e por um instante tudo pareceu girar. Seu corpo foi lançado como um boneco contra o chão congelado, os ossos chacoalhando por dentro de seu corpo, no limite para não se quebrarem.
Antes mesmo que pudesse pensar em se levantar, o homem já estava acima de sua cabeça.
Já estava sobre ele novamente.
Um golpe vertical de seus machados incandescentes desceu, e Helick ergueu sua lâmina por instinto, formando uma barreira de gelo espessa. Mas o machado rasgou o escudo como papel molhado e empurrou o príncipe de joelhos.
Mal teve tempo de respirar antes que um segundo ataque, um giro horizontal que varria o ar como uma tempestade flamejante, se aproximasse com fúria total. Helick se jogou para o lado, rolando por cima da casca de gelo ensanguentada que havia se formado no solo, enquanto o golpe explodia contra o chão e o gelo estilhaçava em todas as direções.
Mais um.
Brann avançava com os dois machados, agora em um estilo de combate frenético e animalesco.
Um cruzado com o machado direito, seguido de um gancho ascendente com o esquerdo, ambos traçando arcos flamejantes no ar. As lâminas incandescentes rugiam como fornalhas vivas. Helick tentou reagir, invocando correntes finas de gelo para interceptar os braços do bárbaro, mas elas derreteram no contato, evaporadas pelo calor monstruoso que irradiava dos ARGUEMs de Brann.
O calor era real.
O ar queimava nos pulmões de Helick e os seus reflexos começavam a falhar. Ele estava lutando para não desmaiar.
Ainda assim, recusava-se a cair.
Com concentração e um pensamento rápido conjurou um escudo curvo de gelo azul-claro e usou a lâmina do ARGUEM para firmá-lo à frente do corpo. O machado de Brann caiu com força tão absurda que o escudo explodiu em cristais afiados que cortaram o rosto de Helick.
Recuando, o príncipe estalou os dedos, criando espinhos congelados ao redor de si, obrigando Brann a recuar um passo. Foi o que bastou para Helick reagrupar sua mana e canalizar energia nas pernas. Saltou para o alto, preparando um contra-ataque, mas…
Mas Brann já estava no ar.
O bárbaro o seguiu, movendo-se em pleno voo com a força do impulso de um giro violento, os machados em chamas traçando um arco de destruição que quase arrancou a cabeça de Helick.
O príncipe desviou por milímetros, girando no ar e aterrissando com um rolamento pesado, mas mal havia tocado o solo quando Brann já estava sobre ele de novo.
Outro golpe.
Dessa vez, Helick segurou firme, criando uma coluna de gelo ascendente do chão que explodiu como uma parede entre eles, empurrando Brann para trás com força bruta.
Mas o bárbaro perfurou a coluna com os dois machados cruzados, rompendo a estrutura cristalina como se fosse feita de vidro fino.
Helick escorregou para trás, os pés mal firmes, o peito arfando.
A pressão era insuportável.
E Brann ainda sorria, os olhos ardendo como brasas, a pele já rachada em certos pontos, se consumindo junto com seu poder.
Helick tentava manter o foco.
Tentava pensar.
Ele sabia que aquilo devia estar doendo. Não parecia ser confortável o jeito que a mana o consumia.
Mas havia apenas o calor, os golpes, a fúria incandescente que irradiava do bárbaro à sua frente.
O príncipe cerrava os dentes.
Não podia cair.
Ainda tinha que encontrar o sentido naquela visão. Ele precisava chegar até o Castelo Negro e sabia que a ascensão para a Cidade dos Corajosos era apenas o primeiro passo. Faltava mais duas ascensões para alcançar seu objetivo e Helick tinha ciência de que, teoricamente esse era o passo que deveria ser o mais fácil.
Mas uma dor lancinante interrompeu seus pensamentos. Foi quando um golpe o atingiu no estômago.
Seu corpo ameaçou desmaiar, os olhos piscavam.
Precisava lutar para não apagar.
“Fique em pé”, dizia sua mente.
“Fique em pé!”
Brann, por outro lado, parecia uma chama indomável, com os cabelos de sua barba se erguendo como labaredas e os machados agora deixando rastros de luz por onde passavam.
