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    O dia amanheceu e o cantar de galo-gaivotas ecoou nos ouvidos de Helick. O príncipe se levantou amarrando seu longo cabelo castanho em um rabo de cavalo e se preparou para vestir suas vestes do dia anterior. Estavam encharcadas de suor e sangue, mas não seria cordial da parte dele pedir para que sua roupa fosse lavada sendo um visitante.

    Ele procurou a roupa costurada pelos anões da guilda Forja Ancestral mas não a encontrou onde havia deixado.

    Na mesa que ficava no centro do quarto ele viu outra peça de roupa dobrada e com uma carta encima.

    O príncipe leu atentamente os belos traços no papel.

    “Sua roupa estava imunda de seu suor e do sangue de seu oponente, e como seu anfitrião, eu Suzano SkyFall, não posso permitir que se vista novamente com aquela imundice. Pedi para que Kadia lavasse suas vestes. Vista esse conjunto leve que separei para que possamos explorar as margens do Rio Vida. O café da manhã já estará posto quando acordar.”

    Helick terminou a leitura e logo abaixo tinha um garrancho que parecia a assinatura do anfitrião.

    “Eu Suzano?” riu Helick sozinho enquanto pensava. “Aposto que foi Kadia que escreveu isso.”

    O príncipe pegou sua nova roupa e se vestiu. Era um conjunto realmente leve. Uma blusa sem mangas e uma calça incrivelmente curta e de tecido leve que ia até os limites de seus joelhos. A roupa exibia grande parte de seu porte atlético, era quase vulgar para os padrões lyberianos.

    Ao descer as escadas ele viu que todos estavam presentes reunidos na sala principal e um banquete estava prestes a ser servido.

    Com mais um olhar clínico ele percebeu que faltava uma única pessoa.

    Cassian desceu os degraus atrás dele.

    — Não me atrasei muito não é? — cumprimentou o herdeiro de Lyberion.

    Seus olhos pareciam pesados de sono ainda, mas se arregalaram quando olhou para os demais na mesa.

    Suzano, Morgan, Redgar e Marco usavam roupas leves e curtas como eles, mas as mulheres ali presentes…

    Elas usavam apenas tiras de tecido colados que tampavam apenas o essencial. Parecia que elas haviam esquecido de terminar de se vestir e que usavam apenas roupas íntimas de exibição.

    Rhyssara usava peças em vermelho com bordados negros, que combinavam com perfeição com seus cabelos ruivos e pele branca e brilhosa. O decote totalmente à mostra fazia os neurônios de Cassian ferver, mas a peça por baixo… Ah essa sim foi um tiro no meio do peito do príncipe. Seria quase impossível olhar os olhos azuis da imperatriz com algo tão chamativo e tão curto. Ele não via peças tão curtas nem mesmo nas meretrizes do Bar de Ciscer. Era realmente como uma roupa íntima, não, era mais curta que isso.

    As outras duas mulheres usavam roupas similares, porém que mostravam um pouco menos. Tály usava um conjunto verde jade belíssimo e que caia muito bem com sua pele morena , mas era um tecido mais largo e que tampava seus seios sem decote, mas bem colado e rente a altura de seus cabelos negros trançados. A peça inferior acompanhava a cor principal do superior, mas era como um vestido curtíssimo que revelavam as curvas de suas coxas e nádegas conforme ela se movimentava para pegar frutas na mesa.

    Kadia, por sua vez, parecia vestir algo ainda mais provocador, mas de outra maneira. Usava um tecido branco, fino e delicadamente trançado, com as peças superiores e inferiores ligadas por tiras na lateral, deixando recortes que revelavam mais do que escondiam. O contraste do tecido branco com a pele escura a evidenciava ainda mais e Cassian mal percebeu quando uma gota de sangue escorreu de seu nariz.

    Um tapa nas costas o arrancou do transe.

    — Se recomponha! — ordenou Helick, com a voz mais dura do que pretendia.

