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    A sala de preparação vibrava com o som da arena. A vitória de Helick parecia ter estremecido as paredes. Acima, a voz exaltada de Hermes ainda ecoava pelos arcos de pedra da arquibancada.

    — […] Nunca antes na história uma OverSkill foi derrotada por alguém que não a utilizou!

    Na sala de preparação Cassian ergueu os braços no ar com um sorriso largo, como se ele tivesse vencido.

    — Hah! Eu sabia que ele ia conseguir! — exclamou, rindo e batendo palmas. — Helick é incrível mesmo…!

    Any não respondeu de imediato. Seus olhos estavam fixos na arena. Havia algo além da vitória. Algo que lhe prendia a atenção.

    — Ele não venceu porque era mais forte… — murmurou. — Ele venceu porque foi mais inteligente.

    Cassian virou-se para ela com um leve arqueamento de sobrancelha, mas foi Rhyssara quem tomou a palavra, sentada mais atrás, os dedos cruzados sob o queixo.

    — Helick realmente não parece ser feito do mesmo sangue que você.

    Cassian franziu o cenho, confuso.

    — O que quer dizer?

    Rhyssara ergueu os olhos lentamente, encarando-o.

    — É exatamente o que Any disse. — disse ela, com aquela frieza elegante de quem pesa cada palavra. — Quando você lutou contra Sanur nas montanhas, transbordou mana como um rio rompido, atingindo um patamar altíssimo, sim… mas sem controle. Força bruta, sem estrutura.

    — Mas eu ganhei — retrucou Cassian.

    — Ganhou porque Sanur não esperava aquela evolução abrupta. E porque seu corpo aguentou o impacto. — Rhyssara rebateu sem hesitação. — Mas hoje… Helick estava em clara desvantagem. Brann era mais poderoso e um counter natural. A pressão da mana dele era esmagadora. Qualquer outro teria tentado igualar a força. Mas Helick não. Ele não tentou ser mais forte… tentou ser mais preciso.

    Any assentiu em silêncio, os braços cruzados.

    — Cada movimento dele foi calculado. No começo, quando tentou enfrentar Brann de igual para igual, não conseguiu nenhum resultado real — exceto nas correntes de gelo, que pareciam virar a luta. Mas a magia de fogo de Brann logo reverteu a vantagem. Foi só quando Helick passou a usar o gelo como resposta, não como ataque, que começou a mudar o rumo do combate. Ele deixou de lutar para vencer… e passou a lutar para sobreviver até encontrar uma brecha.

    Rhyssara inclinou-se ligeiramente para frente, os olhos fixos em Cassian.

    — Em termos de poder bruto, você atingiu algo maior. Mas se lutassem agora… e se você não o derrotasse no primeiro impacto… Helick venceria. Porque ele pensa friamente. E combate, príncipe, não é sobre quem tem mais poder. É sobre quem fica de pé por último.

    Cassian absorveu as palavras de Rhyssara e refletiu por um breve momento, o olhar agora voltado para a arena, onde Helick se aproximava do corpo desmaiado de Brann.

    O príncipe mais novo de Lyberion ajoelhou-se ao lado do oponente e tocou com dois dedos o pescoço dele, verificando os sinais vitais. Brann ainda respirava. Os batimentos eram fracos, mas estavam lá. Helick suspirou, aliviado.

    — Espero que a OverSkill não roube suas habilidades — murmurou, mais para si mesmo. — Se você conseguir dominar esse poder sem ela… será uma arma valiosa na guerra que se aproxima.

    Ele ergueu-se lentamente, lançando um último olhar para Brann antes de caminhar em direção ao portão que dava acesso à Cidade dos Corajosos. Do alto da arena, a voz de Hermes ecoava com entusiasmo renovado.

    — Que dia, senhoras e senhores…! Sem dúvida fomos agraciados pelos deuses com combates memoráveis! Vimos limites sendo superados, estratégias impensáveis sendo executadas, e a confirmação de que ainda há muito potencial em nossa raça. Embora… — sua voz baixou o tom num fingido pesar — …seja uma pena que os estrangeiros estejam levando a melhor em todas as lutas.

    Algumas vaias se misturaram aos risos e aplausos da multidão.

    — Mas o espetáculo ainda não terminou! Ainda restam três combates neste dia glorioso! Um deles, inclusive, contará com a presença de nossa ilustre imperatriz!

    A arena explodiu em aplausos e gritos empolgados.

    — E se já vimos o príncipe mais novo… que tal agora o herdeiro do trono de Lyberion?!

    O rugido da plateia foi quase ensurdecedor.

    — Aquele que, segundo rumores, derrotou o líder da temida guilda da Fornalha Proibida! Um feito grandioso! Senhoras e senhores, com vocês… o príncipe herdeiro de Lyberion: Cassian Havilfort!

    Cassian respirou fundo. O coração batia acelerado, não por medo, mas por empolgação. Virou-se para Any e Rhyssara com um sorriso confiante, inclinando a cabeça em um gesto leve de despedida.

    — Vejo vocês do outro lado.

    Deixou a sala de preparação com passos firmes, e ao pisar na arena, ao contrário do que foi com Helick, foi recebido como um verdadeiro herói. A multidão o saudava com gritos e palmas. Cassian retribuía com sorrisos e acenos. Parece que Helick havia ganhado a simpatia da plateia que agora saudava o irmão mais velho.

    — Ouvi dizer que ele é mais forte que os líderes de guilda dos anões! — murmurou um homem nas arquibancadas, de olhos arregalados.

    — O quê?! Então ele pode chegar fácil ao Castelo Negro! — exclamou outro, empolgado.

    — Mal posso esperar pra ver ele lutando! — disse um terceiro, batendo palmas com entusiasmo. — Tudo bem que esses lyberianos são nossos rivais há eras, mas temos que admitir… são a elite daquele reino.

    — É… Pena que só vão encontrar oponentes de verdade quando chegarem à Muralha de Ferro. — comentou alguém num tom mais contido.

    — E nós não podemos assistir aos combates lá… — respondeu o homem ao lado, cruzando os braços com um suspiro. — Uma pena mesmo. As lutas de verdade só começam lá.

    — Estão esquecendo de uma coisa… — murmurou uma mulher, inclinando-se para frente com um olhar afiado. — Já viram contra quem ele vai lutar agora?

    Todos se calaram. A expectativa se espalhou como fogo em palha seca.

    Hermes ergueu a voz, o tom carregado de teatralidade:

    — E agora, para desafiar o príncipe herdeiro… um veterano da Cidade dos Corajosos! Conhecido por muitos como um dos guerreiros mais fortes a não ter subido à Muralha de Ferro… por escolha própria! Dizem que poderia ter ascendido há anos, mas preferiu manter sua vida estável aqui, como instrutor, caçador e campeão local… Com vocês… Trenton!

    A arena explodiu novamente — mas agora com uma energia diferente. Uma mistura de respeito, temor e excitação. O nome ecoou várias vezes como um trovão contínuo: “Trenton! Trenton! Trenton!”

    Um homem alto e robusto caminhava lentamente até a arena, envolto em um manto escuro que escondia parte da armadura. Seus passos tinham o peso de alguém que conhecia a arte da guerra e não precisava provar mais nada a ninguém.

    E assim, mais um combate prestes a começar… entre o brilho da promessa e o aço da experiência.

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