Do lado de fora da arena, o público estava em choque absoluto.
Nunca haviam presenciado nada igual. Nem mesmo a OverSkill de Tály conjurada a poucos momentos não se comparava aquilo.
E, observando tudo com olhos semicerrados, Rhyssara murmurou:
— OverSkill… — Falou a Imperatriz, seus olhos parecendo não enxergar mais Brann, apenas o poder que ele fora capaz de invocar. — Quanto nossas chances não aumentariam na guerra que se aproxima se dominássemos tal poder…
Helick cambaleava. O calor ao redor o fazia delirar, seus pensamentos eram turvos, sua visão dançava entre formas borradas. E ainda assim… ele sentia.
Sentia que havia uma lógica por trás do caos.
Brann rugia como uma besta, avançando novamente com seus machados em arcos amplos, cegos, impetuosos. Cada passo deixava rastros de brasas no chão. Mas Helick, mesmo semi-consciente, mesmo no limite… observava.
O calor. A combustão.
Era poder demais para um corpo só.
E então, veio o pensamento — a centelha fria da estratégia:
“Se ele está queimando por dentro… eu posso apagar por dentro também.”
Helick cerrou os dentes, firmando o pé, o corpo ainda tremendo. Em vez de conjurar gelo para fora, tentar contra-atacar, ele fez diferente. Mergulhou a mana para dentro de si mesmo, um gesto arriscado, quase suicida. Seu coração parecia querer congelar, e cada respiração era como engolir navalhas de gelo.
Sua pele empalideceu.
Veias azuladas começaram a surgir por seu pescoço e braços enquanto ele segurava sua espada, seu ARGUEM, com determinação — não de mana externa, mas da circulação fria que ele forçava para dentro de si. Era um controle absoluto, perigoso, mortal. Mas era isso ou cair.
Brann veio com força total.
Helick não desviou.
No momento do impacto, ergueu os braços segurando firme a espada, agora envolto por uma aura gelada quase invisível. Os machados colidiram com a lâmina com fúria. A dor do impacto foi insuportável. Mas foi o toque que importava.
A conexão.
O gelo passou de Helick para Brann.
Como uma corrente elétrica invertida, a mana percorreu o metal do machado, depois os braços do bárbaro. Mas não era um ataque direto. Era um choque térmico interno — o frio entrando em contraste com o calor extremo da OverSkill.
Brann gritou.
O som foi mais de dor do que de raiva. Seu corpo, já no limite, reagiu com convulsões de energia. Os machados vacilaram. O calor ao redor oscilou. Por um segundo, as chamas ao redor dele pareceram perder cor, como se a realidade vacilasse com a súbita inversão.
Helick aproveitou.
Com um movimento rápido e arriscado soltou uma de suas mãos do cabo da espada e criou um punhal de gelo curto, não para atacar, mas para tocar o peito nu do bárbaro, canalizando o último resquício de mana fria diretamente no núcleo do corpo do oponente.
O rosto de um lobo branco pareceu se formar no local de contato do punhal e o peito de Brann e então… o fogo apagou.
Brann caiu de joelhos quando o punhal entrou para dentro de seu peito e congelou seu fluxo de mana.
Seus machados despencaram no chão, as runas ainda crepitando fracamente. Vapor subia de seu corpo, e sua barba flamejante se dissolvia em cinzas.
O bárbaro arfava, surpreso, o olhar fixo no príncipe à sua frente — agora tão pálido quanto a neve ao redor.
Helick viu seu oponente cair como rocha sólida no chão.
Mais uma vez naquele dia, o ambiente que estava lotado de pessoas eufóricas e cheias de ânimo se calou em surpresa. Hermes parecia não conseguir narrar o que acabara de presenciar.
— O… o vencedor é Helick… — Falou ele como se o foco de sua fala não fosse a vitória em si. — Senhoras e Senhores, desde que se tem registros e conhecimento sobre a extinta técnica de nome OverSkill, abandonada por seus malefícios ao usuário… Bem isso não importa. O que importa é que antes dela ser banida, era conhecida como a técnica definitiva da humanidade. A supremacia do poder incontrolável da mana. Ela nunca em sua história havia sido derrotada em combate contra alguém que também não a utilizou… Este é um momento histórico!
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