    Cassian se virou para encarar o irmão e não conteve uma risada ao ver o rosto de Helick tão vermelho quanto um pimentão, a outra mão tentando disfarçar algo na parte da frente da calça.

    Mais à frente, Rhyssara, que até então conversava distraída com as outras mulheres sobre assuntos aparentemente triviais, ergueu os olhos e os encarou.

    — O que estão fazendo aí parados? Venham logo e comam. Vamos sair em breve.

    Sem alternativa, os dois desceram e se acomodaram ao lado dos outros homens. Cassian, ainda ajeitando a postura, não resistiu à curiosidade. Mesmo não gostando de Morgan, inclinou-se um pouco e sussurrou:

    — Por que elas estão vestidas assim? Isso é… comum por aqui?

    Morgan, com um sorriso preguiçoso, bebia calmamente um refrigerante de uva. Engoliu devagar antes de responder, sem pressa:

    — O que foi? Achei que Lyberion fosse um reino litorâneo. Pensei que trajes de banho fossem mais comuns por lá do que aqui.

    Cassian arqueou uma sobrancelha, visivelmente irritado.

    — Trajes de banho, vocês chamam isso de traje de banho?! Em Lyberion, até as meretrizes usam mais pano do que isso. Aquilo ali… — apontou discretamente com o queixo — é quase um convite.

    Morgan soltou uma risada baixa, sem disfarçar a diversão.

    — Hm. Está incomodado, príncipe? E eu jurando que você seria o primeiro a agradecer os deuses por essa vista logo cedo.

    Cassian sorriu de lado, ajeitando o colarinho da blusa curta que vestia.

    — Pode ter certeza que estou MUITO agradado. Só não esperava acordar no paraíso antes de morrer.

    Morgan pousou o copo devagar na mesa, girando o líquido roxo antes de olhar nos olhos do príncipe.

    — Engraçado. Pelo jeito que fala, parece que está encantado por todas. Achei que sua atenção fosse exclusiva pra uma certa lutadora… mas vejo que me enganei.

    Cassian franziu o cenho, confuso.

    — O que você quer dizer com isso?

    — Nada — disse Morgan, sorrindo como quem sabia mais do que devia. — Relaxa. Agora que sei disso… não tenho mais nenhum motivo pra segurar o que estou querendo há tempos.

    Antes que Cassian pudesse retrucar, Suzano se levantou, atraindo a atenção de todos. Sem o habitual manto e roupas pesadas, revelava um físico surpreendentemente robusto para a idade aparente. Os ombros largos e braços torneados contratavam com sua face envelhecida.

    — Agora que estamos todos alimentados, vamos ao Rio Vida — anunciou com autoridade. — Algo me diz que será um dia longo… até que Helick entenda o que aquela visão quer dizer.

    Os convidados começaram a se levantar. Cassian ainda estava assimilando as provocações de Morgan quando seu olhar cruzou, por um breve instante, com o de Tály. Havia algo ali, talvez raiva, talvez desejo. Talvez os dois.

    Mas não trocaram mais olhares até estarem todos no lado de fora do casarão, onde o CSR de Suzano aguardava.

    Cassian, com aquela sagacidade desastrosa que só o vinho borbulhante lhe concedia, resolveu servir mais uma taça para si antes de sair, assim ficando atrás do grupo todo. Ia precisar daquilo para aguentar a confusão crescente na própria cabeça… e para apreciar, com um certo descaramento, a visão das três beldades que enchiam seus olhos.

    “Pela Mãe, como eu queria que Any tivesse vencido, ah como eu queria!” — Pensou ele enquanto caminhava.

    Helick não esperou pelo irmão. Saiu na frente com Suzano, Marco e Redgar, decidido a não dar brechas para distrações ou possíveis socos, feixes de luzes e qualquer que fosse a ameaça que Kadia podia oferecer.

    Enfim todos entraram no corcel e foram e desceram a montanha até saírem do outro lado da ravina onde o Rio Vida se encontrava em toda a sua beleza e encanto.

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